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terça-feira, 1 de outubro de 2019

Uma coisa leva a outra

Dia da Secretária, lembrei, esqueci e agora lembrei de novo, já no fim do dia. Como esquecer? Afinal, um dia já fui secretária de departamento, quando trabalhava no Banco do Estado do Ceará, o saudoso BEC.

Na época, surgiu a vaga e o convite. Mesmo eu já estando trabalhando na Biblioteca, como sempre havia sonhado desde que passei no concurso, fui orientada pelos superiores a aceitar e assumir. Foram muitos os treinamentos, desde etiqueta social até organização de arquivos.

Com essa nova função, conheci de perto a administração -- planejamento, layout, índices e estatísticas, projetos, estruturas, fluxos, processo, controles, arquivos e tantas outras temáticas e soluções para o ambiente organizacional -- pois trabalhava ao lado da gestora do departamento. E que gestora! Saudosa memória de quem muito contribuiu para o Banco e o desenvolvimento de suas agências por todo o Ceará. Aprendi muito com ela.

Mas, realmente, uma coisa leva a outra. Foi a partir daí que cheguei à função de gestora da biblioteca, porque, uma vez já comissionada como secretária, foi mais fácil mudar para a liderança da biblioteca, aliás, foi essa a orientação que recebi lá no começo de tudo. E foram muitos anos na função, até o dia que optei pela demissão voluntária.

De novo, uma coisa levou a outra. O contato com os arquivos abriu novos horizontes e daí fui trabalhar com essa maravilha de atividade, que até hoje me encanta e me rende muitos conhecimentos.





domingo, 22 de outubro de 2017

De tanto empreender fui empreendida!

Iniciei essa jornada no final dos anos 90, com a minha saída do Banco do Estado do Ceará S.A - BEC, quando decidi ser empresária, em função da oportunidade que surgiu na época, oferecida pelo IAV - Incentivo de Afastamento Voluntário, uma versão becista para o famoso PDV - Plano de Demissão Volunária.

Foram muitos e bem significativos os empreendimentos que se iniciaram no período de 1997 a 2008. Trabalhos, prestação de serviços, treinamentos, consultorias junto à instituições públicas, empresas e grupos de empresas de renome no cenário regional.

Toda essa experiência, que teve como base a minha gestão junto à Biblioteca Geral do BEC, de 1987 a 1997, levou-me a outro caminho a partir de 2008, tão desafiador quanto o do empreendedorismo. É que de tanto empreender fui empreendida! Mas, qual mensagem quero passar com essa frase que intitula essa postagem?



Quero dizer que o empreendedorismo que deu tão certo encantou dois dos meus clientes, enquanto eu executava os serviços a que me propus a fazer para ambos. De um lado 30.000 caixas de arquivo, correspondendo, mais ou menos ao acervo de umas 10 empresas (hoje são mais de 600.000 caixas e quase 200 clientes) e, de outro, uma biblioteca que estava nascendo, pronta para atuar em uma IES, que já nasceu com uma história de quase 50 anos.

Muita responsabilidade! E a pergunta de um deles com a minha resposta imediata e inconteste:
__ Vai encarar?
__ Sim, vou encarar! 

E até hoje estou cumprindo essa missão de atuar em duas frentes de trabalho, em um período, junto a uma empresa de gestão documental e guarda terceirizada de arquivos, como analista de projetos de arquivo, e no outro, como bibliotecária, gestora na biblioteca de uma IES.

E essa tomada de decisão de voltar a ser empregada não limita nem diminui o empreendedorismo, pelo contrário, o aporte de duas empresas vencedoras e de uma bagagem acumulada de muitos anos de experiências, possibilitam o intraempreededorismo.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Túnel do tempo: a Biblioteca do Banco do Estado do Ceará


Cenário: Biblioteca Geral do Banco do Estado do Ceará - BEC.
Período: 1986 a 1994

Antes de assumir a Chefia da Biblioteca Geral do Banco do Estado do Ceará - BEC, já se tentava algo mais consistente, mais dinâmico, afora o trivial que vinha sendo feito. Foi quando se idealizou a utilização do malote do Banco para levar os empréstimos de livros aos funcionários de todas as agências. A nova atividade teve ótima aceitação, e o Jornal BEC Informa noticiou em 07/11/1986.









