domingo, 31 de agosto de 2025

Descendo e subindo ladeiras

Em Ouro Preto é assim, estamos sempre descendo e subindo ladeiras nas ruas históricas, com pavimentação preservada na sua forma original.

As ladeiras íngremes são devido à sua localização no topo de uma cadeia de montanhas e ao terreno acidentado do local onde foi construída. A cidade surgiu na era colonial para explorar o ouro, o que levou à ocupação de um terreno montanhoso e de difícil acesso.



Além das ladeiras características, há as edificações coloniais, sobrados na sua maioria, coloridas com a utilização dos materiais, técnicas e recursos naturais, além do conhecimento dos artesãos e artistas da época.




As lojinhas, com suas placas artesanais, dão um ar ainda mais característico para as ruas.




Ouro Preto é o resultado de um processo coletivo de povoamento e exploração, impulsionado pela descoberta do ouro. E andar por essas ruas mineiras de outrora é uma aventura inigualável. Amei de coração!❣

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Livraria em Ouro Preto

Não podia faltar visita a uma livraria. No percurso das andanças pelas ruas ladeiradas de Ouro Preto me deparo, sem querer, mas querendo, com Outras Palavras Livraria. Apreciei de perto o balcão onde estavam expostos as publicações sobre Minas e a Cidade, uma riqueza!




terça-feira, 26 de agosto de 2025

Uma mina de verdade!

Visitanos a Mina do Veloso em Ouro Preto. Uma mina de verdade!

As minas em Ouro Preto são atrações turísticas que permitem explorar o passado da mineração de ouro na região. 

Entrando na mina, acompanhadas de um guia, foi possível conhecer a formação da mina a partir da genialidade africanas, as técnicas de extração, as condições de trabalho dos escravizados e a geologia da mina, que oferece um ambiente subterrâneo, frio e úmido, com galerias e poços.


Fui acompanhada da minha filha, que me auxiliou no trajeto, principalmente nos trechos mais rebaixados, estreitos e de desníveis.







domingo, 24 de agosto de 2025

História e cultura em toneladas

Ouro Preto, uma mina de história e cultura, além de muitos aspectos peculiares, que enriquecem ainda mais a cidade que é uma joia do Brasil Colonial e um Patrimônio Cultural da Humanidade.


Foi uma viagem e tanto! Ainda mais na companhia da minha filhota. Aproveitamos ao máximo todo o ouro dessa mina de conhecimento. 

Literalmente, é uma cidade rica em ouro, lingotes no passado e história e cultura em toneladas no presente e para a posteridade, haja vista o tombamento pela Unesco.

Um passeio à bordo de uma jardineira possibilitou uma visão panorâmica e até detalhada dessa Cidade cheia de muitos encantos, ladeiras, arquitetura colonial e igrejas. Uma maravilha!





A exuberência do Barroco em Ouro Preto é manifestada nas igrejas do século XVIII com altares dourados, talha em madeira e pinturas em perspectiva no teto, como vemos na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Basílica de Nossa Senhora do Pilar, Igreja de São Francisco de Assis e Igreja de Santa Efigênia.




 




Toda essa riqueza de detalhes, que se apresenta na integração da arquitetura com a escultura e a pintura, emociona tanto os fiéis, que celebram a fé católica como os turistas que visitam a cidade, sistematicamente.

domingo, 17 de agosto de 2025

Preciosidade da Biblioteca Nacional

O termo obras raras se refere a um conjunto de documentos com características únicas, que os distinguem dos materiais comuns de uma biblioteca. 

A raridade de uma obra não está ligada apenas à sua idade, mas também a outros fatores que a tornam um item valioso para colecionadores, pesquisadores e instituições.

