Somos,
diariamente, bombardeados por informações de toda sorte. É uma verdadeira
avalanche! Elas são de todos os gêneros, segmentos, esferas, procedências e
tamanhos, que vão se acumulando de forma desordenada, confusa, sem pretensão e
objetivo.
Vimos, ouvimos ou lemos algo, mas não processamos para possibilitar o
entendimento e a compreensão, nem sabemos ao certo para que nos serve aquela
informação naquele momento.
Quando
selecionamos aquela que nos interessa e trabalhamos suas facetas, seu contexto,
quando nos apropriamos, atuando como agentes mediadores de nós mesmos, fazendo
a interpretação holística, a combinação necessária e a seleção, passamos a
gerar conhecimento.
Por isso,
as características de cumulatividade para a informação e de
seletividade para o conhecimento, tão bem ressaltadas por Cortella em seus
escritos e palestras.
Informação
é cumulativa, conhecimento é seletivo (CORTELLA, 2016).
É desse
conhecimento que nos alimentamos para conduzir nossas vidas pessoal e
profissional. Uma vez gerado conhecimento, seu conteúdo é introspectado e
passa a fazer parte da nossa vida de forma mais permanente, nos acompanhando
sempre, sendo usado quando precisamos dele, nos momentos oportunos. Dessa forma,
abastecidos de conhecimentos, estamos sempre seguindo em frente.
A
assertiva é muito forte e, apesar de complexa, é decisiva, mas, com toda
permissão, acrescentaria algo antes e depois, são três segmentos, a fim de
completar o percurso que aprendemos nos bancos acadêmicos da Biblioteconomia.
Iniciaria
pelo dado, que pode gerar informação, esta, que pode gerar conhecimento, este,
que se torna sabedoria com o tempo, que, por sua vez, constrói a cultura.
E,
seguindo o modelo de Cortella, adjetivando cada substantivo, construí a
sentença abaixo:
dado
(aleatório) < informação (cumulativa) < conhecimento (seletivo) <
sabedoria (consistente) < cultura (enraizada).
Mas, não
termina por aí, tudo pode recomeçar a qualquer tempo, já que tudo é dinâmico,
renovável e está sempre em transformação. É a partir de um novo dado, que
combina com outro e mais outro, que gera informação, que se associa a outra e é
interpretada/mediada, se transformando em conhecimento, e assim por diante, que
novas sentenças são escritas e executadas, desenvolvendo-se, assim, o
pensamento humano.
O segredo
é sermos mediadores da informação para nós mesmos e para os outros,
principalmente, quando atuamos como bibliotecários, não deixando passar aquela
informação de interesse, fazendo a seleção, gerando ou fazendo com que gerem
conhecimento.
CORTELLA; DIMENSTEIN. Trecho do programa Sempre um Papo, com Mário Sérgio Cortella e Gilberto Dimenstein. Informação vs conhecimento. Publicado Julian Neto em 7 de mai de 2016 (Youtube).