A matéria de Saulo Pereira Guimarães, da Exame, que posto na íntegra abaixo, mostra uma parelha tecnológica, livro e colete, que precisa do motor humano para funcionar.
Oscilações de sentimentos, de percepções, de temperatura e de pressão arterial, são emanadas da máquina humana e captadas pelos equipamentos, permitindo a exteriorização por meio de luzes e sons.
As emoções já ocorrem, independente de qualquer coisa, o que a sensação tecnológica traz de novo é a oportunidade de externá-las de forma sofisticada e iluminada.
O leitor sente as emoções e agora pode passar para os outros esse sentimento sem falar, comunicando-se apenas por luzes e sons, uma espécie de código morse futurista iluminado.
O que ainda falta?...
Os personagens saírem andando em coreografia holográfica, interagindo com o leitor?
O autor estar conectado em tempo real com todos os leitores que estão lendo a sua obra, captando as sensações da leitura?
O narrador perceber que não está sendo entendido e interferir com um comando de voz?
O leitor dar outro final para a história e essa nova versão ser salva na nuvem como uma recriação de autoria dupla e disponibilizada para download?
São realidades perfeitamente factíveis de um futuro próximo, em contexto onde as dualidades real e virtual, não ficção e ficção se misturam e se complementam. É uma nova leitura da própria leitura.
Vamos à leitura da matéria!
Ficção sensorial | 30/01/2014 10:57
Com traje capaz de transmitir diversas impressões em diferentes partes do corpo, novidade traz 150 lâmpadas de LED
access_time30 jan 2014, 09h57
Reprodução/Felix//Vimeo
The girl who was plugged in, livro de ficção sensorial: novidade não tem previsão para chegar às lojas
São Paulo - O MIT (Massachusetts Institute of Technology) está desenvolvendo um projeto que vai permitir que leitores experimentem as sensações de personagens de livros por meio da tecnologia.
A sensory fiction (algo como ficção sensorial) é uma linha de pesquisa do MIT Media Lab. Para transmitir emoções, o laboratório criou um traje eletrônico capaz de reproduzir sensações em quem lê. Porém, a novidade ainda não tem prazo para chegar às livrarias.
Traje
A espécie de colete vazado tem, na parte da frente, duas placas pouco acima do peito. Elas são responsáveis por transmitir impressões de temperatura.
Outras quatro placas em volta da cintura ficam responsáveis pelas sensações de compressão. Elas influenciam na pressão arterial, possibilitando a sensação de batimentos acelerados - por exemplo.
Nos ombros, alças ficam responsáveis por medir a temperatura do corpo e uma unidade de controle central, na parte das costas (logo abaixo do pescoço), comanda o espetáculo sensorial.
Além disso, o livro propriamente dito vem com 150 lâmpadas de LED capazes de reproduzir a iluminação de ambientes e estados de espírito dos personagens - trazendo também um suporte de som.
Outros exemplos
Até o momento, a literatura de ficção sensorial conta apenas com um livro: "The girl who was plugged in" (A menina que estava plugada, em tradução livre). Entretanto, esse não é o primeiro projeto no sentido de uma literatura mais interativa.
Outro exemplo de viés parecido é o livro 'The Search for WondLa" (À procura de WondLa), de Tony DiTelizzi. Publicado nos EUA em 2010, ele permite o acesso a mapas 3D com auxílio de um computador.
A Disney também desenvolve projetos na área de realidade aumentada, que podem permitir em breve que imagens projetadas por smartphones se movimentem pelas páginas de seus livros.
Agora, assista ao vídeo sobre ficção sensorial produzido pelo MIT (em inglês):