sábado, 1 de fevereiro de 2014

Além de todas as emoções, mais essa...

A matéria de Saulo Pereira Guimarães, da Exame, que posto na íntegra abaixo, mostra uma parelha tecnológica, livro e colete, que precisa do motor humano para funcionar. 


Oscilações de sentimentos, de percepções, de temperatura e de pressão arterial, são emanadas da máquina humana e captadas pelos equipamentos, permitindo a exteriorização por meio de luzes e sons.

As emoções já ocorrem, independente de qualquer coisa, o que a sensação tecnológica traz de novo é a oportunidade de externá-las de forma sofisticada e iluminada.

O leitor sente as emoções e agora pode passar para os outros esse sentimento sem falar, comunicando-se apenas por luzes e sons, uma espécie de código morse futurista iluminado. 

O que ainda falta?... 

Os personagens saírem andando em coreografia holográfica, interagindo com o leitor? 

O autor estar conectado em tempo real com todos os leitores que estão lendo a sua obra, captando as sensações da leitura? 

O narrador perceber que não está sendo entendido e interferir com um comando de voz? 

O leitor dar outro final para a história e essa nova versão ser salva na nuvem como uma recriação de autoria dupla e disponibilizada para download? 

São realidades perfeitamente factíveis de um futuro próximo, em contexto onde as dualidades real e virtual, não ficção e ficção se misturam e se complementam. É uma nova leitura da própria leitura. 

Vamos à leitura da matéria! 

Ficção sensorial | 30/01/2014 10:57 


Com traje capaz de transmitir diversas impressões em diferentes partes do corpo, novidade traz 150 lâmpadas de LED 

Por Saulo Pereira Guimarães
access_time30 jan 2014, 09h57



Reprodução/Felix//Vimeo
The girl who was plugged in, livro de ficção sensorial: novidade não tem previsão para chegar às lojas 

São Paulo - O MIT (Massachusetts Institute of Technology) está desenvolvendo um projeto que vai permitir que leitores experimentem as sensações de personagens de livros por meio da tecnologia

A sensory fiction (algo como ficção sensorial) é uma linha de pesquisa do MIT Media Lab. Para transmitir emoções, o laboratório criou um traje eletrônico capaz de reproduzir sensações em quem lê. Porém, a novidade ainda não tem prazo para chegar às livrarias. 

Traje 

A espécie de colete vazado tem, na parte da frente, duas placas pouco acima do peito. Elas são responsáveis por transmitir impressões de temperatura. 

Outras quatro placas em volta da cintura ficam responsáveis pelas sensações de compressão. Elas influenciam na pressão arterial, possibilitando a sensação de batimentos acelerados - por exemplo. 

Nos ombros, alças ficam responsáveis por medir a temperatura do corpo e uma unidade de controle central, na parte das costas (logo abaixo do pescoço), comanda o espetáculo sensorial. 

Além disso, o livro propriamente dito vem com 150 lâmpadas de LED capazes de reproduzir a iluminação de ambientes e estados de espírito dos personagens - trazendo também um suporte de som. 

Outros exemplos 

Até o momento, a literatura de ficção sensorial conta apenas com um livro: "The girl who was plugged in" (A menina que estava plugada, em tradução livre). Entretanto, esse não é o primeiro projeto no sentido de uma literatura mais interativa. 

Outro exemplo de viés parecido é o livro 'The Search for WondLa" (À procura de WondLa), de Tony DiTelizzi. Publicado nos EUA em 2010, ele permite o acesso a mapas 3D com auxílio de um computador. 

A Disney também desenvolve projetos na área de realidade aumentada, que podem permitir em breve que imagens projetadas por smartphones se movimentem pelas páginas de seus livros. 

Agora, assista ao vídeo sobre ficção sensorial produzido pelo MIT (em inglês):


domingo, 19 de janeiro de 2014

Retorno e respeito às origens II



Que venham as novas tecnologias, com suas plataformas espetaculares...
Que venham os novos formatos, cada vez mais específicos e particulares...
Livros, instrumentos multidisciplinares!
Mesmo que venham novos ares...
Nada substituirá essas maravilhas seculares.

AnaLu



"Isso se chama livro. É como as pessoas instalam novos softwares em seus cérebros."


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Jasmim


Um jasmim
Bonito assim,
Enfeita jardim,
Ai de mim!


Fico assim...
Sorriso sem fim,
É muito festim,
Bom pra mim!


