sábado, 1 de junho de 2013

A liberdade pode estar na biblioteca


O filme "Um sonho de liberdade" é um drama que envolve várias questões, o sistema penitenciário, a justiça e a injustiça, a corrupção, a violência, as tramas psicológicas dos presos, a reintegração social, a liberdade. O filme é um primor e várias são as resenhas já elaboradas, que estão publicadas na rede. Assisti há tempos, assisti novamente, fiz agora uma nova leitura, percebi novos detalhes, apreciei o filme com outro olhar.

A razão deste post é para realçar o trecho do filme em que o protagonista é direcionado para trabalhar na biblioteca do presídio (momento 51:58). Apesar de a intenção da direção do presídio não ter sido as melhores, o tiro saiu pela culatra por duas vezes. Primeiro, porque a biblioteca se transforma em algo de bom para os presos e segundo, em razão do esquema armado, que culmina com a fuga do presidiário inocente e a condenação do diretor corrupto.

O mais novo encarregado da biblioteca insiste na busca de verbas públicas até conseguir a primeira delas (momento 65:46) e assim, antes de transformar aquele lugar sombrio, morto, velho e sujo em um espaço de convivência dinâmico, movimentado, onde os presos podiam retomar a dignidade de cidadão, tendo contato com a literatura, música e cultura (momento 76:36), ele ousa e sonha com a liberdade (momento 66:17).

A lição de busca pela liberdade, de foco, de persistência, vale não só para o cenário e enredo do filme, mas, fazendo um paralelo, vale também para o contexto do bibliotecário que, muitas vezes tem que lidar com a falta de recursos para tocar sua biblioteca. 

A tarefa não é impossível, portanto... 


Quando o desafio for lançado,
 

conheça o status quo, recursos e pessoas que estão disponíveis.

Haverá o que se aproveite e quem te receba com sorriso no rosto.

Aceite a experiência dos mais velhos, eles conhecem o problema e podem contribuir.

Comece a agir, não perca tempo, o serviço de referência acontece a toda hora.
 

Mãos à obra!

Reforme o que for preciso,

mas, antes, faça o planejamento.

Trate o acervo,

classificando-o, catalogando-o, indexando-o...

Busque verbas! Elas um dia chegam.

Envolva todos na cooperação.

Dê identidade ao seu projeto.

A realização acontece, é uma consequência do esforço e da união.

Depois você colherá os frutos,

pois o atendimento ao outro lhe deixará realizado.

Mas... É hora de buscar novos desafios, crie coisas novas! 

A biblioteca é uma educadora.
 

O espaço permite, aproveite-o, mas, permite também que você saia dele.

Ouse!


Faça a escolha certa para o momento certo.

Pense em cada detalhe.

Coloque o plano em prática.

Analise a repercussão.

Sinta-o e tire conclusões.

Depois, ouse mais!


É o sonho de liberdade!

A liberdade pode estar na biblioteca.




Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption, 1994 / EUA)
Direção: Frank Darabont
Roteiro: Frank Darabont e Stephen King
Com: Tim Robbins, Morgan Freeman, Bob Gunton, James Whitmore, William Sadler e Clancy Brown. 
Duração: 142 min.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Os planos A e B da vida

Não é que não se tenha lutado pelo dito plano A original, aquele que estava como meta de vida, lá nos idos da carreira, é que na verdade ele não era o plano A, estava apenas disfarçado, se passando como tal, para fazer o teste da capacidade de levantar e ir em frente.

E agora, o A passa a ser o B, ou até desaparece e o B incorpora o papel do A. Foi só uma questão de leitura, no novo contexto. O A atual, que outrora já fora B, ficará com esse status até que um novo B de tão robusto tome o lugar desse A que, por sua vez, voltará a ser B novamente.

 



Mas, o A que é A realmente, se mantém até o fim e não admite que qualquer B tome o seu lugar, por mais insistente que seja. E neste caso prevaleceu a persistência, a questão de foco e até de missão. A pessoa não se vê executando um plano B, porque este não lhe satisfaz plenamente, entra em conflito com a essência dessa pessoa.

No entanto, o B que é realmente B, socorre e toma o lugar do A naqueles momentos em que este falta. São os imprevistos do dia a dia e, neste caso, o B é imprescindível, é importante, nem que seja por alguns momentos, ele tem que responder às necessidades do que estava planejado enquanto A, de forma particular, como B, um B que socorre, que ampara, que restabelece a ordem.

