sábado, 31 de julho de 2010

Retomando Manguel



Dando continuidade à leitura e aos comentários sobre o livro "Biblioteca à noite", de Alberto Manguel, deparei-me com um trecho, ainda nos Agradecimentos, em que o autor faz menção à "ordem alfabética, tão cara às bibliotecas" e lista em ordem alfabética de sobrenome, as pessoas as quais ele contraíra dívidas de gratidão em relação à obra.

Achei por demais interessante esse cuidado, que, além de caráter imparcial, dá sentido de ordem, tão comum às bibliotecas e aos bibliotecários.

Mas, para ele, a biblioteca à noite está livre dessa ordem, ele faz outra leitura do contexto, pois ele enquanto leitor "é convocado e atraído para um certo volume e uma certa página por meio de rituais cabalísticos de letras entrevistas".

A exemplo desse detalhe de ordem, tão familiar e tão necessário em meu contexto, a obra é toda rica em pormenores que Manguel apresenta permeada de vivências sobre autores e leituras, lugares e viagens, sobre livros e bibliotecas, às vezes imperceptíveis a olhos leigos ou desatenciosos, mas, aos meus, impossíveis de não serem notados.

Feliz ele que constrói uma Biblioteca em lugar de sua escolha e investido de notável história,  que praticamente mora dentro dela e que vive dentro do seu contexto, o seu ideal:

[...] voltei a meu antigo ideal e, embora não possa considerar-me um bibliotecário propriamente dito, vivo entre estantes que proliferam o tempo todo e cujos limites começam a se borrar ou a coincidir com os da própria casa.

Como não se considera um bibliotecário propriamente dito, se vive em contexto como tal, se pratica todo o ritual da profissão com tanta propriedade, ainda agregada a toda a experiência de exímio leitor?

Durante o dia, escrevo, folheio, reorganizo livros, instalo as novas aquisições, transfiro seções inteiras por conta do espaço. Os recém-chegados  recebem as boas-vindas depois de um estágio probatório. Se o livro é de segunda mão [...]

domingo, 25 de julho de 2010

25 de julho - Dia do Escritor


Escritores científicos, profissionais ou amadores, que registram teorias e descobertas, sonhos e amores. Escritores que buscam a realidade dos fatos ou a própria história, que escrevem de impulso ou de memória. Escritores infantis, de teatro ou de novelas, que com suas fábulas e tramas, encantam a eles e a elas. Escritores que escrevem em verso ou em prosa, que nos presenteiam com a riqueza do amor e da rosa. Escritores de cartas, de blogs, de pequenos textos, de textos enormes, enfim, a todos os escritores, independente da leitura e do contexto, parabéns com louvor, neste Dia do Escritor!

Parabéns especial a minha mãe escritora que, depois de "Juntando e desmanchando", aos 80 anos, adentra no seu segundo livro "Poesia do meu jeito".




Algumas frases de grandes escritores:

"O escritor é um leitor de si mesmo." (Marta Helena Cocco)

"Não se é escritor por ter escolhido dizer certas coisas, mas sim pela forma como as dizemos." (Jean-Paul Sartre)

"O escritor está sempre trabalhando em um livro, mesmo quando não está escrevendo." (Antonio Callado)

"Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira." (Carlos Drummond de Andrade)

"Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não." (José Saramago)

"Quando os escritores morrem, eles se transformam nos seus livros. O que, pensando bem, não deixa de ser uma forma interessante de reencarnação." (Jorge Luis Borges)

"Escrever é gravar reações psíquicas. O escritor funciona qual antena - e disso vem o valor da literatura. Por meio dela, fixam-se aspectos da alma de um povo, ou pelo menos instantes da vida desse povo." (Monteiro Lobato)

Parabéns a todos eles!

Qualidade é tudo!

Em curso de pós-graduação pela FESPSP ministrado em Fortaleza no ano de 2007, a professora Valéria Walls apresentava à turma de Marketing Estratégico em Unidades de Informação, especificamente na disciplina de Gestão de Qualidade em Serviços de Informação, dois aspectos da qualidade, enquanto atributo e enquanto gestão.  O primeiro, mais habitual, é aquilo que costumamos exigir quando consumimos qualquer produto ou serviço, já o segundo, mais complexo é:


[...] a forma de gestão de uma Organização, definida pela Alta Direção tendo como base as necessidades dos seus clientes, baseada na identificação de requisitos de qualidade do produto ou serviço, no estabelecimento de um planejamento para que este padrão seja atingido e na constante busca pela melhoria, em todos os seus aspectos, visando à satisfação dos clientes e a eficácia da Organização como um todo.

