domingo, 15 de setembro de 2013

Arquivo de memória: violação de privacidade ou preservação de identidade?


Quem assiste Violação de privacidade e faz a leitura com o olhar da Arquivística, pode observar o rico contexto e a evidência de questões inerentes ao arquivo, tais como: a dicotomia entre público e privado, entre sigiloso e ordinário, entre intervenção e imparcialidade, informação e prova documental, os princípios da proveniência, da ordem original e da indivisibilidade, a seleção e avaliação e os recortes preservados para a guarda permanente.

Algumas assertivas de autores

Lidar com memória e informação é algo complexo e subjetivo. É necessário criar lugares para que a memória exista em algum lugar. São os “lugares da memória”, de que Nora (1993, p. 13) fala, nos quais, sem dúvida, os arquivos são incluídos. A memória requer indícios, vestígios, pois não é suficiente a rememorar pela oralidade, mas, sobretudo, pelas informações geradas através dos dados registrados em documentos.


Os lugares de memória nascem e vivem do sentimento de que não há memória espontânea, que é preciso criar arquivos, que é preciso manter aniversários, organizar celebrações, pronunciar elogios fúnebres, notarias atas, porque essas operações não são naturais.

Apesar de a memória natural das pessoas não dar conta de tudo, de fazer seleção, a seleção é feita pelo protagonista dela não por outra pessoa. 

É verdade, nós não nos lembramos de tudo o que aconteceu ou que nos foi ensinado ao longo de nossa vida. Descartamos a maioria das experiências vivenciadas e só retemos aquelas que possuem significados, isto é, são funcionais para nossa existência futura (VON SIMSON, 2000, p.15).

Para a interpretação correta do contexto que permeia sobre a situação, é necessário manter o conjunto, a integridade do que foi formado ao longo das atividades.

“[...] os fundos de arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição indevida [...]” (BELLOTTO, 2002, p. 21).

Há diferença entre memória ou informação.

[...] eles são memória, antes de ser informação. A informação tem qualquer coisa de neutra, de anônima. Os arquivos são práticas de identidade, memória viva, processo cultural indispensável ao funcionamento no presente e no futuro” (MATHIEU; CARDIN, 1990, p.114 apud JARDIM, 1995, p. 5). 


Algumas indagações de leitura e contexto
  • Onde está o limite entre o público e o privado? É correto ter acesso a todas as informações de vida de uma pessoa sem a sua permissão, desde as mais íntimas e reais até às imaginárias, e depois omitir parte delas para não prejudicar a sua memória quando já não está mais entre os vivos? 
  • Quando selecionamos para a guarda permanente, de certa forma não estamos elegendo algo a ser lembrado em detrimento a outro que será esquecido?
  • É correto usurpar a memória de outro para benefício próprio? 
  • O que pode ser descartado, memória ou informação? 
  • Se o acesso é permitido a privacidade pode ser violada?

Cenas do filme enfocando os pontos mencionados

O título original, The final cut remete de forma mais forte à questão da memória seletiva, já a tradução para o português valoriza a questão da privacidade, recorrendo às cenas dos filmes temos:


  • Uma empresa (Eye) detém uma tecnologia que permite o implante de um chip (Zoe) nos bebês para gravar todos os acontecimentos, memórias e lembranças durante a vida.


  • Um profissional especializado (cutter) em tratar informações e imagens gravadas no chip faz a seleção por intermédio de um programa (Guilhotine), para edição como um arquivo de memórias e divulgação em formato de filme, depois da morte do seu portador, em cerimônia de homenagem à vida da pessoa que se foi (rememória).

  • O objeto de trabalho do cutter é o chip, que serve de suporte de informação, muitos arquivos se formam com esse novo tipo de documento e chips de pessoas de toda sorte esperam o corte final.

  • O chip da vez é de um alto executivo da Empresa Eye, ele está pronto para ser editado...

  • Os equipamentos de edição ajudam ao editor de memórias nessa tarefa.

  • Ele precisa escolher as imagens e tem o poder de transformar um vilão em um herói, a partir da nova leitura feita na coletânea de cenas, depois dos cortes e montagem final.


  • Numa mesa complexa, cheia de telas e painéis, o cutter pratica o juízo final,

  • Brincando com a memória de quem já se foi, deletando, passando, modificando, alterando o contexto, para que façam uma boa leitura dos fatos que se sucederam na vida do morto.

  • Mas, fazendo a leitura nas passagens do cliente em edição, algo pessoal é preciso ser desvendado, nesse caso nenhum corte, cada detalhe deve ser percebido, é preciso conhecer o contexto original, fazer a leitura correta, questões pessoais estão em jogo.



  • Mesmo, que se tenha que correr riscos para se obter a prova documental e encerrar um processo.





BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivística: objetos, princípios e rumos. São Paulo: Associação de Arquivistas de São Paulo, 2002. 
JARDIM, J. M. A Invenção da memória nos arquivos públicos. Ciência da Informação, Brasília, v. 25, n. 2, 1995. p. 1-13. Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/viewFile/439/397>. Acesso em: 15.09.2013. 
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Revista do Programa de Estudos Pós-graduados em História e do Departamento de História da PUC - SP, São Paulo, nº 10, p. 7-28, dez. 1993. Projeto História. Disponível em: <http://www.pucsp.br/projetohistoria/downloads/revista/PHistoria10.pdf>. Acesso em 15 set. 2013. 
VON, SINSON, Olga Rodrigues de Moraes. Memória, cultura e poder na sociedade do esquecimento. Augusto Guzzo Revista Acadêmica das Faculdades Integradas "Campos Salles", São Paulo, v.6, 2003. Disponível em: < 



 



FICHA TÉCNICA 



Lançamento: 8 de abril de 2005 (1h 44min) 

Gênero: Ficção Científica

Direção: Omar Naim

Roteiro: Omar Naim
Elenco: Genevieve Buechner, Jim Caviezel, Mira Sorvino, Robin Williams, Thom Bishops
Produção: Nick Weschler
Fotografia: Tak Fujimoto
Trilha Sonora: Brian Tyler
Gênero: Suspense, Ficção científica
Duração: 105 min.
Lançamento: 8 de abril de 2005 (1h 44min)



Algumas pessoas possuem em seu cérebro um implante de memória, comprado por seus pais antes mesmo de nascerem, que registra todos os fatos ocorridos em sua vida. Após sua morte este implante é retirado e, com o material nele existente, é editado um filme sobre a vida da pessoa, que é exibido em uma cerimônia póstuma chamada Rememória. Alan Hakman (Robin Williams) é o melhor montador de filmes para a Rememória em atividade, usando seu talento para preparar filmes que concedam a absolvição ao morto em relação aos erros por ele cometidos em vida. Por se dedicar ao trabalho, Alan se torna uma pessoa distante e incapaz de viver sua própria vida. Ele se considera uma espécie de "devorador de pecados", acreditando que seu trabalho seja um meio de perdoar os mortos e que, de alguma forma, este perdão também chegue para ele próprio. Porém, quando busca por material em um implante para a Rememória de um diretor da empresa que fabrica os chips, Alan encontra a imagem de uma pessoa que marcou sua infância. É quando Alan decide iniciar uma busca pela verdade sobre esta pessoa, em uma tentativa pessoal de conseguir sua redenção por um erro do passado.


Fonte: Adoro Cinema


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Administração: algo grandioso, sem dimensão!




Administradores!
Cenários, estratégia, eficácia,
Liderança, qualidade e bons indicadores.

Conquistadores!
Desempenho, desafios, metas,
Lucros, resultados e mais consumidores.

Mantenedores!
Capital, aplicação, 
antecipação,
Previsão, negociação com fornecedores.

Articuladores!
Diversificação, risco, investimento,
Tecnologia, maximização e mais vetores.

Inovadores!
Humanização, desafio, observação,
Leitura, criação e novos valores.

Vencedores!
Batalha, ameaças, crises, 
Oportunidades, contextos fomentadores. 

Administrador, quando conquista, luta para manter, porém, se preciso for, se articula, inova, vai além, vencedor!

Parabéns a todos os administradores!

AnaLu


domingo, 8 de setembro de 2013

Passeio pelo livro: entre verbos e substantivos

















Não me livro desse livro, 
Porque gosto do seu gosto, 
Daí vivo com o olho vivo 
Nesse livro que não me livro! 

Começo pela orelha, é um começo e tanto... 
Caminho pelo prefácio, é um caminho fácil! 
Dou um passo e passo à frente, 
Dou um pulo e pulo a página. 

Uso a marca, mas, é ele quem me marca, 
Dou o troco, mas não troco, 
Parece cola, por que me cola? 
Leitura larga, minha mão não larga. 

Passeio entre verbos e substantivos, passeio bem instintivo.
Caminho entre preposições e conjunções, caminho cheio de ações.
Vivo entre sujeitos e predicados, vivência com muitos significados.
Encontro adjuntos e objetos, encontro carregado de afetos.

Finalmente termino... Término? Não!
Hora de novo começo, logo começo outro,
Ele me traz conforto, conforto alguém também,
Vivo nova aventura, quem se aventura além?

Não me livro desse livro,
Porque gosto da leitura,
Daí vivo com o olho vivo
No contexto desse livro!


AnaLu 


sábado, 7 de setembro de 2013

Leitura: Independência!




Independência! 
Porque posso ler.

Consciência! 
Porque posso entender.

Paciência! 
Porque posso aprender.

Competência! 
Porque posso fazer.

