domingo, 17 de outubro de 2010

CHA

-- Você está precisando tomar um cha de competência!

Para os mais desavisados este chá seria uma bebida mágica para transformar incompetência em competência ou algo do tipo "vá alí na esquina e volte competente".

Nada disso!


Essa é uma analogia feita por algum líder que trabalha em ambiente de gestão da qualidade, tentando enfatizar que algo precisa ser feito, de preferência ingerindo, para o efeito ser mais eficaz, dada a necessidade premente de mudança. Treinar, desenvolver ou tomar outras ações para atingir a competência necessária e, nos casos sem êxito, o inevitável turnover. Refiro-me ao criterioso CHA da ISO 9001-2008, criterioso mas não impossível, haja vista as inúmeras empresas que aplicam, elaborando a matriz de competências, para a gestão de pessoas.


COMPETÊNCIA = CONHECIMENTO + HABILIDADE + ATITUDE
Ser competente é saber, saber fazer e querer fazer. Esse novo referencial está direcionando o mercado, as empresas e deve direcionar qualquer um de nós que atua profissionalmente, pois de nada adianta só conhecer (cognitivo), tem que ter a habilidade para por em prática o conhecimento (psicomotor), agindo sempre proativamente, com vontade de gerar resultados (afetivo). E atitude não se ensina, é comportamental, precisa de motivação, depende de contexto. Portanto, cada profissional deve fazer a leitura do seu CHA, monitorando e sabendo dosar os três ingredientes: a essência da erva, a água e o açucar.



domingo, 10 de outubro de 2010

I Workshop sobre Representação do Conhecimento Registrado em Suportes Analógicos e Digitais - UFC

Abri a minha fala no I Workshop sobre Representação do Conhecimento Registrado em Suportes Análogicos e Digitais, promovido pelo Curso de Biblioteconomia da UFC, com os seguintes trechos, os quais representam com muita abrangência o conteúdo que apresentei.
Metade do conhecimento consiste em saber onde encontrá-lo. (JOHNSON, 1775) 
Compreender as estruturas dos conhecimentos registrados onde elas existam e auxiliar no processo de estruturação onde não existam. (DAVINSON, 1980) 
É fácil estabelecer diferenças entre ambos, mas sempre permanece uma área de interpenetração, às vezes até uma área de conflito. (CAVALCANTI, 1988)








Discorri sobre Indexação em arquivos e bibliotecas: semelhanças e diferenças. A escolha do tema foi em função do trabalho que exerço com indexação nas duas vertentes: arquivos e bibliotecas. Ressaltei na figura abaixo, que representa o processo de indexação, o papel mediador do indexador, que canaliza as informações dos documentos para o usuário em atendimento, fazendo sempre a leitura para entender o contexto.



Como vemos na figura, o processo como um todo ocorre de forma semelhante em ambos, no entanto, quando analisamos ponto a ponto, percebemos pequenos detalhes, conforme o quadro abaixo.



Com relação aos princípios da política de indexação, verificamos a total semelhança.




Retornando ao início, pontuamos: não adianta termos muito conhecimento disperso se não houver uma forma de reuni-lo e colocá-lo de maneira estruturada para a pronta recuperação pelos usuários -- esse é o papel da indexação -- seja em arquivos ou bibliotecas. 

Indexação, uma questão de leitura e contexto! 

Participei do evento a convite da Profª. Drª. Virgínia Bentes Pinto.

domingo, 12 de setembro de 2010

Estátuas imóveis, mas pensantes

À margem de um rio, encontra-se uma fileira de estátuas. Não se movimentam, mas têm olhos e enxergam. Têm ouvidos e são capazes de ouvir. E pensam. Talvez vejam umas às outras. Estão isoladas, mas, percebem que algo acontece do outro lado do rio. Pensam, meditam, mas, é impossível ver o que está acontecendo por lá. E assim, cada estátua forma sua opinião, que provém da sua própria experiência. Ela enxerga, ouve e pensa. Mas é imóvel. Está só e não tem meios de se convencer. O abismo é intransponível.

ELIAS, Norbert. A Sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994, p. 96.

Se você está em contexto qual as estátuas da citação de Norbert Elias, ainda há tempo para transpor o abismo, faça a leitura correta, mova-se!

sábado, 11 de setembro de 2010

Sede de leitura

"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas, por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede."