"A pessoa certa no lugar certo", foram estas as palavras proferidas pelo novo Chefe que acabara de assumir o Departamento de Planejamento e Organização - DEPLO, depois do ritual de apresentação de cada funcionário.

Admirado pela situação de encontrar uma bibliotecária formada, que não estava à frente da Biblioteca, tratou de reparar a situação.

Logo depois chegou o ato administrativo, assinado pelo Presidente, nomeando a Bibliotecária como Chefe da Biblioteca.




Daí em diante foi idealizada uma série de ações para dinamizar a Biblioteca Geral do Banco (BIBEC), que, até então, era uma unidade de estudo quase que exclusiva daquele Departamento.

A primeira delas foi atualizar suas instruções de serviços (IS-22) e tratar de incluir um item que garantisse a atualização do acervo, sendo definido o valor correspondente a um salário mínimo, para compra mensal de livros. Direito igual foi dado à Biblioteca Jurídica (BIBLI).

Em seguida o empréstimo de livros foi estendido a todos os funcionários, não só aos da Direção Geral (como antes), mas, de toda a rede de agências, que, na época, contava com mais de 70 unidades, espalhadas pelo Interior do Estado e nas Cidades de Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

Um formulário de solicitação foi criado (código 22.91.0010-6) e logo foi impresso em bloco, fazendo parte do estoque de material, para ser solicitado pelas unidades. Mas como garantir a reposição do acervo em caso de perdas e extravios? Na referida solicitação continha abaixo uma autorização de débito em conta, que o funcionário previamente assinava, essa foi a forma de assegurar o acervo da Biblioteca. Os empréstimos eram atendidos colocando os livros em envelopes, utilizando o malote do Banco .

No entanto, era necessário dar personalidade ao sistema de empréstimo via malote, que a cada dia ganhava mais usuários. Fazendo parte desse novo contexto, foi idealizado um pequeno malote, a exemplo dos utilizados pelos Correios, para que os livros fossem enviados com segurança (com lacre) diretamente aos funcionários interessados, mediante à solicitação prévia, utilizando o sistema de malote do Banco.


Figura adaptada 

Daí por diante, a nova rotina da Biblioteca era atender às solicitações e receber as devoluções, o que acontecia diariamente nos horários rigorosos do malote do Banco (2 vezes por dia), era o malote da Biblioteca dentro do malote do Banco. E o balcão da Biblioteca, constantemente, ficava lotado de publicações, que atendiam a esse fluxo...

Mas, nem só de livros de treinamento, técnicos e científicos era composto o acervo da Biblioteca. Em  1987, visando atender a uma demanda reprimida e, ao mesmo tempo, acolher um acervo sem possibilidade de utilização e cuidados, foi firmado convênio entre o Banco do Estado do Ceará e  a Associação Atlética Banco do Estado do Ceará (AABEC), tendo como objeto a transferência do acervo da Biblioteca daquela Associação, Raul Leite, para a Biblioteca do BEC, visando a sua administração, uso e controle. Os livros foram incorporados ao acervo com o indicativo da letra "A", que antecedia ao número de tombo, para diferenciá-los do acervo já existente. O convênio foi amplamente divulgado, inclusive na Revista da AABEC.





A comunidade Becista passou então a conhecer a importância de uma biblioteca e a usufruir dos seus serviços, que, inclusive, eram extensivos aos seus dependentes. Pesquisas escolares eram atendidas mediante a solicitação por telefone, utilizando-se as enciclopédias Barsa, Mirador, Conhecer e tantas outras existentes no acervo da época. Os verbetes eram fotocopiados e enviados também pelo malote para o funcionário solicitante. Também era rotina receber essa clientela nas dependências da Biblioteca, acompanhada de orientação, para que ela mesma fizesse as consultas de seu interesse.



Abusando das facilidades do malote do Banco, foi criado o "Sistema de Informação Corrente-SIC", em que, previamente, era enviada uma correspondência aos funcionários com as opções de assuntos a serem escolhidos, o que correspondia ao recebimento, via mala direta, de cópias de artigos veiculados nas revistas assinadas pela Biblioteca do Banco, fazendo com que a informação fosse compartilhada com todos. Uma espécie de disseminação seletiva da informação.





