Mostrando postagens com marcador Bibliotecários. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bibliotecários. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

O Herói de cada dia

Quem só constrói, quem vive a cumprir sua missão, quem combate o que destrói, só pode ser um herói.

O herói de cada dia pode ser eu, você ou a sua tia, é uma analogia que usei para dizer, que o herói está em você.

Em casa, no trabalho, na sociedade, não tem idade, está cheio de herói por todo lado, vira e mexe, tem um bocado.

Na Biblioteconomia não é diferente, tem muito profissional presente, que, de tão competente, é um herói da gente.

Bibliosoc, Bibliodig, Biblioref ou Bibliotec, tanto faz, porque tem esses e muito mais... 


O herói de cada dia é você quem faz!

---

por Ana Luiza Chaves
publicado originalmente em Mural Interativo do Bibliotecário

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Um colega de trabalho de valor

Durante muito tempo trabalhei sozinha na Mrh, sem a companhia de um colega de profissão para compartilhar e discutir ideias. O trabalho fluía, mas, não tinha dinamismo, interatividade, pois era contexto de via única. 

Contar com o Bibliotecário Roberto na equipe foi um grande acerto da Mrh e a certeza de ganhar um parceiro efetivo, para desenvolver junto os trabalhos do segmento de arquivo, que a empresa oferece aos seus clientes. 

Alguns bibliotecários já passaram pela Mrh, mas, nenhum permaneceu tanto tempo como ele e de forma tão assertiva. Para o bem da Empresa, espero que sua contribuição perdure por muitos anos.

Ele não chegou pronto, pelo contrário, ainda não era formado e pouco conhecia sobre a realidade dos arquivos, mas, isso acabou se transformando no seu grande mérito, porque soube aproveitar as oportunidades para se desenvolver e buscar conhecimento, inclusive, atualmente, está prestes a concluir curso de pós-graduação na área.

No meio de tantas caixas, ele consegue classificar os documentos com propriedade, introduzir e gerenciar equipes, e ainda ter sempre grandes ideias em busca da melhoria e da qualidade. 

Formamos uma equipe enxuta, estamos sempre em boa sintonia, combinamos tudo, dividimos os trabalhos, aprendemos um com o outro, crescemos juntos. 

Não consigo imaginar mais a Unidade Técnica (UG TEC) e a Mrh sem esse Bibliotecário de valor, Roberto de Carvalho. 

Agradeço pela sua companhia diária, dotada de companheirismo, comprometimento, liderança, respeito e ética.


Programa Inovar Mrh - Valorizando nossa gente

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Independência com liberdade e responsabilidade

Já parou para pensar se o seu agir bibliotecário é independente?


Independência aqui, retratada com liberdade e responsabilidade, em outras palavras, ser independente dentro da esfera biblioteconômica, pois, nós é que somos detentores do conhecimento da área, com liberdade para agir, mas, levando em conta o contexto em que estamos inseridos.

E que contexto é esse?

A instituição a que somos vinculados, seja uma escola, uma empresa, um órgão público, uma universidade, um centro de documentação e informação etc. Temos que atentar para a missão, visão, objetivos e valores, ou seja, agir com responsabilidade, preservando tudo isso, com toda a liberdade possível.

E como podemos materializar essa liberdade?

Criando projetos inovadores, interagindo com áreas afins, realizando a interdisciplinaridade, utilizando todos os recursos disponíveis, sejam físicos ou virtuais, próximos ou distantes, carentes ou fartos, enxergando onde há potencial, para usufruir das vantagens que cada um oferece, mesmo que tenha que “tirar leite de pedra” ou “se virar nos trinta”. Mas temos que realizar sem agredir a sociedade e, sobretudo, primando pelo usuário. É a independência com liberdade e responsabilidade, hoje também chamada de sustentabilidade.

Nessa semana da Independência do Brasil, desejamos que bibliotecários e demais profissionais de áreas afins possam levar a informação a quantos dela necessitem, para que nosso Brasil possa ser cada vez mais independente.


#otextoénosso
Publicado originalmente em Mural Interativo do Bibliotecário

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

O CAMPEÃO VOLTOU!

Ainda em clima de Olimpíadas, usando o momento da conquista da medalha de ouro no futebol masculino, mas, sem querer obrigar aqueles que não apreciam a nossa Seleção Brasileira a concordarem com o que tenho a dizer, o fato é que O CAMPEÃO VOLTOU!


