domingo, 28 de fevereiro de 2010

Lar doce lar


Na minha opinião, domingo não é domingo se não tiver um momento em casa, em família. São inúmeras as atividades que tenho para fazer neste dia, desde a simples aguação do jardim, até aquela comidinha diferente, com um toque especial, nada de requinte, só mesmo uma pitada de amor. É o dia em que posso me dedicar aos estudos descompromissados, leituras, pesquisas na internet, tarefas caseiras pendentes e é o dia também em que as idéias inovadoras fluem com maior facilidade, pois estou mais tranquila, sem compromissos de horários e de obrigações do trabalho. É o momento do ócio criativo, de que Domenico De Masi fala em seu livro, tão rico e prazeroso que chega a ser produtivo em todos os sentidos. Já fui recompensada com ótimas idéias nesses momentos, algumas que resultaram em projetos implementados, sejam eles domésticos ou profissionais. Nada mais interessante e adequado para esse nascedouro de idéias do que esse contexto em que faço a leitura agora: uma varanda, uma rede, um cão, um livro..., um laptop..., um lar doce lar -- o meu lar.

Nossa Senhora única e de tantos nomes!


Outro dia minha mãe, pedagoga, arte-educadora, mulher estudiosa da Bíblia, formada também em Ciências Religiosas, contou-me acerca de uma explicação simples que sua irmã, que também fora catequista, dera a uma pessoa que não compreendia os diversos nomes atribuídos a Nossa Senhora. A pessoa perguntava mais ou menos assim:

- São muitas Nossas Senhoras, como é isso?

Minha tia Olga dissera a essa pessoa:

- Da mesma forma que as pessoas lhe conhecem e lhe chamam de diversas formas, como por exemplo: para o seu marido você é esposa, para a sua empregada você é a patroa, para o seu filho você é a mãe, para o padeiro você é a freguesa, para os seus sobrinhos você é a tia... e assim por diante, Nossa Senhora é conhecida de diversas formas, N. S. do Carmo, N. S. de Fátima, N. S. das Dores, N. S. da AssunçãoN. S. das Graças, N. S. de Lourdes..., dependendo dos locais e do contexto de suas aparições, de acordo com a leitura que cada fiel fez no momento.

Minha mãe aproveitou as sábias palavras de minha tia para repassá-las a uma amiga que também não entendia esse mistério.

Uma explicação digna de ser lembrada pela sua sabedoria e simplicidade, que achei por demais interessante e corri para postar pois a sua essência é o carro chefe desse blog.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um dos 29 segredos de Jack Welch

"A arte do gerenciamento e da liderança resume-se a algo bem simples: descobrir e encarar a realidade no que diz respeito a pessoas, situações e produtos, para depois agir decisiva e rapidamente sobre essa realidade."
Encontrei nessa fala dos arquivos de Jack Welch fundamento para o tema que venho postando nesse blog. No meu contexto, compreendo que primeiro se faz a leitura do contexto e depois se age conforme esse contexto. A questão da ação decisiva e rápida é por conta do mercado competitivo. O autor, um dos CEO mais admirados e consagrados da história empresarial, enfoca a questão da liderança e da concorrência no seu livro e eu tive a oportunidade de fazer a sua leitura.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

No meu jardim II


Hoje não foi preciso aguar as plantas, pois choveu bastante à noite, uma pena! Pois é um momento de relax que curto muito, até porque em seguida eles chegam... Quem? os pássaros, dos quais já falei na postagem anterior. Aproveitam para se banhar nas gotículas que permanecem nas folhagens, ficam a esvoaçar e a bater as asas, para depois, com o bico, limparem a plumagem. Pois é... mas a vez agora é das flores que também habitam meu jardim e embelezam de forma simples e exuberante, dependendo do contexto. Acima, algumas delas, estou a esperar que floreça o antúrio e mais outras que não me ocorrem os nomes no momento.

