Editoras e Livrarias

segunda-feira, 25 de março de 2019

25 de Março, liberdade!


25 de Março, aqui no Ceará é dia de festa, comemoramos a "Data Magna do Ceará". Fomos a primeira província brasileira a libertar os escravos, em 1984.

Posto um texto belíssimo do meu irmão historiador Armando Farias em referência a esse feito.



Na perversa historiografia brasileira, apenas os feitos das Regiões Sul e Sudeste são galardoadas, deixando aos leigos a impressão que o Nordeste é desfavorecido de glórias. Justamente ocorre o contrário. Aqui está o nascedouro da Pátria Brasil, e consequentemente grandes acontecimentos históricos e feitos heróis. 

Nosso querido Ceará dá sua grande contribuição a formação cívica da nossa sociedade brasileira ao promover uma engajada campanha contra a escravidão ainda na década de 1870. 

Em Fortaleza aparece a Perseverança e Porvir em 1879, agremiação que tinha por objetivo libertar legalmente os escravos através de cartas de alforria. Porém o espírito de igualdade e liberdade do povo Cearense logo percebe que os métodos teriam que ser mais agressivos para alcançar objetivos mais expressivos, então em 1880 surge a Sociedade Cearense Libertadora, que formada por Comerciantes e Jornalistas entre outros passa a adotar meios que fugiam a legalidade. Seu lema “ Libertar escravos por todos os meios ao seu alcance”.

De pronto os “Libertadores” recebem o apoio e engajamento de toda a sociedade cearense. Um jovem guarda-livros, Pedro Artur de Vasconcelos tem a ideia de procurar os jangadeiros para propor a ideia de interromper o embarque de escravos no porto com destino a outras províncias. Recebe o apoio incondicional do Grande Libertador José do Amaral. A ideia é posta em prática com a ajuda de José Napoleão, chefe de capatazia do porto, e logo toma vulto através da adesão de outros jangadeiros, agora liderados por Chico da Matilde que era prático da barra, apelido de Francisco José do Nascimento, mais tarde nosso Dragão do Mar. 

A Luz libertadora dissemina-se por toda a então Província do Ceará. Fortaleza liberta todos os seus cativos em 24 de maio de 1883. Ao final deste ano, 21 dos 58 municípios estavam livres da escravidão. No início de 1884, Sobral até então contando com o maior número de cativos adere a Causa Libertadora, libertando todos os seus escravos. 

Todo o Ceará apresenta-se livre da escravidão no dia 25 de março de 1884, oficializando-se este termo em ato público realizado na Praça Castro Carreira em Fortaleza, com a presença do então Presidente Sátiro Dias e demais autoridades. 

Assim o Ceará é aclamado por José do Patrocínio de "Terra da Luz".

Texto de Armando Farias, em 25/03/2014, publicado originalmente em Blogteca Faculdade CDL 

quinta-feira, 21 de março de 2019

A Coerência do paradoxo

Na Linguística, Antítese e Paradoxo são figuras de linguagem que se caracterizam pela oposição, mas, se entramos mais nos detalhes, podemos ver, claramente, que há uma diferença entre elas. 

A antítese é mais óbvia, mais natural, pois opõe palavras, termos, expressões, ou orações, que, por natureza, já são opostas, cada elemento se refere a um contexto, corresponde à aproximação de idéias diferentes em uma mesma sentença, mas cada palavra volta seu sentido para um referente. 

Já o paradoxo, mais complexo, mexe com as ideias, é mais reflexivo, usa intencionalmente, um contrassenso, para tanto, aproxima palavras opostas, mutuamente excludentes, causando uma incoerência, sempre em relação a um mesmo referencial, causando uma contradição. 

O paradoxo é tão complexo que, além da Linguística, pode ser aplicado na filosofia, física matemática e até na mecânica quântica. E como a vida é cheia de paradoxos, aí vai uma reflexão coerente, mas pra lá de confusa! Paradoxo!