E voltou de que forma?
Recomeçando a trajetória, acreditando no talento, na técnica e na equipe, superando obstáculos e críticas, minimizando fraquezas e maximizando forças.

Além da terceira medalha de ouro para o voleibol masculino, conquistada também ao som de “O campeão voltou”, e da própria Cidade do Rio de Janeiro, que conseguiu sediar os jogos com primazia (apesar de tudo), assistimos a outros exemplos de conquistas nas Olimpíadas. São situações de recomeço, de foco, de superação. E se isso pode acontecer em campo, nas quadras, nas pistas, no tatame, na cidade, por que não na nossa vida profissional, na nossa vida de bibliotecário?

Somos capazes de realizar tantas funções... Operar com vocabulários controlados; preparar base de dados; contar histórias; atender bem na referência, conhecendo as demandas de cada usuário; lidar facilmente com as mídias sociais; buscar a informação nos mais longínquos binários, por intermédio de uma busca booleana complexa; elaborar e executar projetos sociais com excelência; preparar resumos, resenhas e artigos científicos; normalizar textos, atuar junto à sala de aula na biblioteca escolar... E tantas outras que não me recordo agora, de tão vasta que é essa nossa atividade.

Cabe correr atrás da conquista, suando a camisa, mesmo que tenha que ralar o joelho ou torcer o pé. Vamos pular mais alto! Driblar o medo e a insegurança! Desviar dos obstáculos!

Muitas vezes achamos que nada dá certo, que tudo não passa de sorte, que o outro é melhor porque conseguiu, que não era para ser agora, que vai vir outra oportunidade, que isso, que aquilo... E tantas outras falácias, frases prontas, na verdade, puros clichês!

Se não concordamos com esses clichês de ocasião, apoiemos o bordão: O CAMPEÃO VOLTOU, O CAMPEÃO VOLTOU!!!

Eu, Ana Luiza, Fabíola, Edvander e Juliana, já tivemos que recomeçar um dia e estamos aqui para contar a história. 
Difícil? 
_ Sim, mas, não impossível!

E vamos que vamos, cantando: Sou bibliotecário, com muito orgulho, com muito amor!



sábado, 9 de julho de 2016

A Majestosa

A Revista Mundo Estranho, edição 181, de junho/2016, traz uma matéria ilustrada do que seria a famosa e majestosa Biblioteca de Alexandria, cujo nome oficial era Ptolemaic Mouseion Academy, fundada por volta de 300 a.C.

Interessante os recortes dos ambientes e suas finalidades, tudo projetado conforme os interesses e agentes operantes: pensadores, matemáticos, bibliotecários, copistas, checadores, reparadores e público geral.

Sem desprezar os demais atores desse cenário épico, histórico e cultural, vemos na matéria quão imprescindíveis foram os bibliotecários nesse passado distante.

"Os bibliotecários dirigiam  lugar e fizeram história, criando soluções que usamos até hoje para lidar com aquela quantidade de obras. Zenódotus, o primeiro deles, foi o criador da organização por ordem alfabética. Calímaco, seu sucessor, introduziu a catalogação. Eratóstenes inventou o glossário e Thrax a primeira gramática."
Revista Mundo Estranho, edição 181, junho/2016. p.38-39.

sábado, 22 de agosto de 2015

Bibliotecário: 50 anos de Regulamentação



A Biblioteconomia está em festa! Afinal comemoramos o Jubileu de Ouro da regulamentação profissional, dos quais já participei 33 anos, efetivamente. Orgulho de ser Bibliotecária!

As comemorações pelos 50 anos foram muitas por todo o território nacional, com ênfase para a sessão solene no Plenário da Câmara dos Deputados, requerida pelo deputado Espiridião Amin (PP/SC), enfocando a Lei 4.084, de 30.06.1962 e o Decreto 56.725, de 16.08.1965, que criou e regulamentou a profissão, e as conquistas da categoria, ao longo dos 50 anos.

Dessas conquistas, fazemos a leitura de alegria, evolução, mudanças e de adaptações para o contexto atual.



domingo, 15 de março de 2015

Consumidor de informação

Neste Dia Mundial do Consumidor vale ressaltar um produto muito importante de consumo: a informação. Nós bibliotecários e demais profissionais que lidam com o tratamento da informação, nos deparamos, rotineiramente, com cidadãos, enquanto consumidores de informação.