Não importa se A ou B, o que importa de fato é ser feliz, é se completar com a profissão e depois disso tirar as outras vantagens materiais decorrentes dela, que também devem ser levadas em conta, claro.

São fases da vida, são as mudanças acontecendo, são os novos contextos surgindo com a necessidade premente de adaptação. Mas, mudar não é assim tão fácil. Encarar o novo e sair da zona de conforto mexe com tudo e o senhor tempo cuida desse tudo.

Quem já não passou por uma mudança?  Mesmo que não tenha sido uma mudança expressiva está "condenado" a mudar sempre, porque o mundo está cheio de mudanças e cada vez mais tempestivas. 

E assim o A vira B e o B vira A e a vida vai de A para B e vem B para A, pode ser linear e angular como o A ou cheia de curvas e contornos como o B ou ainda uma mistura dos dois. O melhor é aproveitar o bom de cada um, fazendo a leitura conforme o contexto e ser feliz.
O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis. (José de Alencar)
A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda. (Confúcio)
Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez. (Thomas Edison)

domingo, 12 de maio de 2013

Sempre mãe


Uma vez mãe, sempre mãe, porque mãe é origem e é caminhada. Carrega no ventre, acalanta quando ouve o pranto, cuida e encanta. O choro pode vir do filho criança ou daquele que, já adulto, busca autoconfiança, não importa o contexto, a leitura é sempre mãe. 




quarta-feira, 1 de maio de 2013

Sabores, saberes e samburás

Neste 1º de Maio gostaria de fazer uma nova leitura, de lembrá-lo de forma diferente, não como aquele dia para o qual foi originalmente marcado e criado, essencialmente em alusão ao trabalho duro e exaustivo, em condições precárias, com jornadas longas e até com risco de vida. É claro que os direitos dos trabalhadores devem ser respeitados e isso foi uma grande conquista em relação aos aspectos físicos e remuneratórios. 

Hoje, gostaria de lembrá-lo como algo superior, como complemento de vida, como satisfação. Como se trata de tarefa necessária e obrigatória até para a sobrevivência, que toma mais de um terço da nossa vida, se considerarmos as horas de deslocamento e de pensamento em torno dele, é melhor que o trabalho seja algo prazeroso de ser executado todos os dias.

É difícil se chegar a esse nível quando no contexto faltam oportunidades, reconhecimento, quando o ambiente de trabalho é repressivo e o pensamento é excessivo em torno do capital e do lucro, mas, também é fato, que por muitas vezes o trabalhador executa suas atividades de forma insatisfatória, sem comprometimento, sem responsabilidade, de forma repetida, sem criar algo novo, sem satisfazer a si próprio, e sem contribuir com o outro. Deveria haver um pacto entre as partes, em que o primeiro oferecesse, além do trabalho e da remuneração, condições de desenvolvimento, tempo para reflexão e criação e o segundo, por sua vez, aproveitasse tudo isso, de tal forma que retornasse positivamente para ambos os lados, fazendo com que isso também contagiasse e favorecesse a sociedade. 

No novo contexto de trabalho, carregado de sabores, saberes e samburás, não é necessário estar no topo, mas, ter prazer e satisfação, aproveitar para aprender e ensinar enquanto estiver executando as tarefas e, durante estas, ter prazer em fazê-las, dando seguimento assim a um círculo virtuoso. 



Nesta postagem agarro-me ao pensamento de Domenico De Masi, ao ócio criativo, que ele define como o momento simultâneo de lazer, estudo e trabalho, de onde já extrai conteúdo para postagem anterior. Agora, aproveito para acrescentar a leitura da circularidade que, ao meu ver, é um momento que antevem a sua proposta de simultaneidade.

Qual sabor maior do que estar em uma jangada em alto mar, ganhando saber com a natureza para compartilhar com a comunidade, fisgando o pescado do dia e enchendo o samburá com dignidade?

Utopia?

Cabe aqui uma reflexão sobre a nossa atividade, para termos em um novo contexto, simultaneamente, sabor, saber e samburá e com isso vivermos melhor.

terça-feira, 23 de abril de 2013

23 de abril, saudades mil!


A vida foi efêmera, a partida foi prematura e a saudade ainda dura. Mas, a vida foi vivida e o legado foi deixado, estava tudo arquitetado! Agora a vida é sublime, em uma nova dimensão, presente na oração.