Rosa cetim,
Branco marfim,
É arlequim
No lindo jardim!


Jasmim,
Vem pra mim!



AnaLu


Jasmim da Índia: leitura de beleza e contexto de alegria nos jardins da minha mãe.

"Um bibliotecário para chamar de seu": digna homenagem



Carmela Lucena Cavalcanti, minha Tia, minha inspiração, minha referência para a profissão, é a resposta à chamada do Mural Interativo do Bibliotecário, motivo dessa postagem.


Arquivo pessoal - Nos jardins da casa da minha mãe, em Fortaleza, 2010.

Ainda criança, por volta dos 11 ou 12 anos visitei a Biblioteca em que ela trabalhava na UFPE. A imensidão do campus, o grande salão com corredores e mais corredores de estantes lotadas de livros organizados e enfileirados, os consulentes em atendimento, um birô de trabalho cheio de utensílios e miudezas nas gavetas e muitas histórias... Foi a leitura mais precisa que já fiz, encontrei o concreto da profissão, o suficiente para me encantar.

É claro que o concreto consolidou o contexto de uma série de devaneios do imaginário e de especulações a respeito, pois, a convivência durante as férias na Cidade do Recife era cheia de novidades, de práticas intelectuais advindas dessa pessoa impar, minha Tia Carmela. 

Além da profissão, temos em comum outro ponto, somos uma madrinha da outra de casamento. Eu, com dez anos, conduzi o seu par de alianças ao altar, passados dez anos, eu casava e ela era minha madrinha.

Um dia, me perguntou se eu gostava de fazer palavras cruzadas e, a partir da minha resposta positiva, me presenteou com um maço delas amarradas com um barbante, eram tantas, que mal pude carregá-las, todas de difícil solução, Desafio, Nível Difícil, Inteligente... É que um dia ela desafiou a si própria, queria acertar uma por completo e daí comprou dezenas para desmitificar essa tarefa, mas, com a dedicação, logo atingiu o seu objetivo e, os exemplares restantes, já não tinham mais sentido.

As visitas, ainda na Cidade do Recife, me permitiam apreciar o universo de livros que lotavam um dos cômodos do seu AP e ouvir suas conversas construtivas, repletas de informações, com riqueza de conhecimentos. Não só o primeiro, mas o segundo, terceiro e tantos outros salários eram destinados exclusivamente à compra de livros e eu também fui beneficiada com essa prática, recebendo alguns de presente.

Depois, mudou-se para o Rio de Janeiro e foi trabalhar na Biblioteca Nacional. Mais distante, sem o convívio periódico, passamos a nos corresponder por cartas e telefonemas. Eu já bibliotecária, trocávamos figurinhas da profissão e ela me contava um pouco daquela instituição ícone nacional, em que passou por vários setores, classificação, catalogação, livros doentes, etc., trabalhando por muitos anos.

Chegamos a participar juntas de um congresso de Biblioteconomia em Recife, oportunidade em que conheci parte dos seus contatos de profissão e sua interação com o meio.

Fã de "O Pequeno príncipe", tive o prazer de presenteá-la com uma miniatura da obra, quando esteve em breve passagem por Fortaleza, em 2010.

Livros? Já leu centenas deles... De tudo entende um pouco, discute qualquer assunto, uma pessoa reflexiva e crítica, pé no chão, uma bibliotecária de fato e de direito, a quem eu elegi no quadro "Escolha um bibliotecário para chamar de seu", do Mural Interativo do Bibliotecário.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Dia do leitor


Leitor principiante, que fica radiante mediante cada palavra, frase e história, retendo tudo na memória.
Leitor sonhador, que dorme nas páginas do livro e sonha com a realidade livre.
Leitor exigente, que escolhe leitura difícil e inteligente.
Leitor divulgador, que leva as páginas do livro para o amigo mais próximo, partilhando o que entendeu e o que não entendeu, apenas leu.
Leitor de gibi, que adora a Mônica, o Cebolinha e a Magali.
Leitor faminto, que devora as páginas do livro, como quem devora um prato de comida, que depois de extinto, repousa de satisfação, alimentado e encharcado de informação. 
Leitor escritor, que experimentou do livro que criou, se convenceu, não importa, apenas escreveu.
Leitor como eu, como você, como nossos pais, que nutrem o pensamento e viajam no tempo em busca de mais e mais...
Leitor é leitor, independente da leitura e do contexto!

AnaLu



E digo que somos feitos de papel, porque somos feitos das leituras que fizemos.