Carlos Drummond de Andrade

Um livro? Uma caixa-livro!


Ganhei e adorei!
Leitura de livro, leitura de caixa, no contexto, uma caixa-livro!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Setembro e Outubro

7 de setembro!
Dessa história já sabemos:
“Mãe gentil”...
“Garbo varonil”...
“Morrer pelo Brasil”...

3 de outubro!
Desse dia queremos saber:
Quais muralhas vamos vencer?
Quais grilhões vamos romper?
Quais horizontes vamos ter?

31 de outubro!
Desse dia em diante queremos ser,
Povo livre de “temor servil”,
Filhos contentes da “mãe gentil"
Nação independente sem futuro hostil.

É possível com os candidados que circulam?
Conheça o contexto público em que atuam,
Faça a leitura de cada ente,
Seja livre e independente,
Vote consciente!

AnaLu

sábado, 4 de setembro de 2010

Haja insensatez!

Tamanha insensatez!
Tamanha rigidez!
Tamanha estupidez!
Diante de tanta clareza,
Diante de tanta nobreza,
Onde está a lucidez?

Por certo, longe do coração,
Longe do alcance da visão,
Longe da razão...
E, quando menos se esperar,
Tudo detonará,
Tudo terá sido em vão!

Não haverá mais constância,
Nem tão pouco aquela ânsia,
Para completar tal curso,
Eis que o eu é maior que o chão...
Restará a desolação:
Leitura errada de contexto,

Que desilusão!

AnaLu
 
***
Algumas frases da web selecionadas sobre insensatez:

 "A insensatez é sem dúvida irmã da malvadeza." (Sófocles)
"É próprio da insensatez apontar os defeitos dos outros e esquecer-se dos próprios." (Cícero)
"Os insensatos, que acreditam serem sábios, são inimigos de si mesmos; fazem más ações, das quais, por fim, só colhem frutos amargos." (Textos Budistas)
"É insensato quem, perseguindo o que está longe, abandona o que já está ao seu alcance." (Hesíodo)
"Que é mais insensato do que preferir o incerto ao certo, o falso ao verdadeiro?" (Cícero)

***

domingo, 15 de agosto de 2010

Dentro da (des)ordem, a ordem!

Paradoxal? Não, real. Parece existir, à primeira vista, uma aparente oposição entre ordem e desordem, no entanto, fazendo a leitura, tentando compreender a dita desordem, é que se percebe que nada está ali por acaso, pois, por trás da aparente desordem, existe uma ordem, uma justificativa para tal coisa, talvez uma lógica, não havendo, portanto, a desordem absoluta. Quando então empreendemos uma certa ordem a algum contexto, estamos, na verdade desfazendo a outra ordem préexistente, a que chamamos de desordem, em outras palavras, quando não se enxerga ordem é porque a ordem que se pretende ver não é a ordem existente, mas outra ordem.

A ordem de um ambiente pode ser conquistada em contrapartida à desordem de outro. Portanto, é questão de leitura e de contexto. Em outro caso a ordem pode ser aleatória para uns, mas significativa para outros. Alguém já lhe disse: "não mexe não, que eu sei onde está cada coisa!". E é isso mesmo que acontece. E há ainda aquela situação em que a ordem da desordem já não mais atende, ou porque de tanto usar e não manter essa dita ordem, acabou-se por criar-se uma nova (des)ordem ou porque mudou o contexto de interesse. Nesse caso transformar essa (des)ordem em ordem é tornar a coisa acessível.

Ordem e desordem são tratadas na biologia molecular, entropia dos sistemas termodinâmicos, sistemas probabilísticos, teoria do caos e em outros estudos bem complexos, na esfera das teorias científicas. Nesse espaço pretendo apenas expor o que ocorre no meu contexto de trabalho, que lida com esses contrapontos.

Trabalho diariamente com a ordem, e a ordem do dia é sempre essa: "dentro da desorganização, há uma organização, procurem entender primeiro para só então manipular os documentos."

