Como um objeto pode ter duas características tão antagônicas: solidez e fluidez, tanto no sentido físico como no sentido de atuação?
Os livros hoje têm a possibilidade de serem impressos ou digitais. As capas em alto relevo com texturas diferentes aguçam o tato, assim como os acessíveis, impressos em braille, representando a solidez, o que há fisicamente de concreto.
Já os livros audíveis exploram o som e são muito práticos, podem ser ouvidos enquanto se faz outra atividade, sem falar naqueles que estão nas nuvens, que podem ser requisitados e lidos a qualquer tempo, em qualquer smartfone. Vemos aí nestes casos, a fluidez da estrutura.
Afora essa parte mais física e estrutural, focando agora na atuação do livro, quantas vezes algo se tornou mais claro, evidente e concreto depois da leitura de um livro? E quantas vezes algum pensamento foi se adaptando continuamente, conforme as circunstâncias, até ganhar uma forma? Essas situações reforçam as características de solidez e fluidez em relação à atuação do livro, ao seu alcance enquanto conteúdo.
Portanto, aproveitar ao máximo o que há de concreto e fluido no livro em si e na sua leitura é conseguir viajar, transpor barreiras, conhecer algo novo, abstrair conhecimento, transformar-se e transformar a realidade, tudo isso por intermédio dos mais diferentes sentimentos e sensações, que nos beneficiam em vários aspectos.
Depois disso, pergunto: como passar sem a leitura de um livro, sem o que há de sólido e fluido em sua concepção e conteúdo?