Naquele contexto de 2007, sem a consequente aplicação, não tinha noção da dimensão dessa gestão, mas agora, em recente oportunidade, venho rever seus ensinamentos como líder da equipe do programa de qualidade em uma das empresas em que trabalho, e, fazendo a leitura atual, vejo que essa complexidade pode ser simplificada, pois a gestão da qualidade vem para organizar a casa, melhorar os processos e assim facilitar o dia a dia da empresa. É uma construção passo a passo, e, por isso, tem tudo para ser um sucesso, até porque está sendo entendida corretamente e acompanhada por consultoria competente, que vem, sistematicamente, desenvolvendo esse programa, junto à equipe,

Daí vejo como o que aprendemos por toda a vida, fatalmente será aplicado em algum momento, em algum contexto, seja de forma direta ou indireta, sempre levando ao crescimento. Informação e leitura geram conhecimento, conhecimento gera mais conhecimento e qualidade gera mais qualidade. Bom rever a apostila do curso e livros sobre o assunto e melhor ainda é fazer tudo com qualidade..


terça-feira, 20 de julho de 2010

Vendas do livro digital e sucesso do Kindle

A Amazon.com, uma das maiores livrarias dos Estados Unidos, anunciou que nos últimos três meses as vendas de livros para o seu e-reader, o Kindle, superou as vendas de livros de capa dura. No período, disse a Amazon, foram vendidos 143 livros para Kindle para cada 100 livros de capa dura – incluindo livros em papel que não têm edição para Kindle. Leia mais... no site da Veja.

Saiu a notícia na Veja, na Folha de São Paulo, no Estadão e em vários outros canais, além de estar sendo repassada por diversos sites e blogs da rede, inclusive aqui, em leitura e contexto, afinal é uma boa ou não é? Você trocaria a leitura de um livro tradicional por um livro em formato digital digital?

Eu responderia, depende do contexto. Se a ênfase é dada para a tecnologia, para o ar de novidade, de curiosidade, de enfrentar e desvendar o novo, por que não? Ler um livro por intermédio de um equipamento (e-book / e-reader) é o máximo, mas, por outro lado, se a preferência é pelo prazer de tê-lo fisicamente pelo tato, pelo olfato, pela visão, melhor dizendo, pela encadernação, pelo cheiro da impressão e do papel, pelas ilustrações, pelo alto ou baixo relevo... a coisa se comporta de outra maneira.

Não sei se o formato tradicional vai chegar a ser peça de museu no futuro, mas o fato é que já assistimos a esse mesmo filme, com o advento dos microcomputadores -- o discurso da época era que o papel ia acabar e vimos foi a proliferação dele. Com a chegada das fitas em VHS, admitiu-se que o cinema ia acabar... Sei que pode não ser o mesmo caso, mas gosto de pensar assim, o livro como tal conhecemos há décadas, jamais terá o seu fim. Nostalgia? Não, amor de quem trabalha com eles. Resistência à tecnologia? Também não, ela é minha parceira e aliada no dia-a-dia, repito, amor de quem trabalha com eles.

Kindle da Amazon, Nook da Barnes & Noble, Alfa da Positivo, as diversas versões dos e-readers da Sony ou o Skiff da LG, este último já com tela flexível (questão de praticidade ou seria um retorno ao papel?), aqui não importa a marca do equipamento, até porque não sou especialista, mas o suporte da informação, ao invés do papel que recebe diretamente a tinta representando os símbolos e as letras, a tela, agora em cristal líquido, interface necessária para exibição da imagem, gerada e transmitida em formato digital, em bits. É claro que a questão envolve outros processos, tão complexos para os leigos e ao mesmo tempo tão simples para os profissionais hight tech, outra questão de contexto, que não cabe aqui comentar.

De qualquer forma se o kindle está cativando e ampliando a leitura de um país, ele merece o sucesso!


