Mostrando postagens com marcador Leituras. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leituras. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Bibliotecas são instituições dentro de instituições

Adquiri o livro Bibliotecas como organizações, de Alba Costa Maciel e Marília Alvarenga Rocha Mendonça, da Editora Interciência, porque seu título me chamou a atenção. A ideia sempre me acompanhou pelas bibliotecas por onde passei e nos círculos profissionais biblioteconômicos, quando eu sempre comentava a respeito. 

Na verdade, o que eu afirmava era: as bibliotecas são instituições dentro de instituições, título que estou dando a este post

Bibliotecas com  missão, visão, valores, planejamento estratégico e até orçamentos próprios, mas, é óbvio, que tudo deve estar alinhado e de conformidade com a instituição mantenedora.

Quando atuamos em bibliotecas ou até mesmo quando só as frequentamos, já podemos perceber esse corpo constituído e que consegue se manter como instituição, seja ela de um banco, de uma escola, de uma universidade, de uma empresa, é a biblioteca enquanto instituição, dentro da instituição que lhe mantém. Ela tem espaço peculiar, diferenciado, horário de funcionamento e até regulamento próprio. Diferente de outros segmentos que são parte do todo e que atuam exclusivamente sob a égide da instituição, a biblioteca pode interagir com seus usuários e suprir suas demandas,  ousando, criando e desenvolvendo projetos específicos, bastando para tanto, seguir  os mesmos objetivos da organização.

Mas, voltando ao livro, de leitura fácil e didática, as autoras tratam sistematicamente o assunto, cobrindo o contexto de uma Biblioteca, todas as suas facetas técnicas e operacionais  mostrando o aspecto administrativo e de gestão do profissional bibliotecário que conduz uma biblioteca. É a teoria da administração aplicada às bibliotecas, missão, visão, planejamento, funções, fluxogramas, etc. 

Quer entender, planejar ou gerir uma biblioteca? Faça a leitura de Bibliotecas como organizações, mais uma obra indispensável na minha biblioteca pessoal.






sexta-feira, 6 de abril de 2012

"Livros são pequenos castelos em que o leitor vai morar."


"Livros são pequenos castelos em que o leitor vai morar." (Flávio Luis Ferrarini)

Expresso o meu entendimento acerca da essência desse inteligente pensamento, conforme o meu contexto.

Quando ele coloca "pequenos", de certa forma, indica sentido de provisório, pois, como lemos muitos livros durante a vida, moramos um pouco em cada castelo que construímos, a partir da leitura que fazemos.  

Para cada investida de leitura, captamos os saberes e os sentires que ela oferece, contracenamos com os personagens, incorporamos personalidades, dialogamos com o autor, vivemos a história, formamos nossas opiniões, enfim, construímos nossos castelos e lá vamos morar. Dependendo do contexto, permanecemos em alguns deles menos tempo, já em outros, mais, portanto, sempre provisórios, seja pelo que vivenciamos no momento efêmero da leitura, seja pelo que agregamos com ela e aplicamos à vida, seja pela nossa própria condição de passagem nessa vida.

Quem não lê ou quem pouco lê não poderá construir seu castelo ou terá poucos castelos para morar, ao contrário de quem se farta de livros, que pode escolher em qual castelo deseja morar e por quanto tempo permanecerá nele, tendo ainda à disposição, a opção de construir novos castelos e de se mudar a qualquer hora. 

Vamos ler! Vamos construir castelos!




segunda-feira, 19 de março de 2012

"Ler, pensar e escrever"

Mais uma obra sobre leitura, pensamento e escrita e que obra! Desta vez contemplando a sequência das ações, criando valor agregado.

Se fizermos a leitura do próprio título, vimos que o autor sugere um processo. Processo a princípio linear em cadeia, mas, que, com certeza, culmina na circularidade, afinal quem leu, pensou e escreveu, se de fato quer crescer como "ser da palavra", como chama o autor, haverá de ler mais, pensar mais e escrever mais.




Transcrevo abaixo um trecho bem introdutório, que por si só, já vale o livro e um mundo para reflexão, objeto da fundamentação do que escrevi acima.
[...] ler (uma sílaba), pensar (duas sílabas) e escrever (três sílabas). Como se a cada etapa avançássemos um passo, transbordássemos um pouco mais. A leitura, a reflexão, a escrita. A busca, a assimilação, a produção. A recepção ativa, a elaboração de um sistema pessoal de convicções, o compartilhamento.
O autor destina cada capítulo a uma das três ações do processo, explorando vários aspectos envolventes dentro de cada contexto, fazendo o leitor exercer em cada um deles, o próprio título do livro: Ler, pensar e escrever.

Eu já li, pensei e escrevi.

Fica aqui o convite tara Ler, pensar e escrever, com Gabriel Perissé.



PERISSÉ, Gabriel. Ler, pensar e escrever. 5. ed. rev. amp. e atual. São Paulo: Saraiva, 2011. 91 p

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore



Obras primas são para ser apreciadas e reapreciadas, afinal, a cada leitura se percebe algo a mais, um novo contexto ainda não explorado, é isso o que acontece quando assistimos ao curta "Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore", uma animação sensível, profunda, mágica, reflexiva e por demais fabulosa.

