Mostrando postagens com marcador Arquivo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Arquivo. Mostrar todas as postagens

domingo, 1 de outubro de 2017

Cumprindo requisitos

Mais uma turma de novatos sendo treinada, colaboradores em geral: aprendizes, estagiários e empregados.

Noções de arquivo, para quem vai trabalhar com arquivo. 

Dedicação e envolvimento!



domingo, 27 de agosto de 2017

Arquivos empresariais: coração e vida dos stakeholders, todo cuidado é pouco!

Os documentos de arquivo registram a vida da empresa, de seus empregados, dos seus clientes e acionistas e demais stakeholders, sejam eles partes interessadas de caráter temporário ou duradouro.

Neles estão registradas operações e ações de toda sorte, projetos, negócios, pagamentos, contratos, etc., conforme o contexto em que foram produzidos, por isso, devem ser autênticos e íntegros, para que possam servir de prova documental. A falta dessa prova documental compromete os interesses dos stakeholders, podendo causar prejuízos incalculáveis.



Por isso, o cuidado com o documento durante todo o ciclo documental, desde a geração, tramitação, manuseio, passando pela classificação, avaliação, processamento até o arquivamento, e o alerta constante em relação ao seu estado de conservação, são fundamentais para evitar esses prejuízos.

Quem trabalha com documentos empresariais é diretamente responsável em primar pela preservação e conservação, porque podem ser a solução de muitas questões nas várias esferas, administrativa, social, fiscal, jurídica, tais como: a empresa pode ser poupada de pagar uma multa se tiver a comprovação, a vida e até o futuro de uma pessoa pode estar contido em um prontuário médico ou na contribuição para a sua aposentadoria..

A própria degradação do papel pode ocasionar perdas irreparáveis, tanto em relação aos aspectos intrínsecos, tais como: tipo de fibras, tipo de encolagem, resíduos químicos não eliminados e partículas metálicas, quanto em relação aos aspectos extrínsecos, como por exemplo, radiação ultravioleta, temperatura, umidade, poluentes atmosféricos, agentes biológicos (microrganismos, insetos e roedores) e a própria ação do homem.

Estes são alguns cuidados necessários, a fim de prolongar a vida dos documentos físicos de arquivo:


  • lavar as mãos no início e ao final do trabalho, pois, frequentemente, os dedos podem estar sujos de tinta, manchando o papel. A gordura natural existente nas mãos também danifica o documento ao longo do tempo.
  • não manusear os documentos com as mãos molhadas ou úmidas, para não causar o mofo no papel.
  • folhear os documentos sem amassá-los ou dobrá-los.
  • ao consultar livros ou documentos, não apoiar as mãos e os cotovelos, manuseá-los sobre uma mesa.
  • não rasgar o documento ou danificar capas e lombadas ao retirá-lo de uma pasta, caixa ou estante.
  • não dobrar os documentos, o local que recebe a dobra, resulta em uma área frágil que se rompe e rasga facilmente.
  • evitar o abuso de uso de clipes em contato direto com o papel, proteger os documentos com um pequeno pedaço de papel na área.
  • não aplicar fitas adesivas sobre os documentos. A cola perde a aderência resultando em uma mancha escura de difícil remoção, atraindo insetos e roedores, além de adulterar a integridade do documento.
  • usar fotocópia somente se necessário, o uso em demasia é prejudicial para a preservação do papel.
  • as máquinas copiadoras operam com luz ultravioleta em grande intensidade, causando danos tanto ao papel, como à tinta do documento original, além do manuseio inadequado na operação, que pode ocasionar dobras e rasgos nos documentos e danificá-los. 
Arquivos empresariais: coração e vida dos stakeholders, fazendo a leitura, todo cuidado é pouco!

domingo, 25 de junho de 2017

A ordem é treinar!

Mais uma turma de Noções de Arquivo. Foram quatro dias de interação, troca de experiências, teorias, exercícios e dinâmicas, tudo em prol do conhecimento. 

