Nesse Dia Nacional do Folclore, vamos ressaltar e fazer a leitura de alguns entes e elementos do nosso folclore, que fazem referência ao nosso contexto atual, quem sabe, eles trazem alguma mensagem, mesmo que subliminar, para que possamos pensar a respeito...
A começar pela Mula-sem-cabeça, mas, como? Se não há cabeça, a não ser labaredas do mais profundo vermelho, como vai conseguir pensar?
Talvez, tirando-lhe uma gota de sangue, quem sabe ela pára seu galope desenfreado e as coisas voltam à normalidade.
Se não funcionar, podemos recorrer ao Saci Pererê... Não sei não! Ele que fica solto por aí fazendo presepadas, roubando e escondendo tudo de todos, afinal, falta-lhe uma extremidade, será essa a razão? De qualquer forma, como a Mula-sem-cabeça, ele também gosta de exibir o vermelho no seu gorro e na sua sunga.
Portanto, já está comprovado que de nada adianta o vermelho da Mula-sem-cabeça e do Saci Pererê, porque estamos vendo a vaca ir para o brejo. Na verdade, precisamos de um Boitatá para proteger o verde-amarelo das matas e florestas da nossa casa.
É trabalhoso, mas, nesses casos folclóricos, o recurso da adivinhação funciona muito bem, mesmo que trave a língua: O que é o que é...?
Gato escondido com rabo de fora está mais escondido que rabo escondido com gato de fora.
Caso não funcione, lançaremos mão de Três, três, passarás, se não o diante, há de ser o de detrás, pois, há quem mereça chicote queimado, nesse caso, a solução é correr atrás e pegar antes que seja tarde demais.
Será que fazendo uni duni te, salame minguê, um sorvete colorê, o escolhido foi você, chega alguém de repente e resolve tudo! Porque está cada vez mais difícil...
Um, dois, feijão com arroz;
Três, quatro, feijão no prato;
Cinco, seis, falar inglês;
Sete, oito, comer biscoito;
Nove, dez, comer pastéis.
Receio que seja necessário entoar a súplica do Ritual Yanomami, para o céu não desabar sobre a face da nossa terra.
A eles, os personagens e elementos verdadeiros dentro do contexto folclórico, que emprestaram suas vidas, ações e falas, a minha admiração e o meu perdão por usá-los assim, de forma tão pejorativa. Aos outros, aqueles personagens e elementos falsos, dentro do contexto verdadeiro, o meu repúdio e a minha indignação, na esperança de que um dia todos serão afastados de cena e banidos para sempre do dia a dia.
Mitos e ritos, lendas e parlendas, são fantasias, invenções, crenças, culturas, tradições, costumes, superstições, "tudo junto e misturado", até porque somos miscigenação pura de elementos indígenas, portugueses e africanos.
E agora vou encerrando...
Entrou por uma porta,
Saiu pela outra.
Quem quiser
Que conte outra.
Qualquer semelhança não é mera coincidência.