Nesta data da história do Brasil, em que se iniciou o processo de independência e liberdade, considerando a situação social, política e econômica entre Brasil e Portugal, achei por bem comentar acerca de outra independência e liberdade, aquela que se pode conquistar dentro do contexto socioeducativo.
É impossível afirmar, que alguém que não sabe ler e escrever, goza de independência e liberdade. Certamente, essa pessoa é limitada em sua comunicação, tem a liberdade tolhida, não tem autonomia em todos os seus atos e, de alguma forma, depende e/ou é dominado por outrem.
Tenho a satisfação de contar que consegui proporcionar essa independência e liberdade a alguém, como protagonista ativa de processo de alfabetização. Na ocasião, lancei mão dos argumentos da linha educacional de Paulo Freire, que utiliza a prática dialética em relação ao contexto.
A ficção das telenovelas representava o contexto e o pano de fundo da protagonista passiva, os atores e seus amores foram os argumentos utilizados no processo de ensino e aprendizagem, para dotá-la dos saberes da leitura e da escrita.
As revistas sobre telenovelas e sobre atores foram seus primeiros instrumentos de pesquisa e leitura, que depois abriram as portas para todo e qualquer tipo de publicação.
Não foi difícil, foi pulsante e gratificante. O fato é que consegui alfabetizar no período de 30 dias, exatamente no período de minhas férias trabalhistas, a pessoa que prestava serviços como doméstica em minha residência, proporcionando-lhe a oportunidade de se comunicar com sua terra natal, de sentir novamente suas raízes e de se aproximar dos laços familiares, tudo isso por intermédio da magia da leitura e escrita de cartas.
A leitura que faço é que, de protagonista passiva, ela passou a ser ativa, porque conseguiu aprender e levar seu aprendizado para mais longe...
E você, já libertou alguém? Que tal deixar o Brasil mais independente, mais consciente, mais inteligente, por intermédio da leitura?
Independência e liberdade, que sejam pela leitura!