Primeiro encontro do Programa de Desenvolvimento de Líderes da Mrh com o lema L.E.M.A:
- Liderança;
- Engajamento;
- Motivação;
- Autonomia.
Espaço para registrar ações, fatos, escolhas e decisões do cotidiano, que, para serem compreendidas, dependem da leitura que se faz e do contexto em que se vive, na Biblioteconomia, na Arquivologia, na natureza, na família e no dia a dia.
Primeiro encontro do Programa de Desenvolvimento de Líderes da Mrh com o lema L.E.M.A:
Já fui secretária quando trabalhava no Banco Estado do Ceará, nos idos anos 80, oportunidade em que aprendi coisas novas, que até então não tinha enfrentado. Etiqueta, comunicação oral e escrita, normas internas e arquivo, sim, foi o meu primeiro contato efetivo com os arquivos, coisa que perdura até hoje.
Fui secretaria de uma grande gestora (IMMO), que muito me ensinou, e quem admiro até hoje. Com certeza, no lugar em que ela se encontra agora, busca dar o seu melhor, planejando, reestruturando e organizando, na dimensão superior.
E ser secretária é algo grandioso, porque você domina todo o espaço, o tempo e as coisas, organizando administrando, colocando tudo nos devidos lugares e à disposição da administração, em tempo hábil, para que as rotinas fluam sem solução de continuidade.
Com esse post resgatei um período da minha vida profissional, que foi um trampolim para novas conquistas, ao tempo em que homenageio todas as secretárias.
Já sabemos que arquivos são pontuais em solucionar questões. Arquivos são provas documentais que podem se referir a uma contratação, um fechamento de negócio, um pagamento efetuado, um acontecimento, um crédito liberado, um compromisso assumido ou quaisquer fatos que ocorram em função do desenvolvimento de atividades e funções de uma pessoa, empresa, instituição ou governo. Com isso, concluímos que arquivos pontuam de forma positiva, pois elucidam e comprovam fatos, além de corroborar com a história.
Além desses dois aspectos de pontuação, neste post quero utilizar os sinais de pontuação da nossa gramática, para fazer um paralelo com os arquivos. É uma forma lúdica de considerá-los, envolvendo a teoria arquivística.
ARQUIVO NACIONAL (Brasil). Dicionário brasileiro de terminologia arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005. Publicações Técnicas, 51. Disponível em: http://www.arquivonacional.gov.br/images/pdf/Dicion_Term_Arquiv.pdf. Acesso em: 26 set. 2021.
Com o niver de 2021, entrei na versão 6.2, uma nova caminhada, regada a lembranças carinhosas da data, simples, mas significativas.
Na minha pequena estante, já se vão mais de 200 livros, e na hora da escolha, aquela indecisão, este ou aquele?
É que compramos livros e muitas vezes eles não são lidos de pronto. Enfeitam e recheiam as prateleiras, permanecendo à disposição para leitura. Muitos deles passam mais tempo do que deviam, mas sempre chega a hora certa de serem lidos, é que há toda uma preparação e contextualização para se iniciar uma leitura, mesmo que seja por impulso.
Ocorre também de alguns depois de lidos serem destinados a uma biblioteca ou a algum projeto de livro livre como doação.
O importante é ter sempre algo para ler seja presente na estante física, seja um e-book ou algo na rede.
Em tarde de visita à Editora Karuá das amigas Rejane e Isabelle, para acertar detalhes da publicação de minha mãe, aproveitei para adquirir três excelentes publicações da casa, todas já com destino certo, serão presenteadas.
É sempre bom voltarmos aos bancos acadêmicos, educação continuada é fator indispensável para se manter no mercado, principalmente nesse cenário de novo normal.
Agora, a quarta especialização, MBA em Gestão da informação, do conhecimento e novas tecnologias, é a bola da vez. Inicio junto à Faculdade Novoeste, um desafio, tanto pela temática, como pelo formato online, mas a motivação pelo que é novo e diferente é fator para ir em frente, sem medo de ser feliz.
O conceito de arquivo permanente segundo o Dicionário de terminologia arquivística do Arquivo Nacional é:
Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor. Também chamado arquivo histórico.
O que são os irmãos, então, diante desse conceito? Podemos chamá-los de arquivos permanentes?
Fazendo uma analogia desse conceito com os irmãos, ao considerar todo o contexto histórico de vivências em comum, tudo registrado em pensamentos, fotos, gravações, filmes e demais possibilidades de memórias em diferentes suportes, penso que de uma forma simbólica podemos considerá-los arquivos permanentes.
Irmãos são amigos fraternos que não escolhemos, simplesmente são entregues decorrentes da união dos nossos pais. Amigos podemos escolher, são passageiros, podem até durar muito, mas não são eternos, já os irmãos não, são eternos, por isso arquivos permanentes.
