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sábado, 11 de junho de 2016

Duas portas, duas preciosidades!

O que duas portas fechadas há anos podem revelar depois de abertas? 



Direto do atelier de uma arte educadora pernambucana, pessoa muito querida, que já se elevou, exatamente de duas portas superiores de um armário estante, têm-se a revelação de um acervo rico, reunido ao longo de quase setenta anos, especializado em educação, pedagogia, arte, literatura, folclore, além de dois exemplares de quadrinhos, de autoria de Moacy Cirne.

Moacy Cirne, falecido em 2014, foi poeta, teórico da poesia, artista visual e professor e é considerado o maior estudioso brasileiro das histórias em quadrinhos. 

Por enquanto, vou me deleitando com essas duas preciosidades, mais adiante, quem sabe, novas descobertas.


Direto delas, extrai as seguintes passagens de puro contexto:
"A verdade é que não se pode ler uma estória quadrinizada como se lê um romance, uma obra plástica, uma gravação musical, uma peça de teatro, ou até mesmo uma fotonovela ou um filme. São expressões estéticas diferentes, ocupam espaços criativos diferentes, manipulam materiais orgânicos diferentes. Embora haja um denominador comum para a leitura que se preocupa com manifestações e discursos artísticos, existem leituras particulares para cada prática estética." (CIRNE, 1972, p. 15).
"O ruído dos quadrinhos, mais do que sonoro, é visual. Isto porque, diante do papel em branco, os desenhistas estão sempre à procura de novas expressões gráficas, e o efeito de um buum ou de um crash -- quando relacionado de modo conflitante com a imagem -- é, antes de mais nada, plástico." (CIRNE, 1971, p. 47).
Uma leitura diferente de tudo que já li.

CIRNE, Moacy. A Linguagem dos quadrinhos: o universo estrutural de Ziraldo e Maurício de Sousa. Petrópolis: Vozes, 1971.
______. Para ler os quadrinhos: da narrativa cinematográfica à narrativa quadrinizada. Petrópolis: Vozes, 1972.


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