Sabemos que toda tarefa que é obrigada a ser feita, sem que se apresente um atrativo, uma motivação, um ganho, é algo enfadonho, cansativo e não cativante de ser realizado. Trazendo esse senso comum para o contexto de leitura, podemos dizer que toda leitura espontânea é mais atrativa, tem mais ganho de realidade, de crítica e reflexão e ainda mais pode ser divertida, claro, dependendo do gênero literário do texto.
Na fala de Bamberger (2000) a formação de jovens leitores se dá quando a leitura apresentada é adequada, para que não se limite a desenvolver apenas o hábito de ler, mas também desenvolva o interesse pelo seu conteúdo, a fim de ampliar saberes e entender o mundo. E quando essa leitura é de interesse do jovem, quando a escolha é espontânea, os resultados são ainda melhores.
Tomando Luckesi et al (1991, p. 136) para completar Bamberger (2000), temos que "o texto é tão-somente um instrumento intermediário. Ele mediatiza leitor e mundo. Ele serve de intermediário elucidativo entre leitor e realidade." E vai mais além, afirmando que "caso isso não ocorra, a leitura será somente uma forma mecânica ou semimecânica de identificar símbolos sem que eles façam sentido como instrumento de compreensão da realidade." Portanto, cabe ao leitor fazer escolhas que lhes interessem para que essa interação ocorra.
O processo de compreensão da realidade por intermédio da leitura toca crianças, jovens e adultos. A criança de hoje que não lê pode ser um jovem alienado da realidade em que vive e, por consequência um profissional com dificuldade de se estabelecer no mercado.
A dificuldade em aprender e em crescer profissionalmente é potencializada pela falta de leitura, que leva a uma dificuldade maior na escrita, na preparação de apresentações consistentes e o desenvolvimento de competências (AQUINO, 2007, p. 92).
AQUINO, Carlos Tasso Eira de. Como aprender: andragogia e as habilidades de aprendizagem. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Ática, 2000.
LUCKESI, Cipriano, et al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1991.