E aqui deixo para a eternidade o registro dessa amizade permanente que temos uns com os outros, eu e meus irmãos.
Documento eletrônico e documento digital, já fez confusão com esses dois conceitos? É normal, por vezes passam despercebidos e achamos se tratarem da mesma coisa. Consultando o Dicionário brasileiro de terminologia arquivística, podemos esclarecer a respeito.
Documento digital: Documento codificado em dígitos binários, acessível por meio de sistema computacional.Documento eletrônico: Gênero documental integrado por documentos em meio eletrônico ou somente acessíveis por equipamentos eletrônicos, como cartões perfurados, disquetes e documentos digitais.
É isso! Chegamos neste ano à décima quarta turma do Curso de Noções de Arquivo da Mrh, cumprindo a matriz de competências do sistema da qualidade.
Desta vez, além dos recém admitidos, incluímos colaboradores veteranos, que optaram em reciclar conhecimentos.
Muitas dúvidas e curiosidades foram esclarecidas, e isso é muito bom, denota motivação, envolvimento e engajmento, fatores essenciais para obtermos uma equipe eficiente.
Fico satisfeita em poder contribuir, sabendo que novos talentos surgirão e os já existentes se aperfeicoarão.
Foto de Ana Luiza, autorizada pelos participantes.
Demorou, mas o dia está chegando. Na segunda-feira, 23/08, voltando a atender na Biblioteca da Faculdade CDL. Que seja um retorno abençoado!
Uma casa, nossa casa. Eis o croqui original, ainda em papel manteiga, pintado a aquarela, representando a nossa futura casa, que logo em seguida foi projetada e construída pelo nosso pai, Arquiteto José Armando Farias. Um documento permanente, tendo em vista o seu valor histórico e sentimental, que, apesar dos tons envelhecidos devido aos mais de cinquenta anos passados, está sendo preservado pelo meu irmão do meio, engenheiro, que divulgo agora, em função do Dia dos Pais.
Uma casa diferente, cheia de novidades para a época, a começar pelas colunas, que passavam a ideia de grandes blocos de concreto e na verdade eram armários internos embutidos, que causavam admiração a todos que visitavam e tinham a ideia de uma fortaleza.
Acima do terraço, sustentada por esses blocos, uma laje aparente permitia a subida pela janela do quarto dos meninos. O mais velho, já rapazinho, explorava ao máximo esse recurso e até subia no telhado para admirar as alturas, coisa de piloto, que virou comandante de voos internacionais.
Dessa laje escoavam as águas das chuvas que enchiam a bica exagerada situada na frente da casa, que se tornava comunitária pela ausência de muro na frente. Em dias de chuvas tomávamos banho de bica, mas antes de enfrentar a água fria da chuva, um leve gole de licor de menta, liberado pelo nosso pai. Juntava-se a nós nesse brincadeira interminável toda a criançada da rua e às vezes, alguém que por ali passava, tudo na Santa Paz.
A frente da casa era toda em piso artesanal feito a mão com a colher de pedreiro pelo Sr. Edilson, mestre de obra e verdadeiro artesão da construção, que também sentou de forma primorosa e perfeita os cobogós que separavam o terraço. A ideia, é claro que foi do pai arquiteto.
A área externa lateral toda ladeada de vigas, pronta para receber um segundo andar, era o grande playground, com mosaico recortado criando canteiros irregulares, cobertos de jibóia, cheio de flores e pés de romãs, tudo muito cuidado pela nossa mãe, jardineira de jardim, de filhos que floresceram para o bem, e de poesias germinadas e regadas até hoje.
Era na área coberta desse espaço, no terraço, abaixo da laje já falada, que minha irmã, bailarina na época, lia e relia clássicos da literatura, assim como romances água com açúcar, podendo o mundo se acabar que nada a fazia despregar o olho da leitura. Mais tarde, quem foi lidar mais de perto com leitura, bibliotecas, escrita e tudo mais que advém dos livros foi essa bibliotecária que faz este registro agora.
E também era nessa área coberta e descoberta, que o novinho, eu e meu "irmão gêmeo" (só na vontade), brincávamos de velocípede e bicicleta.
Saindo desse espaço, eis que surge o quintal, guardado pelo cão Duque, que toda noite ganhava um refresco de água gelada com açúcar do nosso pai. O quintal era cheio de fruteiras - graviola, siriguela, cajarana, goiaba, banana curuda, que atraiam muitas espécies de aves, pardais aos montes, bem-te-vis alegres, beija-fores faceiros, sanhaços verdes e azuis e até um paturi, que chegou do nada e desapareceu entre a floresta de bananeiras. Ainda no quintal, um local escondido para guardar os utensílios de jardim, tão discreto que era chamado de "esconderijo" e um pouco mais abaixo, em um declive acentuado, uma pequena nascente de água, em que se via pequenas espécies do tipo cara e pitu.