Imagem extraída de http://www.leiabrasil.org.br/blog/wp-content/uploads/2010/03/amazon-kindle-reader-books.jpg

domingo, 18 de julho de 2010

Duas preciosidades

"Se tens um jardim e uma biblioteca, tens tudo." (Marco Túlio Cícero - Arpino-Itália, 106 a.C. –43 a.C. Formia-Itália ).
Duas preciosidades do contexto da época que, na minha opinião, continuam válidas. Ambas são minha paixão!

sábado, 17 de julho de 2010

O que você faria com uma pedra?

A Pedra

"O distraído nela tropeçou...
O bruto a usou como projétil.
O empreendedor, usando-a, construiu.
O camponês, cansado da vida, dela fez assento.
Para meninos, foi brinquedo.
Drummond a poetizou.
Já, Davi, matou Golias,
E Michelangelo extraiu-lhe a mais bela escultura...
Em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem!
Não existe pedra no seu caminho que você não possa aproveitá-la para o seu próprio crescimento."

Desconhecido

***
Uma variedade de mensagens criativas e sem autoria circulam na rede, navegando, às vezes, nos deparamos com elas, outras vezes recebemos de alguém. Recebi essa mensagem de um colega de trabalho, aquele que naturalmente e habitualmente é encarregado de desejar uma boa semana à equipe, sempre às segundas-feiras. Percebi que a essência dessa mensagem é uma questão de leitura e contexto e registro o que eu faria fisicamente com uma pedra, expressando a minha contextualidade -- depois de fazer a leitura -- se grande, enfeitaria o meu jardim, se pequena, usaria como peso de papel!

Mas, aquelas pedras da vida, afasto com o pé cada uma para o lado e vou passando, algumas, as pesadas, tenho que erguê-las para livrar o caminho, outras, mais pesadas ainda, peço ajuda para os meus e assim vou em frente, coisas da vida.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Biblioteca à noite, mais uma de Manguel!

Estou fascinada com o título e com o pequeno trecho que já li dessa obra de Alberto Manguel. Espero retornar com outra postagem para falar a respeito dos quinze ensaios que o autor apresenta. Ganhei de Érico Veríssimo, estudante de Biblioteconomia da UFC, na conclusão e despedida de seu estágio junto à Biblioteca da Faculdade CDL.

domingo, 4 de julho de 2010

Destruição de livros: destruição da memória, do conhecimento e da cultura.

                                                         

Destruição de livros: desaparecimento, esquecimento, empobrecimento, enfraquecimento, desconhecimento... e muitos outros "mentos" da Humanidade. Estou estarrecida com o acervo de diversas nações destruídas pelo homem. Sabia da existência desses eventos, mas fazendo a leitura de "História universal da destruição dos livros", de Fernando Báez, me dei conta da sua dimensão. Quando se estuda História do Livro e das Bibliotecas nos bancos acadêmicos, o olhar é mais positivo, retratando os primeiros registros, o nascimento, a própria existência, por fim, a proliferação com a imprensa de Gutemberg e tudo que vem depois disso, ainda que se fale da elitização do acesso e das destruições mais famosas, como Alexandria, Pérgamo e as decorrentes da Inquisição. Mas, como o próprio autor coloca na sua introdução, "Há 55 séculos se destroem livros..." e faz uma varredura completa em todo o mundo, China, Roma, Grécia, Bagdá, Inglaterra, México..., trata-se não só de quantidade, mas, sobretudo, de qualidade. Escritos e livros de pensadores e escritores clássicos, além da destruição pela própria condição dos palimpsestos, manuscritos em que o texto original era apagado para receber outro, dado o elevado custo do pergaminho. Como vemos, destruição em função do contexto da época. Mas, fazendo uma leitura mais ampla, também nos deparamos com outras questões de contexto, quando o próprio autor destruia sua obra, considerando-a já superada por outra e, por isso, justificada pela vergonha que passaria junto à sociedade. Mas, na maioria dos casos, a destruição foi ensejada pelo poder, pela violência das guerras, desde o Mundo Antigo, até à atualidade, como o "bibliocausto nazista" e a destruição dos livros no Iraque, quando livros e bibliotecas representavam as idéias e o conhecimento daquela civilização/sociedade. Enfim, o contexto justifica a destruição dos livros? Se justifica, o mundo pagou e continua pagando um preço muito alto por isso. 
                                                    

domingo, 27 de junho de 2010

Acessibilidade em bibliotecas e demais instituições

Recebi essa informação de muita utilidade da Bibliotecária e Conselheira do CFB Sandra Cabral e estou repassando para que atinja o maior número de pessoas. Se olhado pelo contexto da acessibilidade a E3 - Estação Ergonômica Especializada é um equipamento simples e necessário, mas se comparado às estações de trabalho comuns é um equipamento sofisticado. Prefiro o olhar da acessibilidade e aí retomo a palavra de Boaventura de Souza Santos: "Temos o direito a ser iguais quando a diferença nos inferioriza; temos o direito a ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza", que já mencionei na postagem Igual ou diferente?, de 27/05/2010.