Sabemos que a informação no âmbito do direito de informação do consumidor, aquela que já está prevista no Código de Defesa do Consumidor, referente à atividade e relação de consumo, ou a informação prevista na Lei 12.527/2001, que faz parte do art. 5º da Constituiçãosão fundamentais para cumprir e respeitar o viés civil do cidadão. 



Mas, a informação que alimenta a mente, que faz gerar conhecimento, vai além desse aspecto, engloba o cidadão pessoa, pessoa que deseja conhecer mais de tudo que está ao seu redor, para com isso transformar a realidade e viver nelhor.  



Quem não precisa de informação? 

Quem não é consumidor de informação?

Em meio a um turbilhão de informação emanada de diversas mídias e canais, quem mais apropriado para selecioná-la, classificá-la e torná-la acessível ao cidadão?

quarta-feira, 19 de março de 2014

Visite uma biblioteca e converse com um bibliotecário





A ilustração fundamenta-se na segunda e terceira Leis de Ranganathan:

  • 2ª Todo leitor tem seu livro;
  • 3ª Todo livro tem seu leitor.


É uma questão de contexto, de oportunidade, uma vez surgindo, não tem como se "livrar" do livro, da leitura.

sábado, 12 de outubro de 2013

Bibliotecário tem que trabalhar como formiga e cantar feito cigarra



Trabalhar ou cantar? Sem conflito de personalidade, tem que associar, não se pode escolher essa ou aquela atividade. No início da fábula A Cigarra e a Formiga as ações são totalmente antagônicas, ou se trabalha ou se canta, mas, no desfecho da história, as duas vertentes são conciliadas, uma completando e dando suporte a outra. 


Na Biblioteconomia tem que ser assim: trabalhar como formiga e cantar feito cigarra. 



Na essência da sua criação a atividade era silenciosa, de bastidores, de retaguarda, mas, sabemos que isso há tempos já mudou, pois as demandas dos usuários são outras frente aos fenômenos da sociedade atual: globalização,  conectividade, Interoperabilidade, interatividade, compartilhamento, colaboratividade, mobilidade, convergência e tantos outros que ainda virão.

Hoje, para o trabalho do bibliotecário, não se permite ação só de formiguinha (trabalhar, trabalhar e trabalhar). Como vamos ser vistos? E não é só isso... Como os nossos usuários vão saber o que temos para oferecer se tudo não for divulgado, compartilhado? Como eles vão se alegrar com os produtos e serviços se não os conhecem? Fazendo a analogia, temos que cantar, cantar e cantar.

O bibliotecário de hoje tem que ser educador, agente cultural e social, comunicador e muito mais, usando o marketing a seu favor.

Neste Dia da Criança, vamos tomar o exemplo da fábula A Cigarra e a Formiga, para exercer a nossa missão com planejamento estratégico e visão de futuro necessária, a fim de alcançarmos os nossos objetivos e, sobretudo, divulgar os nossos serviços, mostrando de forma lúdica, criativa e alegre do que somos capazes e a que vinhemos.
  

domingo, 21 de abril de 2013

Parodiando Piaget







Fiz a leitura da frase de Piaget para recriá-la e adaptá-la ao meu contexto profissional, com a intenção de responder a muitas pessoas que sempre perguntam ao bibliotecário que trabalha em bibliotecas:


__ Você já leu todos esses livros?



Bibliotecário não é aquele que já leu todos os livros de uma biblioteca, mas, quem de certa forma, os conhece muito bem e com técnica e bom senso os faz chegar de forma fácil e precisa a quem busca por eles, despertando no usuário a vontade de ler e conhecer.

AnaLu

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Inferindo sobre a biblioteca escolar pública via biblioteca de IES



Em 2010, já depois do advento da Lei 12.244/2010, tive a oportunidade e a vontade de falar em público na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará sobre a situação das bibliotecas de escolas públicas do nosso Estado, mas não o fiz, porque pensei no momento: 

Nunca atuei em bibliotecas escolares, a minha experiência é com bibliotecas de IES, então, como vou falar a respeito?

Na oportunidade era discutida a questão das bibliotecas sem bibliotecários, o fato de serem chamadas de Centros de Multimeios, um desvio de nomenclatura para driblar a Lei e dispensar a presença do Bibliotecário e a promessa de concursos para suprir essa demanda. 