Parabéns à sexta turma!!!






sexta-feira, 9 de junho de 2017

Atualidade e posteridade

Uma vida, uma sentença,
Uma conta, um extrato,
Uma história extensa apensa,
Um contrato firmado no ato,
Documentação de arquivo é intensa,
Cheia de fato, relato e retrato.

Memória do que foi vivido,
Do que foi registrado e documentado,
Memória daquilo que foi esquecido,
Do não lembrado, ignorado,
Arquivo corrente, intermediário e permanente,
Garantia para o que sai da mente.

Documento, prova de tudo que aconteceu,
Resultado de funções e atividades,
O que vendeu, comprou ou rendeu,
Ações, operações de muitas entidades,
Tudo escrito, lavrado e registrado,
Oportunidades, realidades e verdades.


Preservar os registros para a posteridade,
É dever e missão do arquivo,
Seja ele de empresa, de estado ou cidade,
Ativo, semi-ativo ou inativo
Não importa a forma ou a idade,
Nem valor histórico, legal ou administrativo.
AnaLu


terça-feira, 16 de maio de 2017

5 anos de LAI

Hoje está fazendo 5 anos da promulgação da Lei de Acesso à Informação, LAI, como é conhecida.


A Lei 12.527/2011 regulamenta o direito ao acesso à informação, ratificando o art. 5º da Constituição Federal Brasileira, que determina que todos possuem o direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, coletivo ou geral, disseminando, dessa forma, a cultura de transparência no país.


Falar de acesso à informação, perpassa, necessariamente, pelos arquivos, pois, com políticas de guarda, conservação e de gestão de documentação é que se garante a defesa de interesses, públicos e privados.

Sabemos que com o advento da lei muito já se avançou, mas ainda há muito terreno a desbravar, dos mais de 5.000 municípios brasileiros, apenas cerca de 2.000 vêm cumprindo a lei, segundo levantamento efetuado agora para as comemorações dos 5 anos. É um número que está ainda ainda longe de atingir o nível de transparência esperado. Mas. sabemos também, que cabe à sociedade exigir e cobrar das instituições a situação ideal.

Quando falamos em gestão, estamos evocando os "Planos de Classificação de Documentos e as Tabelas de Temporalidade Documental", instrumentos imprescindíveis dos arquivos, em que é identificada as atividades e seus respectivos documentos, e fixados todos os prazos aplicáveis, cuja elaboração é incumbência da Comissão de Avaliação de Documentos.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Compartilhando procedimentos e rotinas

Mais um convite do Sistema FIEC para ministrar treinamento na Casa da Indústria, destinado aos colaboradores do SENAI, SESI, IEL e FIEC, junto aos procedimentos de, gestão documental e guarda terceirizada de arquivos da Mrh..

É o quarto que ministramos para atender a mesma demanda, em função de rodízios e reestruturações que ocorrem nas empresas.

Um pouco de teoria, de metodologia e revisão dos procedimentos e padrões, para alinhar os serviços prestados há quase dez anos pela Mrh.

Tudo organizado pela  bibliotecária da Casa, Rita  de Cássia Farias, que conseguiu reunir quase 50 pessoas.

Ganha a Mrh, que alinha a prestação de serviços, ganha o cliente, que recebe conhecimento e usufrui melhor do contrato.







quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Agulha em palheiro? Engana-se quem pensa assim!

Já pensou em como achar a informação desejada em um conjunto de 500.000 volumes ou 70 km de documentos organizacionais, aproximadamente, distribuídos em blocos, alas, estantes, e prateleiras? 

Engana-se quem pensa que seja como buscar agulha em palheiro.

Cada caixa tem seu endereçamento logístico e cada conteúdo dela foi previamente indexado em sistema, possibilitando a recuperação do documento que contém a informação desejada. 

Informação arquivística, essencial para o desempenho das organizações.


Informação certa na hora certa! Arquivística a serviço da Administração. E eu no meio de tudo isso! 