Roberto Façanha da ACQUA VERTTI divulga em seu e-mail:

"Tomo a liberdade neste e-mail de apresentar um importante produto para facilitar a acessibilidade em bibliotecas e telecentros. Em primeiro lugar a ESTAÇÃO E3, que foi utilizada pela personagem Luciana na novela VIVER A VIDA. Na novela a estação foi utilizada como plataforma para informática mas sua utilidade vai muito além como em bibliotecas, telecentros, salas de aula e atém como platarforma para linha de produção. O produto, desenvolvido e patenteado por uma empresa paulista, foi criado a pedido da Fundação Embraer e hoje já se viabiliza incluisive para países da Europa. Peço sua gentileza em conhecer os vídeos abaixo e os anexos.
Desde já agradeço sua preciosa atenção e peço seu encaminhamento aos órgãos e departamentos de seu interesse. Os produtos são comercializados com exclusividade pela ACQUA VERTTI LTDA e ambos patenteados. Fico a disposição para maiores informações ou necessidades de compra. Muito grato."

Roberto Façanha
ACQUA VERTTI LTDA
CURITIBA/PR
(41) 9255.6258


Link

Insisto na valorização dos arquivos!

A gestão documental promove a organização na documentação com a garantia de um gerenciamento contínuo desde a gênese do documento até a sua destinação final. Muitas empresas ainda a desconhecem e não a praticam, em função disso, acumulam de forma desorganizada grande massa documental, comprometendo o acesso às informações, assim como o espaço físico da empresa. Espaço este muito caro, pois a documentação dispersa e desorganizada dentro da empresa compromete aquele que poderia ser utilizado para o conforto dos próprios empregados ou mesmo para a instalação de uma nova unidade de negócio.


Esse contexto de desorganização pode acarretar na leitura incorreta ou incompleta de muitos fatos e situações, como por exemplo, a cobrança indevida de multas por parte dos órgãos fiscalizadores oficiais competentes, no não fechamento de um negócio ou na simples falta de subsídios para o desenvolvimento de uma atividade de rotina da empresa, pelo simples fato de não se localizar o documento necessário em tempo hábil, ou melhor, “a informação certa na hora certa”.

Arquivo não dá lucro, mas pode causar prejuízo se não bem gerenciado.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Dama da noite


Ontem à noite a família se reuniu na varanda. Conversamos até por volta de 1:00 hora da manhã. Momento raro, pois os horários de sono e a disposição de se manter acordado divergem um do outro, conforme cada contexto. Caiu uma chuvinha fina e tivemos que recolher às pressas um tapete de sala, que, por esquecimento, ainda secava (molhava) no varal. Bendito tapete que me fez flagrar um espetáculo belíssimo, o desabrochar da Dama da noite (Cestrum nocturnum)!

Duas cestas dessa planta enfeitam a lateral da casa e, mesmo com os respingos de chuva, corri e registrei o momento que compartilho agora. Logo em seguida veio o perfume exótico adocicado, muito agradável. A leitura que faço desse momento é de uma madrugada quente de ternura, apesar do resfriado da chuva.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Bibliotecas e Bibliotecários

Desde 24 de maio, quando da publicação da Lei 12.244/2010, ainda não tinha tido tempo para fazer a leitura dessa nova realidade e refletir a respeito. Só agora estou me dando conta da dimensão, da repercussão e da aplicação dessa lei. Haja ÃO!!!

A lei 12.244/2010 que "dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino no país" deve ser cumprida no prazo máximo de dez anos, ou seja, haverá de ter em cada escola uma Biblioteca e, dentro dessa, será obrigatório um acervo de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado. Segundo o Censo Escolar de 2009, das 152.251 escolas de ensino fundamental, 52.355 tem bibliotecas, já no ensino médio, das 25.923 escolas, 18.751 tem biblioteca. Leia mais...



