Demorou, mas o dia está chegando. Na segunda-feira, 23/08, voltando a atender na Biblioteca da Faculdade CDL. Que seja um retorno abençoado!
Espaço para registrar ações, fatos, escolhas e decisões do cotidiano, que, para serem compreendidas, dependem da leitura que se faz e do contexto em que se vive, na Biblioteconomia, na Arquivologia, na natureza, na família e no dia a dia.
sexta-feira, 20 de agosto de 2021
Retorno presencial, já era tempo
sábado, 7 de agosto de 2021
Uma casa bem arquitetada
Uma casa, nossa casa. Eis o croqui original, ainda em papel manteiga, pintado a aquarela, representando a nossa futura casa, que logo em seguida foi projetada e construída pelo nosso pai, Arquiteto José Armando Farias. Um documento permanente, tendo em vista o seu valor histórico e sentimental, que, apesar dos tons envelhecidos devido aos mais de cinquenta anos passados, está sendo preservado pelo meu irmão do meio, engenheiro, que divulgo agora, em função do Dia dos Pais.
Uma casa diferente, cheia de novidades para a época, a começar pelas colunas, que passavam a ideia de grandes blocos de concreto e na verdade eram armários internos embutidos, que causavam admiração a todos que visitavam e tinham a ideia de uma fortaleza.
Acima do terraço, sustentada por esses blocos, uma laje aparente permitia a subida pela janela do quarto dos meninos. O mais velho, já rapazinho, explorava ao máximo esse recurso e até subia no telhado para admirar as alturas, coisa de piloto, que virou comandante de voos internacionais.
Dessa laje escoavam as águas das chuvas que enchiam a bica exagerada situada na frente da casa, que se tornava comunitária pela ausência de muro na frente. Em dias de chuvas tomávamos banho de bica, mas antes de enfrentar a água fria da chuva, um leve gole de licor de menta, liberado pelo nosso pai. Juntava-se a nós nesse brincadeira interminável toda a criançada da rua e às vezes, alguém que por ali passava, tudo na Santa Paz.
A frente da casa era toda em piso artesanal feito a mão com a colher de pedreiro pelo Sr. Edilson, mestre de obra e verdadeiro artesão da construção, que também sentou de forma primorosa e perfeita os cobogós que separavam o terraço. A ideia, é claro que foi do pai arquiteto.
A área externa lateral toda ladeada de vigas, pronta para receber um segundo andar, era o grande playground, com mosaico recortado criando canteiros irregulares, cobertos de jibóia, cheio de flores e pés de romãs, tudo muito cuidado pela nossa mãe, jardineira de jardim, de filhos que floresceram para o bem, e de poesias germinadas e regadas até hoje.
Era na área coberta desse espaço, no terraço, abaixo da laje já falada, que minha irmã, bailarina na época, lia e relia clássicos da literatura, assim como romances água com açúcar, podendo o mundo se acabar que nada a fazia despregar o olho da leitura. Mais tarde, quem foi lidar mais de perto com leitura, bibliotecas, escrita e tudo mais que advém dos livros foi essa bibliotecária que faz este registro agora.
E também era nessa área coberta e descoberta, que o novinho, eu e meu "irmão gêmeo" (só na vontade), brincávamos de velocípede e bicicleta.
Saindo desse espaço, eis que surge o quintal, guardado pelo cão Duque, que toda noite ganhava um refresco de água gelada com açúcar do nosso pai. O quintal era cheio de fruteiras - graviola, siriguela, cajarana, goiaba, banana curuda, que atraiam muitas espécies de aves, pardais aos montes, bem-te-vis alegres, beija-fores faceiros, sanhaços verdes e azuis e até um paturi, que chegou do nada e desapareceu entre a floresta de bananeiras. Ainda no quintal, um local escondido para guardar os utensílios de jardim, tão discreto que era chamado de "esconderijo" e um pouco mais abaixo, em um declive acentuado, uma pequena nascente de água, em que se via pequenas espécies do tipo cara e pitu.
Os corredores do andar superior e do térreo, ligavam a frente da casa aos fundos, tinham o piso em taco devidamente encerado com cera e enceradeira. No janelão do corredor de cima, certa vez, entrou um pássaro noturno, que ficou batendo asas até achar a saída e ser libertado. Já no andar de baixo, corria-se, patinava-se e andava-se de bicicleta, mas não depois de encerado.
A grande sala de visitas, mais adiante, depois da ida aos céus do nosso pai, tornou-se local de barras, espelhos, radiolas e caixas de sons, onde a minha irmã bailarina, que se tornara uma educadora psicopedagoga, ensinava os primeiros passos da dança, impregnando todo o ambiente com a boa música clássica e trazendo valores para completar a renda da família.