Parabéns aos arquivistas pela maestria com que desempenham suas atividades viabilizando o acesso à informação e à gestão documental.




sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Introduzindo na Arquivística

Mais uma turma (5ª) recebendo o Curso de Noções de Arquivo, em cumprimento às exigências da matriz de competências, do Sistema de Gestão da Qualidade da Mrh.


Turma pequena, mas, bem comprometida. Show!

sábado, 27 de agosto de 2016

Bis na Qualidade!

Mais uma conquista Mrh Arquivos!  A Empresa mantém seu certificado ISO 9001:2008. Esforço da nossa Assistente da Qualidade, Aline Moreira, esforço da unidade técnica de bibliotecários, esforço de toda a equipe, compromisso da Diretoria.

E para fechar a conquista, um mimo: Bis na Qualidade!


quinta-feira, 21 de julho de 2016

Curtir cultura em Curitiba

A Cidade esbanja cultura, além de muita natureza, civilidade, limpeza e organização. Visitei a maioria dos pontos turísticos, mas, destaco abaixo aqueles estritamente ligados à questão dos registros históricos e documentais.

Farol do Saber
Responsabilidade da Prefeitura em democratizar a informação, de forma ampla e irrestrita. Livros e demais recursos informacionais acessíveis. Projetos que se mantêm há anos. O farol da foto é o Farol das Cidades.





Museu Oscar Niemeyer
A obra é um colosso, fenomenal! Fiquei de olho nele. Visitei, sobretudo, o Centro de Documentação e Referência do Museu







Cidade da Lapa - Museu de Armas e Casa da Memória ou Casa dos Cavalinhos 
Cidade carregada de história e memória. Ideias antagônicas proporcionaram um cerco de luta, resistência e rendição. Até os livros não escaparam do Cerco da Lapa, mas, a memória foi reconstituída e preservada, hoje, motivo de orgulho da Cidade.




domingo, 29 de maio de 2016

Preservação e conservação de documentos

Detalhe da palestra sobre Preservação e conservação de documentos, ministrada em três turmas, para atender aos colegas da Mrh. 

É importante atentar para os fatores de degradação do papel, eles atuam de dentro para fora (intrínsecos) e de fora para dentro (extrínsecos). Incluem-se no primeiro grupo aqueles ligados diretamente aos elementos que compõem o papel, tais como: tipo de fibras, tipo de encolagem, resíduos químicos não eliminados e partículas metálicas. Já o segundo grupo, referem-se aos agentes físicos e biológicos, tais como: radiação ultravioleta, temperatura, umidade, poluentes atmosféricos, microrganismos, insetos e roedores. 

Destacamos, também, a responsabilidade daqueles que trabalham com documentos:
  • Os documentos registram a vida da empresa, de seus empregados, dos seus clientes e dos seus acionistas.
  • Os documentos registram operações, ações, projetos, negócios, pagamentos, espaços, bens, compromissos, etc., por isso, devem ser autênticos e íntegros, para que possam servir de prova documental, principalmente em juízo.
  • A falta de um documento para servir de prova documental, compromete os interesses da empresa e dos cidadãos, podendo causar prejuízos incalculáveis.
  • O cuidado com o manuseio, com a guarda e o alerta constante em relação ao seu estado de conservação são fundamentais para evitar esses prejuízos.
  • Nós que trabalhamos com documentos devemos primar pela preservação e conservação, somos todos responsáveis em mantê-los íntegros em guarda. 
  • Qualquer indício/vestígio de pó, umidade, sujicidade, manchas, amarelecimento ou outro tipo de manifestação de agentes físicos e biológicos, devem ser comunicados ao responsável para as providências cabíveis. A passividade em relação a essas manifestações faz de nós responsável direto em relação à deterioração do documento.
  • Trabalhar com documento é coisa série, exige muito cuidado, zelo e responsabilidade, estamos lidando com a vida de pessoas e de empresas.

Informação, sensibilização e conscientização!


LUCCAS, Lucy; SERIPIERRI, Dione. Conservar para não restaurar. Brasília: Thesaurus, 1995.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Aula inaugural "Especialização em Administração Estratégica de Arquivos"

Excelentes abordagens apresentadas pelo Prof. Dr. Daniel Flores, da UFSM, na aula inaugural do curso de "Especialização em Administração Estratégica de Arquivos", na Fatene, em parceria com a Acesso Assessoria Documental.



