Cenário: Biblioteca Geral do Banco do Estado do Ceará - BEC.
Período: 1986 a 1994
Antes de assumir a Chefia da Biblioteca Geral do Banco do Estado do Ceará - BEC, já se tentava algo mais consistente, mais dinâmico, afora o trivial que vinha sendo feito. Foi quando se idealizou a utilização do malote do Banco para levar os empréstimos de livros aos funcionários de todas as agências. A nova atividade teve ótima aceitação, e o Jornal BEC Informa noticiou em 07/11/1986.
"A pessoa certa no lugar certo", foram estas as palavras proferidas pelo novo Chefe que acabara de assumir o Departamento de Planejamento e Organização - DEPLO, depois do ritual de apresentação de cada funcionário.
Admirado pela situação de encontrar uma bibliotecária formada, que não estava à frente da Biblioteca, tratou de reparar a situação.
Logo depois chegou o ato administrativo, assinado pelo Presidente, nomeando a Bibliotecária como Chefe da Biblioteca.
Daí em diante foi idealizada uma série de ações para dinamizar a Biblioteca Geral do Banco (BIBEC), que, até então, era uma unidade de estudo quase que exclusiva daquele Departamento.
A primeira delas foi atualizar suas instruções de serviços (IS-22) e tratar de incluir um item que garantisse a atualização do acervo, sendo definido o valor correspondente a um salário mínimo, para compra mensal de livros. Direito igual foi dado à Biblioteca Jurídica (BIBLI).
Em seguida o empréstimo de livros foi estendido a todos os funcionários, não só aos da Direção Geral (como antes), mas, de toda a rede de agências, que, na época, contava com mais de 70 unidades, espalhadas pelo Interior do Estado e nas Cidades de Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Em seguida o empréstimo de livros foi estendido a todos os funcionários, não só aos da Direção Geral (como antes), mas, de toda a rede de agências, que, na época, contava com mais de 70 unidades, espalhadas pelo Interior do Estado e nas Cidades de Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Um formulário de solicitação foi criado (código 22.91.0010-6) e logo foi impresso em bloco, fazendo parte do estoque de material, para ser solicitado pelas unidades. Mas como garantir a reposição do acervo em caso de perdas e extravios? Na referida solicitação continha abaixo uma autorização de débito em conta, que o funcionário previamente assinava, essa foi a forma de assegurar o acervo da Biblioteca. Os empréstimos eram atendidos colocando os livros em envelopes, utilizando o malote do Banco .
No entanto, era necessário dar personalidade ao sistema de empréstimo via malote, que a cada dia ganhava mais usuários. Fazendo parte desse novo contexto, foi idealizado um pequeno malote, a exemplo dos utilizados pelos Correios, para que os livros fossem enviados com segurança (com lacre) diretamente aos funcionários interessados, mediante à solicitação prévia, utilizando o sistema de malote do Banco.
Daí por diante, a nova rotina da Biblioteca era atender às solicitações e receber as devoluções, o que acontecia diariamente nos horários rigorosos do malote do Banco (2 vezes por dia), era o malote da Biblioteca dentro do malote do Banco. E o balcão da Biblioteca, constantemente, ficava lotado de publicações, que atendiam a esse fluxo...
Mas, nem só de livros de treinamento, técnicos e científicos era composto o acervo da Biblioteca. Em 1987, visando atender a uma demanda reprimida e, ao mesmo tempo, acolher um acervo sem possibilidade de utilização e cuidados, foi firmado convênio entre o Banco do Estado do Ceará e a Associação Atlética Banco do Estado do Ceará (AABEC), tendo como objeto a transferência do acervo da Biblioteca daquela Associação, Raul Leite, para a Biblioteca do BEC, visando a sua administração, uso e controle. Os livros foram incorporados ao acervo com o indicativo da letra "A", que antecedia ao número de tombo, para diferenciá-los do acervo já existente. O convênio foi amplamente divulgado, inclusive na Revista da AABEC.
A comunidade Becista passou então a conhecer a importância de uma biblioteca e a usufruir dos seus serviços, que, inclusive, eram extensivos aos seus dependentes. Pesquisas escolares eram atendidas mediante a solicitação por telefone, utilizando-se as enciclopédias Barsa, Mirador, Conhecer e tantas outras existentes no acervo da época. Os verbetes eram fotocopiados e enviados também pelo malote para o funcionário solicitante. Também era rotina receber essa clientela nas dependências da Biblioteca, acompanhada de orientação, para que ela mesma fizesse as consultas de seu interesse.