Tudo isso e muito mais faz parte de um passado maravilhoso, vivido nessa casa bem arquitetada, concebida para nos fazer felizes, que resiste até os dias de hoje, tendo já recebido os netos e agora mais recente, os bisnetos de nossa mãe. Ela, que aos 91 anos, carrega um arsenal de memórias e feitos, tanto na nossa educação como na sua história de vida pessoal e profissional, e nosso irmão caçula, o historiador, quem admiro e acompanho, são os guardiões dessa casa bem arquitetada.
Uma casa, uma história, muitas vidas e lembranças boas.
As fotos foram reproduzidas pelo primogênito, a partir de slides originais feitos pelo nosso pai.
quarta-feira, 4 de agosto de 2021
Um arquivo para chamar de seu
quarta-feira, 21 de julho de 2021
Livrarias, bibliotecas e sebos: lugares de livros
Livrarias, bibliotecas e sebos são lugares onde reinam os livros impressos, em idas e vindas eles possibilitam quilômetros de leitura.
Agora vou falar daqueles livros que têm destino certo, ou seja, fazer parte do acervo de uma biblioteca. Geralmente são adquiridos conforme os objetivos da biblioteca ou da instituição a que pertencem. Podem ser para atender a disciplinas ou pesquisas específicas, demandas de usuários do dia a dia ou para ampliação do acervo. Chegam novinhos, mas com o tempo já denotam a idade ou o tanto de quilômetros rodados, e é assim que deve ser, quanto mais leituras, mais objetivos alcançados. Outros já chegam de segunda mão por doação, mas também são bem-vindos, pois ampliam e diversificam o acervo. Nas bibliotecas são tombados, catalogados e classificados, estão organizados por um sistema de classificação universal, que permite serem localizados facilmente para serem lidos.
Agora resta falar dos sebos, não que são menos importantes, pelo contrário, eles são todas as possibilidades de leituras juntas, até então não possíveis. É no sebo que, mesmo sem uma organização de praxe, encontramos aquela obra que já não mais existe para comprar, é lá que fazemos descobertas raras, é lá que surfamos nos grifos, comentários e autógrafos alheios, fazendo descobertas incríveis, por intermédio da leitura e do contexto. O que leva alguém a iniciar um negócio dessa envergadura com milhares de livros? Quantas pessoas manusearam esses livros? Por que vieram parar no sebo?
Mesmo sendo três ambientes tão diferentes, ora comercial, ora acadêmico, ora organizados e sistematizados, ora não, são lugares de livros, e neles há algo que os une além do livro em si, a conspiração para a leitura, as possibilidades de leitura, os interesses comuns e a vontade de ler.
Independentemente do que existe na internet, dos acessos que podemos fazer virtualmente, nada se compara a permanência física nesses ambientes carregados de conhecimento, de vida, de movimento, de vivências e experiências.
Esta postagem foi inspirada no texto de Alexandre Pitanga, no LinkedIn.
quinta-feira, 15 de julho de 2021
Podemos servir a dois senhores?
domingo, 4 de julho de 2021
Arquivo pessoal: registro histórico de 90 anos
As pessoas costumam guardar documentos ao longo de suas vidas. Esses documentos são testemunhos da vida, das relações interpessoais e/ou profissionais, que se acumulam e são mantidos, muitas vezes passados de uma geração para outra. Denominados de arquivos pessoais porque evidenciam a organicidade das atividades da pessoa a que pertencem, ou seja, vínculos inerentes aos registros do fundo a que pertencem. Esses arquivos revelam não somente os fatos da época, mas sobretudo todo um contexto que permeia os fatos, a partir da leitura que se faz.
Mantido por uma tia minha junto a tantos outros documentos da família, um cartão postal, datado de Junho de 1930, traz em seu verso a mensagem de uma prima de minha avó, Jovita Lucena Cavalcanti, enviando votos de parabéns pelo nascimento da minha mãe, "a mimosa Maria da Conceição", como foi carinhosamente chamada pela remetente Maria Olympia.
Tempo do romantismo das correspondências postais, comuns e rotineiras, que tanto alegravam a quem as recebia, possibilitando uma interação contínua, indo e vindo.
quinta-feira, 1 de julho de 2021
Dia Mundial das Bibliotecas: um dia é pouco
sexta-feira, 25 de junho de 2021
Um TCC diferente
- O que? (WHAT) acões para solucionar o problema;
- Onde? (ONDE) locais (processos) da aplicação da ação;
- Por que? (WHY): justificativa para cada uma delas;
- Quem? (WHO): responsáveis em executar as ações propostas;
- Quando? (WHERE): cronograma de execução;
- Como? (HOW): como cada ação será implementada;
- Quanto? (HOW MUCH): quanto custará cada ação (valores, tempo gasto, insumos).
domingo, 20 de junho de 2021
Já está mais do que na hora!