Do serviço para o estar


Estou a admirar a minha própria arte. Uma estante velha e enferrujada saiu da área de serviço e está habitando agora o estar superior. Nada como uma pintura de esmalte sintético marrom, 6 metros de grega e laterais em compensado sucupira para dar um toque especial e refinado. Uma nova leitura faço agora dessa estante, não mais aquela peça sem atrativo e até sem valor. No seu novo contexto há requinte e arte.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Amiga do Banco

Na sexta-feira última, véspera de Carnaval, fui obrigada a ir a um banco sacar meu salário, na "boca do caixa" pela falta do cartão salário (até então era depositado em outro estebelecimento). Lugar de pessoas conhecidas, velhas colegas de trabalho de outros tempos, de outro banco, de outro contexto. Banco para o qual me dediquei por 15 anos. Hoje dele restou apenas o "B" inicial, pois o espaço de outrora, reformado e transformado, sinalizado com os novos padrões, com a nova marca, reflete apenas a frieza do mundo monetário e a distância que deve permanecer entre funcionários e clientes, com presença nemhuma. Das que encontrei, nenhuma se interessou pelo meu problema, pelo contrário, distância... e olha que tinha gerente pelo meio! Mas, eis que de lá de fora, do local mais desumano, pois é povoado de máquinas do tipo cash de auto-atendimento, surge no meio daquela azáfama de tarde, uma pessoa tão sorridente e tão tranquila, uma colega, por que não dizer uma amiga, para primeiro me comprimentar e depois me prestar ajuda. Na sua jaqueta de trabalho o estigma da ajuda. Terá sido esse o motivo? Claro que não, ela o fez profissionalmente, mas, sobretudo humanamente, ou melhor, amigavelmente. A amiga resolveu meu problema, dos prováveis 60 minutos que passaria naquela instituição, enfrentando uma fila quilométrica de 7 sete voltas, apenas 10 foram suficientes. Diante da leitura dos fatos só posso concluir que apesar do contexto ter mudado, amiga de verdade é essa que permanece como tal.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Pesquisa Científica


Resumo da minha monografia "Velho arquivista": elo perdido da memória arquivística organizacional, apresentada para obtenção do título de Especialista em Pesquisa Científica, pela Universidade Estadual do Ceará, em janeiro/2009, com conceito satisfatório.

Orientador: Prof. Dr. José Clerton de Oliveira Martins 
Banca: Profª. Drª. Mônica Façanha Farias e Profª. Drª. Virgínia Bentes Pinto




RESUMO
A pesquisa “Velho arquivista”: elo perdido da memória arquivística organizacional procurou investigar como se dá o resgate da memória arquivística organizacional a partir das ações do “velho arquivista”. Buscou-se nas organizações o espaço da pesquisa e nos arquivos o lugar onde atua a figura dos seus sujeitos, no caso, o “velho arquivista”. O trabalho propõe a interdisciplinaridade da Administração com a Arquivística, adentrando-se na Cultura Organizacional e em suas variáveis, que propiciam estabelecer estereótipos para os membros dos grupos, culminando no personagem da pesquisa. A pesquisa teve natureza descritiva qualitativa e utilizou como instrumento de coleta de dados a entrevista semi-estruturada, com aporte da  observação simples e da análise do ambiente, levando a inferir que o arquivo é lugar de memória e o “velho arquivista” é agente promotor da memória arquivística organizacional, porque guarda, acessa, resgata e preserva, utilizando recursos muito peculiares a sua experiência acumulada, que vão de encontro aos princípios e as técnicas da Arquivística, mesmo que de forma alegórica e singular.  Verificou-se que a cultura organizacional das empresas pesquisadas tende para a variável de sentimentos, em que se percebeu a valorização sazonal do sujeito “velho arquivista” e a ausência tecnológica para transformar insumos em bens ou serviços.

Palavras-chave: arquivística; arquivos; cultura organizacional; estereótipo; memória arquivística organizacional; organizações.

Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/82867655/Velho-arquivista-elo-perdido-da-memoria-arquivistica-organizacional