Dirigido por William Joyce e Oldenburg Brandon e indicado ao Oscar 2012, este curta-metragem francês é realmente uma fábula dos tempos atuais, com todos os recursos tecnológicos de animação. Livros voam, dançam, conduzem e transformam pessoas, para que estas façam também a sua parte, dando-lhes vida, conservando o corpo e a alma de cada um deles, colocando-os nas mãos certas, para que sejam multiplicados e divididos :
  1. Os livros são para serem usados; 
  2. Todo leitor tem seu livro; 
  3. Todo livro tem seu leitor; 
  4. Poupe o tempo do leitor; 
  5. Uma biblioteca é um organismo em crescimento.
Apesar de lúdica, a obra pode (e deve) ser utilizada como recurso didático para aprendizado, em muitas áreas, na sociologia, na literatura, na pedagogia, na psicologia, na filosofia e, como não poderia deixar de ser, na Biblioteconomia, em que podemos perceber as 5 leis de Ranganathan já citadas acima e em outra postagem.

A leitura que faço é a de um mundo que se transforma, que fica colorido com a passagem dos livros voadores (leitura, escrita, informação e conhecimento); de uma ciência e ofício de cuidar dos livros (Biblioteconomia) e da casa dos livros (Biblioteca), que sobrevive e passa de geração em geração e de um personagem incumbido de servir à comunidade (Bibliotecário).









Finalizo afirmando que, se tudo pudesse ser retribuído em livros..., o mundo seria uma grande biblioteca.

Eu votaria nele. Vale a pena assistir!



domingo, 29 de janeiro de 2012

Uma escola à frente dos tempos


Ficha técnica

Nome: Escolinha O Cogumelo
Ano de criação: 1971
Diretora: Pedagoga Maria da Conceição Farias
Linha educacional: Arte-educação, Educação criadora
Ano de encerramento das atividades: 1994




Em 1971, nasce em Fortaleza, precisamente no Bairro de Fátima, a Escolinha O Cogumelo. Uma escola prá lá de diferente, uma escola à frente dos tempos. Atuava com as classes de Maternalzinho, Maternal I, Maternal II, Jardim I e Jardim II, formando crianças para ingressarem na alfabetização. Nessa época,  o Maternal era objeto apenas das escolinhas menores, os colégios maiores não ofertavam vaga nesse sentido, somente depois, já nos fins dos anos 80, descobririam esse nicho de mercado, contribuindo para recheá-lo, as creches, que recebiam crianças de idade menor ainda.

Mas, voltando para O Cogumelo, uma das escolinhas de Fortaleza pioneiras nesse ramo, destacava-se pela forma diferente de tratar e ensinar as crianças, sempre utilizando a arte como recurso lúdico, para atingir o fim didático e pedagógico. Poesia, música, parlendas, desenhos, dança, expressão corporal, dramatização, recreação, teatro de fantoches, recorte e colagem,  contação de história, tudo era instrumento de aprendizado para a vida e também para se chegar ao conhecimento formal, aquele que era exigido para a classe posterior, a Alfabetização.

Os brinquedos utilizados eram todos diferentes, nada de coisa pronta, fechada, tudo tinha que ter a participação e a criatividade da criança. Parquinho? Tinha sim, mas, todo projetado artesanalmente e artisticamente (a arquitetura e a pedagogia se uniam em corpo e alma), visando explorar a coordenação viso-motora -- ladeiras e degraus, para subir e descer; pontes, para passar e se equilibrar; pneus coloridos (aqui cabe ressaltar o pioneirismo absoluto), para fazer caminho de obstáculos; anéis de cacimba, para servir de casinha e abrigo; areia, muita areia de praia, para brincar e se sujar. Tampinhas, frascos vazios, pazinhas, baldes, muitos utensílios para brincar na areia. E as mães perguntavam: Tem parquinho? E eram mostrados esses brinquedos e elas se admiravam pela excentricidade. Algumas não entendiam e pelo menos um brinquedo tradicional deveria existir para "iludir" e não sair do esquema.

Os alunos, tão pequeninos! Alguns com questões para serem tratadas, que logo eram identificadas pela proximidade e atendimento individualizado dispensado a cada um. Nenhum era evidenciado ao ponto de colocar a criança na berlinda, em situação constrangedora, e sim compartilhado de forma anônima, como lições para a vida. Uma criança não sabia se defender, outra não conseguia se alimentar sozinha, uma se apavorava ao sujar a roupa ou as mãos, tinha uma com medo de ir ao banheiro, outra ainda que não sabia conviver em grupo... e tantas outras situações, que eram contornadas, corrigidas e superadas em sua totalidade, sempre em grupo, com a simples contação de uma história, com a elaboração de uma poesia específica ou por intermédio da expressividade em desenhos.