Ressalto aqui, alguns pontos relevantes da aula, os quais fizeram parte das minhas anotações:
  • O advento do 6º marco dos arquivos com a produção do documento eletrônico, requer aparato rigoroso para mantê-lo autêntico, em função da sua complexidade e especificidade;
  • Arquivística pós-custodial que tem a informação como objeto; 
  • A necessidade premente do plano de classificação de documento para atender ao cidadão, em função da Lei de Acesso à Informação (LAI);
  • Na LAI o acesso é regra; o sigilo é exceção;
  • A LAI criou mecanismos para transformar a transparência ativa em passiva, objetivando o atendimento a cidadão, mas é preciso a sociedade cumprir seu papel, cobrando dos governos;
  • Já existem sistemas de informações criados que podem ser utilizados, não precisa reinventar a roda;
  • É preciso atentar para a preservação digital;
  • No novo contexto, os arquivistas saem do nível técnico operacional de depósito, para o nível de profissionais de gestão;
  • A academia não está acompanhando a pesquisa;
  • Há muito mercado na área para ser explorado!





Fotos de Fernando Braga

domingo, 28 de junho de 2015

Rádio Debate: "A Importância dos arquivos para a preservação da memória"


Aconteceu em 12 de junho, o Rádio Debate da Rádio Universitária FM, apresentando "A Importância dos arquivos para a preservação da memória", quando tive a honra de participar, na companhia de Marcela Teixeira e Alailton Andrade, debatendo a respeito e divulgando a Associação dos Arquivistas do Ceará (ARQUIVE-CE), instituição recém fundada em Fortaleza.


O Programa foi ao ar em 12 de junho, com reprise no dia 15 de junho, cujo áudio está disponível aqui.

Debatedores:
  • Marcela Teixeira, presidente da Associação dos Arquivistas do Estado do Ceará (ARQUIVE-CE) e coordenadora do Memorial da UFC. Arquivista, bibliotecária, mestre em Políticas Públicas em Educação;
  • Ana Luiza Chaves, responsável técnica da MRH Gestão de Arquivos e Informações. Bibliotecária, especialista em Gestão de Arquivos Empresariais;
  • Alailton Andrade, assessor da “ASP: Assessoria, Contabilidade e Processamento”; bacharel em Direito, especialista em Perícia Criminal e Segurança Pública.

Apresentadora: Raquel Chaves



Produção: Raquel Chaves e Fátima Babini.





Um novo contexto da Arquivologia vem se consolidando de forma positiva no Ceará, a partir da ARQUIVE-CE, com o envolvimento e comprometimento de profissionais da área. A leitura que faço é de ganho para as empresas, instituições públicas, profissionais e para a sociedade em geral.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Escrita: realidade vivida, criação e recriação!


Lendo alguns trechos do Diálogo Fedro, de Platão, deparei-me com esse, que já foi citado por muitos autores, quando se reportam à história, à importância da escrita, em que há trocadilho muito complexo acerca dos registros, da memória, na conversa entre o Thoth (deus egípcio) e Thamuz (faraó egípcio).

Quando chegaram à escrita, disse Thoth: 

"Esta arte, caro rei, tornará os egípcios mais sábios e lhes fortalecerá a memória: portanto, com a escrita inventei um grande auxiliar para a memória e a sabedoria." 