Já está mais do que na hora! Ansiosa para retomar de forma presencial e voltar a passear novamente pelo caminhos das estantes, atendendo aos alunos e professores.
quinta-feira, 10 de junho de 2021
Entrevistada pelos alunos de Biblioteconomia da UFC
Fui convidada pelos alunos do sétimo semestre do Curso de Biblioteconomia da UFC, da disciplina da Professora Maria Giovanna Guedes Farias, Gestão de Recursos Humanos em Unidades de Informação, para uma entrevista sobre essa temática.
Hecķécia, Halan, Álvaro e Ana Vitória foram muito gentis e conduziram muito bem a entrevista. Falamos por duas horas e não sentimos o tempo passar. Afora a simpatia de todos, transmitir experiências vividas para alunos que estarão iniciando na profissão é muito compensador, momento de relembrar o que deu certo, o que não deu, as lutas, as oportunidades e as conquistas.
Creio que extrapolamos o roteiro, mas tudo em nome da Biblioteconomia. Modelo de gestão, hierarquia, liderança, motivação, feedback, engajamento, treinamento e desenvolvimento, distribuição e rodízio de tarefas, dentre outros temas, foram explorados, discutidos, e contextualizados com situações reais. Estarei sempre à disposição da UFC para novos encontros.
quarta-feira, 9 de junho de 2021
Expertise em arquivo é Mrh!
sábado, 5 de junho de 2021
Ler sobre inovação é sempre inovador
"O poder da inovação", novo título cai nas minhas mãos, desta vez cedido pela gerente da Mrh Arquivos, disponibilizando, além deste, outros livros para circular entre a equipe. Eu o escolhi de pronto, afinal, nestes tempos de pandemia, inovar é preciso, não que essa prática seja novidade na Mrh, mas é sempre bom deixar esse sinal de alerta.
domingo, 23 de maio de 2021
Jovens Aprendizes do IJovem
Mais de 70 alunos do IJovem conectados participando de encontros com a Mrh Arquivos, marcando o fechamento do módulo de arquivo do curso de formação.
Foram dois encontros em 13 e 19 de maio, que tive o prazer em conduzir, com muita interação e interesse dos aprendizes, quando conheceram a prática da atividade arquivística na Mrh Arquivos, com pinceladas de teoria.
Mrh Arquivos e IJovem são parceiros internos do Grupo MRH, que fez esse registro no Instagram.
sábado, 15 de maio de 2021
Livro: solidez e fluidez
Como um objeto pode ter duas características tão antagônicas: solidez e fluidez, tanto no sentido físico como no sentido de atuação?
Os livros hoje têm a possibilidade de serem impressos ou digitais. As capas em alto relevo com texturas diferentes aguçam o tato, assim como os acessíveis, impressos em braille, representando a solidez, o que há fisicamente de concreto.
Já os livros audíveis exploram o som e são muito práticos, podem ser ouvidos enquanto se faz outra atividade, sem falar naqueles que estão nas nuvens, que podem ser requisitados e lidos a qualquer tempo, em qualquer smartfone. Vemos aí nestes casos, a fluidez da estrutura.
Afora essa parte mais física e estrutural, focando agora na atuação do livro, quantas vezes algo se tornou mais claro, evidente e concreto depois da leitura de um livro? E quantas vezes algum pensamento foi se adaptando continuamente, conforme as circunstâncias, até ganhar uma forma? Essas situações reforçam as características de solidez e fluidez em relação à atuação do livro, ao seu alcance enquanto conteúdo.
Portanto, aproveitar ao máximo o que há de concreto e fluido no livro em si e na sua leitura é conseguir viajar, transpor barreiras, conhecer algo novo, abstrair conhecimento, transformar-se e transformar a realidade, tudo isso por intermédio dos mais diferentes sentimentos e sensações, que nos beneficiam em vários aspectos.
Depois disso, pergunto: como passar sem a leitura de um livro, sem o que há de sólido e fluido em sua concepção e conteúdo?
sábado, 8 de maio de 2021
Capacitação é a ordem
Assinando certificados de mais um curso de Noções de Arquivos, que ministrei pela Mrh Arquivos. É a 13a. turma, desta vez, capacitada de forma remota, com direito a práticas ao vivo, inclusive usando o famoso Kahoot.
Na Mrh Arquivos, a ordem é capacitar todos os seus colaboradores recém chegados com esse curso, que os orienta para a atividade-fim da empresa, cumprindo a matriz de competências.