Desenhos livres que utilizavam vários tipos de lápis, tintas, papéis e suportes, que depois de prontos, eram narrados pelos alunos, uma forma de exercitar a leitura, a escrita, a expressividade e a comunicação oral . Para reuni-los, colecioná-los, nada de capa de trabalho pronta, pré-desenhada, só para colorir, as capas eram por demais trabalhadas, cada criança fazia a sua composição, conforme o motivo do contexto.

E falando em leitura, também existia uma biblioteca, dotada de livros apropriados para cada classe, Maternalzinho, Maternal I, Maternal II, Jardim I e Jardim II, todos os alunos já eram incentivados nessa atividade, inclusive em relação à concentração, ao comportamento, ao respeito aos livros e ao ambiente. É claro, que todos eles ainda não sabiam ler por palavras, entendendo e acessando os  códigos silábicos e alfabéticos, o nosso léxico, mas, já liam as gravuras, entendiam a sequência da história e criavam também suas próprias histórias, a partir da interpretação particular que faziam, da leitura pelo olhar de cada um. E tudo isso gerava uma discussão sadia, em que uns falavam com os outros trocando ideias e pontos de vista, pois cada um criava o seu contexto.


O negrinho do pastoreio querendo pegar uma fruta.
Mário Victor - 5 anos (20/08/1987)


O circo e o palhaço. O elefante fugiu e o palhaço trouxe de volta
Mário Victor - 6 anos (24/05/1988)


O índio
Mariana - 3 anos (17/05/1989)


A menina saiu da casa e deixou a porta aberta, ai o cachorro entrou para comer o bolo e o biscoito da menina.
Mariana - 4 anos (06/11/1990)


Ecologia, amor e cuidado com a natureza, temas que só viriam a ser falados pelas autoridades governamentais já nos fins dos anos 80 e no colóquio diário da sociedade, somente no decorrer dos anos 90, eram praticados com naturalidade na Escolinha O Cogumelo. Ficar em silêncio e ouvir o barulho dos pássaros, abraçar uma árvore e sentir a sua fortaleza, usufruir de sua sombra e de seus frutos, colhidos na mão e depois saboreados, sentir o cheiro das folhas, flores e frutos. Plantar e regar um projeto de árvore, sim, era dessa forma que se passavam os ensinamentos, pois ela só se tornaria adulta ao ponto de oferecer tudo aquilo se fosse regada e cuidada.

Civismo e amor à pátria, com o respeito incondicional à bandeira do Brasil, ao Hino Nacional, às raízes brasileiras, era matéria diária no contexto das manhãs. O 7 de Setembro era comemorado com o desfile interno, todos com a farda impecável, com algum distintivo alusivo à pátria e conduzindo a bandeirinha do Brasil.


7 de Setembro 1988


As  atividades diárias ressaltavam o folclore, as lendas, os costumes, as brincadeiras de outrora, do tipo: passa o anel, três, três passarás, chicote queimado, tá pronto seu lobo? Muita recreação, muita liberdade e toda hora era hora de ensinar, brincando e aprendendo -- azul, amarelo, vermelho, verde; a, e, i, o, u; pequeno, grande; maior e menor; alto e baixo, 1, 2 e 3..., cada criança, no seu ritmo, assimilando o que podia.

As datas marcadas pelo calendário eram todas muito bem comemoradas na Escola, a começar pelo carnaval e a páscoa seguidas pelas demais ao longo do ano, com ênfase para as duas festas semestrais, o São João,  que fechava o quarteirão da Rua Manoel Padilha, a cada ano mais famoso, e a festa de confraternização de final de ano, com a formatura dos doutores do A - E - I - O - U. Também se faziam passeios, uma espécie de lazer orientado, sempre em alusão a algum ensinamento ou comemoração.


Interior do ônibus de passeio
outubro/1988


Brincar de gente grande era um momento especial, cada um representava alguém.
- Eu sou o pai!
O outro gritava:
- Hoje eu sou o filho!
Precisavam de carteiras, gravatas, cintos, relógios para assumirem tal papel.
E as meninas queriam ser a mãe, a professora, a filha e trajavam-se e adornavam-se  usando bolsas, pulseiras, brincos e tudo isso era solicitado na tal lista especial de material, que às vezes não era entendida pelas mães, pois os outros colégios competiam entre si com o tamanho e diversidade da lista.

Questões de gênero eram representadas sem que isso fosse fortemente evidenciado, era apenas contextualizado e assim as crianças entendiam seus diferentes papéis sociais e os comportamentos relacionados aos homens e mulheres. A própria farda, idealizada para proteger o corpinho das crianças, já trazia essa ideia, quando se diferenciava na cor azul para os meninos e na vermelha para as meninas, sem que houvesse o tal machismo, pois as meninas tudo podiam em relação aos meninos e estes respeitavam a ideia depois de recebidas as orientações.
- Tia, mulher pode dirigir caminhão?
- Pode sim, ela tem mão, tem pé e tem cabeça para pensar.
- E jogar futebol?
- Também pode, ela sabe correr e chutar. 