José Saramago (Azinhaga - Portugal, n. 1922)



Seleção de pinturas de Heloísa Guimarães, do pps Os Livros.


E foram muitas as postagens em homenagem ao leitor...

Dia do Leitor
Estudo mostra que a leitura é capaz de modificar o cérebro
Leitura tem a capacidade de modificar o cérebro
Hoje é o Dia do Leitor; conheça pessoas que 'devoram' as páginas
Desligue a TV e vá ler um livro
Dia do leitor
No Dia do Leitor, veja dica de 'Guia de Leitura
Dia do Leitor: uma data para tirar de letra
Agência de Notícias saúda internautas no Dia do Leitor


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Dia de Reis


Os Magos do Oriente eram três.
Ser o quarto rei
É estar sempre presente,
Como um presente para o Rei dos reis.


Ouro, insenso e mirra,
Presentes representativos, cheios de simbologia.
Faça a sua leitura, conforme o seu contexto.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Tornar-se oceano: renascimento

Nesse início de ano, é comum fazermos reflexões acerca do que ele nos reserva. Na verdade são as nossas escolhas e decisões, no exercício do livre arbítrio, que comporão esse destino, que, às vezes, pensamos já estar traçado e pronto. 

O fato é que só temos que ir sempre em frente, enfrentando cada obstáculo e desafio, qual um rio que corre para o mar. 

Nesse sentido, trago o texto que recebi por e-mail de meu irmão Fábio na passagem do ano.


Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada,os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. 

Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento. 
Assim somos nós. Só podemos ir em frente e arriscar.
Coragem !! Avance firme e torne-se Oceano!!! 
Autoria atribuída na internet a Osho.



olhares.uol.com.br - Encontro do Rio com o Mar. Autor(a) Luanna Oliveira.


g1.globo.com - Globo Mar mostra encontro do Rio São Francisco com Oceano Atlântico



Página de Glauco Umbelino - Encontro do rio com o mar na Costa do Sauípe-BA


Um lugar para chamar de seu: Leitura e contexto!

No dia 27/12, Leitura e contexto entrou no Ano V, a logo mudou. Aqui ideias são compartilhadas, você pode fazer a leitura, independente do seu contexto. O lugar é meu, mas, você pode chamá-lo de seu.

Vem muita leitura e contexto por aí...

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Ano Novo, novas leituras, novos contextos!

Estamos encerrando a escrita do ano de 2013. 2013 poderá ainda ser lembrado pela sua leitura, mas não pode mais ser alterado.

Agora, é tarefa de todos, começar a escrever um Ano Novo. Vamos iniciar um novo texto para a nossa história, qualquer que seja o contexto, o importante é que sua leitura seja de alegria, conquistas, saúde e harmonia. 

Que esse conteúdo de ações e emoções que vem por aí seja rico em esperança, boa vontade e solidariedade!





Feliz 2014!

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Noite de Natal!


















Bastou um Dia e um Homem para começar uma nova era.
Era uma noite comum, que passou a ser uma noite especial.
Especial é ter como presente de Natal,
Natal presente em todos os dias da vida.

Leitura de muita paz e amor.
Amor entre todos os homens.
Homens que se espelham no contexto de Jesus...
Jesus, alegria dos homens!

Feliz Natal!

AnaLu

domingo, 22 de dezembro de 2013

Equipe é isso!


Fizemos a nossa reunião de trabalho de final de ano da Biblioteca da Faculdade CDL

O êxito e sucesso que obtivemos ao longo de 2013 são frutos de uma equipe coesa, afinada e comprometida. Agradeço a todas: Caroline, Dadylla, Jennifer, Lianna e Mayara, cada uma com sua expertise e jeito especial de ser, auxiliou na condução e atendimento da Biblioteca, nos três turnos.

Ratifico a partilha dos elogios recebidos pelos alunos e professores, pela Coordenação e Direção da Faculdade e pelas comissões do MEC, neste ano de 2013.

Em 2014 estaremos ainda mais fortes!






Postando aqui o que foi postado lá.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Estímulo à leitura: "Vale tudo" por esse "Amor à vida"

Overdoses de merchandising, enfeitam de títulos e autores a novela global. 

O que deveria ser contextualizado sutilmente, em segundo plano, mostrando, mas, sem ser esse o maior objetivo da cena, está sendo objeto de  muita evidência, saltando aos olhos e aos ouvidos dos telespectadores. 