Thamuz, cético, responde:

"Grande artista Thoth! Não é a mesma coisa inventar uma arte e julgar da utilidade ou prejuízo que advirá aos que a exercerem. Tu, como pai da escrita, esperas dela com o teu entusiasmo precisamente o contrário do que ela pode fazer. Tal coisa tornará os homens esquecidos, pois deixarão de cultivar a memória; confiando apenas nos livros escritos, só se lembrarão de um assunto exteriormente e por meio de sinais, e não em si mesmos. Logo, tu não inventaste um auxiliar para a memória, mas apenas para a recordação. Transmites aos teus alunos uma aparência de sabedoria, e não a verdade, pois eles recebem muitas informações sem instrução e se consideram homens de grande saber, embora sejam ignorantes na maior parte dos assuntos. Em consequência, serão desagradáveis companheiros, tornar-se-ão sábios imaginários ao invés de verdadeiros sábios." (PLATÃO, 2001, p. 119)

No contexto de Thamuz, a invenção da escrita não era lá uma grande invenção, uma vez que a oralidade reinava como o recurso fundamental para passar o conhecimento de geração em geração, de forma dinâmica, viva e absoluta. Para ele, a escrita era uma armadilha traiçoeira, algo inerte, apenas com aspecto exterior, que não transmitia a sabedoria, e que levaria os homens à preguiça, pois não se esforçariam mais para lembrar de algo, porque iriam sempre recorrer ao que já havia sido escrito, portanto, uma invenção apenas para a recordação, não para a memória.

O próprio Thoth que a inventara não imaginava e nem tinha ideia do seu potencial, para ele, a escrita seria apenas um auxílio à memória, para ajudar a não esquecer.

Ambos realmente estavam equivocados, pois não tinham ainda a capacidade de projetar a sua utilidade para o futuro, para admitirem a verdadeira importância da escrita e de todo o seu legado para a Humanidade, inclusive a sua dinamicidade, por intermédio da interpretação dos textos.

Com certeza essa invenção teria outra leitura se Thoth e Thamuz sobrevivessem aos tempos, presenciariam a sua riqueza e a sua grande utilidade.

E foi assim, com a invenção da escrita, que a pré-história dos registros foi ficando para trás... Com ela (a escrita) o homem escreveu histórias e poesias, anotou seus discursos, registrou o seu patrimônio e as cerimônias, emitiu recibos e notas de pagamentos, registrou todo conhecimento e tudo que acontecia. O homem passou a ter uma ferramenta para registrar os fatos a partir da realidade vivida e criar e recriar, a partir da sua imaginação.

Indo mais longe...

Foi com o acúmulo ou com a coleção de tudo isso, que se fizeram os arquivos e as bibliotecas, para salvaguardar o conhecimento para a posteridade!

PLATÃO. Fedro. São Paulo: Martin Claret, 2001.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Sabedoria de Confúcio


"Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida."
Confúcio

Neste dia do trabalho, trago a sabedoria de Confúcio para externar o meu pensamento a respeito do trabalho, fazendo a leitura dentro do meu contexto

Trabalhar em meio aos documentos é deparar-se com muitas rotinas empresariais, é entender de assuntos que ainda não se conhece, é decifrar fatos que se sucederam, mesmo sem estar presente, tudo isso para atender as demandas informacionais do usuário.



Trabalhar em meio a um acervo de livros é viajar a toda hora, é ter com autores renomados e conhecer suas ideias, é chegar a conclusão de que pouco se sabe, diante de tanto conhecimento, é proporcionar ao usuário a possibilidade de diminuir essa lacuna.


sábado, 13 de dezembro de 2014

Empty Socks


Em época de Natal, nada melhor do que receber um documento raro, uma relíquia!

A notícia do achado da primeira animação de Natal da Disney, 'Empty Socks', divulgada pela Biblioteca Nacional da Noruega, é um presente para os estúdios Disney e para todos os apreciadores do cinema de animação.

Enquanto misturado a outros filmes e documentos do acervo daquela Biblioteca era apenas mais um volume que se encontrava em processo de digitalização, mas, isolado e autenticado por autoridade competente, passa a ser uma peça arquivística rara, que deve se juntar ao seu contexto de produção.

Abaixo, a matéria veiculada no portal Veja

Biblioteca da Noruega encontra 1ª animação de Natal da Disney

Oswald, o coelho sortudo, estrela ‘Empty Socks’, desenho animado de 1927, que será exibido no dia 17 de dezembro no país.