É certo, que no nosso caminho incerto,
Às vezes, por vezes ou alguma vez,
Para avançar, tem que recuar,
Para permanecer, tem que desaparecer,
Para conservar, tem que apagar,
Para deter, tem que desprender,
Para lembrar, tem que esquecer,
Para ter, tem que ser,
Para estar presente, tem que faltar,
Para ganhar, tem que perder,
Para encher, tem que esvaziar,
Para morrer, tem que viver!

Paradoxal?
Não, real!
Questão de contexto.

AnaLu

sexta-feira, 15 de março de 2019

Professoras precursoras

Sou do tempo que professora era chamada de professora, tia, só se fosse da família. 

Minha primeira professora, D. Fransquinha, como esquecê-la? Impossível! No Jardim de Infância do Colégio Christus, no ano de 1964, além de ensinar o que estava no currículo, ensinava a ter cuidado com as tarefas, para preservá-las para o futuro. Não é que deu certo? Até hoje tenho meu caderno de atividades do Jardim I.

Alguns métodos menos pedagógicos, mas comuns para a época, eram utilizados, com vistas a por ordem na classe. Recordo-me de menino, que sempre fazia peraltices, correndo o risco de ter o calção da farda trocado por uma fralda. Uma ameaça nunca cumprida, na verdade, era só uma forma de mantê-lo sob controle, diante de toda a turma. Se fosse hoje, seria politicamente incorreto, agressão, denúncia, na certa.

São detalhes que não fogem à memória, mas que nada influenciaram negativamente na minha formação, pelo contrário, entendi a necessidade da disciplina.

Depois, fui cursar a alfabetização, sob os protestos de algumas crianças, que afirmavam veemente, eu estar na sala errada e me boicotavam, afinal, para eles, eu deveria cursar o Jardim II, ainda era muito pequena. Isso era o normal, o óbvio, mas não para meus pais, que tinham a certeza do meu êxito naquela classe mais adiantada. Se fosse hoje, seria classificado como bullying.

A D. Celeste não cansava de registrar "Ótimo", com estrelinha piscando no meu boletim escolar da alfabetização, e requisitar a minha leitura em voz alta na sala de aula, como forma de dar exemplo aos demais. Se fosse hoje, seria considerada exploração, marcação, politicamente incorreto, também.

No primeiro e segundo anos do Ensino Primário, com a D. Conceição e a D. Ione, aprendi o sentido da organização, daí, a prática era pedir meu caderno para servir de estudo para aqueles que faltavam às aulas ou não acompanhavam bem as matérias passadas em sala de aula. Se fosse hoje, seria tomada como apropriação indébita, mesmo que temporária.

E a Irmã Iolanda? Fantástica! Ensinava Português, com ela aprendi interpretação de texto, análise gramatical e sintática. Muito exigente e muito crítica junto àqueles que não queriam aprender. Se fosse hoje, com certeza, muitos pais fariam reclamação quanto a sua postura  rígida de ensinar.

Enfim, professoras precursoras, que contribuíram para a minha formação e marcaram minha primeira infância no Colégio Christus, as quais têm a minha admiração até hoje. 

Muito do que aprendi nesse período serviu de base para outros aprendizados, que transformados e ampliados, constituíram o meu conhecimento de hoje. 

Bons tempos aqueles...

quinta-feira, 14 de março de 2019

Vendedor de livros: um incentivador da leitura

Mesmo sendo às vezes indesejado, tido como inoportuno, o vendedor de livros sempre foi um incentivador da leitura. Enfrentando uma batida de porta na cara, uma desculpa mal dada, ou simplesmente um NÃO com letras maiúsculas e em voz alta, esse profissional conseguiu e consegue ainda bons feitos, afinal vende sonhos e conhecimento.


