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sábado, 25 de janeiro de 2020

Representação escolar da Infância

O ano era 1964, a classe era o Jardim II do Colégio Christus, a Professora era a D. Fransquinha, e o registro escolar era o caderno de atividades efetuadas ao longo do período. Recordo-me que ela dizia: "Guardem esse álbum para vocês mostrem aos seus filhos!"

E eu, na minha pequena compreensão, sem noção de tempo e de como seria o amanhã, achava o conteúdo daquela fala improvável de ser realizado.


Mas, os anos foram se passando, e o álbum resistindo ao tempo, às intempéries do próprio papel, às mudanças de lugar, tanto dentro da casa, como de uma casa para outra, e até às peraltices dos filhos, sim, porque teve quem recortasse os desenhos. 

Nesse contexto, entre mortos e feridos o fato é que o álbum existe até hoje, ratificando a fala da D. Fransquinha nos idos do ano 64, completando já 55 anos, em 2019.

E eu, que já mostrei aos meus filhos, cumpri a missão, quem sabe eles passam adiante e o álbum resiste à próxima geração. Neste caso, em se tratando de Arquivística, é uma peça documental do fundo arquivístico da família, de guarda permanente.


sexta-feira, 15 de março de 2019

Professoras precursoras

Sou do tempo que professora era chamada de professora, tia, só se fosse da família. 

Minha primeira professora, D. Fransquinha, como esquecê-la? Impossível! No Jardim de Infância do Colégio Christus, no ano de 1964, além de ensinar o que estava no currículo, ensinava a ter cuidado com as tarefas, para preservá-las para o futuro. Não é que deu certo? Até hoje tenho meu caderno de atividades do Jardim I.

Alguns métodos menos pedagógicos, mas comuns para a época, eram utilizados, com vistas a por ordem na classe. Recordo-me de menino, que sempre fazia peraltices, correndo o risco de ter o calção da farda trocado por uma fralda. Uma ameaça nunca cumprida, na verdade, era só uma forma de mantê-lo sob controle, diante de toda a turma. Se fosse hoje, seria politicamente incorreto, agressão, denúncia, na certa.

São detalhes que não fogem à memória, mas que nada influenciaram negativamente na minha formação, pelo contrário, entendi a necessidade da disciplina.

Depois, fui cursar a alfabetização, sob os protestos de algumas crianças, que afirmavam veemente, eu estar na sala errada e me boicotavam, afinal, para eles, eu deveria cursar o Jardim II, ainda era muito pequena. Isso era o normal, o óbvio, mas não para meus pais, que tinham a certeza do meu êxito naquela classe mais adiantada. Se fosse hoje, seria classificado como bullying.

A D. Celeste não cansava de registrar "Ótimo", com estrelinha piscando no meu boletim escolar da alfabetização, e requisitar a minha leitura em voz alta na sala de aula, como forma de dar exemplo aos demais. Se fosse hoje, seria considerada exploração, marcação, politicamente incorreto, também.

No primeiro e segundo anos do Ensino Primário, com a D. Conceição e a D. Ione, aprendi o sentido da organização, daí, a prática era pedir meu caderno para servir de estudo para aqueles que faltavam às aulas ou não acompanhavam bem as matérias passadas em sala de aula. Se fosse hoje, seria tomada como apropriação indébita, mesmo que temporária.

E a Irmã Iolanda? Fantástica! Ensinava Português, com ela aprendi interpretação de texto, análise gramatical e sintática. Muito exigente e muito crítica junto àqueles que não queriam aprender. Se fosse hoje, com certeza, muitos pais fariam reclamação quanto a sua postura  rígida de ensinar.

Enfim, professoras precursoras, que contribuíram para a minha formação e marcaram minha primeira infância no Colégio Christus, as quais têm a minha admiração até hoje. 

Muito do que aprendi nesse período serviu de base para outros aprendizados, que transformados e ampliados, constituíram o meu conhecimento de hoje. 

Bons tempos aqueles...