E eu fico satisfeita em poder contribuir dessa forma, compartilhando conhecimento e aprendendo também com uma turma nova, cheia de entusiastas.
sábado, 1 de maio de 2021
Outro Dia do Trabalho diferente
Em 2020 já tivemos um Dia do Trabalho pra lá de diferente. Em 2021 a dose se repete, agora já se tornando normal o que era novidade. É que o remoto, o online, o home office, o delivery, o acesso Anydesk, as lives, os EAD's já fazem parte do dia a dia com muita frequência, todos esses recursos estão estabilizados no Ano II da Pandemia.
Uma pandemia que chegou e foi ficando, modificando o modus operandi de tudo, o pior são as perdas em relação ao trabalho, pessoas que precisam continuar para ganhar o pão de cada dia e são impedidos por conta de isolamento social, das restrições de funcionamento, do lockdown.
Quem se manteve trabalhando, seja em qual formato for, serviço essencial, profissional da saúde, delivery ou home office, em tempo integral ou com jornada reduzida, há de agradecer muito por se manter na ativa. Para aqueles que perderam seus postos de trabalhos, suas atividades de ganha pão, a ordem é se reinventar, é buscar algo que possa acontecer nesse contexto, contando com a ajuda de alguém próximo que esteja em situação melhor.
Quanto aos bibliotecários, que usem suas ferramentas à distância, seus recursos informacionais e sistemas disponíveis via Web, para continuar levando informação para quem dela necessita.
Restanos-nos esperar, rezar e torcer para que não tenhamos o ano III da Pandemia e que os trabalhos retornem à normalidade.
sexta-feira, 23 de abril de 2021
Não canso de enaltecer o livro e sua autoria
Hoje, Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, novamente volto a enaltecer o livro, e claro, o direito de quem o escreveu, o autor. Mas essa dupla não estaria completa sem a participação do leitor, óbvio daí já não seria mais uma dupla.
Pois bem, a tríade autor, livro e leitor vai além do livro em si, do que está nele escrito, pois cada leitor faz a sua leitura, conforme o seu contexto. A obra permanece intacta, mas cheia de vieses, de interpretações a partir da ótica do leitor. E se esses comentários vão a público, se materializam, a obra vai se consolidando de um jeito e de outro.
É a riqueza de uma obra literária, tal como uma obra de arte, que ganha vários significados, com o passar do tempo e com as análises de cada um.
Para ler mais a respeito, indico aqui postagem que fiz no Blog da Faculdade CDL.
terça-feira, 13 de abril de 2021
Sou forte, sou Fortaleza!
Hoje é o aniversário da minha querida Cidade. O título desse post tem dois sentidos, o sentido concreto da fortificação que deu origem ao nome, e o sentido abstrato da força de agir, de tomar decisões, de seguir em frente.
Gosto demais do nome. Um forte é local seguro, protegido, ao tempo que é ponto de partida e ponto de chegada de lutas. Se venceu, que bom! Dá para repousar, rever o ocorrido e até brindar por isso. Se perdeu, não faz mal, é hora de repensar a luta, de se fortalecer, de se encher de novas armas.
Foi nesta Cidade que nasci e cresci, que casei e fiz família, que me formei e conquistei espaço profissional, e que continuo na luta, graças a Deus e a Nossa Senhora da Assunção, pois ela completa o nome e dá ainda mais força à Cidade.
Para mim, Fortaleza é natureza, é beleza, é firmeza e é certeza nos dois sentidos.
quarta-feira, 7 de abril de 2021
Dia Mundial da Saúde
sexta-feira, 2 de abril de 2021
Fadas no divã, quem diria!
Fadas no divã, quem diria que um dia os contos de fadas, as histórias infantis que tanto ouvimos quando criança e depois repassamos para nossa crianças estariam agora sendo analisadas sob o aspecto psicanalítico!
Elas que tanto encantaram e encantam até hoje o público infantil e adulto, apesar de bem amistosas, sempre trazem um fundo moral e comportamental em uma esteira lúdica, mas podem ser interpretadas sob essa ótica da Psicanálise.
O livro traz na abertura três métodos de abordagens e leitura (CORSO; CORSO, 2006):
- aleatório, para quem se interessa por literatura e suas histórias preferidas (me enquadro nessa categoria);
- sistemático, para quem quer compreender a fase da infância ou trabalha com criança e deseja conhecer a psicanálise e ciências afins;
- para todos, direcionado àqueles que mesmo leigos, por questões de trabalho, de paternidade ou mesmo de curiosidade pretendem obter mais conhecimentos sobre a psicanálise.