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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Sol e Lua

Presente personalizado e autografado foi o que eu ganhei neste Natal, juntamente com a família inteira. Nossa mãe, matriarca da família, nos presenteou com uma bela mensagem, estampada em uma camisa cheia de esperança. 

A via é assim...

Sol

E fases da Lua!

 

Poesia profunda para um Natal diferente, no Ano da Pandemia. Que essa fase passe logo e tudo possa a ser como era antes, sem pandemia.

O cartão que acompanhou, também poesia, está lá em Poesia do Meu Jeito, de Maria da Conceição Farias.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

90 anos, uma longa jornada

Hoje é um dia muito especial. São completados 90 anos de vida da minha mãe, marcados por uma longa jornada de garra, dedicação, firmeza, sensibilidade, amor e de muitas superações e realizações. 

Tudo isso muito bem representado em texto belíssimo do meu irmão Pedro Altino Farias, postado no blog da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo "Homenagem - D. Concita - 90 anos (AF)".

Orgulho imenso de tê-la como mãe e exemplo.

Na peça de lembrança de seus 90 anos, registramos sua poesia, para marcar essa data tão sublime.


As dálias, os miosótis, as açucenas, os crisântemos,
Na vida tudo tem o seu tempo.
Vida, vida, tempo, tempo…


Na comemoração, muita "Loucura de Amor".




quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Quem historia, também faz poesia

Outono/OCASO

Quando o dia se pronuncia
Cerra a ilusão que habita a logia (galeria).
Companhia não havia.
Decai mais uma nostalgia.
Mais uma noite vazia,

Nova travessia noturna inicia.
Como previa, nem utopia.
Triste agonia vivia
Que se repete em demasia.
Mais uma noite vazia,

O mar da serrania luzia
Contrário a vida em letargia.
Outrora tão festejada, resplandecia,
Já floresceu na via, fulgurante, repleta de sodomia.
Mais uma noite vazia,

Agora mais nada principia
Tentativa vã, a tal florestania.
Apenas o silêncio jazia
Revirar, sacudir, acrobacia.
Mais uma noite vazia,

Achar no abissal algo que irradia
Hoje, tão triste quanto o destino de Sofia.
Futuro ausente, apenas a sombra prenuncia.
Mergulho no nada, escuridão disformia.
Mais uma noite vazia,

Fleches de euforia no pretérito fenecia.
Agora não há sequer fantasia.
Útero estéril que não procria,
Nem a exótica cotovia.
Mais uma noite vazia,

Vidência, runas, magia. Intuía.
A estrela guia quimbanda e quiromancia.
Como a Babilônia, ruía.
Ao passado festivo, presente sequer de anistia.
Mais uma noite vazia,

Na lata do lixo apodrecia
Um sopro de juventude, cidadania.
O tempo inexorável destruía
As máscaras de alegoria
Mais uma noite vazia,
     
A deriva pedia o espectro não ouvia.
Ainda assim aconselhava zelar sua cria.
O deserto seco só gemia.
Findou o sonho de parceria.
Mais uma noite vazia,

Moradia, alucinação, não existia.
Atravessar o vale, noite sombria,
Púbere ilusão na coxia sumia.
Tudo como a fria Normandia.
Mais uma noite vazia,

Encerra-se um ciclo, o amanhã escorria.
Para sempre, despede-se a verdejante Talia.
A cortina se fecha, escurecia.
A morte ronda, contra nem alquimia.
Mais uma noite vazia,

Murcharam as rosas, na vegetação o fogo ardia.
Não há verdes vales, nem flor na cercania.
Há o lamento, uma agonia, uma nuvem escura uma ventania varria.
Não há rubor, graça ou alegria...
Mais uma noite vazia...

Armando Farias


Na foto, ao centro, Armando Farias, historiador, meu mano caçula, compartilhando sua poesia Outono/Ocaso, na noite de 13/08/2019, durante o "Momento Literário" da Embaixada da CachaçaSentada ao lado, nossa mãe poetisa, Concita, autora do blog Poesia do meu jeito, que também participou do evento e, em pé, acompanhando a leitura, Reginaldo Vasconcelos, ambos da ACLJ

O evento cultural semanal foi instituído pelo “Embaixador” Altino Farias, meu outro mano, proprietário dessa casa de bebidas, também membro da ACLJ

terça-feira, 21 de março de 2017

A poesia resultante da leitura e do contexto

Se eu gosto de poesia?
Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor. Acho que a poesia está contida nisso tudo.

