terça-feira, 14 de outubro de 2025

Normalizar para depois normatizar


14 de outubro é o Dia Mundial da NormalizaçãoJá pensou em um mundo sem normas? Seria um caos generalizado.

Um mundo sem normas de padronização seria caótico e ineficiente, com o colapso do comércio, da tecnologia e da segurança e tanto outros segmentos de demandas da sociedade. Sem padronização, o transporte seria prejudicado, a internet e sistemas de comunicação falhariam, a qualidade dos produtos e serviços seria inconsistente, além do aumento dos custos que seria generalizado devido às ineficiências, aos retrabalhos e à falta de controle. A vida cotidiana seria afetada pela impossibilidade de compatibilidade de produtos e pela falta de segurança. Imaginem como seria a vida sem as sinalizações padronizadas, sem os acessos para pessoas com deficiência, uma verdadeira confusão e insegurança.

A seguir trago alguns exemplos dos segmentos já falados acima, de como seria o mundo sem padronização.

Transporte: A comunicação e o controle do trânsito de carros, do tráfego aéreo seriam impossíveis, e tanto o comércio nacional como o comércio internacional seriam severamente afetados sem as regras que os definissem.

Tecnologia: A internet e sistemas de comunicação (bancos, serviços médicos, indústrias, etc.) parariam de funcionar, pois não haveria compatibilidade entre diferentes tecnologias.

Economia: O aumento de custos seria generalizado devido às inconsistências, aos retrabalhos que fatalmente teriam que ocorrer, à necessidade de adaptações constantes e à falta de controle sobre os processos.

Qualidade: A qualidade de produtos e serviços seria altamente variável, dependendo do produtor ou prestador de serviço, levando à insatisfação do cliente e à perda de vendas.

Segurança e acessibilidade: A falta de normas de segurança no trabalho aumentaria acidentes e lesões, enquanto a falta de padronização em acessos dificultaria a mobilidade de pessoas com deficiência.

Controle e gestão: Seria extremamente difícil identificar e corrigir problemas, delegar tarefas e garantir que os colaboradores soubessem o que fazer, levando à desmotivação e à falta de produtividade.

Na academia/ciência: teríamos dificuldade com a falta de um padrão para formatação de trabalhos acadêmicos, pois tornaria a leitura e a comparação de pesquisas muito mais difíceis e subjetivas. A credibilidade desses trabalhos seria comprometida, dificultando a atribuição correta de direitos autorais e a identificação de plágio. Também ocorreria desorganização com a falta de um padrão de organização de conteúdo, dificultando o aprimoramento das habilidades de escrita e a recuperação de informações.

A entidade brasileira encarregada da normalização técnica é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), uma organização privada sem fins lucrativos reconhecida pelo governo. Ela é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (ABNT NBR) e atua como o Foro Nacional de Normalização.


Trazendo alguns trechos do site da ABNT, temos os conceitos a seguir em relação à normalização e à norma.
Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto. Consiste, em particular, na elaboração, difusão e implementação das Normas.

A normalização é, assim, o processo de formulação e aplicação de regras para a solução ou prevenção de problemas, com a cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a promoção da economia global. No estabelecimento dessas regras recorre-se à tecnologia como o instrumento para estabelecer, de forma objetiva e neutra, as condições que possibilitem que o produto, projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço atendam às finalidades a que se destinam, sem se esquecer dos aspectos de segurança.

Norma é o documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. 
Portanto, voltando ao título que parece um trocadilho, primeiro normalizar, para depois normatizar, ou seja, aplicar as normas estabelecidas.

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

A Narrativa dos documentos antigos

Os documentos antigos são muito mais do que meros registros burocráticos do passado, eles são cápsulas do tempo, guardando a essência e a história de vidas e fatos que nos precederam.