Mais adiante, chegou a tecnologia de vídeos em VHS e a Biblioteca investiu em muitos filmes de treinamento, a fim de diversificar o acervo e viabilizar o autodesenvolvimento de todos a qualquer tempo, conforme a comodidade de cada um. Mas, não ficou por aí, sessões de vídeos eram programadas no horário de almoço e a sala interna da Biblioteca estava sempre lotada, funcionários e gestores trocavam ideias e experiências em harmonia. O vídeo mais requisitado era Motivando para Vencer I, que já foi motivo de outra postagem.





Marco interessante foi a aquisição do livro "Ascensão e queda das grandes potências", de Paul Kennedy, que mexeu com a Diretoria, depois da divulgação no BEC Informa. Afinal a compra fora totalmente revolucionária, saindo do contexto de até então, quando eram adquiridos livros visando sempre aplicá-los imediatamente em situações pontuais do Banco.



Logo depois, com a chegada dos PC's em cada Departamento/setor, foi possível cadastrar todo o acervo , utilizando o banco de dados dBase e distribuir listas de autor, título e assunto via malote, para que os funcionários fizessem suas escolhas.  É claro que essa tarefa não foi assim tão fácil, primeiro foi preciso alguém para desenvolver a estrutura da base de dados e depois conseguir hora livre nos PC's do Departamento, para digitar as fichas catalográficas uma a uma. Depois de concluído esse processo, com a divulgação informatizada, mais e mais pedidos foram sendo recebidos, ao ponto de ocasionarem reservas de muitos títulos.

Sob o título "Biblioteca ganhou sua importância e parte para sua essencialidade", a matéria veiculada no BEC Informa nº 494, de 29.10.91, registrou o posicionamento do Chefe de Departamento de Organização (DEORG), antigo DEPLO, e as realizações da Biblioteca. A Biblioteca cresceu e foi parar no Departamento de Recursos Humanos (DERUM), no Centro Administrativo do Banco, bem juntinho do treinamento. Nesse contexto, subsidiava os livros para os alunos nos programas específicos de treinamento e desenvolvimento e até de pós-graduação, passando também a orientar a normalização dos trabalhos desses cursos.








Com a transferência para o Centro Administrativo, uma nova leitura, a Biblioteca, realmente passou a ser essencial e, frenquentemente, era notícia no Jornal BEC Informa...




Em novo espaço, a BIBEC mantinha internamente, além do ambiente de leitura, uma sala para sessões de vídeos e outra para reuniões.




Na edição especial de julho/1994, a BIBEC também foi notícia.





Durante o ano de 95 a Biblioteca ainda se desenvolveu, enfrentando no final de 1996 os primeiros indícios da privatização do Banco. Não querendo ver tudo que foi construído ser deixado para um plano inferior, em 1997, optou-se pelo desligamento profissional do Banco, vindo com ele, a prevista desconstrução da BIBEC.

Foram dez anos de dedicação e crescimento profissional, de leitura e contexto. Saudades daquela rotina, saudades da Biblioteca, saudades dos colegas e usuários, saudades do Banco...


domingo, 18 de novembro de 2012

X Bienal Internacional do Livro do Ceará








Com o tema “Padaria Espiritual – O Pão do Espírito para o Mundo”, a Bienal do Livro presta homenagem aos 120 anos do movimento artístico do final do século XIX. Além da homenagem à Padaria Espiritual, a Bienal celebrará ainda os 90 anos da Semana de Arte Moderna, e os centenários do Rei do Baião, Luiz Gonzaga; dos escritores Jorge Amado e Nelson Rodrigues; e do cantador e violeiro Joaquim Batista de Sena, legítimo representante da poesia popular nordestina.


X Bienal Internacional do Livro do Ceará
de 8 a 18 de novembro
Centro de Eventos do Ceará



Muita riqueza junta em um único lugar. E que lugar! O novo Centro de Eventos do Ceará.

A visita à Bienal foi por demais agradável, apesar da grande movimentação, tive a oportunidade de comprar alguns livros de qualidade por preços atraentes e visitar o stand do CRB 3, quando fui recepcionada pela Bibliotecária e amiga Dorotéia Andrade.

Bienal, bem que podia ser anual! Contraditório? Não, contextual!