Esses espaços, geralmente, são geridos por professores com problemas de saúde, casos de ler/dort, questão de afonia, de alergia ou que já estão em fim de carreira. Com todo respeito, podem contribuir com suas experiências, mas, jamais gerir uma biblioteca, porque esta função é do bibliotecário, estabelecida por lei.



Mas, esta postagem não tem esse intuito de discutir essa questão específica (legal) de desvio de função, mas a de apontar a falta que um bibliotecário faz a uma biblioteca, para implementar ações próprias do seu mister. É óbvio que estou falando de um bom profissional.

Na época, não me deparei com a lógica da coisa, quem chega a uma instituição de ensino superior (IES), com certeza já passou pelos outros níveis. Portanto, hoje, refletindo a respeito, penso que a minha fala poderia ter sido oportuna, uma vez que tenho a percepção de como os alunos provenientes de escolas públicas chegam às bibliotecas de IES, na maioria dos casos,  inexperientes, sem vivência de leitor, sem saberem se portar, sem entenderem o funcionamento, por mais genérico que seja. E quando não são inexperientes (menos mal), totalmente alheios. Falta acervo, falta profissional, falta recursos, falta qualidade! Em função disso, poderia ter inferido a respeito e não estaria faltando com a verdade.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Incentivo à leitura pode ser indireto


Como bibliotecários, na nossa árdua missão educadora de conquistar mais leitores, de cativar pessoas para a aproximação com a leitura, encontramos várias resistências, talvez justificáveis. São tantas as desculpas, que encontramos por aí, a própria cultura de não leitura que ainda prevalece no país, o preço do livro, a forma nada pedagógica de oferecer a leitura nas escolas, a coisa tratada como obrigação, os apelos informativos mais fáceis das mídias sociais, enfim, são tantas as desculpas. 

Mas, como agentes mediadores, precisamos ter a expertise de saber driblar tudo isso, é necessário pensar um meio de exercer essa habilidade de forma natural, sem forçar, mostrando o outro lado da moeda. Uma simples ação pode mudar um status quo de anos. 

A sugestão é que seja colocado em prática o incentivo indireto, assim como quem não quer nada, por exemplo, comentando algo interessante de um texto, provando a curiosidade de uma informação que saiu no jornal, fazendo um paralelo entre a ficção e a vida, falando de alguma personalidade leitora ou simplesmente mostrando opções. Ande sempre acompanhada de um livro, comente sobre uma leitura no facebook, com a migração da  leitura para outros suportes e ambientes, tudo é válido!

Podemos criar outros argumentos de incentivo e utilizá-los conforme o contexto e isso não precisa acontecer necessariamente em uma biblioteca, nela seria imperdoável não fazê-lo.

Não há retorno para quem entra na vida de leitor, uma vez leitor, sempre leitor. Portanto é uma conquista duradoura. Podemos depois mostrar nossos troféus, digo, nossos leitores conquistados e ter orgulho disso, é para se gabar mesmo, a sociedade agradece.

Bibliotecário, quantos leitores você já conquistou nesse início de ano? Elabore uma meta conforme o seu contexto e tente chegar nela, uma vez estando lá, tente ultrapassá-la, crie uma meta mais audaciosa, dessa forma estaremos exercendo o nosso papel profissional, o de educador e, sobretudo, o de cidadão.

Faça a leitura da sua trajetória de incentivador e mãos à obra! Abra as portas para a leitura e um raio de luz iluminará a vida do leitor. Entregue leitura!



domingo, 12 de agosto de 2012

Pais da Biblioteconomia

Elejo os Pais da Biblioteconomia, segundo a leitura e o contexto, e teço algumas considerações, a partir das informações disponíveis na grande rede. 

Inicio com Calímaco de Sirene (310 a.C.-240 a.C), na Antiguidade, professor, gramático, poeta, mitógrafo grego, bibliotecário e diretor da Biblioteca de Alexandria, com o feito de organizar o primeiro catálogo sistematizado, organizando 490.000 rolos de papiros, para elaboração de um catálogo por assunto, onde constariam por essa ordem, os nomes dos autores alfabeticamente organizados. Considerando o contexto da época, Calímaco iniciou, assim, a ordem do caos. Antes dele, somente por sorte alguém seria capaz de encontrar um texto específico. 
***