Viagem no tempo

Ter a possibilidade de acessar um documento como essa carteira de identidade de alguém que nasceu em 1886 é realizar uma viagem instantânea a um período passado, transportando-nos para o Brasil do fim do século XIX, período ainda anterior à Abolição da Escravatura e à Proclamação da República no Brasil.



Apesar de a carteira ter sido emitida já no século XX, na década de 40, não deixa de ser curiosa. Cada marca existente, o tipo de papel, a caligrafia utilizada ou até mesmo o desgaste natural do tempo em uma peça como essa carteira, evoca não apenas a memória de um indivíduo, mas também o contexto social, político e tecnológico da sua época, quando o Brasil ainda era Estados Unidos do Brasil. O próprio estilo e o formato do documento refletem as normas de identificação de então, que eram muito diferentes das que conhecemos hoje. Apesar dos avanços tecnológicos, eu diria até que essa carteira é mais requintada e elegante do que o modelo de hoje.

A titular da carteira

No caso, a titular da carteira é uma tia minha, irmã do meu avó materno, que viveu bem mais que ele, a Tia Melinha, assim chamada pela minha mãe e seus irmãos. Todos da minha geração, eu e meus primos, passamos também a adotar essa forma carinhosa, inclusive, dizem que pareço muito com ela. 

Minha tia foi mulher empreendedora, proprietária de hotel em cidade de águas termais, no interior de Pernambuco, que para o contexto da época era um feito muito avançado. Em visitas a Recife, ela já idosa, tive a oportunidade de ouvir suas histórias.

O Legado de nossos ancestrais

Ao olhar atentamente para os dados inscritos no interior da carteira, reside a memória pessoal dela, o nome, a data de nascimento e, claro, a fotografia, vemos a vida de um ancestral que se materializa. De repente, não estamos apenas lendo um registro, mas sim conhecendo sinais de uma existência. Daí vêm as indagações e curiosidades: Como era viver nessas décadas? Como era o seu dia a dia? Quais os acontecimentos da época? Quais eram os desafios de ser uma cidadã, primeiro do Brasil Imperial, depois da Primeira República?

O material da capa, uma espécie de couro, ainda muito bem conservada, o estilo da tipografia, as letras douradas e o aspecto das fotografias, uma frontal e outra de perfil (esta já bem apagada) são pistas visuais que ajudam a nos transportar para a época.

Esse documento conta parte da história da minha linhagem familiar. Ele é a prova física da jornada de um dos meus antepassados, revelando as etapas que pavimentaram e fizeram parte do meu presente. Ao preservar e estudar essas relíquias, honramos não apenas as memórias individuais, mas também a grande narrativa coletiva das nossas famílias e da sociedade em que as pessoas viveram.

O Sistema Vucetich

Além de o documento ser uma prova material da vida de um ancestral, carrega uma narrativa maior sobre o desenvolvimento da ciência forense e da cidadania no país. É um portal que nos leva diretamente à história de como o Brasil começou a identificar seus cidadãos.

Analisando a capa da Carteira de Identidade e pesquisando sobre a inscrição "Gabinete de Identificação (Sistema Vucetich)", passei a conhecer sobre o Sistema Datiloscópico de Vucetich, criado por Juan Vucetich Kovacevich e adotado oficialmente no Brasil em 1903.

Um documento como este nos convida a ir além da simples data de nascimento ou nome do portador. Ele nos força a fazer a leitura e refletir sobre o contexto de sua emissão, entendendo o que era necessário para um indivíduo ser reconhecido oficialmente.