Na Arquivística deve-se preservar a ordem original dos documentos no contexto do seu produtor, ou seja, a ordem em que o arquivo foi se compondo a partir dos procedimentos e dos fatos que foram ocorrendo, é o princípio de respeito aos fundos, em que é aplicada a manutenção da sua ordem original, estabelecida por quem os criou. Ocorre que às vezes essa ordem original encontrada não é a ordem original, pois alguém já veio antes e fez alguma intervenção. E há casos também que a ordem original não é a ideal para se manter alguns arquivos, cabendo aqui a intervenção consciente aliada sempre ao contexto do produtor.

Selecionei algumas frases da web sobre ordem/desordem, e podemos ver que cada autor tem a sua lógica em relação à ordem/desordem:
  • "Para o sábio tudo é ordem, o néscio acha desordem em tudo." (Marquês de Maricá);
  • "A hora de estabelecer ordem é antes de entrar a desordem." (Textos Taoístas);
  • "A ordem é o prazer da razão: mas a desordem é a delícia da imaginação." (Paul Claudel);
  • "A ordem traz luz à memória." (Cícero );
  • "Não devemos deixar entrar a desordem onde há ordem." (António de Oliveira Salazar);
  • "Ordem, contra-ordem, desordem." (Napoleão Bonaparte);
  • "Ordem é a disposição que atribui a cada uma das coisas iguais ou díspares o seu lugar." (Santo Agostinho);
  • "A desordem é o melhor servidor da ordem estabelecida." (Jean-Paul Sartre);
  • "A ordem dos elos mudou, mas a corrente continuou a ser uma corrente." (Gianni Rodari);
  • "Não há nada mais difícil de realizar nem mais perigoso de controlar do que o início de uma nova ordem de coisas." (Nicolau Maquiavel);
  • "Debaixo de uma aparente desordem e confusão, tudo é ordem e harmonia, na terra entre os viventes, como nos céus entre as estrelas. " (Marquês de Maricá).


domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos Pais




A meu pai,

Sempre vivo na minha memória, no meu contexto, mesmo não mais presente neste mundo, meu agradecimento pela minha existência, pela minha educação e por todo esforço e carinho dedicados nos breves quatorze anos em que convivemos juntos. A leitura que faço daqueles memoráveis anos é de muita ternura, alegria e união, que, apesar de breves, foram de qualidade.

Ser pai

É ser forte, mesmo não sendo, é saber de tudo, mesmo sem saber, é ter a solução para os problemas, mesmo sem ter noção de como resolvê-los. É ainda superar todas as adversidades, pensando sempre no bem estar dos filhos. É errar, quando a intenção era de acertar.

É brincar de filho com os filhos, é responder a cada pergunta começada por papai..., é dar proteção e carinho para quem precisa.

Ser pai é, às vezes, ter que ser mãe, pela força das circunstâncias.

É saber fazer a leitura correta de cada filho, porque um é diferente do outro, é ter o seu jeito próprio de ser pai para atender a cada um no momento certo que ele precisa. É viver intensamente na companhia dos filhos, acompanhando o crescimento e até preparando-os para um dia cumprirem papel de igual importância. 

Ser pai é, às vezes, se passar de filho para saber se o filho já amadureceu e assim deixar que ele busque seu caminho.

Assim são os exemplos que tenho de pais no meu contexto: o meu, o dos meus filhos e os outros pais da minha família. 
Parabéns a todos os pais, porque todo dia é dia dos pais!

domingo, 1 de agosto de 2010

No meu jardim III

Palmeira com folha ruída, parecia formiga. Fazendo a leitura do contexto, vi que era engano meu, foi um gigante esfomedado quem comeu. No meu jardim tem dessas coisas, um gafanhoto com cerca de 12 cm.  




Pesquisando a respeito, encontrei um de sua espécie, com 15 cm, em matéria de 05/03/2010 da TV Paraná, em Ponta Grossa. Professor de entomologia da UEPG Rui Furiatti, identificou o inseto como da espécie tropidacris cristata, veja mais... 


sábado, 31 de julho de 2010

Einstein

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original." (Albert Einstein)
A cada nova leitura que fazemos do mundo, criamos novo contexto e assim evoluimos.