Reticência! 
Porque posso compartilhar...

Abrangência! 
Porque posso disseminar.

Docência! 
Porque posso ensinar.

Insistência! 
Porque posso continuar...



Independência! 

Porque posso ler...

Independente do contexto...
Leitura!


AnaLu


domingo, 1 de setembro de 2013

"Gente que goste de gente"

Textos bons são para serem compartilhados e como esse tem a ver com as duas postagens anteriores, que tratam de educação e aprendizagem, achei por bem transcrevê-lo para este espaço de leitura e contexto, porque, fazendo a leitura do contexto, podemos entender que gostar de gente é essencial à educação e à vida.

Biblioteca e parceria pedagógica, que ressalta o Bibliotecário, Somos eternos estudantes, dando enfoque aos alunos e agora, "Gente que goste de gente", ressaltando a figura do professor, apesar de textos independentes, criou-se a tríade oportuna: bibliotecário, aluno e professor.

Vamos ao texto de Maria Elaine Cambraia!


CONTRATA-SE GENTE QUE GOSTE DE GENTE
POR MARIA ELAINE CAMBRAIA



Fazemos parte de uma sociedade onde tudo acontece e “deve” acontecer rapidamente. Não conseguimos mais esperar pelas coisas, pelas pessoas, pelos acontecimentos. Queremos tudo rápido e de preferência pronto. Não conseguimos esperar pelo elevador, a nossa internet que é lenta demais, se tem fila reclamos que vamos perder muito tempo nela, mas queremos aquilo que se encontra ao final da fila... Esse é um dos dilemas atuais da nossa sociedade, a gestão do tempo. Num mundo que muda tão rapidamente, nos cobramos também o tempo todo uma adaptação a essas mudanças que ainda não estamos preparados. Queremos dar conta de tudo, queremos ser ótimos profissionais, esposas, maridos, filhos, professores, amigos, amantes, estar em plena forma física e magros, bonitos, alegres e bem humorados. Queremos aquilo que é impossível conseguir de uma só vez e ao mesmo tempo. Diante disso, exigimos dos outros, dos serviços e da vida a mesma presteza, iniciativa e rapidez.

A questão se complica quando lidamos com aprendizagem. Educação e aprendizagem estão relacionadas a convívio, à observação, à assimilação e às devidas integrações e sínteses. O processo de ensinar e aprender envolve pessoas em relação: elas e suas histórias de vida; elas e o conhecimento; elas e outras formas de viver e de pensar (Parolin I., p.148 – Professores formadores).

Nesse sentido, o professor é hoje, mais do que nunca, alguém que tem um papel relevante na formação integral do sujeito, alguém imprescindível que também apresenta o mundo ao aluno, com sua forma particular de vivenciar a realidade. E sendo assim, precisa fazer com seus alunos apresentem resultados positivos em relação aquilo que aprendem. Se precisa conseguir resultados com e através das pessoas é um líder. E ser líder não é conseguir adeptos a qualquer custo, mas promover a adesão espontânea de seu aluno em relação à aprendizagem. Seu aluno tem que querer aprender, porque é com este ou aquele professor que o vínculo foi criado e estabelecido. Não se aprende com qualquer um, elegemos com quem iremos aprender. 

Por outro lado, vivemos um momento na área educacional em que o aluno precisa de muitas coisas: precisa querer estudar, precisa estar motivado, precisa ter vontade de ir à escola, precisa de estímulos positivos para prestar atenção às aulas, precisa de uma aula diferente a cada dia senão desmotiva, enfim, precisa de uma série de situações e exigências de hoje em dia, pois caso contrário a sua aprendizagem ficará comprometida. E a culpa não é dele. Afinal, o professor precisa se virar em 10 para dar conta de todos e, ao mesmo tempo, lidar com as necessidades individuais, trabalhar com a inclusão, elaborar planejamentos impecáveis, prazos para tudo, corrigir, revisar e reavaliar as provas, entender das dificuldades de aprendizagem e ter estratégias para lidar com cada uma delas e com cada aluno (afinal , eles são diferentes e precisam de um atendimento personalizado!) e, isso tudo, sem se esquecer que o professor tem mais 25 dentro da sala. Mas só no período da manhã, porque no turno da tarde ele tem mais 35 alunos com as mesmas exigências, mas necessidades diferentes. É preciso de tanto e de tantas coisas, mas não sabemos o que realmente precisa ser feito. Cobram-nos tanto, mas esquecemos do essencial: estamos lidando com gente, com seres humanos, com almas, com corações, todos os dias, o tempo todo... 