(Carlos Drummond de Andrade em 'Procura da poesia')

 
Seguindo o pensamento de Carlos Drummond de Andrade, que a poesia está contida em tudo que gostamos e utilizando o meu contexto, eu diria que, como gosto bibliotecas e de arquivos, a poesia está nas páginas de um livro ou de um documento, ela está presente ao saber que por ali, muitas mãos e pensamentos já repousaram, que, ao fazer a leitura de seus conteúdos, muitos leitores já choraram ou se alegraram, já perdoaram ou crucificaram, que muitos pesquisadores já tomaram a decisão certa ou se equivocaram tragicamente, que desvendaram mistérios ou se perderam nas dúvidas...
 
A poesia, nesse caso, não estaria nos escritos em si, mas em tudo que permeia estes ou que resulta destes. As páginas com seus escritos são lugares de infinitas possibilidades, em que tudo pode acontecer, dependendo da leitura e do contexto
 
 

sábado, 14 de janeiro de 2017

Máxima poética de Manoel de Barros para 2017

“O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo”, diz o poeta vanguardista Manoel de Barros.



Portanto, não basta ver e rever, temos que transver o contexto, dessa forma, a criatividade corre solta, tal qual a de uma criança, que tudo imagina, tudo sonha, tudo idealiza, tudo cria e recria.

Visão, lembrança e imaginação, uma progressão necessária, para fazer a leitura do mundo, principalmente no momento atual, de crise política, econômica e social. Transver para entender, superar, empreender e compartilhar.

Vamos iniciar 2017 com essa máxima poética de Manoel de Barros?


domingo, 20 de novembro de 2016

Livro de Rua II

Muito próximo da minha residência, mais um Livro de Rua, este, aberto nas páginas 53/54, na Rua Floriano Benevides, nas redondezas do Campus da Unifor. 

Fazendo a leitura, vemos uma das nossas origens, hoje, totalmente miscigenada pelo país afora.

Todo brasileiro do Quilombo Urbano, tem um pouco de preto do Quilombo Zumbi dos Palmares, seja na própria cor, seja nas raízes ou nos costumes.

Uma questão de contexto, uma questão de consciência negra.



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Livro de rua

No domingo, na Avenida Filomeno Gomes, quase esquina com a Rua Carneiro da Cunha, me deparei com o Livro de Rua, exposto no muro lateral do Colégio Estadual Liceu do Ceará, expressão de arte e cultura a céu aberto, para quem quiser apreciar, refletir e se encantar. Foi o que ocorreu comigo naquela manhã ensolarada, quando buscava uma coisa e encontrei outra, ao estacionar o carro em frente à obra.

Nada como o acaso para enfeitar a vida e enchê-la de surpresa... E que surpresa!

Um livro aberto nas páginas 95/96, convidando o leitor transeunte para entrar e viajar nas imagens e nas palavras, criar e recriar, fazer a leitura, conforme o seu contexto.




Não conhecia ainda esse movimento artístico cultural, mas, a ideia foi suficiente para que eu corresse atrás e buscasse informações a respeito.

Em meio ao descaso urbano, enfeitado com galhos de paineira, natural do asfalto, o Livro de Rua salta aos olhos, dada a criatividade e a essência da proposta.

Os autores da obra Livro de Rua: uma cartografia poética da Cidade Iracema são Sivirino de Cajú e Éden Loro, que ganharam o IV Prêmio Leonilson de Artes Visuais na Cidade de Fortaleza, em 2011.


 Livro de rua




Nas palavras reveladoras de Flávio Paiva, do Jornal O POVO, em outubro de 2015, percebe-se a sensibilidade da obra, que vem resistindo ao tempo em si e às intempéries. 

"Exposto à chuva, ao sol, aos ventos, ao pó de asfalto e às balas perdidas, o livro de rua transmite crença no sentimento poético e no infinito ressoante e ressonante da palavra, em que pese o rigor empedernido dos tijolos na missão protetora dos muros. Conectadas por impulsos da ardência criativa, as páginas da obra celebram em bases de rebocos efêmeros o espelho da boa fortuna clandestina dos artistas."
(Flávio Paiva, Jornal O POVO)

O veículo é uma oportunidade excelente para ampliar a cultura da comunidade dos bairros e bem que podia ser um projeto fixo da prefeitura, com várias vertentes da literatura.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Dela, para ela, no dia dela, um beijo nela

Uma flor é sempre uma flor,
quer nascida em rico jardim, quer nascida no lago, na campina.
Todas, primeiro botão;
depois desabrocham para a vida.





Autoria de Maria da Conceição Farias. 
Orgulhosamente, minha mãe, que faz hoje 85 anos de muita leitura de vida, no contexto do jardim, do lago e da campina florida.

sábado, 30 de novembro de 2013

Administração do tempo, coisa do século XVII ou de hoje?