​As obras raras podem incluir livros, manuscritos, gravuras, mapas e outros itens que possuem um ou mais dos seguintes atributos:
  • ​antiguidade: Materiais produzidos em períodos históricos específicos, como os incunábulos, que são os livros impressos até 1500, durante os primeiros anos da imprensa.
  • baixa tiragem: Obras que foram impressas em poucas cópias. Isso pode ocorrer por causa de censura, limitações técnicas ou por serem publicações de nicho.
  • edições especiais: Livros que foram produzidos com encadernações de luxo, papéis especiais, ilustrações originais e autógrafos.
  • importância histórica ou cultural: Itens que pertenceram a personalidades históricas ou que testemunharam eventos significativos.
  • curiosidades e excentricidades: Livros com erros de impressão, edições clandestinas, ou que se destacam por alguma característica inusitada.
Como essas preciosidades são materiais delicados e insubstituíveis, exigem cuidados especiais para evitar a degradação. As bibliotecas e arquivos que detêm esses acervos investem em:
  • ​condições ambientais controladas: as obras raras devem ser armazenadas em locais com temperatura e umidade estáveis, protegidas da luz, poeira e pragas.
  • manuseio cuidadoso: a consulta a esses materiais é, muitas vezes, feita em salas especiais, sob a supervisão de um bibliotecário, e exige o uso de luvas e equipamentos de apoio para evitar danos físicos.
  • digitalização: a digitalização de obras raras é uma das principais formas de democratizar o acesso a esses documentos, sem que a peça original seja exposta a riscos.

A Biblioteca Nacional do Brasil guarda em sua coleção preciosidades que testemunham a riqueza cultural e histórica do país. Trata-se de um exemplar de luxo, cuja capa é inteiramente bordada a ouro, um verdadeiro símbolo de requinte e sofisticação editorial do século XIX.

A obra não se limita a ser apenas um registro escrito, mas constitui-se também em um objeto artístico, no qual a encadernação luxuosa dialoga com a tradição das grandes bibliotecas europeias.



Para conhecer mais sobre essa obra, veja a matéria produzida pelos funcionários da BN, compartilhada no LinkedIn por Carlos Alberto Tavares Ferreira.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção

Hoje, 15 de agosto, é feriado municipal aqui em Fortaleza, comemoramos o Dia da Nossa Padroeira, Nossa Senhora da AssunçãoEla, que foi levada ao céu em corpo e alma após sua morte, proteja a nossa Cidade hoje e sempre! A Cidade comemora todos os anos com missas e também com a tradicional Caminhada com Maria. 

A Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, que deu origem ao nome da nossa cidade, também está ligada a essa devoção. Portanto, falando um pouco dessa história, a fortaleza construída pelos holandeses e depois retomada pelos portugueses, deu origem ao nome da cidade e está localizada na margem esquerda da foz do riacho Pajeú. Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção é um marco histórico e arquitetônico que desempenhou um papel crucial na formação da cidade. Originalmente, foi construída pelos holandeses em 1649 como Forte Schoonenborch, mas retomada pelos portugueses em 1654 sendo rebatizada com seu nome atual, em homenagem à padroeira da cidade. A fortaleza não apenas serviu como estrutura militar de defesa, mas também como ponto central para o desenvolvimento da região, dando origem ao nome da cidade.


segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Qualquer leitura vale a pena

No Dia do Estudante vale ressaltar que qualquer leitura vale a pena. Principalmente quando os pequenos têm a curiosidade de perguntar, devemos aproveitar a oportunidade e oferecer leitura para satisfazer essa fome de conhecimento.

Até a turma do Snoopy & Charlie Brown apoiam a ideia, na fala deles, livros são um banquete.




domingo, 10 de agosto de 2025

Indexação é o X da questão

A indexação é uma atividade essencial tanto na Biblioteconomia quanto na Arquivologia, ainda que aplicada de formas distintas, conforme os objetivos, de cada ciência, os tipos documentais e os contextos de uso da informação. Mas por que ela é o X da questão? Exatamente porque permite que o interessado na informação chegue a ela de forma precisa e objetiva, sem muitos arrodeios.


Na Biblioteconomia, a indexação está fortemente associada ao tratamento temático de livros, artigos, teses e outros materiais bibliográficos. Seu principal propósito é representar de forma precisa o conteúdo dos documentos, facilitando a recuperação da informação nos catálogos e bases de dados, no menor tempo possível.

O bibliotecário utiliza vocabulários controlados, como tesauros e listas de cabeçalhos de assuntos, e se apoia em normas como a NBR 12676:1992 ou diretrizes da CDU (Classificação Decimal Universal) para garantir consistência e padronização. A indexação, nesse campo, é intelectual, conceitual e busca captar o assunto do documento, permitindo que o usuário encontre informações com base em temas, conceitos e relações semânticas.