As técnicas dessa poderosa ferramenta de marketing e comunicação foram visivelmente alteradas, quebrando a naturalidade das cenas e deu o que falar na mídia. Os profissionais da área comentaram a respeito, teve quem condenasse e quem aplaudisse.

Mas, para Leitura e Contexto, tudo é válido, porque, se tratando de estímulo à leitura, não importa o contexto em que se desenvolve, os meios justificam-se pelo fim.

Entre uma cena e outra, ocorrendo até no mesmo capítulo, há sempre algum personagem lendo algum livro e comentando a respeito.

E você, entre uma atividade e outra o que anda fazendo?

Se a novela imita a vida ou se a vida imita a novela...

Escolha a sua leitura Favorita, o livro Salvador da Pátria, a história Brilhante retirada das Páginas da vida e atire-se De corpo e alma, fazendo Renascer novas ideias, oportunidades e Esperança





domingo, 15 de dezembro de 2013

A Arte da guerra ou a arte da vida?


Talvez o que eu vá escrever nas próximas linhas já seja algo muito comentado e de conhecimento de muitos, até porque é muito discutido nos bancos acadêmicos, mas, tentarei acrescentar algo novo a partir de uma nova leitura: A Arte da guerra ou a arte da vida?

A Arte da guerra, obra milenar, escrita pelo guerreiro e filósofo Sun Tzu por volta do século III a.C., é um tratado de estratégia militar, em que o objetivo é a vitória limpa, sem luta, sem sangue.

Sabe-se que atualmente a obra é muito utilizada por chefes de estado, governantes, líderes políticos, executivos de grandes corporações, como uma metáfora da guerra em relação à competitividade no mundo globalizado.

Conhecer a si mesmo para conseguir primeiro a vitória diante do Eu e depois partir para conhecer as fraquezas dos outros e assim conquistar a vitória sem lutar, sem prejuízos e desperdícios.

Fazendo a leitura, percebi, além do contexto de guerra, o contexto de vida. Da mesma forma que pode ser utilizada como analogia no mercado competitivo, pode ser lida e adaptada à vida pessoal, pois, as dificuldades e inimigos em todos os sentidos que enfrentamos são semelhantes e correspondem às mesmas situações de batalha pelo lugar ao sol que todos vislumbram.

São táticas e estratégias de milênios atrás, ainda fundamentais e aplicáveis aos dias de hoje. 

A obra é inundada de elementos do Taoismo, tais como a destruição pela sua antítese, o tratamento do positivo por intermédio do negativo ou a vitória pela não-ação.

Transcrevo alguns desses trechos de pura sabedoria oriental:

Capítulo IV, p. 62

18 - À confusão a aparente corresponde ordem exata, à covardia aparente, coragem, e à fraqueza aparente, vigor.

19 - A ordem e a desordem dependem de organização; a coragem e a covardia, das circunstâncias; a força e a fraqueza, das disposições.

Capítulo VI, p. 72

27 - Pode comparar-se um exército com a água, pois, assim como a água corrente evita as alturas e procura os pontos baixos, um exército evita a força e ataca os pontos fracos.

28 - Tal como a água molda seu curso de acordo com o solo, também um exército consegue a vitória conforme a situação do inimigo.

Capítulo XII, p. 116

17 - Não ajas a não ser no interesse do Estado. Se não podes vencer, não empregues tropas. Se não estiveres em perigo, não combatas.

18 - Um soberano não pode armar um exército somente porque se sente enraivecido e um general não pode lutar apenas por se sentir ressentido, porque um homem enraivecido pode tornar a ser feliz e um homem ressentido tornar a se satisfazer, enquanto um Estado que pereceu não retoma e os mortos não voltam para junto dos vivos.

 


SUN TZU. A Arte da guerra: texto integral. 3. ed. São Paulo: Martin Claret, 2008. 155p.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

No meu jardim X


Novidades no meu jardim!

Mais um iguana visita o meu jardim. Com uma camuflagem mista de marrom e verde, tenta se esconder subindo no tronco, querendo se misturar à folhagem, mas, na verdade, acho que a intenção era mesmo de se mostrar e se deixar fotografar.

Já registrei outras vezes esse visitante habitual e peculiar. Em 2011 fiz uma retrospectiva e em 2012 recebi nova visita e agora, antes de o ano terminar, eis que surge novamente.







Amadurece a primeira ameixa silvestre (Bunchosia armeniaca). O arbusto, ainda muito jovem, está todo florado.