Foto divulgada pela Biblioteca Nacional da Noruega mostra uma cópia restaurada do curta de animação "Empty Socks", de 1927, 
parte da série de Oswald, o coelho sortudo, da Disney (Martin Weiss/Nasjonalbiblioteket/AFP)

A Biblioteca Nacional da Noruega anunciou nesta quinta-feira a descoberta de Empty Socks (Meias Vazias, em tradução livre), de 1927, animação da Disney até então considerada desaparecida. O curta-metragem é o primeiro desenho animado do estúdio com a temática de Natal. "A princípio, não sabíamos que se tratava de um tesouro cinematográfico", disse à agência France Presse o arquivista da instituição, Kjetil Kvale Soerenssen.

O curta, que é protagonizado pelo personagem Oswald, o coelho sortudo, antecessor de Mickey Mouse, foi encontrado durante uma revisão do sistema da biblioteca da cidade norueguesa de Mo i Rana, em 2008. Ao longo dos últimos anos, passou por uma restauração e digitalização e agora será exibido na Biblioteca Nacional da Noruega em 17 de dezembro.

David Gerstein, desenhista da Disney e especialista na história dos desenhos animados, foi o responsável por autenticar Empty Socks, que tem 5 minutos de duração. Até então, existia apenas uma sequência de 25 segundos do curta no Museu de Arte Moderna de Nova York.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Arquivo pessoal: revelações de toda sorte


Os arquivos pessoais pressupõem os registros, os testemunhos e as lembranças da vida íntima, familiar, profissional e em sociedade, tendo como centro a pessoa produtora do arquivo e como limites a atitude de quem os selecionou. Portanto, não é tudo que se viveu, mas, o que foi selecionado para a memória dentro de um critério contextual ou ainda o que resistiu ao tempo, mesmo sem a intenção de acumulação.

Afora os documentos comuns, eu diria, os que se referem às atividades meio, ou seja, aqueles que todos nós acumulamos e/ou temos que preservá-los enquanto cidadãos e pessoas físicas, tais como obrigações legais, financeiras, profissionais, fiscais e sociais, há aqueles que identificam e caracterizam a pessoa que os acumulou. São documentos que expressam a subjetividade da pessoa, que, embora enquanto viva, só interessem a ela mesma, podem, no futuro, vir a ser fonte de recordação para a família ou úteis para a sociedade como valiosa fonte de pesquisa, pois revelam hábitos, costumes, momentos e cenários, que se revestem de memória e história.

Sendo assim, eles podem ser classificados por intermédio de dispositivo legal como sendo de interesse público e social, ainda mais quando se trata de figura de repercussão nacional e mundial.


Na matéria "Tudo o que sempre quisemos saber sobre Hemingway e nunca tivemos coragem de perguntar", de Inês Nadais, publicada em 16/02/2014, verifica-se a riqueza de detalhes, de particularidades que um arquivo pessoal pode conter, são revelações de toda sorte sobre o escritor.

A autora da matéria usa a expressão certeira "espreitar pelo buraco da fechadura", referindo-se às informações e revelações contidas nos 2.500 documentos que estavam armazenados durante décadas na casa onde Hemingway viveu de 1939 a 1960, na Finca Vigía, nos arredores de Havana, hoje Museu Ernest Hemingway.

Conhecer o seu arquivo pessoal é conhecer mais sobre Hemingway, é fazer a leitura do que há de comum ou de diferente na pessoa do escritor, é entender o contexto que o autor, sem intenção, explica para o mundo, depois de sua partida.




A receita do seu hambúrguer, a fatura da compra de um Buick Super Station Wagon, a licença de porte de arma emitida pelo Governo cubano, bilhetes de touradas a que assistiu na Espanha, telegramas importantes, correspondência pessoal, diários, manuscritos originais, postais de Natal, passaportes, contas da mercearia, da oficina, da livraria e do bar, notas de encomenda, extratos bancários e mais de nove mil livros anotados à mão, tudo agora faz parte do acervo da Biblioteca e Museu Presidencial John F. Kennedy e está digitalizado e acessível para pesquisa.