Passo agora para São Jerônimo (348-420), nos fins da Antiguidade, o Santo Doutor da Igreja Católica, que traduziu a Bíblia do grego antigo e do hebraico para o latim. Essa edição foi denominada Vulgata, que é o texto oficial da Igreja Católica, originando-se dela outras traduções em línguas românicas. Há fontes que o considera o santo padroeiro dos Bibliotecários, pelo grande leitor que foi, pela excelente memória que tinha, por ter a maior biblioteca pessoal da Roma Antiga e pela ajuda em estabelecer a biblioteca papal em Roma, no século IV.
***

No meio da Idade Moderna surge um novo pai, Gabriel Naudé (1600-1653), agora mais preocupado com a profissão e com o profissional decorrente dela, libertando os livros da prisão, abrindo a biblioteca para o público, tornando-a mais dinâmica, sobretudo com a atuação do bibliotecário, que passou a se voltar para a orientação da leitura. 
***

Retomo a paternidade com Melvil Dewey (1851-1931), bibliotecário norte-americano, responsável pela Classificação Decimal Dewey-CDD, que tanto estudamos nos bancos acadêmicos, para aplicar na prática bibliotecária de classificar livros e alocá-los por assuntos nas estantes. O sistema é decimal, contendo 10 classes principais, 100 divisões e 1000 seções, obedecendo a uma hierarquia, foi tão difundido quanto modificado e expandido, existindo hoje mais de 20 edições. As bibliotecas da atualidade ainda utilizam a CDD. 
*** 

Paul Otlet (1868-1944), foi um pai visionário! Autor, empresário, advogado e ativista da paz belgo, criou a Classificação Decimal Universal-CDU, instrumento que foi baseado na CDD, acrescentado de sinais para auxiliar nas facetas, necessárias para especificar as particularidades do documento. O autor teve a visão de uma grande rede de documentos para possibilitar as pesquisas de várias partes do mundo, com equipe especializada para o atendimento. 
*** 

Passando pelo Brasil, encontro um pai brasileiro. Bastos Tigre (1882-1957), o primeiro bibliotecário por concurso no Brasil, exercendo a função por 40 anos e é por isso que a data de seu nascimento, 12 de março, é considerada o Dia do Bibliotecário, instituído pelo Decreto nº 84.631, de 12 de abril de 1980. Bastos Tigre também foi engenheiro, jornalista, poeta, compositor e humorista. 
*** 
Finalizo com o pai mais novo: Ramamrita Ranganathan (1892-1972), bibliotecário da Índia, que estabeleceu as cinco leis da Biblioteconomia há mais de 40 anos e continuam válidas e aplicáveis na atualidade: 

1. Os livros são para usar; 
2. A cada leitor seu livro; 
3. A cada livro seu leitor; 
4. Poupe o tempo do leitor; 
5. A biblioteca é um organismo em crescimento. 


domingo, 4 de março de 2012

Biblio... o quê? Respondendo por metáforas


O Bibliotecário de Giuseppe Arcimboldo


A famigerada pergunta "biblio... o quê?", que demonstra a ignorância de muitas pessoas acerca do que é a Biblioteconomia, do que é a profissão de bibliotecário, vai ser respondida agora, momento oportuno, quando estamos nos aproximando de 12 de março, dia do Bibliotecário, dedicado a sua homenagem.




A classe é tão bem estruturada, contando com Conselho, Associação e Sindicato, com legislação que data de 1962 e tantos profissionais à frente de grandes postos de trabalho na esfera pública e privada, que é inconcebível admitirmos essa falta de conhecimento.

   




Pois bem, vamos fazer a leitura para entender seu contexto de trabalho.

Para quem não sabe, bibliotecário é como a água, ocupa o espaço do recipiente, se adaptando e entrando em ação, seja qual for o contexto: centros de informação e documentação, escolas, empresas, hospitais, universidades, etc., sabemos fazer a leitura para desenrolar, resolver, e disponibilizar a informação. Transformamos a informação que não está acessível, em possibilidades de busca e na sua consequente recuperação, portanto, somos uma espécie de ponte, que liga dois pontos, um tipo de canal, que conduz a um lugar...

Somos um grande dicionário poliglota, afinal falamos qualquer língua, porque de alguma forma, traduzimos e entendemos qualquer língua, não aquelas da Linguística, aliás essas também, vira e mexe temos que entendê-las a qualquer custo, inglês, francês, espanhol, em função da diversidade de obras que lidamos no dia a dia, mas, a língua a que me refiro é a forma de falar, de se expressar de cada usuário. Alguns deles, na verdade, não têm definido na cabeça o que estão procurando e daí fazemos todo o processo de interação e comunicação, entendendo o contexto, extraindo essa demanda e transcodificando para as linguagens controladas que adotamos, chegando ao "X" da questão, consolidando, dessa forma, o serviço de referência.

