Editoras e Livrarias

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

País de leitores

Matéria interessante sobre o "Retratos da leitura no Brasil", veiculou hoje no Jornal O POVO de Fortaleza. Eu que tenho postado aqui algumas textos acerca da leitura, achei por bem destacar os trechos mais substanciais dessa matéria, de autoria de Fabiano dos Santos e de José Luiz Goldfarb e postá-la na íntegra logo abaixo.

“Mais importante do que a informação sobre quantos livros lemos ao ano é sabermos o que somos capazes de fazer com a leitura como cidadãos críticos e inventivos”

“O desafio de tornar o Brasil em um país de leitores passa por uma conjugação e pactuação entre o Estado e a sociedade civil.”

[É urgente que o Brasil entenda a leitura como um] “vetor estratégico para o desenvolvimento de uma nação.”

[Ler é o] “principal indicador educacional por ser preponderante na formação.”

Fabiano dos Santos




“Para erradicar várias doenças que a gente tinha no Brasil, o trabalho do Governo esteve associado à mobilização da sociedade, se tornando um hábito com o passar dos anos. A leitura tem que ser um desses hábitos.”

“O Brasil ainda não deu conta de entender a leitura como ‘mola mestre’ de uma sociedade. Os países que deram um salto em conhecimento e tecnologia fizeram da leitura uma plataforma de sua sociedade.”

“Não adianta fazer uma bienal e pronto. Precisamos de uma política que promova o livro e a leitura permanentemente."


José Luiz Goldfarb 








DEBATE. ESPAÇO O POVO 24/09/2014
País de leitores

Evento discute desafios do incentivo à leitura no Brasil com Fabiano dos Santos, do Ministério da Cultura




O que nos impede de ser um país de leitores? A entrevista aberta com o cearense Fabiano dos Santos, diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura (Minc), se pauta nesse questionamento para discutir políticas públicas de incentivo à leitura. O evento ocorre hoje, à 19 horas, no Espaço O POVO de Cultura & Arte.

A última edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” – que é realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL) e objetiva conhecer o comportamento e o perfil leitor da população – mostrou que somente 50% da população brasileira é leitora. Com o agravante de que, entre o percentual, está incluso a leitura estritamente curricular, o que revela que muitos brasileiros leem por “indicação” e não de modo espontâneo.

“Mais importante do que a informação sobre quantos livros lemos ao ano é sabermos o que somos capazes de fazer com a leitura como cidadãos críticos e inventivos”, destaca Fabiano dos Santos. De acordo com o diretor do Minc, o “desafio de tornar o Brasil em um país de leitores passa por uma conjugação e pactuação entre o Estado e a sociedade civil”, conforme preconiza o Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL).

O cearense que já foi diretor do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e Caribe (Unesco) afirma ser urgente que o Brasil entenda a leitura como um “vetor estratégico para o desenvolvimento de uma nação”. Fabiano completa afirmando que ler é o “principal indicador educacional por ser preponderante na formação”, destaca. “Mais de 30% dos estudantes universitários são analfabetos funcionais, ou seja, não são capazes de compreender o que leem ou de escrever um texto com coerência”, pontua Fabiano, questionando sobre o impacto desse “analfabetismo” na capacidade de “promover inovações tecnológicas e sociais”.

“Vacina e mola”

José Luiz Goldfarb, coordenador do projeto “Rio, uma cidade de leitores”, propõe uma analogia entre as campanhas de incentivo à leitura e as campanhas de vacinação. “Para erradicar várias doenças que a gente tinha no Brasil, o trabalho do Governo esteve associado à mobilização da sociedade, se tornando um hábito com o passar dos anos. A leitura tem que ser um desses hábitos”, pontua. 

Goldfarb afirma que o fato de o Brasil estar se alfabetizando não indica que estamos construindo uma nação leitora. “O Brasil ainda não deu conta de entender a leitura como ‘mola mestre’ de uma sociedade. Os países que deram um salto em conhecimento e tecnologia fizeram da leitura uma plataforma de sua sociedade”, pontua, destacando a continuidade que o incentivo a leitura precisa ter. “Não adianta fazer uma bienal e pronto. Precisamos de uma política que promova o livro e a leitura permanentemente”.

Multimídia

Confira relação das bibliotecas públicas do Ceará: bit.ly/1DtyGxY

SERVIÇO

Entrevista aberta com Fabiano dos Santos.Quando: hoje, às 19 horas. 

Onde: Espaço O Povo de Cultura e Arte (Avenida Aguanambi, 282 - Joaquim Távora).Entrada franca 

Telefone: 3255.6172





domingo, 21 de setembro de 2014

Sabedoria de Fernando Pessoa

O imortal Fernando Pessoa dá lição de vida de forma tão motivadora, que movimenta qualquer um em busca do seu objetivo. Ele foca na importância da atitude, ingrediente indispensável para preparar o famoso CHA. Tolo é aquele que, munido apenas de conhecimento e habilidade, pensa em construir o seu palácio, porque se lhe falta a atitude, nenhuma pedra é erguida. Mesmo em contexto de êxito, ele só acontece se existir o querer, essa é a leitura dessa inteligente epígrafe.

Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali? (Fernando Pessoa)


domingo, 14 de setembro de 2014

Descartes: modernidade, contemporaneidade e posteridade



Reler sempre é bom, em novo contexto, há sempre uma nova leitura, mas, Descartes, é sempre Descartes!

Ele que é o patrocinador da dúvida, mas, a dúvida de Descartes, não é a dúvida de um cético, é a dúvida de quem pretende chegar o mais próximo possível da verdade, nem que seja por pouco tempo, porque sempre haverá algo ou alguém que a refute e gere novos conceitos, novos conhecimentos. Portanto, quanto maior for essa dúvida, mais certeza se terá do conhecimento obtido pela busca durante a investigação.

E para iniciar essa investigação, nada melhor do que o Método, constituído de fases, tão básicas, que as utilizamos, imperceptivelmente, todos os dias na solução de problemas, na busca da verdade, fazem realmente parte do nosso cotidiano - a verificação, a análise, a síntese e ordenação e a enumeração - e as Regras para a Direção do Espírito, das quais destaco a Regra IV:

"O método é necessário para a procura da verdade." (DESCARTES, 2005, p. 80)

Não podemos ter pressa na busca da resposta, sob pena de irmos ao encontro do que não é verdadeiro, devemos, portanto, fragmentar o problema em partes, partindo da mais simples para a mais complexa, enumerando-as e revisando-as ao final.




Sua relevância para a história da filosofia e para a própria ciência é fundamental, porque, a partir da "dúvida metódica" ele conseguiu diferenciar o científico do não científico. 

Tudo que veio depois dele, concordando, reagindo contrariamente ou completando, foi positivo no sentido da evolução do conhecimento e da ciência, com ele o racionalismo, o bom uso da razão, que ainda é usado hoje, conforme o contexto, e, a partir dele, a corrente oposta, o empirismo, de Locke, que usa os sentidos, que dá mais importância às ciências experimentais, mais adiante, o creticismo, de Kant, que encontra o ponto comum entre os dois, os sentidos modelados pela razão, e tantas outras correntes que vieram depois.

DESCARTES, René. Discurso do métodos: regras para a direção do espírito: texto integral. São paulo: Martin Claret, 2005. (Coleção a Obra-prima de Cada Autor)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Leitura que perdura


Já faz mais de vinte anos que fiz a leitura de "A Morte de Ivan Ilyich", de Leo Tolstoy e hoje me deparo com esse doodle do Google que o homenageia, na data de seu natalício. 

Apesar do tempo, a leitura perdura até hoje, fazendo-me transportar ao contexto dos anos 90, quando ainda funcionária do Banco do Estado do Ceará, recebi a coleção de livros literários, para incorporar ao acervo da Biblioteca, chamando-me a atenção para essa obra, o que acarretou na leitura imediata.

Ivan Ilyich busca significados para ressignificar a vida, revivendo a vida de imposições e de luta, para viver a morte em simplicidade e em paz.

Uma obra-prima!


Imagens reprodução do Google - doodle de Leo Tolstoy.



O Prazer da leitura



Encontrei um trecho muito bom de um texto de Karina de Freitas Silva Fernández, que resume o momento em que se dá a leitura por prazer. Apesar de fazer referência à biblioteca, que é oportuna, bem-vinda e lógica, não necessariamente esse momento pode acontecer sempre lá, mas na sua ambiência, ou seja, em meio a várias opções de leituras, sem quaisquer pressão para escolhas, seja de tempo, de autor ou de título, como a autora coloca, podendo ocorrer em frente a uma estante sortida de livros na escola ou em casa mesmo, na própria sala de aula, em uma livraria, em uma exposição de livros...

O importante é ler por prazer!

"O livro deve, pois, estar ao alcance do aluno. E não importa quanto tempo demore a encontrar o que deseja, afinal, biblioteca não é lugar de caça ao tesouro, não é um jogo com tempo para pegar o livro, tempo para sentar, tempo para ler, atividade medida no tempo. Os livros devem ser pegos, apalpados, vistos um a um. Devem ser objetos de empatia. Deve-se ter o gosto pelo formato do livro, pela sua apresentação, pelas suas cores, pelos seus títulos. Num universo com centenas de livros, é difícil optar por um. Todavia, certamente, embora demore 15, 20 ou 30 minutos, quando o aluno encontrar o livro que tanto busca, a leitura será a mais prazerosa possível." (A FORMAÇÃO DO LEITOR PELA LEITURA IMAGÉTICA DO TEXTO LITERÁRIO)






domingo, 7 de setembro de 2014

Independência: leitura imagética do contexto


Que a água invada, na medida certa, as terras, 
Que estas sejam molhadas o suficiente, 
Sem lutas, sem discórdias e sem guerras,
Para que as matas floresçam abundantemente...
Nos campos, nas florestas e nas serras,
E deem raízes, ramos, sombras e frutos, para um Brasil mais independente!


AnaLu