Essa menção ao Sistema Vucetich é a parte mais fascinante. O ano de 1886, ano do nascimento da minha tia, é significativo, pois antecede a adoção oficial desse método no Brasil, que se deu em 1903 no Rio de Janeiro. Isso nos mostra:
  • Pioneirismo científico: Essa carteira pertence a uma fase em que o Brasil estava se modernizando, abandonando métodos rudimentares de identificação (como o "assinalamento sucinto" ou o Bertillonage) e adotando a Datiloscopia (identificação por impressões digitais), desenvolvida por Juan Vucetich. Essa ciência permitiu, pela primeira vez na história, uma forma precisa e inequívoca de individualizar cada pessoa;
  • A Era das impressões digitais: O documento é um testemunho da transição para um sistema onde a identidade de um cidadão passou a ser gravada nos sulcos de seus próprios dedos. Ele simboliza a busca por ordem e segurança em um país que crescia e precisava registrar de forma permanente sua população.

Pernambuco

A inscrição "Secretaria da Segurança Pública" e o brasão de "Brasil Pernambuco" fixam a identidade do portador dentro de um contexto regional específico. O Gabinete de Identificação de Pernambuco é, na verdade, o antecessor do atual Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), que foi criado em 1909. Pernambuco, estado de nascimento da minha tia, foi a quarta unidade da federação a adotar a datiloscopia como sistema de identificação.

Olhar arquivístico

Se atentarmos com o olhar arquivístico identificamos os princípios da proveniência e da organicidade na relação dessa carteira com os demais itens do fundo arquivístico da família Cavalcanti. Considerando os apectos históricos e sociais externos, o documento é, portanto, um elo tangível com as instituições que moldaram a vida cívica e, muitas vezes, criminal do estado. 

Em uma análise mais territorial, ele evoca a atmosfera da época, os edifícios e os funcionários que trabalhavam para registrar e catalogar a população em um período de profundas mudanças sociais e urbanas.

Documentos arquivísticos pessoais servem para comprovar a existência, direitos e ações de um indivíduo, além de possuírem um grande valor para a memória, pois contam a história pessoal e familiar, que pode ser compartilhada com gerações futuras.

Registro para a posteridade

Guardar essa carteira não é apenas guardar um objeto, é preservar uma narrativa em três níveis: a história da sua família, a história do Estado de Pernambuco e a história da ciência de identificação no Brasil.

Mais do que trazer informações, portanto, um documento dessa época é uma evidência que nos convida a sermos guardiões da história, assegurando que as vozes e as experiências dos que vieram antes de nós nunca sejam esquecidas.

domingo, 28 de setembro de 2025

Simplificando a inteligência artificial

Cursando MBA de IA / RPA pela Escola GDI / Anhaguera e atentando para as indicações bibliográficas da Profa. Bárbara Coelho, adquiri essa publicação, que além de trazer os conceitos de forma bem didática e ilustrativa, aponta aplicações da inteligência artificial, tudo isso em uma encadernação impecável.

Mãos à obra para a leitura!

Extrai esses dois trechos que achei interessante, tendo em vista a aplicação correta, o cuidado e o controle no uso da IA:
"Assim como a computação, a IA se tornou uma tecnologia de aplicação geral con utilidade em campos variados, desde as belas-artes ao design de armamentos de alta tecnologia. É mais eficiente quando usada como ferramenta para ajudar (em vez de substituir) os especialistas humanos e quando precisa lidar com  quantidades enormes de dados, como ocorre com a Internet das Coisas (IdC)." p. 91.

"Quando uma IA estiver além da influência humana, seu comportamento será imprevisível." p. 149.

SIMPLES: inteligência artificial. Consultoria: Hilary Lambert e Joel Levy. Colaboração: Claire Quigley. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2023.


quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Estantes cheias e mentes vazias

Essa postagem foi motivada pela postagem de Raphael Vassão Nunes Rodrigues, no LinkedIn, em que fiz esse comentário e resolvi desenvolvê-lo mais, para divulgar aqui em Leitura e contexto.

Realmente é uma tristeza, estantes cheias e mentes vazias. O livro perde sua essência, de ser uma janela para outros mundos, um companheiro silencioso ou um mestre paciente. Ele se torna um mero objeto inanimado, um item de design, enquanto as histórias, os saberes e as ideias que ele guarda permanecem intocados, esquecidos dentro de uma bela capa. É uma tendência que, no fundo, esvazia o propósito fundamental do livro e celebra a aparência em detrimento da substância.