sábado, 13 de fevereiro de 2010

No meu jardim



Hoje estava a contemplar o meu jardim deitada numa rede amarela e percebi a presença de certos companheiros indesejados, certos mosquitinhos, que voavam e perturbavam a minha face, tirando o meu sossego. Mas logo percebi que, enquanto eu detestava aquela inquietude, habitantes do meu jardim adoravam aquela situação, lançando-se em mergulhos no ar para bicá-los e assim apreciar um cardápio variado, propício de uma entardecer que prometia chuva. Deparei-me com bem-te-vis, rouxinóis, beija-flores, bicos-de lacre, andorinhas, sanhaçus, rolinhas caldo de feijão, sebites e lavandeiras, claro, além dos pardáis, frequentadores assíduos, inclusive com direito a moradia fixa. Apesar do tempo ter ficado úmido, do ensaio de chuva, ela não veio, mas foi o suficiente para tamanho espetáculo, ao ponto de descerem no gramado e passearem livremente, uns misturandos-se com os outros, sem qualquer discriminação. Alguns preferiram ficar ao alto nos arbustos ou mesmo na grade do muro e fios da rede pública próximos. Flagrei a delicadeza do rouxinol com seu andar saltitante e nativo dar de encontro com o passear calmo e doméstico das rolinhas, habitantes de ninhos por todos os lados. O beija-flor tesoura azul escuro apenas fez a sua rotina habitual, sugando o nectar das lágrimas de Cristo. Amei tudo isso e dei graças a Deus pelos mosquitinhos. Descrevi essa maravilha para ressaltar a questão do contexto, de onde consigo fazer três leituras: na primeira, a minha inquietação, na segunda, o deleite dos pássaros e, na terceira, que posso dizer ser um contexto recriado a partir dos dois primeiros, a minha contemplação, dando margem ao esquecimento do que me tirava o sossego.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

"Pense no contexto" e "Faça por merecer"







Assistindo ontem ao filme "O resgate do soldado Ryan", me dei conta de um trecho em que o Ryan, afastado da família há dois anos em combate, diz não lembrar mais dos rostos dos seus irmãos mortos no front e o Capitão John Miller, interpretado por Tom Hanks dialoga com ele dando-lhe a fórmula para relembrar: "pense no contexto". Foi então que, no meio a tanta melancolia e tristeza, o jovem soldado, sem se dar conta, inicia uma narração de passagem em família, envolvendo seus irmãos com tamanha felicidade em situação totalmente adversa ao momento. Com certeza, nesse instante ele teve a lembrança dos seus rostos. Mais adiante, no confronto final do filme, o Capitão é atingido e, vendo o desespero do rapaz pelo peso da responsabilidade por ele ser o motivo de sua missão, diz: "Faça por merecer, Ryan". E ele o fez, vivendo dignamente em família. São duas passagens do filme que identificamos o poder da leitura e do contexto.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Família reunida

Domingo é dia de reuniar toda a família. A semana, incluindo-se o sábado, é por demais atribulada para que se consiga esse feito, claro que me refiro à totalidade dos membros. Fazendo a leitura desse momento, vejo minha cara metade, seguindo meu exemplo, navegando e fazendo seus escritos, os rebentos a discutirem amistosamente qual filme é o da vez. Há gostos bem diferenciados, mas sei que chegarão a um concenso sem maiores problemas. Enfim, esse é o dia da minha predileção, mesmo que ao cair da tarde venha aquela agústia, ou sei lá o que, natural do encerramento de mais um fim-de-semana. O bom é que sabemos que num piscar de olhos estaremos novamente nesse mesmo dia da semana, claro num novo contexto, em que as ações podem ser diferentes e eu estarei a fazer uma nova leitura.

Encontro matinal

Hoje estou com minha mãe poetiza a selecionar e organizar suas poesias para futura publicação. Suas poesias são bem contextualizadas, representam momentos vividos, experiências pessoais, pontos de vista e outras formas diversificadas.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Poesia: Verdadeira união

Verdadeira união


Mario e Ana,

A chuva cai,

Penetra no chão,

Infiltra-se

Por milhares de grãos.

A chuva que caiu dispersa

Depressa

Encontra-se

Longe da vista

De todos,

Quase na profundeza

Da terra.

Dá-se a união.

Nasce o lençol d'água,

Que vem à superfície

Em formas diversas,

Fonte,

Rio,

Riacho,

Que depois sobe

Pela evaporação.

Forma nuvens,

Que depois

Caem no chão...

Assim á a sequência

Da verdadeira

União.
28/01/1981

Poesia de minha mãe Maria da Conceição Farias, concebida em 28/01/1981, dois dias depois do meu casamento.
Ocorreu-me de buscar esse escrito em função dos 30 anos de casamento de minha irmã, momento comemorado em família, em que foi lida, com excelente impostação e firmeza de voz de minha mãe, a poesia que ela também fizera para o casal nubente.
No próximo ano também chegaremos lá!