Espaço para registrar ações, fatos, escolhas e decisões do cotidiano, que, para serem compreendidas, dependem da leitura que se faz e do contexto em que se vive, na Biblioteconomia, na Arquivologia, na natureza, na família e no dia a dia.
sábado, 7 de novembro de 2020
Livro infantil O Cachorrinho Peri
sábado, 10 de outubro de 2020
Um corredor de memórias...
Tarde de sábado e um acervo de brinquedos a ser classificado em: lembrança da infância ou doação para crianças carentes.
Um corredor de memórias! São muitos brinquedos que fizeram parte da infância dos meus filhos e que estão ainda bem conservados, mesmo depois de passados mais de trinta anos.
Cai Não Cai, Imagem e Som, Casa da Barbie, Não Acorde o Dragão, Batalha Naval, Resta Um, Banco Imobiliário, Forte Apache, Monte Carlo, War, Ferrorama, estes são os mais conhecidos da época com títulos específicos, alguns ainda resistem aos dias de hoje no comércio, tais como os mais clássicos Xadrez, Damas, Palavras Cruzadas e Luto.
domingo, 19 de abril de 2020
Tapeçaria, pontos de alegria
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020
Meu primeiro livrinho de história
_ "Um dia apareceu um caçador. Bingo não viu o caçador, mas viu seu chapéu". Lembro-me, também, da viagem que fiz junto com Bingo pendurada aos balões coloridos, sobrevoando a cidade, sentindo o vento bater no rosto.
Além da lembrança da conquista da proficiência da leitura, o momento foi mágico, tanto pelo texto em si, como pelas imagens cheias de lembranças, que me fizeram transportar para a época, com direito a sensações sinestésicas de toda sorte.
Talvez hoje não fosse recomendado por não ser "politicamente correto", uma vez que Bingo sai do seu hábitat natural e vai parar em um jardim zoológico, apesar de na historinha ele ficar feliz da vida com a aventura da viagem.
Contextos a parte, o importante foi a leitura. O que um livro de história infantil proporciona a uma criança é por demais positivo e satisfatório ao seu desenvolvimento afetivo, social e cognitivo. Eu tive o privilégio de ter acesso aos livros muito cedo e com eles conquistei maravilhas.
sábado, 25 de janeiro de 2020
Representação escolar da Infância
E eu, na minha pequena compreensão, sem noção de tempo e de como seria o amanhã, achava o conteúdo daquela fala improvável de ser realizado.
sábado, 16 de novembro de 2019
Registros à moda antiga
domingo, 7 de abril de 2013
Memorial Arquiteto José Armando Farias, referência a meu pai
sábado, 8 de dezembro de 2012
Túnel do tempo: a Biblioteca do Banco do Estado do Ceará
Cenário: Biblioteca Geral do Banco do Estado do Ceará - BEC.
Antes de assumir a Chefia da Biblioteca Geral do Banco do Estado do Ceará - BEC, já se tentava algo mais consistente, mais dinâmico, afora o trivial que vinha sendo feito. Foi quando se idealizou a utilização do malote do Banco para levar os empréstimos de livros aos funcionários de todas as agências. A nova atividade teve ótima aceitação, e o Jornal BEC Informa noticiou em 07/11/1986.
Em seguida o empréstimo de livros foi estendido a todos os funcionários, não só aos da Direção Geral (como antes), mas, de toda a rede de agências, que, na época, contava com mais de 70 unidades, espalhadas pelo Interior do Estado e nas Cidades de Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
A comunidade Becista passou então a conhecer a importância de uma biblioteca e a usufruir dos seus serviços, que, inclusive, eram extensivos aos seus dependentes. Pesquisas escolares eram atendidas mediante a solicitação por telefone, utilizando-se as enciclopédias Barsa, Mirador, Conhecer e tantas outras existentes no acervo da época. Os verbetes eram fotocopiados e enviados também pelo malote para o funcionário solicitante. Também era rotina receber essa clientela nas dependências da Biblioteca, acompanhada de orientação, para que ela mesma fizesse as consultas de seu interesse.
Abusando das facilidades do malote do Banco, foi criado o "Sistema de Informação Corrente-SIC", em que, previamente, era enviada uma correspondência aos funcionários com as opções de assuntos a serem escolhidos, o que correspondia ao recebimento, via mala direta, de cópias de artigos veiculados nas revistas assinadas pela Biblioteca do Banco, fazendo com que a informação fosse compartilhada com todos. Uma espécie de disseminação seletiva da informação.
