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terça-feira, 14 de outubro de 2025

Normalizar para depois normatizar


14 de outubro é o Dia Mundial da NormalizaçãoJá pensou em um mundo sem normas? Seria um caos generalizado.

Um mundo sem normas de padronização seria caótico e ineficiente, com o colapso do comércio, da tecnologia e da segurança e tanto outros segmentos de demandas da sociedade. Sem padronização, o transporte seria prejudicado, a internet e sistemas de comunicação falhariam, a qualidade dos produtos e serviços seria inconsistente, além do aumento dos custos que seria generalizado devido às ineficiências, aos retrabalhos e à falta de controle. A vida cotidiana seria afetada pela impossibilidade de compatibilidade de produtos e pela falta de segurança. Imaginem como seria a vida sem as sinalizações padronizadas, sem os acessos para pessoas com deficiência, uma verdadeira confusão e insegurança.

A seguir trago alguns exemplos dos segmentos já falados acima, de como seria o mundo sem padronização.

Transporte: A comunicação e o controle do trânsito de carros, do tráfego aéreo seriam impossíveis, e tanto o comércio nacional como o comércio internacional seriam severamente afetados sem as regras que os definissem.

Tecnologia: A internet e sistemas de comunicação (bancos, serviços médicos, indústrias, etc.) parariam de funcionar, pois não haveria compatibilidade entre diferentes tecnologias.

Economia: O aumento de custos seria generalizado devido às inconsistências, aos retrabalhos que fatalmente teriam que ocorrer, à necessidade de adaptações constantes e à falta de controle sobre os processos.

Qualidade: A qualidade de produtos e serviços seria altamente variável, dependendo do produtor ou prestador de serviço, levando à insatisfação do cliente e à perda de vendas.

Segurança e acessibilidade: A falta de normas de segurança no trabalho aumentaria acidentes e lesões, enquanto a falta de padronização em acessos dificultaria a mobilidade de pessoas com deficiência.

Controle e gestão: Seria extremamente difícil identificar e corrigir problemas, delegar tarefas e garantir que os colaboradores soubessem o que fazer, levando à desmotivação e à falta de produtividade.

Na academia/ciência: teríamos dificuldade com a falta de um padrão para formatação de trabalhos acadêmicos, pois tornaria a leitura e a comparação de pesquisas muito mais difíceis e subjetivas. A credibilidade desses trabalhos seria comprometida, dificultando a atribuição correta de direitos autorais e a identificação de plágio. Também ocorreria desorganização com a falta de um padrão de organização de conteúdo, dificultando o aprimoramento das habilidades de escrita e a recuperação de informações.

A entidade brasileira encarregada da normalização técnica é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), uma organização privada sem fins lucrativos reconhecida pelo governo. Ela é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (ABNT NBR) e atua como o Foro Nacional de Normalização.


Trazendo alguns trechos do site da ABNT, temos os conceitos a seguir em relação à normalização e à norma.
Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto. Consiste, em particular, na elaboração, difusão e implementação das Normas.

A normalização é, assim, o processo de formulação e aplicação de regras para a solução ou prevenção de problemas, com a cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a promoção da economia global. No estabelecimento dessas regras recorre-se à tecnologia como o instrumento para estabelecer, de forma objetiva e neutra, as condições que possibilitem que o produto, projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço atendam às finalidades a que se destinam, sem se esquecer dos aspectos de segurança.

Norma é o documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. 
Portanto, voltando ao título que parece um trocadilho, primeiro normalizar, para depois normatizar, ou seja, aplicar as normas estabelecidas.

quarta-feira, 19 de março de 2025

Indexação: sem ruído, sem silêncio

Qual bibliotecário ainda não trabalhou com indexação? Com certeza, nenhum se privou dessa atividade, que faz parte do tratamento temático da informação, imprescindível no nosso dia a dia. Desempenhamos essa atividade tanto na catalogação por assunto, como em sistemas de informação produtores de bases de dados, em que o detalhamento é maior.

A ABNT traz na NBR 12.676:1992 a seguinte definição: “Ato de identificar e descrever o conteúdo de um documento com termos representativos dos seus assuntos e que constituem uma linguagem de indexação.”

Robredo (2005, p.165) enfoca o caráter singular da interpretação: “A indexação consiste em indicar o conteúdo temático de uma unidade de informação, mediante a atribuição de um ou mais termos (ou códigos) ao documento, de forma a caracterizá-lo de forma unívoca”.

O assunto é complexo, muitos autores discorrem a respeito. Nessa oportunidade, queremos apenas chamar a atenção: todo cuidado é pouco para não gerar ruídos ou silêncios! Estes se referem aos itens existentes no acervo, que não foram recuperados por ocasião de uma busca, e aqueles, aos itens recuperados, mas, não pertinentes à questão elaborada.


Para evitar ruídos e silêncios, devemos, a priori, atentar para os interesses da comunidade de usuários, ser imparcial, atentar para o grau de exaustividade e especificidade necessário e cumprir, cautelosamente, cada etapa do processo:
  1. Analisar, a partir de leitura técnica, considerando os principais elementos (título e subtítulo; resumo; sumário; introdução; ilustrações e tabelas; palavras em destaque e referências);
  2. Sintetizar, construindo os elementos para identificação da unidade de informação;
  3. Representar (ou traduzir) para a linguagem documental adotada.
“Metade do conhecimento consiste em saber onde encontrá-lo.” (Samuel Johnson, 1775).

Nesse sentido, gostaríamos de saber: os termos que usamos na indexação refletem também a maneira como os usuários fazem suas buscas?

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.676: métodos para análise de documentos – determinação de seus assuntos e seleção de termos de indexação. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.