Na sexta-feira, a farda era diferente, era dia de educação física e, apesar de uniforme, havia aquele detalhe diferente que individualizava cada um, o cogumelo estampado na camiseta, este podia ser à vontade, ao gosto do aluno. A brincadeira para aquecer o corpo era cantada ao som de "cabeça, ombro, joelho e pé".

Igualdade social e de raça, as lições eram passadas sutilmente, de forma bem leve, por intermédio de poesia, de música.

"Eu vi um pássaro preto, que voava assim, assim...
Eu vi um pássaro branco, que voava assim, assim..."
Parte integrante da poesia da Maria da Conceição Farias



Inclusão social, naqueles anos, não era assim chamada, até porque não se evidenciava como nos dias atuais, mas na Escolinha O Cogumelo sim, pois recebia naturalmente, sem que isso fosse exigido por lei, pela sociedade. Os alunos especiais em todos os sentidos eram todos integrados ao grupo, que sabia respeitá-los e os via como seres humanos iguais, com necessidades iguais, de brincar, de aprender, de correr, de comer...

Falando em comer, a hora da merenda era uma festa. Cada um saboreava o que sua mãe havia incluído na merendeira e se alguém não gostasse, era dado um incentivo, todos se envolviam naturalmente com aquele problema, que daqui a pouco já virava solução. Também havia os biscoitos mágicos da Escola (biscoitos comuns), que eram oferecidos em momentos especiais e todos adoravam incondicionalmente, e as mães queriam saber onde comprar tais biscoitos maravilhosos de tão comentados em casa pelas crianças.

Via-se o crescimento de todos eles em todos os sentidos, amadureciam, superavam limitações, aprendiam os conhecimentos repassados, tiravam suas conclusões e davam conta das lições necessárias para cumprir o currículo.  Quanta alegria, quando chegava o dia da festa do a - e - i - o -  u! Era a formatura da Escola, os alunos tinham que seguir o rumo da vida, a Escolinha O Cogumelo já dera sua contribuição.

Diploma do A-E-I-O-U
dezembro/1988


 


Contribuição também religiosa, mas, de forma ecumênica, como veio depois determinar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, mais uma questão à frente dos tempos.
  

Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)

Todos os que se formavam e deixavam a Escola eram submetidos aos testes seletivos dos outros colégios e sempre obtinham êxito e até a admiração, pois sempre era perguntado: Qual era a escola que ele(a) estudou?

E hoje,  mais alegria ao ver um ex-aluno bater à porta da casa que abrigou por mais de 20 anos a Escolinha O Cogumelo! Ou, que satisfação ao encontrar no shopping aquela criança já crescida, um jovem bem formado, e ouvir gritar o nome da tia tão querida:
- Tia Concita!
Que nos últimos anos já era chamada de Vó Concita, minha querida e admirada mãe, exemplo ímpar de educadora.

Pois é... eu que acompanhei e participei de tudo isso, que vi os frutos, que vi o resultado, me orgulho dessa obra, principalmente porque vejo tanta coisa acontecendo, sendo praticada somente de uns tempos para cá e eu fico a pensar... minha mãe já fazia tudo isso muito antes e com muita propriedade. Daí também me emociono ao ver um deles chamando e perguntando:
- Tia Ana! Lembra de mim?
Naquele contexto, eu nos meus 13 a 18 anos, se fizermos nova leitura, estava mais para colegas deles do que para tia, acho que também por isso a receita deu certo.

Bons tempos aqueles...



domingo, 15 de janeiro de 2012

Mídias sociais e o incentivo à leitura

A Biblioteca Pública de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos, cria anúncios inspirados nas mídias sociais com o objetivo e desafio de incentivar a leitura.

A campanha lúdica publicitária brinca com os logos do Facebook, Twitter e YouTube, trazendo pequenas mensagens que se encaixam bem no contexto das imagens e vão direto ao assunto. Podemos dizer de certa forma que, dentro do marketing, foram usadas duas técnicas: o benchmarking e o merchandising.

A leitura que se faz é de uma espécie de mensagem subliminar, cujo contexto tem efeito positivo, pois associa a  força visual das marcas, já sedimentadas e benquistas na sociedade e no ciberespaço, a um pequeno texto de cunho social, educativo e motivacional, tudo pensado de forma intencional para propor o bem às pessoas, por intermédio da leitura.

De trás para frente:

Você poderia estar lendo, coloque sua face em um livro e tenha milhões de caracteres (palavras, textos) a sua disposição.



 
Fonte: http://www.bluebus.com.br/show/1/107987/biblioteca_p_blica_cria_an_ncios_inspirados_nas_m_dias_sociais_quer_que_vc_leia_mais

sábado, 7 de janeiro de 2012

Dia do leitor

Ser leitor é mergulhar nas realidades propostas pelos autores. Realidades muitas vezes não reais, contextuais e imaginárias, em que se pode viver uma história, ter um sentimento, viajar para um lugar ou simplesmente ler o que está acontecendo no mundo, não importa.

Ler para ser, ler para saber, ler para crer, ler para crescer, ler para desenvolver, ler para conceber, ler para escrever!

Leituras e mais leituras, contextos e mais contextos.