Neste 23 de abril, de um jeito sutil, faço a leitura desse contexto em homenagem a meu pai, de quem tenho saudades mil!


domingo, 21 de abril de 2013

Parodiando Piaget







Fiz a leitura da frase de Piaget para recriá-la e adaptá-la ao meu contexto profissional, com a intenção de responder a muitas pessoas que sempre perguntam ao bibliotecário que trabalha em bibliotecas:


__ Você já leu todos esses livros?



Bibliotecário não é aquele que já leu todos os livros de uma biblioteca, mas, quem de certa forma, os conhece muito bem e com técnica e bom senso os faz chegar de forma fácil e precisa a quem busca por eles, despertando no usuário a vontade de ler e conhecer.

AnaLu

sábado, 20 de abril de 2013

Que maravilha é essa? É um livro infantil!


Ôpa!!! 

A minha cabeça adulta já ia esquecendo dessa data... 

Mas, mesmo passado o dia e mesmo já tendo postado antes a respeito, não posso deixar de registrar o "Dia Nacional do Livro Infantil", em 18 de abril, homenagem a Monteiro Lobato.

Deixando um pouco de ser adulta, vou agora abrir espaço no meu pensamento e deixar fluir as lembranças da criança de outrora e relembrar as maravilhas de viagens que já fiz por intermédio da leitura. 

Falando em maravilha, conheci a tal Alice, aquela do país das maravilhas e me encantei com um coelho ligeiro e atento que só pensava no tempo. _ É tarde, é tarde! Mais tarde, me angustiei com aquela caída sem fim, com aquele aperto de casa, quando Alice crescia tim-tim por tim-tim... 

E o Quindim? Entrando em outra história, que trago agora na memória, vejo um rinoceronte, que mostrou um novo horizonte, levando Emília e toda a turma lá do sítio para outro país, o país da gramática, onde os habitantes são pessoas simpáticas, adjetivas, substantivas e silábicas. 

Mas, um país não é um planeta e o pequeno príncipe está atento, ainda tem muito rebento de baobá, pois no planeta há erva boa e má e o melhor a fazer é se livrar. Já as rosas, devem ser cultivadas, mas, não antes de serem cativadas.

E no meio de todos esses, eis que surge um patinho feio, que depois de uma grande viagem encontrou sua verdadeira identidade, espelhando sua imagem na beira de uma grande lago.

São tantos os clássicos com histórias fantásticas e fabulosas, que poderia escrever linhas e linhas. Desses que citei, tiro grandes mensagens, talvez não percebidas com detalhes na infância, mas que com certeza contribuíram de alguma forma em minha formação. 

Livros que trazem frases fantásticas com mensagens enigmáticas, que ficam na memória e fazem história, personagens reais e surreais, representando metáforas da vida, dúvidas, medos e segredos, alegrias e magias, glórias e vitórias.

Enquanto criança ficamos maravilhados com os personagens, com as fantasias, com as ilustrações, com a própria capa do livro, enquanto adultos, em novo contexto, depois de uma nova leitura, percebemos com mais riqueza de detalhes o que cada um traz por trás de tudo isso e outras lições podem ser abstraídas da obra.

Convido todos à releitura do favorito da infância, afinal, quem não tem um na memória e gostaria de entrar de novo nessa história?











domingo, 14 de abril de 2013

Outra vez o jornal como recurso de incentivo à leitura


Já postei antes outra matéria sobre o uso do jornal como recurso de incentivo à leitura e à escrita, adotado por uma escola em Pacatuba-CE, agora o faço novamente, desta vez, em duas escolas de Ponta Grossa-PR.

A ação faz parte do Vamos ler, que "é um Programa Jornal e Educação (PJE), nome dado aos programas que incentivam e orientam o uso do jornal impresso na educação como recurso de ensino e aprendizagem."


O Programa além de incentivar a leitura, proporciona "toda uma bagagem histórica e cultural de um cidadão." Isso porque lida com o contexto em que o cidadão vive, sua cidade, com seus problemas, histórias e personagens, além de trazer o contexto nacional e mundial. Fazendo a leitura desse veículo de comunicação o aluno fica antenado com sua cidade, seu país e com o mundo.





JM nas escolas

Publicado em 10 de Abril de 2013, às 00h00min | Autor: Da Redação




Na quinta-feira, 4, os alunos do 5º ano do Colégio Marista Pio XII, em Ponta Grossa, começaram a receber o Jornal da Manhã, na própria sala de aula, para o desenvolvimento das atividades dentro do programa Vamos Ler. Desde 2012, o colégio participa do programa e estimula que os jovens façam a leitura e análise das notícias do seu cotidiano, como forma de ampliar a visão de mundo e motivar a participação social de todos.

