Há mais de 5.500 anos, o povo sumério que viveu na Mesopotâmia, já se preocupava com os seus registros e os fazia por intermédio de pictogramas, primeiras formas da escrita, que representavam formas de mundo. Registravam-se as necessidades de administração (cobrança de impostos, transações comerciais, heranças, registro de patrimônio, tais como cabeças de gado, medidas de cereais, medidas de terras, etc.), além de receitas, cartas pessoais, rezas, histórias. Esses ícones eram cunhados em tabuletas de argila, daí o nome escrita cuneiforme, em que o objeto gravado expressava uma ideia. E se os registros tivessem o caráter permanente, as tabuletas eram cozidas em fornos, do contrário eram recicladas. Com elas não era mais necessário guardar tudo na memória, o povo conseguia deixar o legado para as gerações futuras e também com elas nasciam as figuras do escriba e do leitor. A informação estava ali, não exigindo a presença de quem as detinha, era só recuperar.
Hoje um tablet é um tipo de PC de mão, de extrema portabilidade, em formato de prancheta eletrônica, com tela tipo touch-screen, ou seja, sensível ao toque, que é o dispositivo de entrada principal para acionar funções, programas, aplicativos, vídeos, livros, fotos e muitos outros registros. É só tocar nos ícones para fazer a interface de operação e o mundo se abrir. Esses dispositivos situam-se entre smartphones e notebook, netbooks, um misto de cada um com algo a mais. É a febre tecnológica da atualidade, que está sendo chamada por especialistas de "quarta tela" e pode ser utilizada para estudo, negócios, entretenimento ou, simplesmente, para se obter informação.
Mas, estamos falando de duas épocas tão distantes, de objetos tão diferentes, de contextos tão diferentes! Onde encontrar semelhanças, quando as diferenças são tão aparentes?
Tabuletas são de argila, de maior espessura, com superfície áspera e são muito pesadas em relação ao seu tamanho. Já os tablets utilizam materiais leves como o alumínio e a tecnologia de silício, têm superfície lisa de cristal líquido, espessura bem fina e são levíssimos.
É que as semelhanças são intrínsecas ao uso, senão vejamos.
Em ambos são efetuados e recuperados registros, os quais interagem com o usuário por intermédio de ícones, que representam alternativas de informação. A guarda desses registros pode ser temporária ou mais prolongada, dependendo da necessidade e eles podem ser acessados a qualquer momento.
Preservados e respeitados os respectivos contextos, amante da história como sou e fazendo a leitura das imagens abaixo, eu diria que os tablets voltaram, que resurgiram de 3.500 anos A.C, evoluiram com uma nova roupagem e performance, para a alegria de todos nós, que amamos tecnologia, portabilidade, comodidade e, sobretudo, informação.
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