Retomando Manguel



Dando continuidade à leitura e aos comentários sobre o livro "Biblioteca à noite", de Alberto Manguel, deparei-me com um trecho, ainda nos Agradecimentos, em que o autor faz menção à "ordem alfabética, tão cara às bibliotecas" e lista em ordem alfabética de sobrenome, as pessoas as quais ele contraíra dívidas de gratidão em relação à obra.

Achei por demais interessante esse cuidado, que, além de caráter imparcial, dá sentido de ordem, tão comum às bibliotecas e aos bibliotecários.

Mas, para ele, a biblioteca à noite está livre dessa ordem, ele faz outra leitura do contexto, pois ele enquanto leitor "é convocado e atraído para um certo volume e uma certa página por meio de rituais cabalísticos de letras entrevistas".

A exemplo desse detalhe de ordem, tão familiar e tão necessário em meu contexto, a obra é toda rica em pormenores que Manguel apresenta permeada de vivências sobre autores e leituras, lugares e viagens, sobre livros e bibliotecas, às vezes imperceptíveis a olhos leigos ou desatenciosos, mas, aos meus, impossíveis de não serem notados.

Feliz ele que constrói uma Biblioteca em lugar de sua escolha e investido de notável história,  que praticamente mora dentro dela e que vive dentro do seu contexto, o seu ideal:

[...] voltei a meu antigo ideal e, embora não possa considerar-me um bibliotecário propriamente dito, vivo entre estantes que proliferam o tempo todo e cujos limites começam a se borrar ou a coincidir com os da própria casa.

Como não se considera um bibliotecário propriamente dito, se vive em contexto como tal, se pratica todo o ritual da profissão com tanta propriedade, ainda agregada a toda a experiência de exímio leitor?

Durante o dia, escrevo, folheio, reorganizo livros, instalo as novas aquisições, transfiro seções inteiras por conta do espaço. Os recém-chegados  recebem as boas-vindas depois de um estágio probatório. Se o livro é de segunda mão [...]

domingo, 25 de julho de 2010

25 de julho - Dia do Escritor


Escritores científicos, profissionais ou amadores, que registram teorias e descobertas, sonhos e amores. Escritores que buscam a realidade dos fatos ou a própria história, que escrevem de impulso ou de memória. Escritores infantis, de teatro ou de novelas, que com suas fábulas e tramas, encantam a eles e a elas. Escritores que escrevem em verso ou em prosa, que nos presenteiam com a riqueza do amor e da rosa. Escritores de cartas, de blogs, de pequenos textos, de textos enormes, enfim, a todos os escritores, independente da leitura e do contexto, parabéns com louvor, neste Dia do Escritor!

Parabéns especial a minha mãe escritora que, depois de "Juntando e desmanchando", aos 80 anos, adentra no seu segundo livro "Poesia do meu jeito".




Algumas frases de grandes escritores:

"O escritor é um leitor de si mesmo." (Marta Helena Cocco)

"Não se é escritor por ter escolhido dizer certas coisas, mas sim pela forma como as dizemos." (Jean-Paul Sartre)

"O escritor está sempre trabalhando em um livro, mesmo quando não está escrevendo." (Antonio Callado)

"Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira." (Carlos Drummond de Andrade)

"Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não." (José Saramago)

"Quando os escritores morrem, eles se transformam nos seus livros. O que, pensando bem, não deixa de ser uma forma interessante de reencarnação." (Jorge Luis Borges)

"Escrever é gravar reações psíquicas. O escritor funciona qual antena - e disso vem o valor da literatura. Por meio dela, fixam-se aspectos da alma de um povo, ou pelo menos instantes da vida desse povo." (Monteiro Lobato)

Parabéns a todos eles!

Qualidade é tudo!

Em curso de pós-graduação pela FESPSP ministrado em Fortaleza no ano de 2007, a professora Valéria Walls apresentava à turma de Marketing Estratégico em Unidades de Informação, especificamente na disciplina de Gestão de Qualidade em Serviços de Informação, dois aspectos da qualidade, enquanto atributo e enquanto gestão.  O primeiro, mais habitual, é aquilo que costumamos exigir quando consumimos qualquer produto ou serviço, já o segundo, mais complexo é:


[...] a forma de gestão de uma Organização, definida pela Alta Direção tendo como base as necessidades dos seus clientes, baseada na identificação de requisitos de qualidade do produto ou serviço, no estabelecimento de um planejamento para que este padrão seja atingido e na constante busca pela melhoria, em todos os seus aspectos, visando à satisfação dos clientes e a eficácia da Organização como um todo.