Neste Dia do Leitor, Leitura e Contexto deseja a todos os leitores, assíduos ou dispersos,  compulsivos ou seletos, experientes ou iniciantes, que mais e mais leituras façam parte de suas vidas e, dessa forma, possam enriquecê-las com todo o encanto da linguagem e riqueza de conhecimentos, presentes em um bom texto.

Autor, narrador e leitor formam a tríade da leitura, dentro de qualquer contexto, mas, sem dúvida, o leitor justifica os anteriores.


Imagem extraída de pps elaborado por Heloisa Guimarães/Rio de Janeiro


Minha leitura de fim de semana

sábado, 24 de dezembro de 2011

A Figura de um arquivista em "1808"

O livro 1808, de Laurentino Gomes, dá ênfase à figura de um arquivista, Luiz Joaquim dos Santos Marrocos, em vários trechos da obra. O personagem era funcionário da Real Biblioteca Portuguesa, que ficava no Palácio da Ajuda, em Lisboa, Portugal.

Segundo o autor, em 1807,  por ordem de D. João VI, foi incumbido de encaixotar os 600.000 volumes da referida Biblioteca, para embarcar junto com a Corte Portuguesa na frota que fugia do imperador francês Napoleão Bonaparte e atravessar o Atlântico, com destino ao Brasil.

Referido acervo somente foi despachado em 1811 em companhia do próprio Luiz Joaquim e foi a base para formar a atual Biblioteca Nacional.

A importância que é dada pelo autor a esse personagem é tanto pela sua participação e contribuição na construção do Brasil como país, como pelo fundo arquivístico que deixou como legado para a posteridade, rico em detalhes, permitindo que se conhecesse melhor a história dos dois países, Portugal e Brasil. 

No primeiro caso, O Arquivista Real, como foi chamado pelo autor no Capítulo 6 de sua obra, era responsável pelos manuscritos da Coroa Portuguesa, trabalhou como oficial da Secretaria de Estado dos negócios do Reino e como Encarregado da 'direção e arranjamento' das reais bibliotecas e, logo após a independência, tornou-se alto funcionário do governo do imperador Pedro I. Nesta função teve a oportunidade de registrar seu nome, como escriba, em vários textos burocráticos, inclusive na primeira Constituição do Império (1824) e na primeira lei de patentes (1830).

Além desse aspecto político-social, fazendo a leitura e considerando o contexto afetivo, creio que a maior contribuição se deu pelo fato de se converter ao Brasil, conforme capítulo 28, intitulado "A Conversão de Marrocos", quando muda sua opinião de repugnância ("...o pior lugar do  mundo, repleto de doença, sujeira, pessoas vagabundas, ignorantes e sem pudor.") e resolve ficar de bem, permanecendo no Brasil e divulgando suas maravilhas ("... um lugar bonito, acolhedor, de gente simpática e trabalhadora.").

No segundo caso, o autor ressalta as 186 cartas escritas por Marrocos ao seu pai e irmã, que permaneceram em Portugal, descrevendo as particularidades do Brasil, seu povo, seus costumes, a questão dos escravos, etc. Referido acervo foi preservado pelo pai na Biblioteca Real da Ajuda.

Além do Brasil em si, tamanha é a importância desses registros documentais, que o autor abre um novo capítulo, intitulado "O Segredo", para revelar um segredo, guardado por 200 anos, resgatado graças ao princípio da Arquivística de respeito aos fundos, mudando os rumos da história. Para conhecê-lo, só lendo o livro, excelente!


domingo, 10 de julho de 2011

"A bússola do escrever"

"E quando não temos ciência, necessariamente impera o senso comum e a intuição, carregados de ideologias".

Afirmação de Ana Maria Netto Machado, em "A bússola do escrever", diretamente da minha estante.


MACHADO, Ana Maria Netto. A Relação entre a autoria e a orientação no processo de elaboração de teses e dissertações. In: BIANCHETTI, Lucídio; MACHADO, Ana Maria Netto (Org.). A Bússola do Escrever: desafios e estratégias na orientação de teses e dissertações. 2.ed. Florianópolis: UFSC; São Paulo: Cortez, 2006. p.45-66.


Encantei-me com a obra, uma coletânea organizada por Lucído Bianchetti e Ana Maria Netto Machado (ambos também contribuem com seus trabalhos), tratando exclusivamente da questão da orientação dos docentes junto aos mestrandos e doutorandos. Muitas experiências relatadas, tudo em prol da produção científica.

A tarefa de orientação é árdua, sei muito bem disso, não por ter sido orientadora, mas por ter acompanhado muitos nessa trajetória,  enquanto bibliotecária, ora buscando e indicando bibliografia, ora ajudando na construção do raciocínio,  ora comentando sobre a metodologia, até o auxílio na formatação final.

Os organizadores e colaboradores de "A bússola do escrever" expõem em seus textos as dificuldades durante esse percurso para ambos os sujeitos envolvidos: orientador e orientando, trazendo suas experiências na atividade e os pontos críticos, o processo de orientação/pesquisa/escrita.