Isso porque fiquei pensando no foco do texto dele, nessas pessoas que possuem uma estante cheia de belíssimos livros, com capas artisticamente enfeitadas, verdadeiras obras de artes, mas, infelizmente, são apenas itens decorativos. Essas pessoas não têm a preocupação, nem interesse, nem incentivo, nem vontade de lê-los, A finalidade é tão somente mostrar uma falsa intelectualidade e riqueza material.


Esta situação se desvincula-se do real propósito da leitura. A estante de livros se torna, então, mais um item de decoração, um objeto para ostentar riqueza material e claro, uma falsa intelectualidade, sem o genuíno interesse pelo conhecimento que cada obra pode oferecer.

Essa tendência, que prioriza a aparência em detrimento do conteúdo, pode ser vista como um reflexo de uma sociedade que valoriza a imagem e a superficialidade. Ao invés de se aprofundar nas ideias e reflexões que os livros oferecem, a pessoa se satisfaz com a simples posse, usando as lombadas coloridas como uma espécie de troféu vazio. A intelectualidade se torna uma performance, e a leitura, um acessório.

Com a ausência de uma verdadeira conexão junto ao que está escrito, o livro deixa de ser um portal para novas realidades e se torna apenas um símbolo de status, empilhando-se em prateleiras como peças de mobiliário. 

Em um mundo onde o acesso à informação é cada vez mais fácil, a posse física de livros é uma forma de diferenciar-se, de criar uma aura de cultura que muitas vezes não corresponde à realidade. Essa atitude pode acabar por esvaziar o significado da leitura, transformando uma atividade de enriquecimento pessoal em uma mera ferramenta de autopromoção.

Que o livro saia das estantes, que passe de mão em mão, que leve informação, conhecimento e lazer, que cumpra de fato a sua missão! Uma vez existindo em um lar, que seja objeto de desejo para leitura.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Niver 66

Entrei em uma nova versão, que seja um ano de bênçãos como tem sido até hoje. Agora sou 66, com a data, muitas felicitações. Na foto, um mimo da Mrh.


sábado, 13 de setembro de 2025

A Riqueza das ruas

"As ruas são como arquivos, verdadeiras bibliotecas da história que pesquiso, escrevi e pela qual sou apaixonado. [...]"

Essa frase me chamou a atenção e foi a razão para eu adquirir o livro. É que trabalho com arquivo e biblioteca e essa visão do autor, fazendo essa analogia, caiu como uma luva para valorizar essas duas instituições.

Passei a conhecer o autor a partir de então, e sendo ele historiador, com certeza é pesquisador assíduo em arquivos e bibliotecas, aí vai minha admiração.

Em O Corpo encantado das ruas, de Luiz Antonio Simas, Editora Civilização Brasileira, vemos diversos sujeitos vivendo, atuando, preenchendo, colorindo e até modificando esses espaços.  

É o retrato das ruas do Rio de Janeiro na sua efervescência, cheias de vida, porque os atores ali estão e o convite para usarmos mais as ruas, não só como passagem, mas para ocuparmos esses espaços cheios de costumes e cultura, protegidos pelos entidades que já existiram, os ancestrais.

E, como o próprio autor coloca na frase que destaco acima, as ruas podem ser, na verdade são, verdadeiros arquivos, bibliotecas vivas, pois cada personagem é elemento que as compõem são itens informacionais. Daí eu acrescento à fala do autor que também são como museus, museus a céu aberto. Isto porque nas ruas estão também peças imóveis, pessoas que habitam sempre os mesmos pontoos e ficam vendo o movimento, vendo o tempo passar, mas sempre muito bem contextualizadas no cenário.