No contexto atual, segundo Luis Norbeto, do Comitê Gestor do Todos pela Educação, o Brasil precisa construir 25 bibliotecas por dia até 2020 para cumprir a lei que determina que toda escola deve ter uma, é só analisar os dados do quadro acima. Leia mais...  

A leitura que se pode fazer disso é de uma longa caminhada para alcançar esse resultado, claro, deve contar com o apoio da sociedade privada, empresários que possam atuar como mantenedores de acervos e bibliotecas.

E o déficit não para por aí, também é do profissional, hoje 1 bibliotecário para cada 10 escolas. A Lei é muito clara quando diz "respeitada a profissão de Bibliotecário, disciplinada pelas Leis nºs. 4.084, de 30 de junho de 1962, e 9.674, de 25 de junho de 1998."

Bibliotecários!  Vamos à luta!  Trabalho não vai faltar!  Habilitem-se!  Preparem-se!

domingo, 20 de junho de 2010

80 anos




Felicidades, parabéns mãezinha!

Não posso deixar de registrar a maravilhosa festa dos 80 anos da D. Concita, minha mãezinha querida, no sábado 19. No contexto, a família em evidência, com a presença de tios, tias, primos e primas, além dos amigos mais chegados, quem de alguma forma conviveu com ela. Tudo impecável, do buffet ao tecladista, sem falar na produção cinematográfica preparada em sua homenegem pelo seu genro (minha cara metade), que fez reviver o passado... pessoas, lugares, momentos, enfim, toda a sua trajetória, trazendo à tona sentimentos profundos,  acompanhados de lácrimas de pura emoção.

E, fazendo a leitura  dos 80 anos de vida, tão bem representados no filme que assistimos, resumo em Tecelagem, poesia de sua autoria.


Tecelagem
Dos segundos
Tecendo minutos.
Tecelagem
Dos minutos
Tecendo horas.
Tecelagem
Das horas
Tecendo dias
Tecelagem
Dos dias
Tecendo o tempo.
Tecelagem do tempo
Tecendo a vida
Tecelagem
Da vida
Tecendo acontecimentos
Tecelagem
Dos acontecimentos
Tecendo
Tristezas e alegrias.
Tecelagem
Das tristezas e alegrias.
Tecendo marcas
Tecelagem
Das marcas
Tecendo,
Marcando
A gente.

Concita 20/03/76

sábado, 12 de junho de 2010

Ainda comemorando os arquivos...






Faça a leitura e veja que em algum contexto desses você já precisou dos arquivos. 

A vida é um grande arquivo!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia Internacional dos Arquivos

O Conselho Internacional de Arquivos (CIA), ICA, na sigla em inglês (International Council on Archives), instituiu o dia 09 de junho como a data  comemorativa ao Dia Internacional dos Arquivos. A data é uma alusão à criação do próprio CIA e objetiva chamar a atenção do mundo em relação à importância dos arquivos para a sociedade, além de proporcionar condições para que se desenvolvam ações de divulgação e sensibilização da causa dos arquivos. 


Vamos todos divulgar! 


quinta-feira, 27 de maio de 2010

Igual ou diferente?

"Temos o direito a ser iguais quando a diferença nos inferioriza;
temos o direito a ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza."
(Boaventura de Souza Santos)

= ou ≠ ?

Depende do contexto e da leitura do momento.
Esse é o meu blog!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Completando Jorge Luis Borges






"Organizar bibliotecas é exercer, de modo silencioso, a arte da crítica". (Jorge Luis Borges)

Eu acrescentaria à inteligente frase de Borges, não por estar incompleta, mas para me completar, ... e organizar arquivos é exercer, de modo paulatino, a arte da memória. Como se vive sem crítica e sem memória? Ou, trazendo para o meu tema, sem leitura e sem contexto? 

Daí eu concluo a importância de ambos, a importância do meu trabalho. A opção da Biblioteca de ser constituída pela vontade de alguém e a falta de escolha do Arquivo ao se constituir pelo desenvolvimento de outrem, ou seja, o intencional contra o não intencional, a possibilidade de elementos duplicados na Biblioteca e a característica da unicidade nos documentos de Arquivo, essas são a grande diferença entre ambos, apesar de se assemelharem enquanto instituições sócio-culturais que remontam à Antiguidade.