Fazem parte agora da minha Biblioteca:

Códigos & cifras: da Antiguidade à Era Moderna (Sérgio Pereira Couto);
Mapa do mundo: crônicas sobre leitura (Marta Morais da Costa);
A Consciência conservadora no Brasil (Paulo Mercadante);
A Informação na internet: arquivos públicos brasileiros (Anna Carla Almeida Mariz).






Dentre os temas da Bienal, a Padaria Espiritual tem um significado especial na minha trajetória profissional, quando, ainda Bibliotecária do então Banco do Estado do Ceará-BEC, fui incumbida de pesquisar acerca das personalidades que davam nome às agências daquele Banco e, no meio de tantas, a Agência Antônio Sales, que era instalada exatamente no logradouro de mesmo nome. 

Foi quando cai em campo para pesquisar sobre Antônio Sales e me deparei com a leitura de  detalhes do movimento da Padaria Espiritual - os estatutos, o Jornal O Pão, a repercussão local e em nível nacional, tudo muito interessante e revolucionário para a época.

Na época, recorri ao historiador Dr. Geraldo Nobre, que, de pronto, me orientou na pesquisa. A biografia de Antônio Sales foi elaborada, uma boa foto foi conseguida e ampliada e o quadro foi preparado em vidro sanduíche, com moldura em aço escovado verde, cor representativa da logomarca do BEC e, por fim, afixado na respectiva Agência.



A Padaria se originou do espírito revolucionário de um grupo de jovens que se reuniu em forma de sociedade para, através das letras, protestar contra a burguesia, o clero e tudo que fosse tradicional, como consta de seu programa." (Regina Pamplona Fiúza)



Fazendo a leitura dos artigos 2º, 22, 23 e 30 do seu estatuto, destaco a evidência ao bibliotecário e à biblioteca:


"2º. A Padaria Espiritual se comporá de um Padeiro-Mor (presidente), de dois Forneiros (secretários), de um Gaveta (tesoureiro), de um Guarda-livros na acepção intrínseca da palavra (bibliotecário), de um Investigador das Coisas e das Gentes, que se chamará Olho da Providência, e demais Amassadores (sócios). Todos os sócios terão a denominação geral de Padeiros."

"22. Trabalhar-se-á por organizar uma biblioteca, empregando-se para isso todos os meios lícitos e ilícitos."



"23. Dirigir-se-á um apelo a todos os jornais do mundo, solicitando a remessa dos mesmos à biblioteca da 'Padaria'".

"30. A 'Padaria' representará ao Governo do Estado contra o atual horário da Biblioteca Pública e indicará um outro mais consoante às necessidades dos famintos de ideias."


Fazendo a leitura de cada artigo, percebe-se uma nova investida de irreverência e posicionamento revolucionário, tanto em relação à sociedade constituída, como em relação a fatos corriqueiros do contexto da época e, sobretudo, a preocupação com a disseminação do movimento.

A analogia em si já diz tudo: fabricar o pão (letras) e distribuir e alimentar-se dele (conhecimento).

sábado, 5 de novembro de 2011

O início de uma trajetória


Importante fazer essa introspecção para resgatar como a vida profissional foi se delineando ao longo do tempo.

Vocês podem perguntar: e por que isso agora? E eu respondo: Na semana que passou, exatamente sexta-feira, tive dois grandes motivos para essa reflexão.

O primeiro foi por ocasião do Seminário GED/EIM 2011 Gestão Eletrônica de Documentos & Enterprise Information Management, que participei na semana passada e lá encontrei colegas e amigas de profissão. O encontro nos fez lembrar que, em janeiro próximo, faremos 30 anos de formatura e, por conta dessa jornada, já iniciamos o planejamento para a comemoração.

O segundo foi em função de uma entrevista para atender a um estudante do Curso de Biblioteconomia da UFC, que está elaborando pesquisa de campo para sua monografia de conclusão de curso.

Pois bem... os dois fatos me reportaram ao início da minha trajetória na profissão.