Comprei, chegou e já comecei a ler.




segunda-feira, 8 de setembro de 2025

As bibliotecas e a alfabetização

O que as bibliotecas podem fazer pela alfabetização de crianças e adultos? Eu respondo, muito. Mas, como? Eu respondo a seguir.

A alfabetização não se resume a decodificar letras e palavras. Trata-se de se apropriar da linguagem para se expressar, entender o mundo e participar ativamente da sociedade. Nesse sentido, a biblioteca pode tarde nas duas frentes, tanto junto às crianças, que estão em idade regular, como junto aos adultos, que por algum motivo forte não se alfabetizaram.

Para Crianças


Para as crianças, a biblioteca é um lugar de descoberta e encantamento, onde o aprendizado acontece de forma lúdica. Nela podemos proporcionar para esse público:
  • contato com o livro e a leitura: a biblioteca oferece um vasto acervo de livros infantis, com diferentes gêneros e formatos. Esse contato precoce com a narrativa e a ilustração estimula a curiosidade e o desejo de ler, facilitando a alfabetização. 
  • atividades diferenciadas: a biblioteca pode ser um espaco para atividades mais recreativas como a hora do conto, brincar com jogos educativos, dramatização, desenho e colagem, por exemplo, propiciam o ato de ler e escrever, pois desmistificar como algo prazeroso, não uma obrigação.
  • apoio a atividades pedagógicas: a biblioteca pode atuar em parceria com as escolas, oferecendo espaço para atividades de leitura e escrita. Oficinas de criação de histórias, jogos de palavras e rodas de conversa sobre os livros ajudam a fortalecer o vocabulário e a compreensão textual. 
  • espaço de pesquisa e conhecimento: ao se familiarizar com a biblioteca, a criança aprende a buscar informações, a escolher livros de seu interesse e a desenvolver a autonomia. Isso fortalece as habilidades necessárias para o estudo e a pesquisa, essenciais para o aprendizado contínuo.

Para Adultos


A alfabetização de adultos muitas vezes enfrenta desafios como a falta de tempo e a vergonha de não saber ler. A biblioteca, com sua atmosfera de respeito e acolhimento, pode ser um refúgio e um incentivo.
  • ambiente de acolhimento e apoio: a biblioteca é um espaço neutro e seguro, onde o adulto pode estudar sem julgamento. Ter acesso a materiais de alfabetização, como cartilhas e livros de fácil leitura, de forma gratuita e discreta, é crucial.
  • programas e oficinas específicas: a biblioteca pode oferecer aulas de alfabetização em parceria com outras instituições, ou até mesmo contar com voluntários. Oficinas de escrita criativa, clubes de leitura e rodas de conversa com temas de interesse do público adulto incentivam a prática da leitura e da escrita de forma significativa. 
  • acesso a outros recursos: além dos livros, a biblioteca pode disponibilizar acesso a computadores e à internet, permitindo que o adulto explore o mundo digital e continue seu processo de aprendizado. Aprender a ler e escrever não é apenas um fim em si mesmo, mas um meio para acessar outras oportunidades, como cursos online e informação.

A biblioteca, nesse contexto, se torna um agente de transformação social. Ela não só ensina a ler e a escrever, mas também promove a inclusão, a cidadania e o senso de pertencimento, mostrando que a educação é um direito para todos, em todas as idades e tudo começa com a alfabetização.

sábado, 6 de setembro de 2025

Escultura inspiradora

Achei por demais inspiradora e muito elegante essa escultura, que me deparei em uma loja de Ouro Preto. Queria ter comprado, mas a bagagem já tinha excesso, além do que não é uma peça leve, é de ferro fundido.

Escultura inspiradora que representa muito. Representa o ato de ler, ou melhor, traduz a liberdade e o conhecimento. Quem sabe eu consiga adquiri-la por esse mundo da Internet (achei várias versões), por enquanto, só namorando.