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Lembrança da infância



Coloquei os dois pés na infância, quando recebi da minha mãe no último domingo, a gravura em caneta nanquim desenhada pelo meu saudoso pai e, de imediato, fiz a leitura. Ocorreu-me a lembrança daquele instantâneo, retratado ao modo dele, conforme o contexto da época e ainda  estampado artesanalmente em uma camiseta branca, que usei e abusei por volta dos meus 5 ou 6 anos. Coisa de arquiteto, coisa de artista! A leitura que faço dessa gravura é de uma Ana moleca, a própria gravura revela e, como dizia minha Tia Carmela, também Bibliotecária, cheia de graça, uma criança feliz, que, juntamente com os irmãos, adorava todas aquelas novidades guardadas no escritório, construído especialmente no andar superior, tais como canetas e lápis diferentes, tintas e papéis de todos os tipos, sempre ofertados quando lá subíamos para bisbilhotar o que ele fazia. De quebra, ainda éramos contemplados no andar térreo com uma parede completa do terraço, para desenharmos ao bel-prazer com lápis cera, arrancando das pessoas que a casa visitavam, expressões admiradas com tamanha "irresponsabilidade".  E, voltando ao predicativo moleca, acrescento organizada, pois gostava de jogar paciência e classificava nas gavetas a roupa por categoria, cor e tamanho, já demonstrando a inclinação para a profissão.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Mãe: Ter e Ser



Nesse contexto o Ter vem antes do Ser. Ter é maravilhoso, é fascinante, me orgulho de Ter. Ter mãe é puder contar com sua sabedoria, sua experiência de vida e, sobretudo, com seus conselhos. Melhor ainda é passá-los adiante, aí já estou falando do Ser mãe. 

Quando no tempo Ter mãe coincide com Ser mãe é muito gratificante, basta fazer a leitura desses conselhos e aplicá-los ao novo contexto dos filhos sem perigo de erro pois já foram testados. 

Ter mãe já sendo mãe é fazer a leitura de toda uma trajetória de vida como filha e melhorar no que for possível para os filhos, às vezes errando, mas sempre tentando acertar. 

Graça de Deus é estar bem no meio, de um lado a mãe e de outro os filhos. Fui presenteada, mas também presenteei, durante o dia como mãe e à noite como filha. Foi um feliz Dia das Mães, mas, qual dia não é dia das mães?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Bibliotecas escolares passarão a ser obrigatórias PLC 324/09

Dentro de no máximo 10 anos, deverá haver uma biblioteca escolar em cada instituição de ensino do país, pública ou privada. A obrigatoriedade está prevista no Projeto de Lei da Câmara (PLC) 324/09, aprovado em 13/04, cujo relator foi o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

A determinação deverá ser cumprida até o ano de 2020. Além disso, no acervo de cada escola deverá haver, pelo menos, um livro para cada aluno matriculado. Apesar de representar um grande avanço para a Educação brasileira, o senador Cristovam Buarque (relator da proposta) afirma que 10 anos é um prazo muito longo, sobretudo quando se trata de um país onde a média de leitura é de menos de 5 livros por ano - contando com o material didático.
Fonte: Agência Senado

Para o sucesso do projeto, é salutar que os bibliotecários sejam totalmente envolvidos nesse contexto, tanto na gestão como na própria educação. Educação também passa pela Biblioteconomia. Bibliotecário é educador. Vamos trabalhar em parceria: professor e bibliotecário - sala de aula e biblioteca - aula expositiva e aula de pesquisa e leitura. Os alunos só têm a ganhar!

Ainda não tive a oportunidade de trabalhar em uma biblioteca escolar para conhecer de perto as dificuldades, as demandas, a dinâmica, no entanto, uma vez na biblioteca universitária, percebo facilmente a carência dos alunos. Como não têm o hábito de frequência, desconhecem a forma de buscar um livro ou mesmo de simular uma pesquisa. Há aqueles que não sabem como se comportar no recinto de leitura. É realmente uma questão de contexto. Como podem ter um comportamento se não tiveram a vivência e os fatores necessários?

É aí que entra o bibliotecário educador para aparar essas arestas e conduzir esse aluno para uma vida de leitura.

Para saber mais sobre bibliotecas públicas municipais consulte o resultado do primeiro censo nacional: