domingo, 28 de junho de 2015

Rádio Debate: "A Importância dos arquivos para a preservação da memória"


Aconteceu em 12 de junho, o Rádio Debate da Rádio Universitária FM, apresentando "A Importância dos arquivos para a preservação da memória", quando tive a honra de participar, na companhia de Marcela Teixeira e Alailton Andrade, debatendo a respeito e divulgando a Associação dos Arquivistas do Ceará (ARQUIVE-CE), instituição recém fundada em Fortaleza.


O Programa foi ao ar em 12 de junho, com reprise no dia 15 de junho, cujo áudio está disponível aqui.

Debatedores:
  • Marcela Teixeira, presidente da Associação dos Arquivistas do Estado do Ceará (ARQUIVE-CE) e coordenadora do Memorial da UFC. Arquivista, bibliotecária, mestre em Políticas Públicas em Educação;
  • Ana Luiza Chaves, responsável técnica da MRH Gestão de Arquivos e Informações. Bibliotecária, especialista em Gestão de Arquivos Empresariais;
  • Alailton Andrade, assessor da “ASP: Assessoria, Contabilidade e Processamento”; bacharel em Direito, especialista em Perícia Criminal e Segurança Pública.

Apresentadora: Raquel Chaves



Produção: Raquel Chaves e Fátima Babini.





Um novo contexto da Arquivologia vem se consolidando de forma positiva no Ceará, a partir da ARQUIVE-CE, com o envolvimento e comprometimento de profissionais da área. A leitura que faço é de ganho para as empresas, instituições públicas, profissionais e para a sociedade em geral.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Escrita: realidade vivida, criação e recriação!


Lendo alguns trechos do Diálogo Fedro, de Platão, deparei-me com esse, que já foi citado por muitos autores, quando se reportam à história, à importância da escrita, em que há trocadilho muito complexo acerca dos registros, da memória, na conversa entre o Thoth (deus egípcio) e Thamuz (faraó egípcio).

Quando chegaram à escrita, disse Thoth: 

"Esta arte, caro rei, tornará os egípcios mais sábios e lhes fortalecerá a memória: portanto, com a escrita inventei um grande auxiliar para a memória e a sabedoria." 

Thamuz, cético, responde:

"Grande artista Thoth! Não é a mesma coisa inventar uma arte e julgar da utilidade ou prejuízo que advirá aos que a exercerem. Tu, como pai da escrita, esperas dela com o teu entusiasmo precisamente o contrário do que ela pode fazer. Tal coisa tornará os homens esquecidos, pois deixarão de cultivar a memória; confiando apenas nos livros escritos, só se lembrarão de um assunto exteriormente e por meio de sinais, e não em si mesmos. Logo, tu não inventaste um auxiliar para a memória, mas apenas para a recordação. Transmites aos teus alunos uma aparência de sabedoria, e não a verdade, pois eles recebem muitas informações sem instrução e se consideram homens de grande saber, embora sejam ignorantes na maior parte dos assuntos. Em consequência, serão desagradáveis companheiros, tornar-se-ão sábios imaginários ao invés de verdadeiros sábios." (PLATÃO, 2001, p. 119)

No contexto de Thamuz, a invenção da escrita não era lá uma grande invenção, uma vez que a oralidade reinava como o recurso fundamental para passar o conhecimento de geração em geração, de forma dinâmica, viva e absoluta. Para ele, a escrita era uma armadilha traiçoeira, algo inerte, apenas com aspecto exterior, que não transmitia a sabedoria, e que levaria os homens à preguiça, pois não se esforçariam mais para lembrar de algo, porque iriam sempre recorrer ao que já havia sido escrito, portanto, uma invenção apenas para a recordação, não para a memória.

O próprio Thoth que a inventara não imaginava e nem tinha ideia do seu potencial, para ele, a escrita seria apenas um auxílio à memória, para ajudar a não esquecer.