Naquele contexto de 2007, sem a consequente aplicação, não tinha noção da dimensão dessa gestão, mas agora, em recente oportunidade, venho rever seus ensinamentos como líder da equipe do programa de qualidade em uma das empresas em que trabalho, e, fazendo a leitura atual, vejo que essa complexidade pode ser simplificada, pois a gestão da qualidade vem para organizar a casa, melhorar os processos e assim facilitar o dia a dia da empresa. É uma construção passo a passo, e, por isso, tem tudo para ser um sucesso, até porque está sendo entendida corretamente e acompanhada por consultoria competente, que vem, sistematicamente, desenvolvendo esse programa, junto à equipe,

Daí vejo como o que aprendemos por toda a vida, fatalmente será aplicado em algum momento, em algum contexto, seja de forma direta ou indireta, sempre levando ao crescimento. Informação e leitura geram conhecimento, conhecimento gera mais conhecimento e qualidade gera mais qualidade. Bom rever a apostila do curso e livros sobre o assunto e melhor ainda é fazer tudo com qualidade..


terça-feira, 20 de julho de 2010

Vendas do livro digital e sucesso do Kindle

A Amazon.com, uma das maiores livrarias dos Estados Unidos, anunciou que nos últimos três meses as vendas de livros para o seu e-reader, o Kindle, superou as vendas de livros de capa dura. No período, disse a Amazon, foram vendidos 143 livros para Kindle para cada 100 livros de capa dura – incluindo livros em papel que não têm edição para Kindle. Leia mais... no site da Veja.

Saiu a notícia na Veja, na Folha de São Paulo, no Estadão e em vários outros canais, além de estar sendo repassada por diversos sites e blogs da rede, inclusive aqui, em leitura e contexto, afinal é uma boa ou não é? Você trocaria a leitura de um livro tradicional por um livro em formato digital digital?

Eu responderia, depende do contexto. Se a ênfase é dada para a tecnologia, para o ar de novidade, de curiosidade, de enfrentar e desvendar o novo, por que não? Ler um livro por intermédio de um equipamento (e-book / e-reader) é o máximo, mas, por outro lado, se a preferência é pelo prazer de tê-lo fisicamente pelo tato, pelo olfato, pela visão, melhor dizendo, pela encadernação, pelo cheiro da impressão e do papel, pelas ilustrações, pelo alto ou baixo relevo... a coisa se comporta de outra maneira.

Não sei se o formato tradicional vai chegar a ser peça de museu no futuro, mas o fato é que já assistimos a esse mesmo filme, com o advento dos microcomputadores -- o discurso da época era que o papel ia acabar e vimos foi a proliferação dele. Com a chegada das fitas em VHS, admitiu-se que o cinema ia acabar... Sei que pode não ser o mesmo caso, mas gosto de pensar assim, o livro como tal conhecemos há décadas, jamais terá o seu fim. Nostalgia? Não, amor de quem trabalha com eles. Resistência à tecnologia? Também não, ela é minha parceira e aliada no dia-a-dia, repito, amor de quem trabalha com eles.

Kindle da Amazon, Nook da Barnes & Noble, Alfa da Positivo, as diversas versões dos e-readers da Sony ou o Skiff da LG, este último já com tela flexível (questão de praticidade ou seria um retorno ao papel?), aqui não importa a marca do equipamento, até porque não sou especialista, mas o suporte da informação, ao invés do papel que recebe diretamente a tinta representando os símbolos e as letras, a tela, agora em cristal líquido, interface necessária para exibição da imagem, gerada e transmitida em formato digital, em bits. É claro que a questão envolve outros processos, tão complexos para os leigos e ao mesmo tempo tão simples para os profissionais hight tech, outra questão de contexto, que não cabe aqui comentar.

De qualquer forma se o kindle está cativando e ampliando a leitura de um país, ele merece o sucesso!