Essa reflexão nos leva a um caminho sem fim, pois uma coisa leva à outra e voltamos ao início da reflexão. Ao analisarmos as necessidades educacionais hoje, veremos que a forma como ensinamos precisa ser revista e melhorada. Por outro lado, percebemos também que o aluno de hoje exige tantas competências e habilidades do professor que não consigo imaginar como seria esse profissional. Nem como seriam essas aulas ideiais. O que percebo como educadora são pais sem condições de dar limites aos filhos e suas exigências cada vez mais infundadas e intermináveis. Percebo um mercado de trabalho que cobra cada vez mais qualificação e títulos, mas se esquece do principal: como se lida com gente? Percebo pessoas, educadores ou não, cada vez mais incapacitados para lidar com as diferenças individuais, com os desafios da convivência, agindo como se fossem crianças, brigando por motivos frívolos e incapazes de trabalhar em parceria com outros. A competitividade e a intolerância em relação às pessoas, tornou-se algo natural nos ambientes de trabalho. Isso também se aplica nas relações interpessoais. 

A convivência é hoje, a meu ver, o grande desafio de todos, profissionais da educação ou não. Mas especialmente na educação, onde teoricamente, se trabalha e contribui na formação de outro ser humano, seria imprescindível que os ditos “educadores” soubessem lidar, e gostar de gente. Precisamos urgentemente de gente que goste de gente. De pessoas que gostem de conviver com outras pessoas e que estudem sobre isso. Que entendam do seu objeto de trabalho. É verdade que nunca estamos prontos, mas é preciso desejar isso. É preciso querer entender sobre relacionamento humano. E para isso precisamos começar a olhar primeiro para dentro de nós mesmos. Queremos mudar tantas coisas, mas não queremos ter o trabalho nem de pensar nas possibilidades de mudança em nós mesmos. Não queremos entender como funcionamos por dentro, pois achamos que a experiência de anos em sala de aula nos tornou aptos e capacitados. Ledo engano. A educação só vai caminhar e se transformar no dia em que nos transformarmos em educadores em formação, em constante transformação. Quem sabe assim consigamos enxergar o que ninguém quer ver: que somos todos iguais em nossas necessidades, e só podemos avançar com ajuda do outro. Quem sabe assim seremos capazes de enxergar com a alma ao invés dos olhos... 

Maria Elaine A. Cambraia – Psicóloga, Educadora, Consultora Educacional e palestrante. 

Visualização em cache (Este é o cache do Google de http://www.gestaoeducacional.net/artigo.php?id_artigo=3. Ele é um instantâneo da página com a aparência que ela tinha em 13 ago. 2013.

sábado, 31 de agosto de 2013

Somos eternos estudantes

A busca do conhecimento se inicia a partir da interação com o meio e da leitura do contexto.

Todo dia é dia de se aprender mais... Tudo começa quando alguma coisa nos incomoda, chamando a nossa atenção. Sentimos a necessidade de superar esse obstáculo, de ir além, de desvendar o novo, de aprender, por isso, somos eternos estudantes.

Enquanto alunos, segundo o psicólogo cognitivista americano George Miller (1956), durante o processo de aprendizagem, passamos por quatro fases, que somadas, constituem uma trajetória gradativa:


  1. Incompetência inconsciente (estágio de ignorância) - Estamos na zona de conforto, por não conhecermos o objeto, não sabemos que não sabemos. 
  2. Incompetência consciente (estágio de confusão) - Mas, a curiosidade ou a necessidade bateu à porta, foi preciso buscar o objeto e daí ficamos surpresos com um mundo desconhecido, há tanto o que aprender! Sabemos que nada sabemos. 
  3. Competência consciente (estágio de conhecimento) - Com dedicação e persistência estudamos o objeto desconhecido e conseguimos aprender. Sabemos que sabemos.
  4. Competência inconsciente (estágio de Sabedoria) - Agora é preciso ir além, internalizar o conhecimento, conhecemos muito bem o objeto e, por isso, podemos libertar nossas atenções para outras coisas. É tão natural, que não sabemos que sabemos.




Quando nos deparamos com outro objeto desconhecido, retornamos sempre ao início e fazemos toda a trajetória desse novo contexto. Se conhecemos bem esse processo constante de ir e vir, fica mais fácil entender e passar de uma fase para outra, buscando sempre o progresso.

É óbvio que a prática da leitura contribui de forma positiva, auxilia na compreensão, torna o processo mais célere, desvendando os mistérios do desconhecido.

sábado, 24 de agosto de 2013

Biblioteca e parceria pedagógica


A biblioteca é um organismo dinâmico cuja essência é pedagógica. Essa função remonta à Antiguidade, mas, na Contemporaneidade, no contexto atual, ainda é um espaço/recurso que pode ser mais bem explorado, pois tem um grande potencial para oferecer e agregar à educação, se utilizado de forma planejada e integrada. 

Integrar a biblioteca à sala de aula, fazendo daquela uma extensão desta é uma proposta de parceria pedagógica, a fim de possibilitar que o professor tenha mais opções para conduzir suas aulas de forma diferenciada, utilizando-se dos recursos da biblioteca.

