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sábado, 16 de julho de 2011

Lugar de Kennedy é com Kennedy!

Circulou na quinta-feira última, 14 de julho, em diversos endereços na rede, a notícia "Família Kennedy avalia lugar de Robert na biblioteca presidencial".

O teor principal da matéria no Ultimosegundo.ig, que se repete na íntegra em vários sites, é:

"Parentes não sabem onde colocar 63 caixas de arquivos de Robert Kennedy, que foi senador e procurador geral dos EUA.
Conforme os arquivistas da Biblioteca Presidencial John F. Kennedy, em Boston, se preparam para tornar públicas 63 caixas de documentos e trabalhos de Robert F. Kennedy, os integrantes da sua família estão pensando sobre onde eles devem ser colocados e considerando mudá-los de local por acreditarem que a biblioteca presidencial não fez o suficiente para honrar o legado do irmão mais novo".

Faltou acrescentar à matéria algo que pudesse promover uma discussão de conteúdo em relação à temática científica que envolve a questão, se tivesse ocorrido, talvez o rumo das decisões fosse outro.. Temática? Mas, qual temática?

Por trás das questões familiar, social e política, há a questão científica. Em se tratando de arquivo, sabemos que devemos seguir os princípios da Ciência Arquivística (proveniência, organicidade, indivisibilidade, cumulatividade), pois, do contrário, o arquivo é descaracterizado, quebrando as interrelações entre os documentos, comprometendo a compreensão dos fatos. Os documentos de arquivo trazem a informação registrada, que foi produzida ou recebida por pessoas ou organizações, no decurso de suas atividades, sejam públicas ou privadas. Essas informações se acumulam em uma ordem natural e, somente dessa forma, mantendo a sua originalidade, é possível fazer a leitura, compreendê-las e estudá-las, com vistas à elucidação dos fatos.

Mesmo sem ter acesso a esses documentos, podemos concluir que registram detalhes da passagem pública do Senador na vida social e política dos Estados Unidos. Talvez, mesmo se pessoais, também façam parte de um contexto maior e, por isso, não podem ser isolados e encaminhados para custódia em outra instituição. Além do que, levando-se em conta a Família Kennedy, que em si já era um clã político, a atuação de Bob Kennedy no cenário estadudinense foi diretamente ligada a do seu irmão JFK. Bob era conselheiro do presidente daquele país, John F. Kennedy.


Essas 63 caixas não podem somente por elas mesmas contar uma história com sentido completo e, por outro lado, devem estar fazendo falta às demais já sob custódia da Biblioteca Presidencial, portanto, reunidas, irão compor um todo mais compreensível que, com certeza, contribuirá muito mais para a pesquisa e história do país. 

Vamos torcer para a reunião desse acervo, os pesquisadores e a Arquivística agradecem.

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