Tudo começou quando, concursada pelo então Banco do Estado do Ceará, o nosso antigo BEC, fui lotada no setor "Conta Única", ou seja, a grande conta do Governo do Estado, que mantém reunidas as demais contas. Lá passei quase dois anos, mas, durante esse tempo fiquei atenta a alguma oportunidade que pudesse existir, para que eu atuasse na área, afinal era recém-formada. E, quando soube da existência de uma biblioteca no Departamento de Planejamento e Organização-DEPLO, imediatamento fui ao encontro dele, exatamente para falar junto à gestora, Dra. Laíze Lima de Menezes. Época em que, apesar da introdução da obrigatoriedade do concurso público, ainda reinava a velha cultura do cartão político para indicar favorecimentos. Sem ele, fui com a cara e a coragem. Entrei, conversei com a gestora e recebi um "não tem vaga", mas, ainda com a cara e a coragem, entreguei um pequeno papel com meu nome escrito, com a recomendação: "quando a vaga existir me procure". Um tanto audacioso para uma recém-admitida, recém-formada, de apenas 22 anos.

Passaram-se uns 6 a 8 meses e, em certa manhã, na divisória da Conta Única, eis que chega a secretária do Subgerente, já cansada de tanto subir e descer todo o prédio do Banco ("Prédio dos Peixinhos", como era chamado) e vai direto ao meu encontro dizendo:
-- Ai Aninha! Já fui em todos os andares e não encontro a pessoa, a Dra. Layse entendeu que tem uma funcionária bibliotecária aqui no Banco e quer de todo jeito que vá até ela, mas eu já procurei e não achei...
Daí sem pestanejar, eu disse:
-- Está falando com a própria!
-- Menina! É tu mesmo?
-- Eu mesma!
-- Taí, eu nunca ia saber, pois vai correndo no prédio do DEPLO que a Dra. quer muito falar com você.

Iniciei no DEPLO em 1984, atuando como bibliotecária, ainda sem comissão, esta veio em 1986, quando passei a gerenciar a Biblioteca Geral do Banco.

De lá para cá descrevo 15 anos como Bibliotecária no BEC, 12 como Bibliotecária empresária na Arquivus e na Universum.doc, 6 anos como Bibliotecária na FDH, 8 anos no Grupo MRH, primeiro como Bibliotecária Consultora, depois como Bibliotecária Analista de Projetos de Arquivo e 3 anos como Bibliotecária da Faculdade CDL, sendo estes dois últimos meus trabalhos atuais.



Foi muito bom relembrar tudo isso e compartilhar agora neste Blog.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Acidental, importante ou essencial? Questão de tempo!

O Professor Marins Filho, Antropólogo, Palestrante, Comentarista Empresarial e de Negócios, em vídeo intitulado Motivando para Vencer I, discorre acerca do que diferencia o homem dos outros animais, apontando para a inteligência e a vontade. O autor diz que a inteligência é o farol que ilumina o caminho, mas o que faz caminhar é a vontade. O homem é livre pela vontade. Como não temos domínio sobre o passado nem sobre o futuro, o único tempo que nos pertence é o tempo presente. Viver é concentrar a inteligência e vontade no momento presente - aqui e agora. Por esta razão precisamos definir o que é essencial, importante e acidental em tudo que fazemos e é a inteligência que coloca a ordem.

Assisti a este vídeo no início dos anos 90, ainda em VHS, é claro, fazia parte do acervo da Biblioteca do então Banco do Estado do Ceará, o nosso antigo BEC. Uma delícia de palestra, cerca de uma hora, que prende sua atenção do início ao fim, faz você refletir e tirar algumas conclusões e muitos proveitos. O quanto gostei, foi o tanto que divulguei. Naquela oportunidade, promovia sessões na sala interna da Biblioteca, compartilhando com os colegas. Divulguei na família, com os amigos e ainda o faço até hoje.

Mas, voltando ao conteúdo do vídeo, dentre as várias questões colocadas, destaco a hierarquização que ele propõe para o uso do tempo durante a nossa vida, categorizando em três níveis as nossas tarefas, compromissos e atividades em geral:

• Para o que é essencial - "devo fazer imediatamente";
• Para o que é importante - "devo fazer depois que concluir o que é essencial";
• Para o que é acidental - "devo fazer depois que concluir o que é essencial e o que é importante".

Fazendo a leitura dessa classificação, percebemos que ela se aplica tanto no contexto do trabalho, como em qualquer atividade da nossa vida pessoal, pois sempre há, na nossa lista de afazeres, as prioridades. No entanto, às vezes, alteramos essa ordem e damos preferência à execução do que é acidental, talvez por ser mais cômodo ou atrativo, daí alteramos o curso normal e as coisas começam a não dar certo. Como usamos nosso tempo e nossa atenção com o que é acidental, deixamos de fazer o que era essencial e isso pode acarretar em algum problema.