A leitura ideal é de uma biblioteca que se propõe a ser um espaço de convivência social, onde possa ocorrer o intercâmbio de ideias, a exposição da subjetividade e, sobretudo, a interdisciplinaridade, propiciando que esses recursos estejam sempre em evidência, "à flor da pele".

A parceria de que se fala aproxima, de uma forma geral, a sala de aula à biblioteca e, mais especificamente, o leitor ao livro [1], tudo para agregar valor à ação ensino-aprendizagem, em que se destaca o processo de leitura, como fator educativo incisivo para sua concretização, por meio da orientação do professor e da colaboração do bibliotecário.



Fazendo a leitura da atualidade, na era da informação e da gestão do conhecimento, cabe ao bibliotecário, além da tarefa precípua de administrar o acervo e a biblioteca em geral, a função inteligente de atender aos seus usuários, educando-os social e pedagogicamente, por intermédio de políticas e projetos próprios, mas, sempre de acordo com a missão da instituição a que pertence. Ao se falar em função social e pedagógica do bibliotecário, não se está querendo assumir a posição tão bem definida e importante do professor, mas contribuir com ele para o crescimento e amadurecimento do educando, no tocante à difusão da informação e da promoção da leitura, visando manifestar nele a formação de um pensamento construtivo e crítico.

Portanto, cada biblioteca deve ser um espaço dinâmico e articulado, em que se possam cumprir as 5 leis de Ranganatham [2], explicitando que o livro é o meio que leva ao conhecimento e, para tanto, é função do bibliotecário conhecer sua clientela, divulgar seu acervo, facilitando o acesso e ficando de olho nas novas necessidades para crescer de forma controlada, focada e atual. 

O ser humano tem o direito de ter acesso ao conhecimento e, como este se encontra de forma mais concentrada, abundante e democrática numa biblioteca, a ordem é explorá-la.





  
  • Convivência dos alunos na biblioteca;
  • Orientação para pesquisa de livros, matérias, artigos científicos no acervo físico e em bases de dados;
  • Levantamento bibliográfico sobre assuntos apresentados em sala de aula;
  • Leitura comparativa de dois ou mais autores, descobrindo os contrapontos entre eles;
  • Busca de notícia do cotidiano para relacionamento com a teoria apresentada em sala de aula;
  • Leitura de texto curioso, polêmico, que apresente dicotomia de opiniões, para apresentação em sala de aula;
  • Leitura de texto para retirada da ideia central, com a marcação de palavras-chave;
  • Elaboração de texto, a partir de pesquisa, para apresentação de seminário em sala de aula;
  • Escolha de trabalhos científicos da internet para leitura e elaboração de um trabalho fruto dessa leitura;
  • Levantamento de definições sobre certo tema na concepção de vários autores;
  • Busca de um tema desconhecido para aprofundamento de conhecimento, iniciando pelas obras de referência e depois em obras específicas;
  • Trabalho junto aos anúncios de jornais para vivenciar situações em sala de aula;
  • Busca de imagens na WEB representativas de situações comentadas em sala de aula.

São inúmeras as opções que podem ser utilizadas, inclusive sugeridas pelos professores e alunos, para votação em sala de aula e colocação em prática. Cabe ao bibliotecário recepcioná-los bem no espaço,  conduzir e orientar corretamente as pesquisas, após a definição pelo professor, tanto na técnica, como no que tange ao rigor científico e à questão dos direitos autorais. 

A seguir, situam-se ações em contexto temporal, que podem ser planejadas, para enriquecer as práticas pedagógicas.



  • Levantar junto à Coordenação do Curso as publicações necessárias para complementar o acervo bibliográfico;
  • Confecção do Manual do Aluno referente aos serviços da Biblioteca;
  • Reunião com a coordenação do curso para planejamento das práticas pedagógicas;
  • Promover o acolhimento de forma coletiva e programada dos alunos ingressos no semestre/ano, em parceria com a Coordenação do Curso, por intermédio de visitas no horário de aula, acompanhadas pelo professor de disciplina introdutória, como forma de apresentar os serviços e normativos da biblioteca, incluindo o evento no calendário acadêmico;
  • Planejamento da comemoração da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, conforme preceitua o Decreto nº 84.631, de 12 de abril de 1980, em parceria com a unidade de marketing, institucionalizando o evento com a inclusão no calendário escolar/acadêmico.