"Factura do Buick que o escritor comprou em Key West, na Florida, em 1959 
ERNEST HEMINGWAY PAPERS COLLECTION/MUSEUM ERNEST HEMINGWAY FINCA VIGÍA" 

Em comunicado à imprensa, o diretor da biblioteca, Tom Putman, registrou:


'Congratulamo-nos por disponibilizar aos investigadores cópias destes materiais que permitem um vislumbre único do quotidiano de Hemingway. Tratando-se, como se trata, de uma figura literária frequentemente retratada como maior do que a vida, este acervo serve para humanizar o homem e para compreender o escritor'.

Obras de Ernest Hemingway
Leia a matéria completa
Veja outra matéria a respeito


domingo, 15 de setembro de 2013

Arquivo de memória: violação de privacidade ou preservação de identidade?


Quem assiste Violação de privacidade e faz a leitura com o olhar da Arquivística, pode observar o rico contexto e a evidência de questões inerentes ao arquivo, tais como: a dicotomia entre público e privado, entre sigiloso e ordinário, entre intervenção e imparcialidade, informação e prova documental, os princípios da proveniência, da ordem original e da indivisibilidade, a seleção e avaliação e os recortes preservados para a guarda permanente.

Algumas assertivas de autores

Lidar com memória e informação é algo complexo e subjetivo. É necessário criar lugares para que a memória exista em algum lugar. São os “lugares da memória”, de que Nora (1993, p. 13) fala, nos quais, sem dúvida, os arquivos são incluídos. A memória requer indícios, vestígios, pois não é suficiente a rememorar pela oralidade, mas, sobretudo, pelas informações geradas através dos dados registrados em documentos.


Os lugares de memória nascem e vivem do sentimento de que não há memória espontânea, que é preciso criar arquivos, que é preciso manter aniversários, organizar celebrações, pronunciar elogios fúnebres, notarias atas, porque essas operações não são naturais.

Apesar de a memória natural das pessoas não dar conta de tudo, de fazer seleção, a seleção é feita pelo protagonista dela não por outra pessoa. 

É verdade, nós não nos lembramos de tudo o que aconteceu ou que nos foi ensinado ao longo de nossa vida. Descartamos a maioria das experiências vivenciadas e só retemos aquelas que possuem significados, isto é, são funcionais para nossa existência futura (VON SIMSON, 2000, p.15).

Para a interpretação correta do contexto que permeia sobre a situação, é necessário manter o conjunto, a integridade do que foi formado ao longo das atividades.

“[...] os fundos de arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição indevida [...]” (BELLOTTO, 2002, p. 21).

Há diferença entre memória ou informação.

[...] eles são memória, antes de ser informação. A informação tem qualquer coisa de neutra, de anônima. Os arquivos são práticas de identidade, memória viva, processo cultural indispensável ao funcionamento no presente e no futuro” (MATHIEU; CARDIN, 1990, p.114 apud JARDIM, 1995, p. 5). 


Algumas indagações de leitura e contexto
  • Onde está o limite entre o público e o privado? É correto ter acesso a todas as informações de vida de uma pessoa sem a sua permissão, desde as mais íntimas e reais até às imaginárias, e depois omitir parte delas para não prejudicar a sua memória quando já não está mais entre os vivos? 
  • Quando selecionamos para a guarda permanente, de certa forma não estamos elegendo algo a ser lembrado em detrimento a outro que será esquecido?
  • É correto usurpar a memória de outro para benefício próprio? 
  • O que pode ser descartado, memória ou informação? 
  • Se o acesso é permitido a privacidade pode ser violada?

Cenas do filme enfocando os pontos mencionados

O título original, The final cut remete de forma mais forte à questão da memória seletiva, já a tradução para o português valoriza a questão da privacidade, recorrendo às cenas dos filmes temos:


  • Uma empresa (Eye) detém uma tecnologia que permite o implante de um chip (Zoe) nos bebês para gravar todos os acontecimentos, memórias e lembranças durante a vida.