E, retomando o início desse post, fazendo novamente a leitura, vê-se a importância da afirmação da autora, pois todo trabalho científico é constituído da tríade: epistemologia, metodologia e normalização. Esse é o curso normal para que seja aceito na comunidade acadêmica, é dessa forma que se registra e se divulga o conhecimento e, por conseguinte, a sua evolução, pois, quando analisado pelos pares, sempre haverá quem acrescente algo ou refute. É nesse contexto que temos ciência.

terça-feira, 8 de março de 2011

"Carnavais, malandros e heróis" no Carnaval 2011

Assistindo a pequenos trechos televisivos, abertos e fechados, do Carnaval 2011, ocorreu-me de lembrar do livro "Carnavais, Malandros e Heróis", de Roberto DaMatta, ao identificar muitos dos elementos que ele retrata na sua obra, denunciantes da complexidade da cultura brasileira. E mais... muita dessa cultura está representada pelo próprio evento, quando as escolas de samba buscam a riqueza da história (e até da fantasia), para retratá-la em passos e notas de samba.

No contexto das imagens e sons desses dias de folia, reconheci a corrida dos repórteres em buscar os "famosos" para entrevistas, em mostrar o homem comum desfilando em seu dia de glória ou aproveitando para "ralar" e ganhar alguns trocados a mais, em evidenciar as autoridades no exercício do poder e os eventuais marginais, que se aproveitam das falhas dessas instituições e, até de ressaltar as alternativas de fuga de outros, na busca de algo não profano, aproximando-se mais do Divino. Ou seja, cada um faz a sua leitura, conforme o seu contexto, ou cada um cria seu contexto, conforme a leitura que faz da vida.

Não estariam trazendo à tona os personagens (o malandro, o herói, o caxias, o renunciador), as estruturas, os aspectos e os espaços do livro de Da Matta?
A dicotomia entre o indivíduo e a pessoa, entre o mundo da casa e o mundo da rua, entre a autoridade/hierarquia e o "tudo pode", o "jeitinho brasileiro", entre o "Você sabe com quem está falando" e o Who do you think you are?” , dentre outras, revelam os dilemas do cotiano brasileiro.

Escrito há mais de 30 anos, apesar do contexto da ditadura militar, a leitura é tão atual, quanto referência para compreendermos um pouco do que é o Brasil, do que é seu povo, de como é seu caráter e sua cultura.

Longe de mim resenhá-lo nesse post, foi apenas um insite que me ocorreu neste feriadão, até porque tenho falado desse livro com meu irmão historiador, Armando Farias, apreciador das clássicas e boas leituras.


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cartas para a posteridade: Américo Vespúcio

Lendo Novo Mundo: as cartas que batizaram a América, de Américo Vespúcio, depareime-me com o seguinte trecho:

"E, como me enfada prosseguir descrevendo tudo, [...]".

O referido trecho se sucede ao relato do primeiro caso de antropofagia ocorrido no Novo Mundo e às sucessivas escalas e voltas do navegador em contatos com muitos nativos, segundo notas de Eduardo Bueno. Fazendo a leitura dessa passagem, considerando aquele contexto de "navegar é preciso", quem não se enfadaria de ter a obrigação de registrar detalhes, explicações e até ilustrar o que era novo aos seus olhos ao meio de tantas adversidades? Ora, meu caro Vespúcio, não fossem suas cartas (mesmo com erros, exageros e imprecisões), como conheceríamos as descobertas, aventuras, venturas e desventuras de suas três viagens?


Disso tudo vimos a importância dos documentos de arquivo para a História da Humanidade e da Biblioteca para a sociedade, pois a leitura chegou as minhas mãos pelo Projeto Trocando livros e ideias, que promovemos pela Biblioteca da Faculdade CDL.


sábado, 4 de dezembro de 2010

"Acender o fósforo repetidas vezes"



Vou utilizar aqui um recurso de referenciação bibliográfica da ABNT para citar Érico Veríssimo. É o "apud", ou "citado por", pois não tive acesso direto a sua obra, mas, Ignácio de Loyola Brandão, em matéria de O Estado de S. Paulo, veiculada em 19 de novembro de 2010, o faz com muita propriedade, integrando-o de forma harmoniosa ao seu texto.



Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto (VERÍSSIMO, apud BRANDÃO, 2010).
 

Na matéria, o escritor fala do seu testemunho em algumas cidades do Brasil, junto aos trabalhos insistentes, incansáveis e inovadores de alguns profissionais, que, mesmo em condições adversas, em contexto não favorável, conseguem envolver alunos com a escrita e a leitura. Extraio parte do texto em que, desabafando, o escritor homenageia Professores e Bibliotecários, agentes incansáveis dessa tarefa tão difícil em nosso país, a de fazer leitores e sujeitos críticos.



Há por essa imensidão do Brasil, sim, há, centenas de professores e bibliotecários idealistas lutando para realizar alguma coisa contra currículos esquisitos, diretores obsoletos, normas mal formuladas, entraves burocráticos, kafkianos, incompreensões. Porém, eles vão em frente (BRANDÃO, 2010). 