O acidental, de fato, é o vilão da história, também nos ocupa quando ocorre um imprevisto, se muito sério, pode passar a ser importante ou até essencial e ter que ser executado de imediato.

Administrar o tempo não é tarefa fácil. Tempo é um recurso escasso, Peter Drucker é taxativo: "Tempo é o recurso mais escasso e, a não ser que ele seja gerenciado, nada mais pode ser gerenciado." Portanto, vamos nos programar para o dia que vai se iniciar estabelecendo uma ordem e definindo prazos de cada atividade seja essencial, importante ou acidental, seja no trabalho, no lazer, seja na família. Lembrando que, se o importante não for feito no seu devido tempo, ele pode passar a ser essencial e aí tem que ser feito mesmo, ainda com o agravante e a possibilidade de estar tomando o tempo do que, por sua vez, já era essencial e já estava na lista de prioridades.

Pensar em tempo é estressante? Eu diria que mais estressante é perder tempo e deixar as coisas por fazer, com o peso na consciência e a "opção" de ter que fazê-las a qualquer custo. Estamos o tempo todo perdendo tempo... se há tempo, façamos no tempo, se não há tempo corramos atrás do tempo, o tempo não volta e, volta e meia, quando percebemos, já não há mais tempo.

Retomando o início, vamos usar nossa inteligência e nossa vontade para usar bem o nosso tempo. Afinal, a vida é curta, vamos viver o presente e fazer o que tem que ser feito.

Publicado originalmente em: http://www.pelosbaresdavida.com.br/ana_luiza_acidental_importante_ou_essencial.htm


domingo, 14 de março de 2010

12 de março: Dia do Bibliotecário


No último dia 12, comemorou-se em todo o Brasil o Dia do Bibliotecário, data do aniversário de Bastos Tigre, primeiro bibliotecário por concurso no Brasil, que execerceu a profissão por 40 anos.

Interessante foi a homenagem que eu e mais duas colegas de trabalho, ambas bibliotecárias, recebemos na MRH Arquivos, de inciativa da própria equipe que orientamos tecnicamente. Na oportunidade foi feita a leitura de um texto acerca da profissão, disponível na rede, cujo questionamento se dá desde a opção pela profissão até a sua essência, fazendo-me, naquele contexto, transportar à função diária, a qual executo quase automaticamente, sem me dar conta da sua complexidade. Fazer a interface do usuário com o seu desejo, na medida certa, ouvindo e interpretando as suas necessidades, para transcodificar em indexadores e assim efetuar a busca, resgatando em tempo hábil a informação preterida. É a leitura que se faz da demanda do leitor, no contexto que ele mesmo descreve, às vezes de forma não muito óbvia, mas que tem que ser clarificada.
Ao final a "Oração do Bibliotecário", de autoria da Bibliotecária Maria Aparecida Sell, foi lida, esclarecendo, porventura, alguma dúvida ainda presente com relação ao que faz o Bibliotecário e plantando em muitos daqueles iniciantes profissionais a semente que um dia poderá germinar.

Tive ainda a satisfação de ser parabenizada pela Coordenação, por colegas de trabalho e por usuários da Biblioteca da Faculdade CDL.

A atividade não é moderna, remonta à Antiguidade, o nome também não mais traduz toda a sua amplitude e complexidade, pois quebraram-se os muros das bibliotecas, o profissional de hoje atua em novas frentes de trabalho, haja vista o próprio Google, que mantém na retaguarda um batalhão de bibliotecários indexando termos às URL's. O livro não é mais o único suporte da informação, ela agora é volátil, navega, é interativa e por isso necessita de organização e indexação.
Sou bibliotecária com muito orgulho, participei dessa trancisão e estou pronta para ver o que será! Saúdo a toda a classe.

Foto da foto:
Eu dedilhando fichas catalográficas datilografadas na Biblioteca do extinto Banco do Estado do Ceará-BEC, em 1986. A foto foi emoldurada em porta-retrato decorativo, que não hesitei em comprar em função do seu cenário típico de uma biblioteca.