Nessa hora o bibliotecário deve atentar para seu público-alvo, com vistas a utilzar termos que sejam familiares a esse público, como por exemplo, não se deve usar termos muitos técnicos caso a população usuária não tenha esse perfil de tecnicidade.

A NBR 12676 - Métodos para análise de documentos - Determinação de seus assuntos e seleção de termos de indexação estabelece as condições para a análise de documentos, a determinação de seus assuntos e a seleção de termos de indexação, sendo direcionada para os estágios iniciais do processo de indexação.
São esses os aspectos da norma.

1. Análise de documentos
O processo de exame e compreensão do conteúdo do documento para identificar seus temas principais.

2. Determinação de assuntos
A identificação dos temas abordados no documento, que serão representados por termos de indexação. 

3. Seleção de termos de indexação
A escolha de termos representativos do conteúdo do documento, que serão utilizados para facilitar a recuperação da informação.

A norma não trata de sistemas de indexação específicos (pré- ou pós-coordenados), mas sim dos procedimentos gerais para análise e seleção de termos de indexação. Ela é aplicável tanto a serviços de indexação independentes quanto a serviços em rede.

Além da NBR 12676, a 6034 - Informação e documentação – Índice – Apresentação, trata da preparação de índices de publicações, muito utilizada para a elaboração de índices remissivos de livros.

Já na Arquivologia, a indexação assume um caráter mais pragmático e funcional, centrado na descrição e recuperação de documentos produzidos no contexto de atividades institucionais. Aqui, os documentos são analisados em relação à sua função administrativa, jurídica ou probatória.

O arquivista trabalha com instrumentos como planos de classificação, taxonomias, descrições arquivísticas e tabelas de temporalidade, e a indexação busca refletir os elementos que identifiquem o documento em sua organicidade, como a atividade que o gerou, a data, o produtor, os processos organizacinais e, principalmente, o contexto de produção. Porque se ele não tiver uma indexação que o vincule  ao seu contexto original (fundo) perde a efervescência de significados e de leituras, induzindo a compreensões vagas e/ou distorcidas.

Por isso, a preocupação maior não está no conteúdo temático, mas na estrutura e função do documento dentro do fundo arquivístico. Excluindo-o dessa estrutura, não há sentido para o documento, ele fica solto e pode nada representar, perde o vínculo, a relação com o seu contexto. Por isso, 

Enquanto na Biblioteconomia a indexação é mais aberta e voltada ao acesso temático, na Arquivologia ela é estritamente vinculada à proveniência e ao princípio da organicidade. No entanto, ambas as áreas compartilham o objetivo de facilitar o acesso e promover a recuperação da informação, respeitando as particularidades dos acervos que lidam e gerenciam.

Em tempos de transformação digital, a indexação ganha ainda mais relevância, exigindo dos profissionais habilidades técnicas e conhecimento, para que os softwares recebam os metadados necessários para chegar ao X da questão, tanto na Biblioteconomia como na Arquivologia, porque, em ambos, o objetivo é tratar e representar adequadamente os unidades de informação, seja no universo das bibliotecas, seja no universo dos arquivos.

sábado, 2 de agosto de 2025

Agosto: história e curiosidades

O termo "agosto" tem origem no latim augustus, que significa "consagrado" ou "venerável".

O mês de agosto, original do latim "Augustus", é em homenagem ao imperador romano César Augusto. Antes dessa mudança, o mês era conhecido como "Sextilis", pois era o sexto mês no calendário romano original de Rômulo. A alteração para "agosto" ocorreu para homenagear o imperador, que governou Roma entre 27 a.C. e 14 d.C.

Da mesma forma que Júlio César atribuiu seu nome ao mês de julho, Augusto o fez em relação ao seu nome.

César Augusto, nascido Caio Otávio, era filho adotivo de Júlio César e foi o primeiro imperador romano, governando do período de 27 a.C. até sua morte em 14 d.C. Ele consolidou o poder após as guerras civis, derrotando Marco Antônio e Cleópatra na Batalha de Ácio, estabelecendo a Pax Romana. Com isso, se tornou princeps, ou primeiro cidadão.

