O hábito pela leitura habita de forma insistente no cotidiano do leitor. É algo tão automático que pode não haver escolhas. É, às vezes, o contexto, a obrigação habitual de ter que ler, de cumprir alguma tarefa que exige a leitura prévia ou simplesmente porque está ali a sua frente e lhe chamou a atenção. Podemos estar falando aqui de um procedimento, de um jornal, pois temos que ficar informados de tudo que se passa ao nosso redor, dos apelos de um outdoor, daquele livro que compramos por impulso, o qual iniciamos a leitura e agora temos que terminar ou ainda daquela lei ou norma que é fundamental para o exercício de uma tarefa.
Bibliotecários e arquivistas sabem muito bem do que estou falando. Não que em outras profissões essa necessidade não exista, mas naquelas funções o ato de ler é fundamental, lê-se tudo que se recebe, é necessário ler para de alguma forma fazer com que essa leitura chegue de forma direta e enxuta ao leitor/pesquisador, não na íntegra, é claro, mas, em formato de palavras-chave, descritores, indexadores, que traduzem essa leitura. Portanto, neste caso, existe o hábito obrigatório, mas, dentre essas leituras, tem aquela que chamou mais atenção, fazendo com que se demorasse mais nela, ultrapassando os limites da leitura técnica e até tomando o tempo que deveria ser dispensado as outras leituras ainda por vir.
Importante essa ressalva para se adentrar no outro aspecto dessa postagem, o gosto pela leitura. Este faz com que o leitor faça escolhas, tenha preferências e só leia de fato o que goste. Ele gosta de ler, mas de forma seletiva e até esporádica. Mas, de tanto ler suas escolhas ele pode passar a ter esse hábito, então aí teremos o gosto e o hábito pela leitura.
E fazendo a leitura de tudo isso, tentando explicar melhor, utilizando a matemática para simplificar o complicado e entender melhor esse contexto, temos: o conjunto de leitores habituais, o conjunto de leitores por satisfação, sendo a interseção de ambos, ou seja, quem simultaneamente tem o hábito de ler e gosta de ler, na minha concepção, o verdadeiro leitor!
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