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Biblioteca, por Luis Fernando Verissimo

Pincei essa frase atribuída a Luis Fernando Verissimo das manchetes atuais, veiculadas em várias mídias de comunicação, em evidência agora por conta do contexto do seu falecimento. O fato fez com que ela chegasse até mim, não conhecia.

“A biblioteca é o lugar onde começamos a nos conhecer.”


Parece um tanto óbvia, mas não custa analisar de forma mais aprofundada. A frase sugere algumas interpretações que trago agora para reflexão.

A primeira é a questão do autoconhecimento: ao ler, você é exposto a diferentes ideias, culturas, histórias e opiniões apresentadas pelos autores. Isso pode fazer você questionar suas próprias crenças, descobrir novos interesses e entender melhor quem você é, o que gosta e o que valoriza. A leitura, nesse sentido, é uma jornada para dentro de si mesmo, por isso o autoconhecimento.

A segunda, é a conexão com o conhecimento humano: a biblioteca reúne o conhecimento, a sabedoria e as experiências de milhares de pessoas ao longo da história. Ao se aprofundar nessa leituras, você se conecta com a mente de outras pessoas, expande seus horizontes e, assim, se entende como parte de algo maior.

A terceira questão, que pode não ser a última (espero que alguém pense em outras), é a descoberta pessoal: a frase também pode ser uma metáfora para a busca por identidade e propósito. A biblioteca é um ponto de partida para explorar o mundo, e ao fazer isso, você acaba encontrando a si mesmo no processo.

Na verdade, as três questões estão intrisicamente interligadas, uma completa a outra. Resumindo, podemos dizer que a frase amplia a ideia de que a biblioteca é "apenas" um lugar de aprendizado intelectual, para um espaço onde a leitura nos permite iniciar uma jornada profunda de autoconhecimento e descoberta pessoal. Eu mesma já fiz essa jornada, passando por essas três questões e pude constatar isso.

domingo, 31 de agosto de 2025

Subindo e descendo ladeiras em Ouro Preto

Em Ouro Preto é assim, estamos sempre descendo e subindo ladeiras nas ruas históricas, com pavimentação preservada na sua forma original.

As ladeiras íngremes são devido à sua localização no topo de uma cadeia de montanhas e ao terreno acidentado do local onde foi construída. A cidade surgiu na era colonial para explorar o ouro, o que levou à ocupação de um terreno montanhoso e de difícil acesso.




Além das ladeiras características, há as edificações coloniais, sobrados na sua maioria, coloridas com a utilização dos materiais, técnicas e recursos naturais, e ainda o conhecimento dos artesãos e artistas da época.




As lojinhas, com suas placas artesanais, dão um ar ainda mais característico para as ruas.




Ouro Preto é o resultado de um processo coletivo de povoamento e exploração, impulsionado pela descoberta do ouro. E andar por essas ruas mineiras de outrora é uma aventura inigualável. Amei de coração!❣

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Livraria em Ouro Preto

Não podia faltar visita a uma livraria. No percurso das andanças pelas ruas ladeiradas de Ouro Preto me deparo, sem querer, mas querendo, com Outras Palavras Livraria. Apreciei de perto o balcão onde estavam expostos as publicações sobre Minas e a Cidade, uma riqueza!




terça-feira, 26 de agosto de 2025

Uma mina de verdade!

Visitanos a Mina do Veloso em Ouro Preto. Uma mina de verdade!

As minas em Ouro Preto são atrações turísticas que permitem explorar o passado da mineração de ouro na região. 

Entrando na mina, acompanhadas de um guia, foi possível conhecer a formação da mina a partir da genialidade africanas, as técnicas de extração, as condições de trabalho dos escravizados e a geologia da mina, que oferece um ambiente subterrâneo, frio e úmido, com galerias e poços.


