- Pioneirismo científico: Essa carteira pertence a uma fase em que o Brasil estava se modernizando, abandonando métodos rudimentares de identificação (como o "assinalamento sucinto" ou o Bertillonage) e adotando a Datiloscopia (identificação por impressões digitais), desenvolvida por Juan Vucetich. Essa ciência permitiu, pela primeira vez na história, uma forma precisa e inequívoca de individualizar cada pessoa;
- A Era das impressões digitais: O documento é um testemunho da transição para um sistema onde a identidade de um cidadão passou a ser gravada nos sulcos de seus próprios dedos. Ele simboliza a busca por ordem e segurança em um país que crescia e precisava registrar de forma permanente sua população.
Espaço para registrar ações, fatos, escolhas e decisões do cotidiano, que, para serem compreendidas, dependem da leitura que se faz e do contexto em que se vive, na Biblioteconomia, na Arquivologia, na natureza, na família e no dia a dia.
quinta-feira, 9 de outubro de 2025
A Narrativa dos documentos antigos
sábado, 4 de maio de 2024
DNA Arquivístico
Muitos acham que para tratar tecnicamente um arquivo há uma receita de bolo, algo pronto que é aplicado a todos os arquivos. Ledo engano!
Cada projeto é único, mesmo em se tratando do mesmo segmento de atividade. Cada cliente tem o seu contexto, a sua realidade, decorrentes do modus operandi do desenvolvimento de suas atividades. Uma espécie de DNA arquivístico.
Imagem gerada por IA
Portanto, para se iniciar um projeto arquivístico e tê-lo como bem sucedido, há de se ter, a priori, uma interação muito intensa com o cliente, entendendo a sua estrutura organizacional, a sua atividade fim, os seus propósitos, para, em seguida, conversar com os produtores dos documentos.
Essa conversa deve ser bem detalhada, passando, inclusive pelo processo da geração dos documentos, distribuição, tramitação, até chegar ao arquivamento. Por vezes é necessário desenhar esse fluxo para um melhor entendimento, porque o documento pode ser gerado em uma área, passar por outra e ser destinado a outra.
É fundamental entender todo o contexto da geração documental, sua proveniência e suas conexões por toda a organização, só assim é possível fazer a gestão documental, tendo o olhar para o documento desde a sua gênese até a sua destinação final.
Somente após toda essa carimpagem de informações e depois de conhecer o DNA arquivístico da organização, é possível construir os instrumentos arquivisticos específicos para o cliente em questão.
Essa é a minha experiência, mas também não é uma receita de bolo, com certeza há outras maneiras executadas por outros profissionais que dão certo. A dica é não tentar aplicar a solução de um cliente para outro, porque cada um tem o seu DNA Arquivístico.
domingo, 26 de setembro de 2021
A Pontuação dos arquivos
Já sabemos que arquivos são pontuais em solucionar questões. Arquivos são provas documentais que podem se referir a uma contratação, um fechamento de negócio, um pagamento efetuado, um acontecimento, um crédito liberado, um compromisso assumido ou quaisquer fatos que ocorram em função do desenvolvimento de atividades e funções de uma pessoa, empresa, instituição ou governo. Com isso, concluímos que arquivos pontuam de forma positiva, pois elucidam e comprovam fatos, além de corroborar com a história.
Além desses dois aspectos de pontuação, neste post quero utilizar os sinais de pontuação da nossa gramática, para fazer um paralelo com os arquivos. É uma forma lúdica de considerá-los, envolvendo a teoria arquivística.