  • Um profissional especializado (cutter) em tratar informações e imagens gravadas no chip faz a seleção por intermédio de um programa (Guilhotine), para edição como um arquivo de memórias e divulgação em formato de filme, depois da morte do seu portador, em cerimônia de homenagem à vida da pessoa que se foi (rememória).

  • O objeto de trabalho do cutter é o chip, que serve de suporte de informação, muitos arquivos se formam com esse novo tipo de documento e chips de pessoas de toda sorte esperam o corte final.

  • O chip da vez é de um alto executivo da Empresa Eye, ele está pronto para ser editado...

  • Os equipamentos de edição ajudam ao editor de memórias nessa tarefa.

  • Ele precisa escolher as imagens e tem o poder de transformar um vilão em um herói, a partir da nova leitura feita na coletânea de cenas, depois dos cortes e montagem final.


  • Numa mesa complexa, cheia de telas e painéis, o cutter pratica o juízo final,

  • Brincando com a memória de quem já se foi, deletando, passando, modificando, alterando o contexto, para que façam uma boa leitura dos fatos que se sucederam na vida do morto.

  • Mas, fazendo a leitura nas passagens do cliente em edição, algo pessoal é preciso ser desvendado, nesse caso nenhum corte, cada detalhe deve ser percebido, é preciso conhecer o contexto original, fazer a leitura correta, questões pessoais estão em jogo.



  • Mesmo, que se tenha que correr riscos para se obter a prova documental e encerrar um processo.





BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivística: objetos, princípios e rumos. São Paulo: Associação de Arquivistas de São Paulo, 2002. 
JARDIM, J. M. A Invenção da memória nos arquivos públicos. Ciência da Informação, Brasília, v. 25, n. 2, 1995. p. 1-13. Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/viewFile/439/397>. Acesso em: 15.09.2013. 
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Revista do Programa de Estudos Pós-graduados em História e do Departamento de História da PUC - SP, São Paulo, nº 10, p. 7-28, dez. 1993. Projeto História. Disponível em: <http://www.pucsp.br/projetohistoria/downloads/revista/PHistoria10.pdf>. Acesso em 15 set. 2013. 
VON, SINSON, Olga Rodrigues de Moraes. Memória, cultura e poder na sociedade do esquecimento. Augusto Guzzo Revista Acadêmica das Faculdades Integradas "Campos Salles", São Paulo, v.6, 2003. Disponível em: < 



 



FICHA TÉCNICA 



Lançamento: 8 de abril de 2005 (1h 44min) 

Gênero: Ficção Científica

Direção: Omar Naim

Roteiro: Omar Naim
Elenco: Genevieve Buechner, Jim Caviezel, Mira Sorvino, Robin Williams, Thom Bishops
Produção: Nick Weschler
Fotografia: Tak Fujimoto
Trilha Sonora: Brian Tyler
Gênero: Suspense, Ficção científica
Duração: 105 min.
Lançamento: 8 de abril de 2005 (1h 44min)



Algumas pessoas possuem em seu cérebro um implante de memória, comprado por seus pais antes mesmo de nascerem, que registra todos os fatos ocorridos em sua vida. Após sua morte este implante é retirado e, com o material nele existente, é editado um filme sobre a vida da pessoa, que é exibido em uma cerimônia póstuma chamada Rememória. Alan Hakman (Robin Williams) é o melhor montador de filmes para a Rememória em atividade, usando seu talento para preparar filmes que concedam a absolvição ao morto em relação aos erros por ele cometidos em vida. Por se dedicar ao trabalho, Alan se torna uma pessoa distante e incapaz de viver sua própria vida. Ele se considera uma espécie de "devorador de pecados", acreditando que seu trabalho seja um meio de perdoar os mortos e que, de alguma forma, este perdão também chegue para ele próprio. Porém, quando busca por material em um implante para a Rememória de um diretor da empresa que fabrica os chips, Alan encontra a imagem de uma pessoa que marcou sua infância. É quando Alan decide iniciar uma busca pela verdade sobre esta pessoa, em uma tentativa pessoal de conseguir sua redenção por um erro do passado.


Fonte: Adoro Cinema