Com prazos elastecidos e descontos da hora, eles fazem de tudo para vender seus livros e assim tirar o seu ganha pão. Eu mesma quando criança já fui consumidora dessas obras, bem como cliente e compradora de coleções de fábulas e histórias infantis, para proporcionar aos meus filhos o prazer da leitura.

Nesse dia de hoje a lembrança e a homenagem é para essa figura simpática do vendedor de livros.

Dia do Bibliotecário na Mrh

Leitura carinhosa de um cordel pelos colegas, e um banner comemorativo circulando nas mídias da empresa, para homenagear os bibliotecários da Mrh.

Amei!





Bibliotecária com muito orgulho, com muito amor

Mais um ano para comemorar de profissão. São muitos os trabalhos, de diferentes vertentes e formas, que a Biblioteconomia me proporciona. Um universo que abracei e me apropriei. 

Ações técnicas, que terminam enveredando para o social; ideias empreendedoras, visando o crescimento do negócio; pareceres técnicos, para tomada de decisão; pesquisa especializada, para fundamentar escritos; mapeamento de processos, para melhorar o desempenho; recebimento de comissões, para avaliação de instituição; cursos ministrados, para capacitar equipes, e tantos e tantos outros, que fazem parte do meu dia a dia bibliotecário, que me enriquecem  como profissional e me creditam mais conhecimento.

Contando com a vantagem de atuar em biblioteca e arquivo, essas experiências se ampliam, se multiplicam, exigindo-me, cada vez mais, uma melhor performance de atuação.

É o bastante para comemorar, mas, sobretudo para também ficar atenta, para tudo que é novo, que pode agregar valor, que pode melhorar o crescimento pessoal e profissional, visando o bem da sociedade.

E tomando a máxima do Mural interativo do Bibliotecário, do qual também faço parte, só tenho a ratificar: "Foca na profissão e cresce!"


sábado, 9 de março de 2019

Lembranças do Dia 08 de Março

No trabalho, as mulheres são lembradas com um mimo especial na Mrh e na Faculdade CDL. Quem tem dois é assim, ganha dois.

 

sexta-feira, 8 de março de 2019

Mulheres lindas

Maria, Mãe de Jesus, alegria! Haja luz!
Minha mãe, Maria da Conceição, sempre no coração!
Mariana, minha filha, amor infinito da minha vida!
Jovita, minha mana Sinhá, doçura de maná!


AnaLu

domingo, 3 de março de 2019

O mito da referência: Enciclopédia Barsa

Espanto e curiosidade foi o que demonstrou aquele estudante de TI, nativo digital, integrante da Geração Z, ou seja, que não viveu no mundo sem internet, ao olhar para a prateleira do alto da estante e perguntar: 

__ O que é aquilo?

De pronto respondi:
__ É a Enciclopédia Barsa. Melhor instrumento para pesquisa, tudo que tínhamos antes do advento da internet. 

Daí fui promovendo uma conversa sobre como era o contexto de pesquisa estudantil das gerações anteriores, e ele, admirado com tal realidade, pediu para ver a coleção e manuseá-la. Interessante foi a satisfação desse aluno nesse momento, admirando cada volume, qual se faz diante de algo novo, surpreendente, que nunca se viu.

Pois é, estamos falando do mito da referência bibliográfica. A coleção, hoje editada pelo Grupo Barsa Planeta, era uma espécie de versão brasileira e mais jovem da obra Enciclopédia Britânnica, quando foi lançada em 1964. Até aquele ano, só havia enciclopédias em inglês, francês e espanhol no mercado. Passando, a partir daí, ser item indispensável em qualquer biblioteca, pública ou privada, pois era fonte de referência segurança e confiável.
O que era para ser apenas uma versão traduzida se transformou em uma genuína enciclopédia brasileira, graças ao trabalho de Dorita Barret, filha de um dos donos da Britannica e que veio morar no Brasil na década de 50 com o marido, o diplomata brasileiro Alfredo de Almeida Sá. O nome Barsa é a união de BAR (de Barret) e SA (de Sá). (R7, 2018)