Depois dele, o nome Augusto passou a todos os imperadores romanos. 

Mas, saindo da história e indo agora para as curiosidades, por que agosto é o mês do desgosto, segundo a tradição oral popular?

Temos que "navegar" para o período de transição da Idade Média para a Moderna, daí, entramos de novo na história. Refiro-me, exatamente, às Grandes Navegações. 

Esclarecendo, para quem não conhece, a tradição é herdada dos colonizadores portugueses, do período das Grandes Navegações do Século XVI, pois era no mês de agosto que as caravelas se lançavam ao mar para desbravar o novo. Para o contexto da época, as mulheres dos navegadores nunca casavam em agosto, porque, além de não ser possível a lua-de-mel, corriam o risco de se tornarem viúvas em função do alto risco das navegações.

Segundo o escritor Mário Souto Maior, a frase tradicional consagrada é “casar em agosto traz desgosto”, mas, foi resumida para a conhecida “agosto, mês do desgosto”.

Tradições à parte, o que vale é a nossa vivência, é o intuito de ser feliz em qualquer mês. A melhor leitura é Agosto que dá gosto!

sábado, 26 de julho de 2025

Dançar com livros

imagem em questão, "Loves of BookS, Conceptual Image", do artista SMETEK (em Art.com), retrata uma figura humana formada por livros numa pose peculiar do tango. 

 

O papel fundamental e transformador do conhecimento é representado pelos livros na formação da identidade humana, expresso através da metáfora apaixonada e dinâmica do tango.

A imagem combina poderosamente o simbolismo tradicionalmente estático e pesado dos livros (representando conhecimento, permanência e sabedoria histórica) com o movimento fluido, apaixonado e movimentado do tango.

Os livros, formando o próprio tecido físico do indivíduo, simbolizam que o conhecimento molda e define a identidade humana, o intelecto e a própria existência.

Achei por demais sugestiva essa imagem surrealista com visual cativante e provocador. Chamou tanto a minha atenção, que associei a ela uma reflexão com nuances de vários contextos.

A ideia de "dançar com livros" pode ser entendida como uma forma de explorar o universo da leitura de maneira ativa e criativa, onde a imaginação e as emoções são postas em movimento, assim como na dança.

Viver em meio a livros é tudo de bom. Pegar, ler, se deleitar, sonhar, viajar, se deslumbrar, e por que não, dançar?

Dançar com livros pode ser um momento leve e despreocupado em relação ao aprendizado ou à leitura. Ao invés de uma postura rígida e formal, a pessoa estaria aberta à exploração e à expressão pessoal, "dançando" com o conhecimento de forma mais livre e intuitiva.

Por outro lado, pode-se interpretar como uma forma de interagir ativamente com o conteúdo do livro, não apenas lendo-o passivamente, mas "dançando" com ele, ou seja, explorando diferentes perspectivas, relacionando o conteúdo com outras áreas do conhecimento e aplicando-o de maneira criativa.

E assim como "dançar conforme a música" significa se adaptar às circunstâncias, "dançar com livros" pode indicar a capacidade de adaptar o conhecimento adquirido à realidade, utilizando-o de maneira prática e relevante.

E, levando para um lado mais artístico, "dançar com livros" pode também ser uma performance ou expressão corporal que se inspira ou interage com os livros, utilizando a dança como forma de interpretação ou comentário sobre os textos.

Afinal, seja qual for o aspecto a ser considerado, dançar com livros é um ótimo incentivo à leitura. Vamos dançar com livros?

domingo, 20 de julho de 2025

Santos Dumont: pai da aviação

Santos Dumont, mais do que criativo foi inovador e ousado. Ele, que navegou pelo ar, é o pai da aviação. 

Hoje é o seu aniversário e nada mais brilhante do que homenageá-lo com essa visita que fiz ao Museu Casa Santos Dumont, que fica em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

A casa é cheia de ideias inovadoras, desde a escada até o chuveiro de água quente no banheiro.






domingo, 13 de julho de 2025

Arquivo em ação: o trabalho não para

Julho chegou. Para muitos, é tempo de descanso, viagem e merecidas férias. As escolas entram em recesso, algumas empresas diminuem o ritmo, e as ruas se enchem de um clima mais leve e descontraído, com menos trânsito, inclusive. No entanto, existe um setor silencioso, que trabalha nos bastidores, na retaguarda, muitas vezes invisível, que não conhece pausa, o arquivo.




