quarta-feira, 19 de maio de 2010

Lembrança da infância



Coloquei os dois pés na infância, quando recebi da minha mãe no último domingo, a gravura em caneta nanquim desenhada pelo meu saudoso pai e, de imediato, fiz a leitura. Ocorreu-me a lembrança daquele instantâneo, retratado ao modo dele, conforme o contexto da época e ainda  estampado artesanalmente em uma camiseta branca, que usei e abusei por volta dos meus 5 ou 6 anos. Coisa de arquiteto, coisa de artista! A leitura que faço dessa gravura é de uma Ana moleca, a própria gravura revela e, como dizia minha Tia Carmela, também Bibliotecária, cheia de graça, uma criança feliz, que, juntamente com os irmãos, adorava todas aquelas novidades guardadas no escritório, construído especialmente no andar superior, tais como canetas e lápis diferentes, tintas e papéis de todos os tipos, sempre ofertados quando lá subíamos para bisbilhotar o que ele fazia. De quebra, ainda éramos contemplados no andar térreo com uma parede completa do terraço, para desenharmos ao bel-prazer com lápis cera, arrancando das pessoas que a casa visitavam, expressões admiradas com tamanha "irresponsabilidade".  E, voltando ao predicativo moleca, acrescento organizada, pois gostava de jogar paciência e classificava nas gavetas a roupa por categoria, cor e tamanho, já demonstrando a inclinação para a profissão.

Um comentário:

  1. Oi Ana!
    Que momento mágico esse que nos reporta ao passado. Principalmente quando esse passado foi feliz. Linda ilustração.
    Bjs

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