Conta e tempo é obra prima do trocadilho, poesia escrita no século XVII por Frei Antonio das Chagas (António Fonseca Soares), mostra o efêmero, o inexorável e o aspecto volátil do tempo. Embora sejam texto e leitura do passado, o contexto é atualíssimo, quando olhamos para trás e nos damos conta de uma vida vivida e ainda muito por fazer. 

E você, já deu conta do seu tempo? 
Ou o seu tempo já tomou conta de você?


Afora o caráter de cumprimento do dever junto ao Pai e mediante o próximo enquanto ser vivente na esfera terrena, o poema dá um realce para a questão da administração do tempo. E, sobre essa temática, há especialistas como Mario Persona e Christian Barbosa, que abordam o tempo não só no trabalho, mas, também na vida pessoal. 

Administrar o tempo não é coisa fácil, se no século XVII já se tinha essa preocupação, imaginem nos dias atuais, com tantos apelos, interferências e demandas. 





Conta e tempo

Deus pede estrita conta do meu tempo
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta.
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta;
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...


Frei Antônio das Chagas, Séc. XVII


Postagem incentivada pela amiga Marta Aragão, de quem recebi a poesia por e-mail.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Livro na estante, livro viajante...


Gosto sempre de escrever meus próprios textos para postar em Leitura e contexto, no entanto, quando encontro algo que chame muito a minha atenção, que mexa com alguma das vertentes de minha atuação, seja pessoal ou profissional, acho por bem enfatizar e divulgar. 

Destaco, com a devida autorização da autora, a poesia de Joana Tiemann, divulgada no grupo Voar na Poesia

Um sonho que, antes de ser realizado, se desgasta pelos sentimentos de abandono, frustração, mas, sobrevive em função da esperança de outro sonhador. A leitura que faço é a vida com mão dupla, um dependendo do outro, mesmo que cada um viva no seu contexto





Livro na estante
Sonhava ser viajante
Coitado
Ali largado, fechado, empoeirado
Sem valor

Triste destino o seu viver
Ficou à mercê do tempo
Isento de quem o quisesse ler

Mas se algum dia
Por ali passar um sonhador
Que grande alegria
Refaz-se a harmonia
O livro e o leitor.

(JOANA TIEMANN)

sábado, 8 de dezembro de 2012

A Hóspede é o leitor


A Hóspede 
Guilherme de Almeida





Não precisa bater quando
chegares.
Toma a chave de ferro que
encontrares
sobre o pilar, ao lado da cancela,
e abre com ela
a porta baixa, antiga e
silenciosa.
Entra. Aí tens a poltrona, o livro,
a rosa,
o cântaro de barro e o pão de
trigo.
O cão amigo
pousará nos teus joelhos a
cabeça.
Deixa que a noite, vagarosa,
desça.
Cheiram a relva e sol, na arca e
nos quartos,
os linhos fartos,
e cheira a lar o azeite da candeia.
Dorme. Sonha. Desperta. Da
colmeia
nasce a manhã de mel contra a
janela.
Fecha a cancela
e vai. Há sol nos frutos dos
pomares.
Não olhes para trás quando
tomares
o caminho sonâmbulo que
desce.
Caminha - e esquece.


****************************************************************
Tomo a poesia do grandioso Guilherme de Almeida para fazer uma analogia a partir de uma nova leitura, compatível com o meu contexto, na certeza de que, amante e praticante da cultura, arte, literatura e inovação como ele era, se vivo estivesse, não ficaria aborrecido.



A casa de que ele fala é a biblioteca, sempre aberta ao seu público.

A hóspede é o leitor, que entra e sai a qualquer hora, afinal, a cada tempo que se instala na Biblioteca, usufrui de suas instalações, do seu mobiliário e dos recursos nela existentes.

A chave é o acesso, seja ele por identificação pessoal, eletrônica ou por qualquer outro meio.

Os utensílios da casa, o alimento e, principalmente, o livro, são o acervo e todos os demais recursos informacionais, disponíveis para os leitores.

O cão amigo é o bibliotecário que recepciona o leitor para atender as suas demandas. 

O cheiro é a própria ambiência da biblioteca, incluindo-se, além do odor característico dos livros, a fragrância das pessoas.

O repouso, a dormida e o sonho são a concentração, a leitura e toda a aventura vivida durante este percurso.

O despertar é a hora de partir, de deixar a biblioteca.

O amanhecer com o sol e toda a sua riqueza e força é a bagagem que o leitor carrega, fruto da leitura e de sua passagem pela biblioteca. 

Não olhar para trás significa que ele não é mais o mesmo, depois das informações e do conhecimento adquiridos, advindos da leitura.

Para conhecer mais sobre o poeta. (Futura/Mackenzie)