À amiga Sandra Cabral, Bibliotecária, que me enviou a matéria e que está sempre alerta em "acender o fósforo repetidas vezes", junto a comunidade de bibliotecários. Leia a matéria completa.

E você, já teve que acender fósforos repetidas vezes? Se não, ainda é tempo, faça a sua parte!



BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Acender o fósforo repetidas vezes. Estadão.com.br/cultura, São Paulo, 2010. Disponível em: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101119/not_imp642080,0.php. Acesso em 04 dez 2010.

sábado, 31 de julho de 2010

Retomando Manguel



Dando continuidade à leitura e aos comentários sobre o livro "Biblioteca à noite", de Alberto Manguel, deparei-me com um trecho, ainda nos Agradecimentos, em que o autor faz menção à "ordem alfabética, tão cara às bibliotecas" e lista em ordem alfabética de sobrenome, as pessoas as quais ele contraíra dívidas de gratidão em relação à obra.

Achei por demais interessante esse cuidado, que, além de caráter imparcial, dá sentido de ordem, tão comum às bibliotecas e aos bibliotecários.

Mas, para ele, a biblioteca à noite está livre dessa ordem, ele faz outra leitura do contexto, pois ele enquanto leitor "é convocado e atraído para um certo volume e uma certa página por meio de rituais cabalísticos de letras entrevistas".

A exemplo desse detalhe de ordem, tão familiar e tão necessário em meu contexto, a obra é toda rica em pormenores que Manguel apresenta permeada de vivências sobre autores e leituras, lugares e viagens, sobre livros e bibliotecas, às vezes imperceptíveis a olhos leigos ou desatenciosos, mas, aos meus, impossíveis de não serem notados.

Feliz ele que constrói uma Biblioteca em lugar de sua escolha e investido de notável história,  que praticamente mora dentro dela e que vive dentro do seu contexto, o seu ideal:

[...] voltei a meu antigo ideal e, embora não possa considerar-me um bibliotecário propriamente dito, vivo entre estantes que proliferam o tempo todo e cujos limites começam a se borrar ou a coincidir com os da própria casa.

Como não se considera um bibliotecário propriamente dito, se vive em contexto como tal, se pratica todo o ritual da profissão com tanta propriedade, ainda agregada a toda a experiência de exímio leitor?

Durante o dia, escrevo, folheio, reorganizo livros, instalo as novas aquisições, transfiro seções inteiras por conta do espaço. Os recém-chegados  recebem as boas-vindas depois de um estágio probatório. Se o livro é de segunda mão [...]

domingo, 4 de julho de 2010

Destruição de livros: destruição da memória, do conhecimento e da cultura.

                                                         

Destruição de livros: desaparecimento, esquecimento, empobrecimento, enfraquecimento, desconhecimento... e muitos outros "mentos" da Humanidade. Estou estarrecida com o acervo de diversas nações destruídas pelo homem. Sabia da existência desses eventos, mas fazendo a leitura de "História universal da destruição dos livros", de Fernando Báez, me dei conta da sua dimensão. Quando se estuda História do Livro e das Bibliotecas nos bancos acadêmicos, o olhar é mais positivo, retratando os primeiros registros, o nascimento, a própria existência, por fim, a proliferação com a imprensa de Gutemberg e tudo que vem depois disso, ainda que se fale da elitização do acesso e das destruições mais famosas, como Alexandria, Pérgamo e as decorrentes da Inquisição. Mas, como o próprio autor coloca na sua introdução, "Há 55 séculos se destroem livros..." e faz uma varredura completa em todo o mundo, China, Roma, Grécia, Bagdá, Inglaterra, México..., trata-se não só de quantidade, mas, sobretudo, de qualidade. Escritos e livros de pensadores e escritores clássicos, além da destruição pela própria condição dos palimpsestos, manuscritos em que o texto original era apagado para receber outro, dado o elevado custo do pergaminho. Como vemos, destruição em função do contexto da época. Mas, fazendo uma leitura mais ampla, também nos deparamos com outras questões de contexto, quando o próprio autor destruia sua obra, considerando-a já superada por outra e, por isso, justificada pela vergonha que passaria junto à sociedade. Mas, na maioria dos casos, a destruição foi ensejada pelo poder, pela violência das guerras, desde o Mundo Antigo, até à atualidade, como o "bibliocausto nazista" e a destruição dos livros no Iraque, quando livros e bibliotecas representavam as idéias e o conhecimento daquela civilização/sociedade. Enfim, o contexto justifica a destruição dos livros? Se justifica, o mundo pagou e continua pagando um preço muito alto por isso. 
                                                    

domingo, 27 de junho de 2010

Insisto na valorização dos arquivos!

A gestão documental promove a organização na documentação com a garantia de um gerenciamento contínuo desde a gênese do documento até a sua destinação final. Muitas empresas ainda a desconhecem e não a praticam, em função disso, acumulam de forma desorganizada grande massa documental, comprometendo o acesso às informações, assim como o espaço físico da empresa. Espaço este muito caro, pois a documentação dispersa e desorganizada dentro da empresa compromete aquele que poderia ser utilizado para o conforto dos próprios empregados ou mesmo para a instalação de uma nova unidade de negócio.