- exclamação, porque os sentimentos de surpresa, admiração, ordem, espanto, susto do dia a dia, dependem do contexto, tal como ocorre com os documentos de arquivos. Organicidade: "Relação natural entre documentos de um arquivo em decorrência das atividades da entidade produtora" (AN, 2005, p. 127);
- interrogação, porque sempre estamos pesquisando, buscando algo, perguntando, tirando dúvidas em relação à informação arquivística desejada. Indexação: "Processo pelo qual documentos ou informações são representados por termos, palavras- chave ou descritores, propiciando a recuperação da informação" (AN, 2005, p. 107);
- ponto final: porque da mesma forma que se encerra uma frase em um texto, se encerra um fundo arquivístico. Fundo fechado: "Fundo que não recebe acréscimos de documentos em função de a entidade produtora não se encontrar mais em atividade" (AN, 2005, p. 98);
- reticências, porque os arquivos se perpetuam junto às gerações vindouras. Arquivo permanente: "Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor" (AN, p. 34);
- dois pontos, porque temos sempre algo a especificar em um fundo arquivístico. Descrição: "Conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa" (AN, 2005, p. 67);
- ponto e vírgula e vírgula, porque sempre tem algum documento de arquivo que pode complementar o outro. Apenso: "Documento ou processo juntado a processo sem, contudo, passar a integrá-lo" (AN, 2005, p. 24);
- aspas e travessão, porque é dos arquivos que afloram os recortes, os fatos, as falas, que precisam de aspas para garantir a autoria e travessão para "ouví-las", garantindo, assim, a procedência da fonte. Proveniência: "Termo que serve para indicar a entidade coletiva, pessoa ou família produtora de arquivo" (AN, 2005, p. 140);
- parênteses, porque sempre precisamos explicar algo de forma mais detalhada, tal como ocorre nos arquivos, que contribuem fazendo aditamento a um documento para esclarecimentos. Aditamento: "Informação acrescentada a um documento para alterá-lo, explicando ou corrigindo seu conteúdo" (AN, 2005, p. 21).
ARQUIVO NACIONAL (Brasil). Dicionário brasileiro de terminologia arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005. Publicações Técnicas, 51. Disponível em: http://www.arquivonacional.gov.br/images/pdf/Dicion_Term_Arquiv.pdf. Acesso em: 26 set. 2021.
domingo, 29 de agosto de 2021
Documento eletrônico e documento digital, afinal, qual é a diferença?
Documento eletrônico e documento digital, já fez confusão com esses dois conceitos? É normal, por vezes passam despercebidos e achamos se tratarem da mesma coisa. Consultando o Dicionário brasileiro de terminologia arquivística, podemos esclarecer a respeito.
Documento digital: Documento codificado em dígitos binários, acessível por meio de sistema computacional.Documento eletrônico: Gênero documental integrado por documentos em meio eletrônico ou somente acessíveis por equipamentos eletrônicos, como cartões perfurados, disquetes e documentos digitais.
domingo, 4 de julho de 2021
Arquivo pessoal: registro histórico de 90 anos
As pessoas costumam guardar documentos ao longo de suas vidas. Esses documentos são testemunhos da vida, das relações interpessoais e/ou profissionais, que se acumulam e são mantidos, muitas vezes passados de uma geração para outra. Denominados de arquivos pessoais porque evidenciam a organicidade das atividades da pessoa a que pertencem, ou seja, vínculos inerentes aos registros do fundo a que pertencem. Esses arquivos revelam não somente os fatos da época, mas sobretudo todo um contexto que permeia os fatos, a partir da leitura que se faz.
Mantido por uma tia minha junto a tantos outros documentos da família, um cartão postal, datado de Junho de 1930, traz em seu verso a mensagem de uma prima de minha avó, Jovita Lucena Cavalcanti, enviando votos de parabéns pelo nascimento da minha mãe, "a mimosa Maria da Conceição", como foi carinhosamente chamada pela remetente Maria Olympia.
Tempo do romantismo das correspondências postais, comuns e rotineiras, que tanto alegravam a quem as recebia, possibilitando uma interação contínua, indo e vindo.
terça-feira, 9 de junho de 2020
A Unicidade do documento arquivistico
Uma das características mais fortes e peculiares do documento arquivistico é a unicidade, ou seja, cada documento de arquivo é único dentro do contexto de sua produção: “não obstante forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter único, em função do contexto em que foram produzidos”. (BELLOTTO, 2002, p. 21). Essa característica fala muito da Arquivística, porque remete ao desenvolvimento das atividades da entidade.
Uma atividade nunca se repete de forma igual, mesmo sendo a mesma, ela é executada em momentos diferentes, sob diferentes condições e com dados específicos. É ela que leva o documento arquivístico a ter essa característica.