E um abacaxi de salão (Ananas comosus var. ananassoides) em um pequeno vaso enfeita a minha varanda.




Maravilhas do meu jardim que curti hoje.



domingo, 1 de dezembro de 2013

A Bibliotecária de Auschwitz


Muita emoção na entrevista veiculada no Jornal Opção, edição 2003, de 24 a 30 de novembro de 2013, com Dita Kraus, a bibliotecária de Auschwitz.



No campo de extermínio mais letal do regime nazista de Hitler, Dita Kraus, de 14 anos, era a bibliotecária de oito livros que Freddy Hirsch reuniu para cerca de 500 crianças. Nascida na Tchecoslováquia, ela tem 84 anos e mora em Israel. Lamenta o horror do Holocausto e não se sente culpada por estar viva.


Herbert Moraes
De Tel Aviv, Israe
l

No relato observa-se, além de todo o caráter de determinação e superação que se reveste a situação, a passagem de momentos ricos em inteligência, sensatez e até criatividade, impossíveis (a priori), para qualquer um em ambiente tão pernicioso.

"As crianças não liam os livros. Eu me lembro de um Atlas. As crianças olhavam as figuras, os mapas aleatoriamente. Mas eram usados de forma lúdica, até mesmo para jogos de palavras. Jogo do ABC."

"Chamávamos de livros andantes."

"Eram as melhores histórias, porque se misturavam com a imaginação das crianças que estavam ali."

"Eu ficava sentada com alguns livros ao meu lado. Os adultos vinham, olhavam os livros e os retiravam. Eu tinha de lembrar para quem o livro tinha sido entregue, já que não podia anotar. Era proibido escrever."

Se em contexto tão danoso era possível exercer tais atividades, ao ponto de oferecer entretenimento e até conhecimento para as crianças, por que, contando com a liberdade em todos os sentidos, de pensamento, de ação, de expressão, de leitura, não se cria algo interessante que possa de fato mexer com a comunidade carente de informação e cidadania?

A Bibliotecária de Auschwitz é também o livro de Antonio G. Iturbe, baseado na história verídica de Dita Kraus.



Essa postagem foi incentiva por Renate Landshoff, que postou a matéria na rede social e me levou à leitura.

sábado, 30 de novembro de 2013

Está nascendo uma nova biblioteca...


... E quando ela nasce, mais pessoas têm o privilégio do acesso à leitura, do convívio com os pares para discutir autores, temas e amores.

Em breve, uma comunidade terá à disposição um acervo valioso, carinhosamente constituído, tanto pela intenção, como pelo acaso. Livros adquiridos pela vontade, livros recebidos pela amizade, patrimônio guardado e preservado há tempos, que também vem sendo atualizado, para agora ser compartilhado.

Mais conhecimentos, novos horizontes e muitas possibilidades...
Mais entretenimentos, novas fontes e muitas felicidades!

E eu, no meio de mais de mil livros, estou a registrá-los e catalogá-los, sendo instigada e convidada a cada vez que os tomo pelas mãos, a lê-los e compreendê-los, a partir das evocações que emanam dos seus títulos. 

É como um pinheiro que vai crescendo e sendo decorado para as festas de fim de ano.





Livros de toda sorte, com dedicatórias, que na memória, fazem história, proporcionam leitura, uma abertura, que perdura, porque, em qualquer contexto, não há pretexto para não se ler um bom texto.


O futuro é bem ali...





Lembrei-me de consultar o site do Seminário Futura Trends para buscar os arquivos que foram apresentados nas palestras e me deparei também com a possibilidade de acessar online o certificado de minha participação, facilidades que a tecnologia permite.

Daí, fui um pouquinho mais longe, ainda usufruindo da tecnologia, achei as fotos registradas no evento e despertei a vontade de fazer essa postagem, ainda que tardia (pela data, não pelo assunto).


O Futura Trends que ocorreu em 26 de agosto, no Hotel Gran Marquise, em Fortaleza, superou as expectativas. Estive lá pela MRH, uma das empresas patrocinadoras do evento, para aproveitar a onda de conhecimento e enriquecer o nosso Programa Inovar.


Cientistas, gestores e doutores de destaque nacional e internacional abrilhantaram o evento, que teve como tema macro "Inovação e sustentabilidade organizacional".  Falas impecáveis, ricas de conteúdos, de recursos visuais e de muitos exemplos reais, tudo planejado para os participantes retornarem às empresas com muita informação e possibilidades de geração de conhecimento para inovação.