No Colégio Estadual Linda Salamuni Bacila, também em PG, o primeiro contato com o JM (em 2013) aconteceu na aula de Matemática da professora Sandra Mara Maciel que, após apresentar os conteúdos e estrutura gráfica do JM, pediu que os jovens fizessem uma leitura e reflexão. “Pedi que eles relatassem a importância do jornal como instrumento de informação e também a expectativa de participar de um programa educacional como o Vamos Ler. Além disso, pedi que verificassem quais elementos matemáticos podíamos encontrar no jornal”, explica a professora.

 Esses são dois exemplos da primeira de muitas aulas que acontecerão ao longo do ano, em diferentes escolas que estão no Vamos Ler. “Eu acho que o Jornal da Manhã ajuda de uma forma específica e valiosa em nossa educação escolar”, diz a jovem estudante do 8º ano do Ensino Fundamental do Colégio Linda Bacila, Gleiciane Quadros. Já Demily Ota, que cursa o 1º ano do Ensino Médio, afirma: “Adoro pegar o jornal em minhas mãos e sentir o cheirinho de informação.” Mais registros da primeira aula com o jornal estão disponíveis no blog Imprensa Aprendiz: imprensaaprendiz.com.

sábado, 13 de abril de 2013

Tu és pura beleza! Parabéns, Fortaleza!


Fortaleza!
De Vicente Pizon a Pero Coelho e Soares Moreno,
Quanta braveza!
Dos fortes São Tiago, São Sebastião e Nossa Senhora da Assunção,
Nasceu Fortaleza!
Uma pequena vila, que passou de cidade a capital...
Aumentou a redondeza!
Em volta do Pajeú, Cocó e Ceará, 
Lá se foi a correnteza!
Com a navegação, confederação e abolição,
Marcou história e proeza!
Inaugurou com maestria, academia e padaria, 
Época de muita beleza!
E os cafés, praças e palacetes?
Eram da elite burguesa!
Nasceram os bairros Jacarecanga, Iracema e Aldeota,
Expansão com certeza!
A ordem era urbanização, exportação e modernização,
Desenvolvimento e riqueza!
Fortaleza!
Na tua leitura,
Tú és gentileza!
No teu contexto,
Tu és pura beleza!
Praia, turismo e atração,
Te amo de coração!

AnaLu



Pormenor da Vila de N. Sra. da Assunção (1730). No canto superior direito, o primitivo forte, em faxina e terra


Estátua "Iracema Guardiã"

 Ponte Metálica

 Theatro José de Alencar

 Catedral Metropolitana de Fortaleza

Avenida Beira Mar

Fotos G1 Ceará

domingo, 7 de abril de 2013

Memorial Arquiteto José Armando Farias, referência a meu pai

Um historiador é alguém que busca resquícios, estejam onde estiverem, que junta fragmentos, mesmo que dispersos em vários lugares, que dentro da linearidade, desenha contornos, para fazer a leitura de tudo e tentar entender o contexto, contando a história, com o objetivo de preservar a memória e deixar um legado para a posteridade.

Esse alguém tem nome e está no seio da família, Historiador e Pós-graduado em História do Brasil e do Ceará, Armando Farias, meu irmão caçula. 

Além da busca do mobiliário, de objetos do convívio da casa dos familiares, de retratos e recortes, especialmente, fez o resgate dos trabalhos e objetos do nosso pai, Arquiteto José Armando Farias. Em momento oportuno, compôs todo o ambiente, criando o "Memorial Arquiteto José Armando Farias", na própria casa que ele projetou e construiu, na própria sala em que ele mesmo equipou, onde outrora ministrou curso para os professores do Colégio Christus, por ocasião da lei que instituiu o ensino profissionalizante para as escolas.

E eu fiz questão de posar e registrar tudo isso, primeiro com meu irmão Historiador, o idealizador do memorial, memorial carregado de contexto, em que a leitura é só alegria, orgulho e muita saudade... Depois, em cada cantinho desse ambiente, curtindo cada detalhe da vida profissional e pessoal do meu pai, com minha mãe, mulher inspiradora e apoiadora de muitos projetos dele e, por fim, com todos os meus irmãos, marcando a descendência do casal para a posteridade.

Tenho a certeza de que o "garimpar" continua e outras peças ainda serão acrescidas à coleção.