  
  • Projeto de endomarketing com campanhas regulares, sistemáticas e temáticas, em parceria com a unidade de marketing, a fim de divulgar e valorizar a unidade biblioteca, revertendo em valores didático-pedagógicos para somar às atividades acadêmicas;
  • Elaboração de projeto de apresentação institucional da Biblioteca aos alunos novatos, em mídia digital, em parceria com a unidade de marketing, incluindo o evento no calendário escolar/acadêmico;
  • Educação para uso correto dos recursos informáticos no ambiente escolar/acadêmico;
  • Comemoração de calendário cultural, conforme interesse, contextualizando com os temas abordados em sala de aula, por meio da representatividade dos alunos ou de pessoas convidadas; 
  • Projeto de responsabilidade social.

[1] Entenda-se aqui livro nas mais diferentes formas da atualidade.
[2] Válidas e pertinentes até a atualidade.


sábado, 17 de agosto de 2013

Biblioteca: praça da troca


Enquanto instituição, a biblioteca promove a troca de informação, de conhecimento, de experiência, de vivência... É um ambiente rico, efervescente, onde essas relações acontecem com muita intensidade, alimentando um círculo virtuoso, que se renova sempre, em que todos ganham.




Afora o caráter educacional e cultural que se reveste esse ambiente (óbvio), se considerarmos a atividade de troca, onde todos ganham alguma coisa de alguma forma, conclui-se que na biblioteca o marketing acontece todos os dias. Senão, vejamos o que diz Las Casas (2009, p. 15):

"Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de trocas orientadas para a criação de valor dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos através de relacionamentos estáveis e considerando sempre o ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade."

Já Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010, p. 36) vão mais além com o Marketing 3.0, afirmando que:


"Todos nós somos tanto profissionais de marketing quanto consumidores. O marketing não é apenas algo que seus profissionais fazem com os consumidores. Os consumidores também estão fazendo marketing para outros consumidores."


Mas, falar de Marketing é falar dos 4 P's (hoje já se trabalha até 8 P's) e levando esse conceito para a dinâmica da biblioteca, podemos buscar e compor o mix tradicional do marketing dentro da instituição biblioteca. Fazendo a leitura desse composto, temos:

A leitura como
produto, sendo o livro em todas as suas formas, suportes e dimensões o meio de se chegar a ela;

O ambiente da biblioteca como
praça, considerando-a também como uma extensão da sala de aula.

Os bibliotecários, os professores e educadores em geral como
promoção, pois eles são facilitadores, intermediadores, promotores e agentes da leitura.

Mas, onde estaria o
preço?

O preço é algo bem subjetivo, nesse contexto, ele é o esforço para se criar valor, para o produto ser vendido com mais facilidade junto aos clientes (leitores reais e leitores potenciais).

Mas, como conseguir essa meta de manter leitores existentes e de trazer novos leitores?
  • Atente para os objetivos da organização em que a biblioteca está inserida;
  • Busque parcerias com outros profissionais, monte uma equipe multidisciplinar;
  • Trabalhe em equipe;
  • Faça diferente e inove sempre;
  • Saia das quatro paredes;
  • Delegue e/ou dê feedback;
  • Trabalhe junto ao corpo docente, para melhor atender ao corpo discente;
  • Interaja com a comunidade acadêmica;
  • Alie-se à T.I.;
  • Dê identidade aos seus projetos;
  • Divulgue o seu trabalho;
  • Mensure as atividades da biblioteca;
  • Responda pela sua profissão e se posicione, quando necessário;
  • Compartilhe suas ações com os colegas de profissão e áreas afins.



KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 215p.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Administração de vendas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 492 p.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Livro na estante, livro viajante...


Gosto sempre de escrever meus próprios textos para postar em Leitura e contexto, no entanto, quando encontro algo que chame muito a minha atenção, que mexa com alguma das vertentes de minha atuação, seja pessoal ou profissional, acho por bem enfatizar e divulgar. 

Destaco, com a devida autorização da autora, a poesia de Joana Tiemann, divulgada no grupo Voar na Poesia

Um sonho que, antes de ser realizado, se desgasta pelos sentimentos de abandono, frustração, mas, sobrevive em função da esperança de outro sonhador. A leitura que faço é a vida com mão dupla, um dependendo do outro, mesmo que cada um viva no seu contexto





Livro na estante
Sonhava ser viajante
Coitado
Ali largado, fechado, empoeirado
Sem valor

Triste destino o seu viver
Ficou à mercê do tempo
Isento de quem o quisesse ler

Mas se algum dia
Por ali passar um sonhador
Que grande alegria
Refaz-se a harmonia
O livro e o leitor.

(JOANA TIEMANN)

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Imaginem o mundo sem escritor...


Não quero nem pensar como seria o mundo sem escritor. Talvez reinasse ainda a oralidade ou existisse outra forma de passar essa riqueza, por telepatia?