A incumbência de abrir o evento de forma sensacional coube a Ozires Silva, que falou sobre sustentabilidade, usando a história da Embraer, sua evolução e posição no ranking mundial. O fundador da Embraer deu destaque para a dificuldade em encontrar quem invista em novas ideias e enfatizou o novo conceito de “coopetição”, mistura de cooperação e competição.





Todas as palestras foram excelentes, no entanto, me identifiquei muito com a convidada Lala Deheinzelin – Consultora Internacional em Economia Criativa, que apresentou Como Construir uma Sociedade a Partir da Economia Criativa e Desenvolvimento Sustentável, pela importância que deu aos valores intangíveis, pela opção por uma economia criativa em detrimento à tradicional, em função dos recursos que se renovam e se multiplicam com o seu uso.


Encontrei na fala dela similaridade com os fundamentos de Domenico De Masi em relação à economia do ócio e ao ócio criativo e muita fé e força no fazer em conjunto de forma colaborativa, em que cabeças pensantes (ativos intangíveis) de qualquer parte do mundo podem se unir (novas tecnologias) e construir algo grandioso (prosperidade multidimensional), onde todos ganham. 

Nesse contexto, a leitura para 2 + 2 será sempre maior que 4 (processo colaborativo).

Administração do tempo, coisa do século XVII ou de hoje?

Conta e tempo é obra prima do trocadilho, poesia escrita no século XVII por Frei Antonio das Chagas (António Fonseca Soares), mostra o efêmero, o inexorável e o aspecto volátil do tempo. Embora sejam texto e leitura do passado, o contexto é atualíssimo, quando olhamos para trás e nos damos conta de uma vida vivida e ainda muito por fazer. 

E você, já deu conta do seu tempo? 
Ou o seu tempo já tomou conta de você?


Afora o caráter de cumprimento do dever junto ao Pai e mediante o próximo enquanto ser vivente na esfera terrena, o poema dá um realce para a questão da administração do tempo. E, sobre essa temática, há especialistas como Mario Persona e Christian Barbosa, que abordam o tempo não só no trabalho, mas, também na vida pessoal. 

Administrar o tempo não é coisa fácil, se no século XVII já se tinha essa preocupação, imaginem nos dias atuais, com tantos apelos, interferências e demandas. 





Conta e tempo

Deus pede estrita conta do meu tempo
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta.
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta;
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...


Frei Antônio das Chagas, Séc. XVII


Postagem incentivada pela amiga Marta Aragão, de quem recebi a poesia por e-mail.

domingo, 24 de novembro de 2013

"Todo ponto de vista é a vista de um ponto"


Depois de muitos anos, a oportunidade de ler A Águia e a galinha, de Leonardo Boff, exemplar da minha estante ainda na sua 16ª edição (hoje já na 51ª),  além de toda a filosofia da condição humana que envolve a obra, destaco sua importância para ilustrar esse espaço de leitura e contexto, a partir do recorte do trecho introdutório, em que o autor exalta a questão da leitura, conforme o contexto.






"Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. 
Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo.Isso faz da leitura sempre uma releitura. 
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. 
Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor. Porque cada um lê e relê com os olhos que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo em que habita." (p. 9)


Importante também é ressaltar o enfoque positivo que ele dá à dualidade (não dualismo), como fator essencial para a compreensão da complexidade do universo. Nessa realidade as partes se articulam e se inter-relacionam, "dando origem a um sistema dinâmico sempre aberto a novas sínteses." (p. 75) 

No livro essas partes são representadas pela águia e pela galinha. Precisamos crescer humanamente, trabalhando as nossas dimensões de águia e galinha. O importante é o equilíbrio entre elas, é saber usá-las, pois ambas são importantes  por um lado, a abertura para a vida, os sonhos a serem realizados como projeto de vida, por outro, as limitações do mundo concreto, o ser histórico, enraizado no cotidiano.

Em Leonardo Boff encontrei mais um reforço para este espaço, englobando as dimensões da leitura e do contexto.

Essa leitura foi despertada pela postagem Leitura: fonte do conhecimento, na Blogteca da Faculdade CDL.
BOFF, Leonardo. A Águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. 16 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

sábado, 9 de novembro de 2013

"Ler é saber. Nada é impossível para quem lê."

Destaque em Leitura e contexto para o outdoor do Farias Brito, onde, na leitura do contexto, o céu é o limite em todos os sentidos.