E hoje, Dia Internacional dos Arquivos, nada mais justo que ressaltar essa característica, principalmente agora nesse período de pandemia, haja vista todo o legado de registros documentais que ficará para a posteridade.
Leis, resoluções, orçamentos extras, protocolos sanitários, estratégias de vendas, mudanças de missão, planos de ação, e tantos outros documentos governamentais e empresariais elaborados para conter a pandemia, manter as empresas em funcionamento, abrir e retomar atividades, etc.
Esses registros estão nos mais diferentes suportes, sejam eletrônicos, físicos, imagéticos, e representam cada ação e decisão única, registrada e documentada em documento único, em documento arquivístico.
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BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivística: objeto, princípios e rumos. São Paulo: Associação dos Arquivistas de São Paulo, 2002.
sábado, 25 de janeiro de 2020
Representação escolar da Infância
E eu, na minha pequena compreensão, sem noção de tempo e de como seria o amanhã, achava o conteúdo daquela fala improvável de ser realizado.
sexta-feira, 30 de novembro de 2018
Arquivo em foco
Muitos enfoques abordados dentro da Arquivologia, dentre eles, as funções do arquivo, para conhecimento e conscientização de todos.
sábado, 27 de outubro de 2018
Encontro de Arquivos Públicos e Privados
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Arquivista, ele é o cara!
sábado, 9 de junho de 2018
Gestão disso, gestão daquilo, por que não a Gestão Documental?
Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
Art. 18. Em cada órgão e entidade da Administração Pública Federal será constituída comissão permanente de avaliação de documentos, que terá a responsabilidade de orientar e realizar o processo de análise, avaliação e seleção da documentação produzida e acumulada no seu âmbito de atuação, tendo em vista a identificação dos documentos para guarda permanente e a eliminação dos destituídos de valor.
- Que espécie de documento é esse?
- Qual é a sua tipologia?
- Qual é a sua finalidade?
- A qual atividades/área ele pertence. Quem o produziu?
- Quantos volumes/metros lineares são produzidos desse documento por um determinado tempo?
- Quantas vias tem esse documento?
- O documento é físico ou eletrônico?
- Quais os elementos que o identificam de forma objetiva (indexação)?
- Quanto tempo de guarda (temporalidade) é necessário no arquivo corrente?
- Quanto tempo de guarda (temporalidade) é necessário no arquivo intermediário?
- Qual é a sua destinação depois desses prazos?
- Qual o nível e incidência de acesso a esse documento?
- Qual o valor que se reveste esse documento?
Gestão documental, a única saída para o sucesso empresarial!
domingo, 18 de março de 2018
Registros memoráveis da década de 60
Minha mãe me fez a entrega, ela, por sua fez, os recebeu do meu mano caçula Armando, de quem mais adiante vou falar, que os recolheu da minha Tia Nanita, irmã de minha mãe.
Interessante como esses registros são poderosos em resgatar aquilo que estava guardado lá no fundo da memória, talvez no inconsciente.
Recortes do tempo congelados em um pedaço de papel há mais de 50 anos, que, se bem conservados, resistirão a mais 50 anos, quem sabe...
Ali, em certo dia, eu contava às minhas Tias Nanita, Olga e Carmela sobre o meu corte de cabelo, sobre a entrada do meu irmão Pedro no jardim II e o primeiro dente que arrancou. Mais tarde, levava a notícia sobre o meu excelente desempenho escolar, notas 10, sobre o carinho com o meu mano mais novo ainda nenê, sobre a nossa casa que nosso pai projetou e construiu e outras coisinhas mais da mente inocente e criativa de uma criança.
Daí, hoje, fazendo a leitura deles, eu volto a pensar nos registros documentais da Arquivística, o quanto são importantes para a posteridade, para fazer a leitura e desvendar fatos, entender o contexto da época e fazer inferências a respeito.
Vou guardá-los nos meus arquivos pessoais e mais, no fundo do coração, porque fazem parte de mim, do meu contexto, do meu passado, da construção da minha pessoa.