Também somos um grande livro de tombo, que representa o patrimônio da biblioteca, isso porque conhecemos de cor e salteado as obras do nosso acervo, das mais antigas às mais novas, aquelas pela familiaridade e manuseio constante e estas pela efervescência dos dados e informações em tratamento e processamento técnico (tombamento, classificação, catalogação e indexação), título, autor, assuntos, editora, etc. Face a essa habilidade, podemos servir o nosso usuário de leituras e pesquisas apropriadas.

Falando ainda de livro, considero que também somos um grande livro de visitas, pelo conhecimento que temos de cada um de nossos usuários, dias de visita, lugares prediletos de sentar, horários, o que estudam, demandas e até o jeito de se portar no ambiente. 

E, por conhecê-los tão bem, somos uma espécie de especialistas em DNA, sabemos fazer a leitura de suas preferências de leitura e assim elaboramos a disseminação seletiva da informação (DSI)

E, que tal a analogia com uma lista telefônica? Aquelas do passado, impressas e bem  completas, porque sabemos em que estante/prateleira está cada publicação, pois tudo foi previamente endereçado (classificado/catalogado) pelo número de chamada. E, se for um documento eletrônico, também chegamos lá nos metadados, qual um cão farejador, aplicando a busca boolena.

Falando em busca, usando um termo da atualidade, somos um buscador, exatamente como aqueles da web, rastreamos e resgatamos tudo, aliás, com muito mais propriedade do que muitos deles, porque fizemos o trabalho certo de indexação, a leitura precisa dos termos e, quando percebemos alguma falha, vamos lá na nossa base e incluímos uma remissiva e/ou referência, acrescentamos mais palavras-chave, ou, conforme o colóquio atual, tags.

Recebemos também o título de arquiteto, quando se trata de arquitetura da informação,  porque estruturamos e representamos a informação em banco de dados, sistemas ou em design de softwares.

Somos um abecedário, um conjunto dos números naturais em ordem crescente, porque estamos sempre em ordem. Organização é a ordem! Mas, queremos que os usuários mexam e remexam nas obras, o contato com elas é saudável, agrega valor, paradoxal? Não, normal! A tarefa é organizar e indexar para facilitar a busca.

Considero também que somos uma isca, pois sempre estamos criando argumentos para fisgar mais leitores, atuamos como facilitadores e incentivadores da leitura, seja por intermédio de campanhas, banners, anúncios, blogs, e-mails ou projetos específicos.

Também somos uma espécie de post it, que comunica, lembra  e divulga o material recém-chegado na biblioteca, para todos os usuários, atividade essa, tecnicamente denominada de serviço de alerta.

Internacionalmente falando, somos um Muro de Berlim, claro e evidente, que depois da queda, nossas bibliotecas não têm mais paredes, a informação está em qualquer lugar, ou em nenhum lugar, se considerarmos o virtual, a computação em nuvem de agora, o importante é que conseguimos trazê-la e reuni-la, deixando-a acessível e disponível em tempo hábil.

Para os pesquisadores em plena atividade de trabalhos acadêmicos, somos a luz no início, no meio e no fim do túnel, porque além de padrão, quando representamos a norma, somos como um anjo da guarda, ao desempenhar o papel de um orientador ad hoc, durante a caminhada do orientando em busca da titulação.

Nas bibliotecas escolares, somos a tia e o tio, porque, sobretudo, somos educadores. Assim como no âmbito do curso de Biblioteconomia, quando atuamos como professores das disciplinas.

Para finalizar e com a permissão da marca, temos a alma de Bombril, com mil e uma utilidades, óbvio que considerado o nosso contexto, tentamos resolver todo tipo de demanda de pesquisa e informação que chega à biblioteca, fazendo a leitura técnica e, mesmo não dispondo dela no momento, corremos em busca de socorro, contando sempre com a ajuda de outro colega de profissão.

Metáforas à parte, creio que já deu para perceber, além dos conhecimentos técnicos e naturais da atividade, os diversos conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA), inerentes ao bibliotecário, utilizados para desempenhar sua função com excelência e qualidade.