Esse contexto de desorganização pode acarretar na leitura incorreta ou incompleta de muitos fatos e situações, como por exemplo, a cobrança indevida de multas por parte dos órgãos fiscalizadores oficiais competentes, no não fechamento de um negócio ou na simples falta de subsídios para o desenvolvimento de uma atividade de rotina da empresa, pelo simples fato de não se localizar o documento necessário em tempo hábil, ou melhor, “a informação certa na hora certa”.

Arquivo não dá lucro, mas pode causar prejuízo se não bem gerenciado.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um dos 29 segredos de Jack Welch

"A arte do gerenciamento e da liderança resume-se a algo bem simples: descobrir e encarar a realidade no que diz respeito a pessoas, situações e produtos, para depois agir decisiva e rapidamente sobre essa realidade."
Encontrei nessa fala dos arquivos de Jack Welch fundamento para o tema que venho postando nesse blog. No meu contexto, compreendo que primeiro se faz a leitura do contexto e depois se age conforme esse contexto. A questão da ação decisiva e rápida é por conta do mercado competitivo. O autor, um dos CEO mais admirados e consagrados da história empresarial, enfoca a questão da liderança e da concorrência no seu livro e eu tive a oportunidade de fazer a sua leitura.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Pesquisa Científica


Resumo da minha monografia "Velho arquivista": elo perdido da memória arquivística organizacional, apresentada para obtenção do título de Especialista em Pesquisa Científica, pela Universidade Estadual do Ceará, em janeiro/2009, com conceito satisfatório.

Orientador: Prof. Dr. José Clerton de Oliveira Martins 
Banca: Profª. Drª. Mônica Façanha Farias e Profª. Drª. Virgínia Bentes Pinto




RESUMO
A pesquisa “Velho arquivista”: elo perdido da memória arquivística organizacional procurou investigar como se dá o resgate da memória arquivística organizacional a partir das ações do “velho arquivista”. Buscou-se nas organizações o espaço da pesquisa e nos arquivos o lugar onde atua a figura dos seus sujeitos, no caso, o “velho arquivista”. O trabalho propõe a interdisciplinaridade da Administração com a Arquivística, adentrando-se na Cultura Organizacional e em suas variáveis, que propiciam estabelecer estereótipos para os membros dos grupos, culminando no personagem da pesquisa. A pesquisa teve natureza descritiva qualitativa e utilizou como instrumento de coleta de dados a entrevista semi-estruturada, com aporte da  observação simples e da análise do ambiente, levando a inferir que o arquivo é lugar de memória e o “velho arquivista” é agente promotor da memória arquivística organizacional, porque guarda, acessa, resgata e preserva, utilizando recursos muito peculiares a sua experiência acumulada, que vão de encontro aos princípios e as técnicas da Arquivística, mesmo que de forma alegórica e singular.  Verificou-se que a cultura organizacional das empresas pesquisadas tende para a variável de sentimentos, em que se percebeu a valorização sazonal do sujeito “velho arquivista” e a ausência tecnológica para transformar insumos em bens ou serviços.

Palavras-chave: arquivística; arquivos; cultura organizacional; estereótipo; memória arquivística organizacional; organizações.

Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/82867655/Velho-arquivista-elo-perdido-da-memoria-arquivistica-organizacional

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Poesia: Verdadeira união

Verdadeira união


Mario e Ana,

A chuva cai,

Penetra no chão,

Infiltra-se

Por milhares de grãos.

A chuva que caiu dispersa

Depressa

Encontra-se

Longe da vista

De todos,

Quase na profundeza

Da terra.

Dá-se a união.

Nasce o lençol d'água,

Que vem à superfície

Em formas diversas,

Fonte,

Rio,

Riacho,

Que depois sobe

Pela evaporação.

Forma nuvens,

Que depois

Caem no chão...

Assim á a sequência

Da verdadeira

União.
28/01/1981

Poesia de minha mãe Maria da Conceição Farias, concebida em 28/01/1981, dois dias depois do meu casamento.
Ocorreu-me de buscar esse escrito em função dos 30 anos de casamento de minha irmã, momento comemorado em família, em que foi lida, com excelente impostação e firmeza de voz de minha mãe, a poesia que ela também fizera para o casal nubente.
No próximo ano também chegaremos lá!









domingo, 27 de dezembro de 2009

Calímaco de Cirene

Calímaco, Bibliotecário da antiga Biblioteca de Alexandria, "ordenador do universo", escolheu o sistema de classificação aceito na época pelos intelectuais, dividindo a biblioteca em estantes organizadas em oito classes: teatro, oratória, poesia lírica, legislação, medicina, história, filosofia e miscelânea. Assuntos comuns da época, que hoje, lendo a respeito, em "Uma breve história da leitura", de Alberto Manguel, vi que é uma questão de leitura e contexto.