Arquivos: passado presente no futuro!
domingo, 27 de agosto de 2017
Arquivos empresariais: coração e vida dos stakeholders, todo cuidado é pouco!
- lavar as mãos no início e ao final do trabalho, pois, frequentemente, os dedos podem estar sujos de tinta, manchando o papel. A gordura natural existente nas mãos também danifica o documento ao longo do tempo.
- não manusear os documentos com as mãos molhadas ou úmidas, para não causar o mofo no papel.
- folhear os documentos sem amassá-los ou dobrá-los.
- ao consultar livros ou documentos, não apoiar as mãos e os cotovelos, manuseá-los sobre uma mesa.
- não rasgar o documento ou danificar capas e lombadas ao retirá-lo de uma pasta, caixa ou estante.
- não dobrar os documentos, o local que recebe a dobra, resulta em uma área frágil que se rompe e rasga facilmente.
- evitar o abuso de uso de clipes em contato direto com o papel, proteger os documentos com um pequeno pedaço de papel na área.
- não aplicar fitas adesivas sobre os documentos. A cola perde a aderência resultando em uma mancha escura de difícil remoção, atraindo insetos e roedores, além de adulterar a integridade do documento.
- usar fotocópia somente se necessário, o uso em demasia é prejudicial para a preservação do papel.
- as máquinas copiadoras operam com luz ultravioleta em grande intensidade, causando danos tanto ao papel, como à tinta do documento original, além do manuseio inadequado na operação, que pode ocasionar dobras e rasgos nos documentos e danificá-los.
sexta-feira, 9 de junho de 2017
Atualidade e posteridade
Uma vida, uma sentença,Uma conta, um extrato,
Uma história extensa apensa,
Um contrato firmado no ato,
Documentação de arquivo é intensa,
Cheia de fato, relato e retrato.
Memória do que foi vivido,
Do que foi registrado e documentado,
Memória daquilo que foi esquecido,
Do não lembrado, ignorado,
Arquivo corrente, intermediário e permanente,
Garantia para o que sai da mente.
Documento, prova de tudo que aconteceu,
Resultado de funções e atividades,
O que vendeu, comprou ou rendeu,
Ações, operações de muitas entidades,
Tudo escrito, lavrado e registrado,
Oportunidades, realidades e verdades.
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
Agulha em palheiro? Engana-se quem pensa assim!
terça-feira, 18 de outubro de 2016
VII CNA: Oficina Digitalização arquivística de documentos
Importante esse realce, porque as empresas têm contratado serviços de digitalização sem a condição do cumprimento total desses itens, pois, cada um deles depende inconteste do outro, para que o resultado esteja em níveis aceitáveis da Arquivologia.
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
VII CNA: Oficina Procedimentos de protocolo
A oficina foi realizada no auditório da Secult.
sábado, 10 de setembro de 2016
Compartilhando conhecimento
sexta-feira, 31 de julho de 2015
Aula inaugural "Especialização em Administração Estratégica de Arquivos"

Ressalto aqui, alguns pontos relevantes da aula, os quais fizeram parte das minhas anotações:
- O advento do 6º marco dos arquivos com a produção do documento eletrônico, requer aparato rigoroso para mantê-lo autêntico, em função da sua complexidade e especificidade;
- Arquivística pós-custodial que tem a informação como objeto;
- A necessidade premente do plano de classificação de documento para atender ao cidadão, em função da Lei de Acesso à Informação (LAI);
- Na LAI o acesso é regra; o sigilo é exceção;
- A LAI criou mecanismos para transformar a transparência ativa em passiva, objetivando o atendimento a cidadão, mas é preciso a sociedade cumprir seu papel, cobrando dos governos;
- Já existem sistemas de informações criados que podem ser utilizados, não precisa reinventar a roda;
- É preciso atentar para a preservação digital;
- No novo contexto, os arquivistas saem do nível técnico operacional de depósito, para o nível de profissionais de gestão;
- A academia não está acompanhando a pesquisa;
- Há muito mercado na área para ser explorado!


















