Bibliotecário pode atuar em qualquer segmento, porque se há informação em todo lugar, há motivo para ele estar lá.

Encerro por aqui, mas, deixo em aberto o texto para ser completado por qualquer profissional bibliotecário, que tenha mais sugestões e queira ampliar esta lista, quem sabe ela chega realmente às mil e uma metáforas.

Se depois disso tudo ainda não deu para entender o que fazemos, paciência... compareça a uma biblioteca e seja atendido por um de nós, ok? Dai você vai dizer:

-- "Você é bibliotecário e mais o quê...?"






segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore



Obras primas são para ser apreciadas e reapreciadas, afinal, a cada leitura se percebe algo a mais, um novo contexto ainda não explorado, é isso o que acontece quando assistimos ao curta "Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore", uma animação sensível, profunda, mágica, reflexiva e por demais fabulosa.

Dirigido por William Joyce e Oldenburg Brandon e indicado ao Oscar 2012, este curta-metragem francês é realmente uma fábula dos tempos atuais, com todos os recursos tecnológicos de animação. Livros voam, dançam, conduzem e transformam pessoas, para que estas façam também a sua parte, dando-lhes vida, conservando o corpo e a alma de cada um deles, colocando-os nas mãos certas, para que sejam multiplicados e divididos :
  1. Os livros são para serem usados; 
  2. Todo leitor tem seu livro; 
  3. Todo livro tem seu leitor; 
  4. Poupe o tempo do leitor; 
  5. Uma biblioteca é um organismo em crescimento.
Apesar de lúdica, a obra pode (e deve) ser utilizada como recurso didático para aprendizado, em muitas áreas, na sociologia, na literatura, na pedagogia, na psicologia, na filosofia e, como não poderia deixar de ser, na Biblioteconomia, em que podemos perceber as 5 leis de Ranganathan já citadas acima e em outra postagem.

A leitura que faço é a de um mundo que se transforma, que fica colorido com a passagem dos livros voadores (leitura, escrita, informação e conhecimento); de uma ciência e ofício de cuidar dos livros (Biblioteconomia) e da casa dos livros (Biblioteca), que sobrevive e passa de geração em geração e de um personagem incumbido de servir à comunidade (Bibliotecário).









Finalizo afirmando que, se tudo pudesse ser retribuído em livros..., o mundo seria uma grande biblioteca.

Eu votaria nele. Vale a pena assistir!



domingo, 5 de junho de 2011

Bibliotecário de referência, quem não é?

Atire a primeira pedra, quem de nós, bibliotecários, não fica impaciente, com a sensação de dever não cumprido, por não corresponder a uma necessidade de informação de seus usuários.

É por essa razão que buscamos a resposta seja onde for, esteja ela onde estiver, mesmo que seja só um encaminhamento, uma indicação externa, um link, uma dica. É a biblioteca sem paredes, buscando informação na rede, por intermédio de outras bibliotecas, de outros bibliotecários e até de outros profissionais, tudo em função e em prol do usuário, centro do problema em questão. Eu diria, é a conspiração para o bem.

Por isso considero que, na sua essência, todo bibliotecário, é bibliotecário de referência.

É claro que, nas grandes bibliotecas, há a necessidade de manter o serviço com nome próprio e com equipe específica, daí estamos falando de algo que ganhou corpo e dimensão − o Serviço de Referência e, para atuar neste, os Bibliotecários de Referência.

Mas, afinal, o que é essa referência de que falamos?

Para qualquer dicionário, referência é o ato de referir ou consultar; narração ou relação de algo; aquilo que se refere; sinal ou indicação que remete o leitor a outra fonte; fonte de informação ao qual o leitor é remetido; obra em formato de dicionário ou enciclopédia, que contém fatos e informações úteis.

O assunto nos compêndios biblioteconômicos é bem mais antigo e complexo do que as definições acima, já sintetizadas na atualidade, remonta ao século IX, quando Samuel Sweett Green, em 1876, fez a primeira proposta explícita de um programa de assistência pessoal aos leitores, diferentemente da ajuda ocasional − o Serviço de Referência. E aí vierem outros estudiosos e teóricos da área que só contribuíram e ampliaram o conceito, tornando-o discutido na literatura, até os dias de hoje, isto porque agora, além do serviço presencial (face a face) temos a versão virtual, em que, por sua vez, estão em jogo outros conceitos.