O fato é que se nada fosse registrado não teríamos como chegar a esses registros fantásticos, os quais, alguém escreveu sobre alguém e eu fui e transcrevi para este espaço de Leitura e contexto, a fim de compartilhar e possibilitar que mais alguém conheça e depois também escreva a respeito, de forma que a coisa se perpetue. Uma tarefa sem fim, uma corrente com muitos elos, em que cada um vai se ligando, conforme a leitura e o contexto. Infinita! É a citação da citação da citação, fantástico! 

E tudo isso que vem a seguir só foi possível em função de raros exemplares da Revista Leia, editada pela Joruês, que mantenho até hoje em meu acervo particular. Faço questão de referenciar cada matéria.

Parabéns a todos os escritores citados aqui nesse recorte do tempo (1989/1990) e a todos os outros, desde os mais remotos à atualidade.





John Updike, em entrevista à Vera Fonseca, confessando a sua vontade de se esconder por intermédio da escrita, em função do seu contexto particular:

"Minha vontade de ser escritor estava relacionada com minha vontade de não ser visto por ninguém."

ENTREVISTA John Updike: O americano tranquilo. Entrevista concedida à Vera Fonseca. Revista Leia, São Paulo, v. 11, n. 133, p. 3-8, nov. 1989.





Flaubert, em carta, referindo-se à obra que escrevera Madame Bovary, realçando momento de êxtase que sentiu:

"Como é delicioso escrever, como é gratificante não ser mais eu, mas poder me movimentar por todo o universo sobre o qual estou falando. Veja o que me aconteceu hoje, por exemplo: eu era homem e mulher, dois amantes ao mesmo tempo; cavalguei por uma floresta em uma tarde de outono, sob as folhas amarelas, e eu era os cavalos, as folhas, o vento, as palavras que ele e ela falavam, e o sol inclemente, que castigava suas pálpebras semicerradas, já carregadas de paixão."

McCARTHY, Mary. Madame Bovary não era Flaubert. Revista Leia, São Paulo, v. 11, n. 133, p. 43-46, nov. 1989.



João Ubaldo Ribeiro, respondendo à entrevista de Isa Pessoa, em relação à competição do meio:

"[...] Para mim, todo escritor deve falar do que ele quer falar. O escritor deve escrever. Precisa escrever muito para depois escrever o que quer escrever. O resto são coisas que escapam à avaliação dos seus contemporâneos, dos críticos. Sou meio fatalista em relação a estas coisas."

ENTREVISTA João Ubaldo Ribeiro: O que é que o baiano tem? Entrevista concedida à Isa Pessoa. Revista Leia, São Paulo, v. 12, n. 134, p. 3-7, dez.1989.





Lygia Fagundes Telles, desabafando em matéria que fala acerca dos direitos autorais e tudo mais...

"A profissão é que me corta as asas. Não dá para ser profissional em um país com uma massa colossal de analfabetos e imensa miséria. Se aqui a vida já é um artigo de luxo, imagine então o que são os livros."

GONTOW, Airton. Os Novos negócios do escritor. Revista Leia, São Paulo, v. 11, n. 138, p. 19-24, abr.1990.





Dylan Thomas, em questionário respondido a um estudante universitário, que desenvolvia uma tese sobre a obra poética do autor:

"Eu já sentia e conhecia a substância das palavras; o que faria com elas, e o que diria através delas, viria mais tarde. Sabia que me tornaria escritor, e nada mais". p-25- 28

DOCUMENTO Dylan Thomas: Retrato do artista quando jovem cão. Revista Leia, São Paulo, v. 11, n. 138, p. 25-28, abr. 1990.





Mario Vargas Llosa, reportando-se ao momento em que leu Os Miseráveis, de Victor Hugo, quando estava no internato militar:

"Era um grande refúgio fugir para ali, aquela vida mentirosa e esplêndida dava forças para suportar a vida verdadeira, tão átona. Mas a riqueza da ficção fazia também com que a realidade parecesse mais pobre. [...] Eu sei, por exemplo, que naquele inverno de 50, com uniforme, garoa e neblina, graças a Os miseráveis a vida foi para mim muito menos miserável."

DOCUMENTO Vargas Llosa: O último leitor de Os Miseráveis. Tradução de Teresa Cristófani Barreto. Revista Leia, São Paulo, v. 12, n. 139, p. 29-32, maio 1990.



quarta-feira, 24 de julho de 2013

I Simpósio de História, Arquivos e Mídias Digitais


Encerrou-se hoje na UFC, no Departamento de História, o I Simpósio de História, Arquivo e Mídias Digitais, cumprindo o objetivo de contribuir com o fomento das práticas arquivísticas no Estado do Ceará, para fazer a interface com a cultura, a memória e a história dos cearenses.




Excelência na organização e, sobretudo, na fala dos conferencistas, que deixaram uma grande contribuição para os participantes.