Abusando das facilidades do malote do Banco, foi criado o "Sistema de Informação Corrente-SIC", em que, previamente, era enviada uma correspondência aos funcionários com as opções de assuntos a serem escolhidos, o que correspondia ao recebimento, via mala direta, de cópias de artigos veiculados nas revistas assinadas pela Biblioteca do Banco, fazendo com que a informação fosse compartilhada com todos. Uma espécie de disseminação seletiva da informação.
Mais adiante, chegou a tecnologia de vídeos em VHS e a Biblioteca investiu em muitos filmes de treinamento, a fim de diversificar o acervo e viabilizar o autodesenvolvimento de todos a qualquer tempo, conforme a comodidade de cada um. Mas, não ficou por aí, sessões de vídeos eram programadas no horário de almoço e a sala interna da Biblioteca estava sempre lotada, funcionários e gestores trocavam ideias e experiências em harmonia. O vídeo mais requisitado era Motivando para Vencer I, que já foi motivo de outra postagem.
Marco interessante foi a aquisição do livro "Ascensão e queda das grandes potências", de Paul Kennedy, que mexeu com a Diretoria, depois da divulgação no BEC Informa. Afinal a compra fora totalmente revolucionária, saindo do contexto de até então, quando eram adquiridos livros visando sempre aplicá-los imediatamente em situações pontuais do Banco.
Logo depois, com a chegada dos PC's em cada Departamento/setor, foi possível cadastrar todo o acervo , utilizando o banco de dados dBase e distribuir listas de autor, título e assunto via malote, para que os funcionários fizessem suas escolhas. É claro que essa tarefa não foi assim tão fácil, primeiro foi preciso alguém para desenvolver a estrutura da base de dados e depois conseguir hora livre nos PC's do Departamento, para digitar as fichas catalográficas uma a uma. Depois de concluído esse processo, com a divulgação informatizada, mais e mais pedidos foram sendo recebidos, ao ponto de ocasionarem reservas de muitos títulos.
Sob o título "Biblioteca ganhou sua importância e parte para sua essencialidade", a matéria veiculada no BEC Informa nº 494, de 29.10.91, registrou o posicionamento do Chefe de Departamento de Organização (DEORG), antigo DEPLO, e as realizações da Biblioteca. A Biblioteca cresceu e foi parar no Departamento de Recursos Humanos (DERUM), no Centro Administrativo do Banco, bem juntinho do treinamento. Nesse contexto, subsidiava os livros para os alunos nos programas específicos de treinamento e desenvolvimento e até de pós-graduação, passando também a orientar a normalização dos trabalhos desses cursos.
Sob o título "Biblioteca ganhou sua importância e parte para sua essencialidade", a matéria veiculada no BEC Informa nº 494, de 29.10.91, registrou o posicionamento do Chefe de Departamento de Organização (DEORG), antigo DEPLO, e as realizações da Biblioteca. A Biblioteca cresceu e foi parar no Departamento de Recursos Humanos (DERUM), no Centro Administrativo do Banco, bem juntinho do treinamento. Nesse contexto, subsidiava os livros para os alunos nos programas específicos de treinamento e desenvolvimento e até de pós-graduação, passando também a orientar a normalização dos trabalhos desses cursos.
Com a transferência para o Centro Administrativo, uma nova leitura, a Biblioteca, realmente passou a ser essencial e, frenquentemente, era notícia no Jornal BEC Informa...
Em novo espaço, a BIBEC mantinha internamente, além do ambiente de leitura, uma sala para sessões de vídeos e outra para reuniões.
Na edição especial de julho/1994, a BIBEC também foi notícia.
Durante o ano de 95 a Biblioteca ainda se desenvolveu, enfrentando no final de 1996 os primeiros indícios da privatização do Banco. Não querendo ver tudo que foi construído ser deixado para um plano inferior, em 1997, optou-se pelo desligamento profissional do Banco, vindo com ele, a prevista desconstrução da BIBEC.
Foram dez anos de dedicação e crescimento profissional, de leitura e contexto. Saudades daquela rotina, saudades da Biblioteca, saudades dos colegas e usuários, saudades do Banco...