Mas, o auxílio que o usuário precisa vai além da própria obra de referência, permeando todo um complexo de atendimento até o resultado da busca final. Portanto, é constituído da atividade fim resultante dos outros serviços realizados pela biblioteca (registro, catalogação, classificação, indexação), com o objetivo de atender as demandas informacionais dos usuários.

Conforme Grogan (1) , hoje exercemos o serviço de referência em seu sentido mais amplo, pois, o bibliotecário de referência, tanto cumpre as funções informacionais, como as funções instrucionais, educando o usuário a utilizar melhor os serviços da Biblioteca, principalmente a recuperarem a informação da qual necessitam. O processo ocorre em duas grandes etapas: análise da natureza do problema e localização das respostas e o autor definiu oito passos para esse processo:

1 O problema
É o momento em que o usuário sente necessidade de buscar alguém da biblioteca que o auxilie;

2 A necessidade de informação
É o que o usuário necessita, no entanto, isso em algumas vezes não está muito definido;

3 A questão inicial
É a busca do usuário pela informação, são as indagações que ele faz, na tentativa de recuperá-la;

4 A questão negociada
É o momento que o bibliotecário recebe do usuário suas questões;

5 A estratégia de busca
É o momento da intervenção do bibliotecário, quando ele faz a análise da necessidade do usuário e transcodifica para o sistema de linguagem do acervo, selecionando e localizando as fontes adequadas;

6 O processo de busca
É a procura das questões do usuário junto ao acervo, agora já adaptadas ao contexto;

7 A resposta
É o resultado da busca, que pode ser já a solução do problema se satisfazer à necessidade do usuário apresentada no início do processo;

8 A Solução
É a resposta sem qualquer dúvida para atender ao usuário e, se há dúvida, o processo se reinicia.

As tecnologias da informação estão aí, prontas para serem utilizadas e dar o aporte necessário para a eficácia e eficiência de qualquer serviço de referência e informação. Se nós bibliotecários, não nos sentimos bibliotecários de referência, é hora de correr atrás do prejuízo e ver o que está faltando em nossa formação (conhecimentos, habilidades e atitudes – CHA), pois, na nossa essência, devemos todos ser bibliotecário de referência enquanto atuamos, para que sejamos também uma referência de bibliotecário.


Entendeu o contexto da mensagem? Fez a leitura correta dos dois momentos, o primeiro genérico e amplo e o segundo específico e diretivo?

(1) GROGAN, Denis. A prática do serviço de referência. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2001.

sábado, 12 de março de 2011

Dia do Bibliotecário


Neste dia do Bibliotecário, mais uma vez, exerci o dever de analisar, tratar, organizar e levar a informação ao usuário. Nosso encontro da qualidade "Consolidação do SGQ na MRH" atingiu seus objetivos, tivemos a participação em massa da equipe. Agradeço à equipe por isso.

E falando disso, é bom sempre frisar essa habilidade do profissional de Biblioteconomia, cada vez mais requisitado nos dias de hoje, em que se deve agregar valor à informação. De nada adianta tê-la in natura ou de forma desordenada, pois o tempo urge e precisamos dela para qualquer atitude e tomada de decisão. Muito em voga está o jargão “informação certa na hora certa”, torná-la acessível é o grande desafio diário desses profissionais, seja em escolas, em empresas, em tribunais, em hospitais, etc. A atuação do Bibliotecário transcende às paredes de uma biblioteca, ainda mais agora com as ferramentas tecnológicas que dispõe e com a parceria firmada com os profissionais de informática, em que juntos transformam a intangibilidade do virtual em algo possível de se consumir, independente do tempo e espaço.

Cabe a essa classe de profissisonais acompanhar essa dinâmica, saber lidar com essas transformações de suportes, de mídias, de tendências, para satisfazer as necessidades dos usuários, sempre se adapatando ao contexto, pois as dimensões de passado, presente e futuro estão muito próximas e difusas.

Bibliotecário, nossa profissão remonta à Antiguidade, é clássica, mas, ao mesmo tempo, é contemporânea, faça a leitura do seu perfil e confira se você está atendendo a essas demandas e ao contexto dinâmico atual, lembrando que sempre podemos melhorar o que nos propomos a fazer. Nesse dia de comemoração, além de comemorar, devemos refletir sobre o nosso papel e sobre a nossa contribuição para a sociedade.

Parabéns a todos os bibliotecários e bibliotecárias!