Marco interessante foi a aquisição do livro "Ascensão e queda das grandes potências", de Paul Kennedy, que mexeu com a Diretoria, depois da divulgação no BEC Informa. Afinal a compra fora totalmente revolucionária, saindo do contexto de até então, quando eram adquiridos livros visando sempre aplicá-los imediatamente em situações pontuais do Banco.
Sob o título "Biblioteca ganhou sua importância e parte para sua essencialidade", a matéria veiculada no BEC Informa nº 494, de 29.10.91, registrou o posicionamento do Chefe de Departamento de Organização (DEORG), antigo DEPLO, e as realizações da Biblioteca. A Biblioteca cresceu e foi parar no Departamento de Recursos Humanos (DERUM), no Centro Administrativo do Banco, bem juntinho do treinamento. Nesse contexto, subsidiava os livros para os alunos nos programas específicos de treinamento e desenvolvimento e até de pós-graduação, passando também a orientar a normalização dos trabalhos desses cursos.
Com a transferência para o Centro Administrativo, uma nova leitura, a Biblioteca, realmente passou a ser essencial e, frenquentemente, era notícia no Jornal BEC Informa...
Na edição especial de julho/1994, a BIBEC também foi notícia.
Foram dez anos de dedicação e crescimento profissional, de leitura e contexto. Saudades daquela rotina, saudades da Biblioteca, saudades dos colegas e usuários, saudades do Banco...
domingo, 4 de março de 2012
Raízes
Resgatar as raízes da família para contar a história e assim preservar a memória, é simplesmente maravilhoso!
domingo, 29 de janeiro de 2012
Uma escola à frente dos tempos
Ficha técnica
Nome: Escolinha O Cogumelo
Mas, voltando para O Cogumelo, uma das escolinhas de Fortaleza pioneiras nesse ramo, destacava-se pela forma diferente de tratar e ensinar as crianças, sempre utilizando a arte como recurso lúdico, para atingir o fim didático e pedagógico. Poesia, música, parlendas, desenhos, dança, expressão corporal, dramatização, recreação, teatro de fantoches, recorte e colagem, contação de história, tudo era instrumento de aprendizado para a vida e também para se chegar ao conhecimento formal, aquele que era exigido para a classe posterior, a Alfabetização.
Os brinquedos utilizados eram todos diferentes, nada de coisa pronta, fechada, tudo tinha que ter a participação e a criatividade da criança. Parquinho? Tinha sim, mas, todo projetado artesanalmente e artisticamente (a arquitetura e a pedagogia se uniam em corpo e alma), visando explorar a coordenação viso-motora -- ladeiras e degraus, para subir e descer; pontes, para passar e se equilibrar; pneus coloridos (aqui cabe ressaltar o pioneirismo absoluto), para fazer caminho de obstáculos; anéis de cacimba, para servir de casinha e abrigo; areia, muita areia de praia, para brincar e se sujar. Tampinhas, frascos vazios, pazinhas, baldes, muitos utensílios para brincar na areia. E as mães perguntavam: Tem parquinho? E eram mostrados esses brinquedos e elas se admiravam pela excentricidade. Algumas não entendiam e pelo menos um brinquedo tradicional deveria existir para "iludir" e não sair do esquema.
Os alunos, tão pequeninos! Alguns com questões para serem tratadas, que logo eram identificadas pela proximidade e atendimento individualizado dispensado a cada um. Nenhum era evidenciado ao ponto de colocar a criança na berlinda, em situação constrangedora, e sim compartilhado de forma anônima, como lições para a vida. Uma criança não sabia se defender, outra não conseguia se alimentar sozinha, uma se apavorava ao sujar a roupa ou as mãos, tinha uma com medo de ir ao banheiro, outra ainda que não sabia conviver em grupo... e tantas outras situações, que eram contornadas, corrigidas e superadas em sua totalidade, sempre em grupo, com a simples contação de uma história, com a elaboração de uma poesia específica ou por intermédio da expressividade em desenhos.
Desenhos livres que utilizavam vários tipos de lápis, tintas, papéis e suportes, que depois de prontos, eram narrados pelos alunos, uma forma de exercitar a leitura, a escrita, a expressividade e a comunicação oral . Para reuni-los, colecioná-los, nada de capa de trabalho pronta, pré-desenhada, só para colorir, as capas eram por demais trabalhadas, cada criança fazia a sua composição, conforme o motivo do contexto.