Dos eventos que participei, destaco a seguir os saberes transmitidos:

1
O processo documental que ocorre durante a organização dos arquivos, apresentado pela Profª. Ana Célia: identificação, produção; organização (classificação e ordenação), avaliação, descrição e recuperação da informação (serviços), além da ênfase necessária à questão do elemento orgânico e funcional.

 Minicurso: Organização de arquivos permanentes, com a Profª Dra. Ana Célia Rodrigues, da UFF.


2.
As características dos documentos de arquivo, evidenciadas pelo Prof. Renato Tarciso, citando Cruz Mundet, que contém informação interna, é previsível e regulado, além da dicotomia do possível e concebível, no momento da guarda/recuperação do documento. "Avaliamos para preservar e não para eliminar".

Conferência II: A Construção da história: a necessidade do fazer arquivístico, com o Prof. Dr. Renato Tarciso Barbosa de Sousa, da UnB


3.
E o enfoque das mídias digitais dado pelo Prof. Tiago Gil, quando definiu as três eras da WEB: HTML, que organiza apenas formas (funciona como uma vitrine, podemos apenas ver, sem interferir); WEB 2.0, que é interativa e colaborativa (atua como um balcão, podemos chegar e pedir e somos atendidos) e a WEB 3.0, semântica, que organiza ideias e conteúdos, além das formas (atua como uma cozinha, podemos entrar, mexer, alterar, compor, mixar.), tal como o "Atlas Digital da América Lusa", que apresentou.


Conferência III: Mídias digitais e documentos históricos, com o Prof. Dr. Tiago Luís Gil, da UnB



Fiquei satisfeita com o Simpósio pela abrangência dos conteúdos passados pelos conferencistas e por perceber que a minha atuação junto aos arquivos está no caminho certo, validada pelo pensamento desses profissionais.





Leitura e contexto em arquivos: seleção de textos

sábado, 20 de julho de 2013

O Leitor em sua gênese e proficiência


Não basta só ensinar a ler e escrever, devemos, sobretudo, formar leitores em potencial. Dar continuidade, elasticidade e circularidade ao processo, pois a questão não é linear, como ocorre em um processo de produção industrial. As palavras, o texto, o contexto se inter-relacionam com tudo que está ao redor e é necessário ir sempre mais além, para sair do status de gênese e caminhar em direção à proficiência.

Uma leitura pode levar a vários caminhos, inclusive paradoxais - uma conclusão, mesmo que temporária ou mudança de ponto de vista; uma pequena dúvida que deve ser esclarecida ou uma grande pesquisa que deve ser realizada; uma confirmação ou uma nova visão de mundo, leituras leves de entretenimento ou leituras capciosas de muita reflexão. Com certeza, todos eles ampliam o conhecimento. 

Mas, retomando a questão da proficiência, quando coloquei acima, em direção à proficiência, expresso a minha concordância com a autora Marta Morais da Costa, em uma das suas crônicas do "Mapa do Mundo: crônicas sobre leitura", em que faz algumas afirmações e indagações objetivas e responde de forma subjetiva, pois as questões têm esse caráter:

"Os números responsáveis pela formação do leitor são uma incógnita, ou flutuam de leitor para leitor. [...] Quantos livros são necessários para formar um leitor proficiente? 
Em que momento um leitor se torna independente e crítico?
[...]

A formação do leitor passa pela qualidade do texto lido. A quantidade é decorrência. [...] O mérito não reside na velocidade com que fazemos, mas na eficiência, prazer e competência com que o fazemos".

Leitura, questão de atitude, questão infinita, questão de contexto!

Feliz por ler "Mapa do Mundo: crônicas sobre leitura", recomendo a leitura.




quinta-feira, 11 de julho de 2013

Encantada com "A Vida dos livros"


Mais um livro da minha estante que leio e recomendo: "A Vida dos livros", de Thereza Christina Rocque da Motta, da Editora Ibis Libris.

São dicas valiosas de quem é experiente no assunto, recheadas de muito carinho e cuidado, para que o escritor conheça alguns percalços, os quais a autora/editora descreve tão bem e compartilha para que sejam evitados. A leitura é um passo a passo para se chegar lá, para cumprir uma daquelas três metas de vida: escrever um livro.

"A Vida dos livros" é cheio de vida, pois a cada capítulo o leitor vai sentindo e vendo a semente do livro nascer, crescer, se desenvolver, até a maturidade da publicação. Além das dicas, com muita interatividade, a obra traz os comentários e a troca de e-mails dos correspondentes da autora/editora, que são inclusos ao final de cada capítulo, conforme o contexto



E do capítulo "Onde nascem os livros", destaco o trecho que reúne o papel dos agentes que trabalham em prol da vida dos livros: autor, editor, bibliotecário e leitor. 


Os livros nascem de uma história que precisa ser recontada várias vezes. E antes mesmo que pensemos como, eles se fazem, para que cuidemos deles, passemos aos outros o que eles contêm.