Ambos realmente estavam equivocados, pois não tinham ainda a capacidade de projetar a sua utilidade para o futuro, para admitirem a verdadeira importância da escrita e de todo o seu legado para a Humanidade, inclusive a sua dinamicidade, por intermédio da interpretação dos textos.

Com certeza essa invenção teria outra leitura se Thoth e Thamuz sobrevivessem aos tempos, presenciariam a sua riqueza e a sua grande utilidade.

E foi assim, com a invenção da escrita, que a pré-história dos registros foi ficando para trás... Com ela (a escrita) o homem escreveu histórias e poesias, anotou seus discursos, registrou o seu patrimônio e as cerimônias, emitiu recibos e notas de pagamentos, registrou todo conhecimento e tudo que acontecia. O homem passou a ter uma ferramenta para registrar os fatos a partir da realidade vivida e criar e recriar, a partir da sua imaginação.

Indo mais longe...

Foi com o acúmulo ou com a coleção de tudo isso, que se fizeram os arquivos e as bibliotecas, para salvaguardar o conhecimento para a posteridade!

PLATÃO. Fedro. São Paulo: Martin Claret, 2001.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Dela, para ela, no dia dela, um beijo nela

Uma flor é sempre uma flor,
quer nascida em rico jardim, quer nascida no lago, na campina.
Todas, primeiro botão;
depois desabrocham para a vida.





Autoria de Maria da Conceição Farias. 
Orgulhosamente, minha mãe, que faz hoje 85 anos de muita leitura de vida, no contexto do jardim, do lago e da campina florida.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

"Chamam-se livros"

Um lugar cujo acesso é proibido, porque ninguém deve conhecer todas as "verdades", apenas aquelas que reduzem as pessoas à padronização. 


Mas, uma porta se abriu, depois que ele conheceu o lugar e fez a leitura, nunca mais foi o mesmo.


Deparou-se com um vasto acervo de livros, os quais foram a ele apresentados.



E o guardiã de tudo isso é o doador, que usa memórias do passado para fornecer sabedoria aos anciãos, que conduzem a sociedade. 



Um mundo aparentemente ideal, porque as pessoas são poupadas do sofrimento, das guerras, das doenças, dos sentimentos em geral, até do amor, sendo apenas uma pessoa responsável por conhecer e armazenar todas as memórias e o conhecimento, para doar ao próximo receptor.

Viver em contexto de falsa realidade, desprovida de memórias e de sentimentos de qualquer natureza, é viver uma ilusão e isso conduzirá o receptor a fazer escolhas sobre a vida e o futuro.

Assista ao trailler

Se o filme é bom, imaginem o livro! Recomendo!

O Doador de Memórias, de Lois Lowry
Editora Arqueiro 


terça-feira, 9 de junho de 2015

"O Futuro tem um coração antigo": Dia Internacional dos Arquivos

Neste Dia Internacional dos Arquivos tomo a frase de Carlo Levi para ressaltar a importância dos arquivos, por fazerem parte de nossas vidas.

Em passagem à Oficina Brennand, deparei-me com ela em grande estilo, cravada na arte da cerâmica,  não hesitei em registrar o momento.


Painel cerâmico da Oficina Brennand


O que seria do futuro sem os registros do passado? Nesse ponto os arquivos estão presentes e são incisivos. 

Os registros do passado e do presente influenciam aqueles que ainda virão, tanto na vida em geral, como no contexto da Arquivística. Um lugar, uma cidade, uma pessoa, uma empresa são entidades produtoras de documentos durante o desenvolvimento de suas ações. São passagens de uma vida que vão se agregando de forma cumulativa, sem pretensão, é a natureza dos registros arquivísticos, que, se preservados, podem ser resgatados para contar a história.

Passado presente no futuro, futuro cheio de presente que já virou passado. Futuro que não se constitui do nada, herda passos do passado, se transforma, passa a ser o que vai ser e logo já vira passado. 

Sem os arquivos, tudo se perde, nada se conhece.

Para conhecer mais sobre a obra de Carlo Levi
Para conhecer mais sobre a obra de Francisco Brennand