E falando em leitura, também existia uma biblioteca, dotada de livros apropriados para cada classe, Maternalzinho, Maternal I, Maternal II, Jardim I e Jardim II, todos os alunos já eram incentivados nessa atividade, inclusive em relação à concentração, ao comportamento, ao respeito aos livros e ao ambiente. É claro, que todos eles ainda não sabiam ler por palavras, entendendo e acessando os códigos silábicos e alfabéticos, o nosso léxico, mas, já liam as gravuras, entendiam a sequência da história e criavam também suas próprias histórias, a partir da interpretação particular que faziam, da leitura pelo olhar de cada um. E tudo isso gerava uma discussão sadia, em que uns falavam com os outros trocando ideias e pontos de vista, pois cada um criava o seu contexto.
Ecologia, amor e cuidado com a natureza, temas que só viriam a ser falados pelas autoridades governamentais já nos fins dos anos 80 e no colóquio diário da sociedade, somente no decorrer dos anos 90, eram praticados com naturalidade na Escolinha O Cogumelo. Ficar em silêncio e ouvir o barulho dos pássaros, abraçar uma árvore e sentir a sua fortaleza, usufruir de sua sombra e de seus frutos, colhidos na mão e depois saboreados, sentir o cheiro das folhas, flores e frutos. Plantar e regar um projeto de árvore, sim, era dessa forma que se passavam os ensinamentos, pois ela só se tornaria adulta ao ponto de oferecer tudo aquilo se fosse regada e cuidada.
Civismo e amor à pátria, com o respeito incondicional à bandeira do Brasil, ao Hino Nacional, às raízes brasileiras, era matéria diária no contexto das manhãs. O 7 de Setembro era comemorado com o desfile interno, todos com a farda impecável, com algum distintivo alusivo à pátria e conduzindo a bandeirinha do Brasil.
Questões de gênero eram representadas sem que isso fosse fortemente evidenciado, era apenas contextualizado e assim as crianças entendiam seus diferentes papéis sociais e os comportamentos relacionados aos homens e mulheres. A própria farda, idealizada para proteger o corpinho das crianças, já trazia essa ideia, quando se diferenciava na cor azul para os meninos e na vermelha para as meninas, sem que houvesse o tal machismo, pois as meninas tudo podiam em relação aos meninos e estes respeitavam a ideia depois de recebidas as orientações.
- Tia, mulher pode dirigir caminhão?
- Pode sim, ela tem mão, tem pé e tem cabeça para pensar.
- E jogar futebol?
- Também pode, ela sabe correr e chutar.
Igualdade social e de raça, as lições eram passadas sutilmente, de forma bem leve, por intermédio de poesia, de música.
Falando em comer, a hora da merenda era uma festa. Cada um saboreava o que sua mãe havia incluído na merendeira e se alguém não gostasse, era dado um incentivo, todos se envolviam naturalmente com aquele problema, que daqui a pouco já virava solução. Também havia os biscoitos mágicos da Escola (biscoitos comuns), que eram oferecidos em momentos especiais e todos adoravam incondicionalmente, e as mães queriam saber onde comprar tais biscoitos maravilhosos de tão comentados em casa pelas crianças.
Via-se o crescimento de todos eles em todos os sentidos, amadureciam, superavam limitações, aprendiam os conhecimentos repassados, tiravam suas conclusões e davam conta das lições necessárias para cumprir o currículo. Quanta alegria, quando chegava o dia da festa do a - e - i - o - u! Era a formatura da Escola, os alunos tinham que seguir o rumo da vida, a Escolinha O Cogumelo já dera sua contribuição.
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
Todos os que se formavam e deixavam a Escola eram submetidos aos testes seletivos dos outros colégios e sempre obtinham êxito e até a admiração, pois sempre era perguntado: Qual era a escola que ele(a) estudou?
E hoje, mais alegria ao ver um ex-aluno bater à porta da casa que abrigou por mais de 20 anos a Escolinha O Cogumelo! Ou, que satisfação ao encontrar no shopping aquela criança já crescida, um jovem bem formado, e ouvir gritar o nome da tia tão querida:
Pois é... eu que acompanhei e participei de tudo isso, que vi os frutos, que vi o resultado, me orgulho dessa obra, principalmente porque vejo tanta coisa acontecendo, sendo praticada somente de uns tempos para cá e eu fico a pensar... minha mãe já fazia tudo isso muito antes e com muita propriedade. Daí também me emociono ao ver um deles chamando e perguntando:
- Tia Ana! Lembra de mim?
Naquele contexto, eu nos meus 13 a 18 anos, se fizermos nova leitura, estava mais para colegas deles do que para tia, acho que também por isso a receita deu certo.
Bons tempos aqueles...