Os corredores do andar superior e do térreo, ligavam a frente da casa aos fundos, tinham o piso em taco devidamente encerado com cera e enceradeira. No janelão do corredor de cima, certa vez, entrou um pássaro noturno, que ficou batendo asas até achar a saída e ser libertado. Já no andar de baixo, corria-se, patinava-se e andava-se de bicicleta, mas não depois de encerado.
A grande sala de visitas, mais adiante, depois da ida aos céus do nosso pai, tornou-se local de barras, espelhos, radiolas e caixas de sons, onde a minha irmã bailarina, que se tornara uma educadora psicopedagoga, ensinava os primeiros passos da dança, impregnando todo o ambiente com a boa música clássica e trazendo valores para completar a renda da família.
Tudo isso e muito mais faz parte de um passado maravilhoso, vivido nessa casa bem arquitetada, concebida para nos fazer felizes, que resiste até os dias de hoje, tendo já recebido os netos e agora mais recente, os bisnetos de nossa mãe. Ela, que aos 91 anos, carrega um arsenal de memórias e feitos, tanto na nossa educação como na sua história de vida pessoal e profissional, e nosso irmão caçula, o historiador, quem admiro e acompanho, são os guardiões dessa casa bem arquitetada.
Uma casa, uma história, muitas vidas e lembranças boas.
As fotos foram reproduzidas pelo primogênito, a partir de slides originais feitos pelo nosso pai.
Livrarias, bibliotecas e sebos são lugares onde reinam os livros impressos, em idas e vindas eles possibilitam quilômetros de leitura.
Agora vou falar daqueles livros que têm destino certo, ou seja, fazer parte do acervo de uma biblioteca. Geralmente são adquiridos conforme os objetivos da biblioteca ou da instituição a que pertencem. Podem ser para atender a disciplinas ou pesquisas específicas, demandas de usuários do dia a dia ou para ampliação do acervo. Chegam novinhos, mas com o tempo já denotam a idade ou o tanto de quilômetros rodados, e é assim que deve ser, quanto mais leituras, mais objetivos alcançados. Outros já chegam de segunda mão por doação, mas também são bem-vindos, pois ampliam e diversificam o acervo. Nas bibliotecas são tombados, catalogados e classificados, estão organizados por um sistema de classificação universal, que permite serem localizados facilmente para serem lidos.
Agora resta falar dos sebos, não que são menos importantes, pelo contrário, eles são todas as possibilidades de leituras juntas, até então não possíveis. É no sebo que, mesmo sem uma organização de praxe, encontramos aquela obra que já não mais existe para comprar, é lá que fazemos descobertas raras, é lá que surfamos nos grifos, comentários e autógrafos alheios, fazendo descobertas incríveis, por intermédio da leitura e do contexto. O que leva alguém a iniciar um negócio dessa envergadura com milhares de livros? Quantas pessoas manusearam esses livros? Por que vieram parar no sebo?
Mesmo sendo três ambientes tão diferentes, ora comercial, ora acadêmico, ora organizados e sistematizados, ora não, são lugares de livros, e neles há algo que os une além do livro em si, a conspiração para a leitura, as possibilidades de leitura, os interesses comuns e a vontade de ler.
Independentemente do que existe na internet, dos acessos que podemos fazer virtualmente, nada se compara a permanência física nesses ambientes carregados de conhecimento, de vida, de movimento, de vivências e experiências.
Esta postagem foi inspirada no texto de Alexandre Pitanga, no LinkedIn.
As pessoas costumam guardar documentos ao longo de suas vidas. Esses documentos são testemunhos da vida, das relações interpessoais e/ou profissionais, que se acumulam e são mantidos, muitas vezes passados de uma geração para outra. Denominados de arquivos pessoais porque evidenciam a organicidade das atividades da pessoa a que pertencem, ou seja, vínculos inerentes aos registros do fundo a que pertencem. Esses arquivos revelam não somente os fatos da época, mas sobretudo todo um contexto que permeia os fatos, a partir da leitura que se faz.
Mantido por uma tia minha junto a tantos outros documentos da família, um cartão postal, datado de Junho de 1930, traz em seu verso a mensagem de uma prima de minha avó, Jovita Lucena Cavalcanti, enviando votos de parabéns pelo nascimento da minha mãe, "a mimosa Maria da Conceição", como foi carinhosamente chamada pela remetente Maria Olympia.
Tempo do romantismo das correspondências postais, comuns e rotineiras, que tanto alegravam a quem as recebia, possibilitando uma interação contínua, indo e vindo.
Já está mais do que na hora! Ansiosa para retomar de forma presencial e voltar a passear novamente pelo caminhos das estantes, atendendo aos alunos e professores.