Fui acompanhada da minha filha, que me auxiliou no trajeto, principalmente nos trechos mais rebaixados, estreitos e de desníveis.







domingo, 24 de agosto de 2025

História e cultura em toneladas

Ouro Preto, uma mina de história e cultura, além de muitos aspectos peculiares, que enriquecem ainda mais a cidade que é uma joia do Brasil Colonial e um Patrimônio Cultural da Humanidade.


Foi uma viagem e tanto! Ainda mais na companhia da minha filhota. Aproveitamos ao máximo todo o ouro dessa mina de conhecimento. 

Literalmente, é uma cidade rica em ouro, lingotes no passado e história e cultura em toneladas no presente e para a posteridade, haja vista o tombamento pela Unesco.

Um passeio à bordo de uma jardineira possibilitou uma visão panorâmica e até detalhada dessa Cidade cheia de muitos encantos, ladeiras, arquitetura colonial e igrejas. Uma maravilha!



A exuberência do Barroco em Ouro Preto é manifestada nas igrejas do século XVIII com altares dourados, talha em madeira e pinturas em perspectiva no teto, como vemos na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Basílica de Nossa Senhora do Pilar, Igreja de São Francisco de Assis e Igreja de Santa Efigênia.




 




Toda essa riqueza de detalhes, que se apresenta na integração da arquitetura com a escultura e a pintura, emociona tanto os fiéis, que celebram a fé católica como os turistas que visitam a cidade, sistematicamente.

domingo, 17 de agosto de 2025

Preciosidade da Biblioteca Nacional

O termo obras raras se refere a um conjunto de documentos com características únicas, que os distinguem dos materiais comuns de uma biblioteca. 

A raridade de uma obra não está ligada apenas à sua idade, mas também a outros fatores que a tornam um item valioso para colecionadores, pesquisadores e instituições.

​As obras raras podem incluir livros, manuscritos, gravuras, mapas e outros itens que possuem um ou mais dos seguintes atributos:
  • ​antiguidade: Materiais produzidos em períodos históricos específicos, como os incunábulos, que são os livros impressos até 1500, durante os primeiros anos da imprensa.
  • baixa tiragem: Obras que foram impressas em poucas cópias. Isso pode ocorrer por causa de censura, limitações técnicas ou por serem publicações de nicho.
  • edições especiais: Livros que foram produzidos com encadernações de luxo, papéis especiais, ilustrações originais e autógrafos.
  • importância histórica ou cultural: Itens que pertenceram a personalidades históricas ou que testemunharam eventos significativos.
  • curiosidades e excentricidades: Livros com erros de impressão, edições clandestinas, ou que se destacam por alguma característica inusitada.
Como essas preciosidades são materiais delicados e insubstituíveis, exigem cuidados especiais para evitar a degradação. As bibliotecas e arquivos que detêm esses acervos investem em:
  • ​condições ambientais controladas: as obras raras devem ser armazenadas em locais com temperatura e umidade estáveis, protegidas da luz, poeira e pragas.
  • manuseio cuidadoso: a consulta a esses materiais é, muitas vezes, feita em salas especiais, sob a supervisão de um bibliotecário, e exige o uso de luvas e equipamentos de apoio para evitar danos físicos.
  • digitalização: a digitalização de obras raras é uma das principais formas de democratizar o acesso a esses documentos, sem que a peça original seja exposta a riscos.

A Biblioteca Nacional do Brasil guarda em sua coleção preciosidades que testemunham a riqueza cultural e histórica do país. Trata-se de um exemplar de luxo, cuja capa é inteiramente bordada a ouro, um verdadeiro símbolo de requinte e sofisticação editorial do século XIX.

A obra não se limita a ser apenas um registro escrito, mas constitui-se também em um objeto artístico, no qual a encadernação luxuosa dialoga com a tradição das grandes bibliotecas europeias.



Para conhecer mais sobre essa obra, veja a matéria produzida pelos funcionários da BN, compartilhada no LinkedIn por Carlos Alberto Tavares Ferreira.