Enquanto grande parte dos profissionais recarrega as energias, o arquivo segue firme em sua missão. Ele não tira férias, não fecha as portas nem cruza os braços diante da ausência do movimento externo. Pelo contrário, permanece vigilante, zelando pelas informações que estruturam o passado, sustentam o presente e possibilitam o futuro.

Os documentos ali guardados, organizados, protegidos e descritos, são essenciais para decisões administrativas, comprovações legais, resgates históricos e tantos outros usos que exigem precisão e confiança. O arquivista segue preparado para atender a quem busca respostas. Porque a informação arquivística, diferentemente do calendário escolar e de outros calendários profissionais, não conhece recesso.

Por isso, em meio ao clima de férias, é importante reconhecer o trabalho contínuo dos arquivos. Eles são a memória ativa das instituições, sempre disponíveis, sempre prontos. E mesmo quando o mundo parece em pausa, o arquivo continua, garantindo acesso, autenticidade e preservação.

Julho é tempo de descanso para muitos, mas para o arquivo é mais um mês de compromisso com a verdade documental.

sábado, 5 de julho de 2025

Uso indevido da expressão “Arquivo Morto”

No cotidiano das empresas, instituições e entre gestores leigos é muito comum ouvir a expressão “arquivo morto”, para se referir a documentos que não estão em uso frequente. 

Há nessas organizações até espaços destinados ao arquivo com placas na porta que indicam essa expressão. Também há indústrias que ainda fabricam caixas com a expressão estampada, que são comercializadas no mercado e inseridas nos diversos arquivos, reforçando ainda mais essa ideia errônea.

E com certeza as pessoas que lidam com a documentação dessas empresas não são profissionais  da área, com formação e capacidade específicas para dar a devida atenção e gestão junto aos arquivos.

Apesar de ser ainda muito difundido, esse termo é tecnicamente incorreto e pode induzir a interpretações equivocadas sobre a função e o valor dos arquivos. 

A denominação “arquivo morto” sugere que os documentos armazenados perderam sua importância, como se estivessem inutilizados ou obsoletos, assim como se todas as informações neles contidas de nada mais valessem. No entanto, do ponto de vista arquivístico, os documentos que não são mais utilizados rotineiramente, mas que ainda possuem valor legal, administrativo, fiscal, histórico ou informativo, fazem parte da fase intermediária ou permanente do ciclo de vida documental. Eles devem ser mantidos de forma organizada, acessível e segura, pois podem ser requeridos a qualquer momento por motivo legal, informativo ou para a reconstrução da memória institucional. 

O uso do termo “arquivo morto” revela, além de uma imprecisão técnica, uma visão reducionista e errônea sobre a gestão documental. Essa visão pode levar ao descuido com a guarda e gestão adequadas dos documentos, comprometendo sua recuperação futura e até mesmo sua integridade. 

O correto é referir-se a esses documentos como arquivo intermediário (quando aguardam prazos legais de guarda ou avaliação) ou arquivo permanente (quando são preservados por seu valor histórico ou probatório). Substituir o termo equivocado é um passo importante para valorizar a gestão documental e garantir que as práticas arquivísticas sejam compreendidas e respeitadas. 

Portanto, é essencial promover a conscientização sobre a terminologia correta, contribuindo para uma cultura institucional mais responsável e alinhada às boas práticas da Arquivologia. Afinal, documento nenhum está “morto” enquanto puder cumprir uma função, seja legal, administrativa, histórica ou social. 

Sabemos que na falta da informação arquivística na hora desejada sempre leva os gestores das organizações a buscarem corrigir essa lacuna de não ter os arquivos organizados e gerenciados como define a Arquivologia, sejam eles físicos ou digitais. Cabe aos profissionais da área difundir o conceito correto e a esses gestores se anteverem a essa situação caótica contratando arquivistas para solução do problema.