Imagem extraída de http://www.leiabrasil.org.br/blog/wp-content/uploads/2010/03/amazon-kindle-reader-books.jpg

domingo, 18 de julho de 2010

Duas preciosidades

"Se tens um jardim e uma biblioteca, tens tudo." (Marco Túlio Cícero - Arpino-Itália, 106 a.C. –43 a.C. Formia-Itália ).
Duas preciosidades do contexto da época que, na minha opinião, continuam válidas. Ambas são minha paixão!

sábado, 17 de julho de 2010

O que você faria com uma pedra?

A Pedra

"O distraído nela tropeçou...
O bruto a usou como projétil.
O empreendedor, usando-a, construiu.
O camponês, cansado da vida, dela fez assento.
Para meninos, foi brinquedo.
Drummond a poetizou.
Já, Davi, matou Golias,
E Michelangelo extraiu-lhe a mais bela escultura...
Em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem!
Não existe pedra no seu caminho que você não possa aproveitá-la para o seu próprio crescimento."

Desconhecido

***
Uma variedade de mensagens criativas e sem autoria circulam na rede, navegando, às vezes, nos deparamos com elas, outras vezes recebemos de alguém. Recebi essa mensagem de um colega de trabalho, aquele que naturalmente e habitualmente é encarregado de desejar uma boa semana à equipe, sempre às segundas-feiras. Percebi que a essência dessa mensagem é uma questão de leitura e contexto e registro o que eu faria fisicamente com uma pedra, expressando a minha contextualidade -- depois de fazer a leitura -- se grande, enfeitaria o meu jardim, se pequena, usaria como peso de papel!

Mas, aquelas pedras da vida, afasto com o pé cada uma para o lado e vou passando, algumas, as pesadas, tenho que erguê-las para livrar o caminho, outras, mais pesadas ainda, peço ajuda para os meus e assim vou em frente, coisas da vida.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Biblioteca à noite, mais uma de Manguel!

Estou fascinada com o título e com o pequeno trecho que já li dessa obra de Alberto Manguel. Espero retornar com outra postagem para falar a respeito dos quinze ensaios que o autor apresenta. Ganhei de Érico Veríssimo, estudante de Biblioteconomia da UFC, na conclusão e despedida de seu estágio junto à Biblioteca da Faculdade CDL.

domingo, 4 de julho de 2010

Destruição de livros: destruição da memória, do conhecimento e da cultura.

                                                         

Destruição de livros: desaparecimento, esquecimento, empobrecimento, enfraquecimento, desconhecimento... e muitos outros "mentos" da Humanidade. Estou estarrecida com o acervo de diversas nações destruídas pelo homem. Sabia da existência desses eventos, mas fazendo a leitura de "História universal da destruição dos livros", de Fernando Báez, me dei conta da sua dimensão. Quando se estuda História do Livro e das Bibliotecas nos bancos acadêmicos, o olhar é mais positivo, retratando os primeiros registros, o nascimento, a própria existência, por fim, a proliferação com a imprensa de Gutemberg e tudo que vem depois disso, ainda que se fale da elitização do acesso e das destruições mais famosas, como Alexandria, Pérgamo e as decorrentes da Inquisição. Mas, como o próprio autor coloca na sua introdução, "Há 55 séculos se destroem livros..." e faz uma varredura completa em todo o mundo, China, Roma, Grécia, Bagdá, Inglaterra, México..., trata-se não só de quantidade, mas, sobretudo, de qualidade. Escritos e livros de pensadores e escritores clássicos, além da destruição pela própria condição dos palimpsestos, manuscritos em que o texto original era apagado para receber outro, dado o elevado custo do pergaminho. Como vemos, destruição em função do contexto da época. Mas, fazendo uma leitura mais ampla, também nos deparamos com outras questões de contexto, quando o próprio autor destruia sua obra, considerando-a já superada por outra e, por isso, justificada pela vergonha que passaria junto à sociedade. Mas, na maioria dos casos, a destruição foi ensejada pelo poder, pela violência das guerras, desde o Mundo Antigo, até à atualidade, como o "bibliocausto nazista" e a destruição dos livros no Iraque, quando livros e bibliotecas representavam as idéias e o conhecimento daquela civilização/sociedade. Enfim, o contexto justifica a destruição dos livros? Se justifica, o mundo pagou e continua pagando um preço muito alto por isso.