terça-feira, 26 de agosto de 2025

Uma mina de verdade!

Visitanos a Mina do Veloso em Ouro Preto. Uma mina de verdade!

As minas em Ouro Preto são atrações turísticas que permitem explorar o passado da mineração de ouro na região. 

Entrando na mina, acompanhadas de um guia, foi possível conhecer a formação da mina a partir da genialidade africanas, as técnicas de extração, as condições de trabalho dos escravizados e a geologia da mina, que oferece um ambiente subterrâneo, frio e úmido, com galerias e poços.


Fui acompanhada da minha filha, que me auxiliou no trajeto, principalmente nos trechos mais rebaixados, estreitos e de desníveis.







domingo, 24 de agosto de 2025

História e cultura em toneladas

Ouro Preto, uma mina de história e cultura, além de muitos aspectos peculiares, que enriquecem ainda mais a cidade que é uma joia do Brasil Colonial e um Patrimônio Cultural da Humanidade.


Foi uma viagem e tanto! Ainda mais na companhia da minha filhota. Aproveitamos ao máximo todo o ouro dessa mina de conhecimento. 

Literalmente, é uma cidade rica em ouro, lingotes no passado e história e cultura em toneladas no presente e para a posteridade, haja vista o tombamento pela Unesco.

Um passeio à bordo de uma jardineira possibilitou uma visão panorâmica e até detalhada dessa Cidade cheia de muitos encantos, ladeiras, arquitetura colonial e igrejas. Uma maravilha!



A exuberência do Barroco em Ouro Preto é manifestada nas igrejas do século XVIII com altares dourados, talha em madeira e pinturas em perspectiva no teto, como vemos na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Basílica de Nossa Senhora do Pilar, Igreja de São Francisco de Assis e Igreja de Santa Efigênia.




 




Toda essa riqueza de detalhes, que se apresenta na integração da arquitetura com a escultura e a pintura, emociona tanto os fiéis, que celebram a fé católica como os turistas que visitam a cidade, sistematicamente.

domingo, 17 de agosto de 2025

Preciosidade da Biblioteca Nacional

O termo obras raras se refere a um conjunto de documentos com características únicas, que os distinguem dos materiais comuns de uma biblioteca. 

A raridade de uma obra não está ligada apenas à sua idade, mas também a outros fatores que a tornam um item valioso para colecionadores, pesquisadores e instituições.

​As obras raras podem incluir livros, manuscritos, gravuras, mapas e outros itens que possuem um ou mais dos seguintes atributos:
  • ​antiguidade: Materiais produzidos em períodos históricos específicos, como os incunábulos, que são os livros impressos até 1500, durante os primeiros anos da imprensa.
  • baixa tiragem: Obras que foram impressas em poucas cópias. Isso pode ocorrer por causa de censura, limitações técnicas ou por serem publicações de nicho.
  • edições especiais: Livros que foram produzidos com encadernações de luxo, papéis especiais, ilustrações originais e autógrafos.
  • importância histórica ou cultural: Itens que pertenceram a personalidades históricas ou que testemunharam eventos significativos.
  • curiosidades e excentricidades: Livros com erros de impressão, edições clandestinas, ou que se destacam por alguma característica inusitada.
Como essas preciosidades são materiais delicados e insubstituíveis, exigem cuidados especiais para evitar a degradação. As bibliotecas e arquivos que detêm esses acervos investem em:
  • ​condições ambientais controladas: as obras raras devem ser armazenadas em locais com temperatura e umidade estáveis, protegidas da luz, poeira e pragas.
  • manuseio cuidadoso: a consulta a esses materiais é, muitas vezes, feita em salas especiais, sob a supervisão de um bibliotecário, e exige o uso de luvas e equipamentos de apoio para evitar danos físicos.
  • digitalização: a digitalização de obras raras é uma das principais formas de democratizar o acesso a esses documentos, sem que a peça original seja exposta a riscos.

A Biblioteca Nacional do Brasil guarda em sua coleção preciosidades que testemunham a riqueza cultural e histórica do país. Trata-se de um exemplar de luxo, cuja capa é inteiramente bordada a ouro, um verdadeiro símbolo de requinte e sofisticação editorial do século XIX.

A obra não se limita a ser apenas um registro escrito, mas constitui-se também em um objeto artístico, no qual a encadernação luxuosa dialoga com a tradição das grandes bibliotecas europeias.



Para conhecer mais sobre essa obra, veja a matéria produzida pelos funcionários da BN, compartilhada no LinkedIn por Carlos Alberto Tavares Ferreira.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção

Hoje, 15 de agosto, é feriado municipal aqui em Fortaleza, comemoramos o Dia da Nossa Padroeira, Nossa Senhora da AssunçãoEla, que foi levada ao céu em corpo e alma após sua morte, proteja a nossa Cidade hoje e sempre! A Cidade comemora todos os anos com missas e também com a tradicional Caminhada com Maria. 

A Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, que deu origem ao nome da nossa cidade, também está ligada a essa devoção. Portanto, falando um pouco dessa história, a fortaleza construída pelos holandeses e depois retomada pelos portugueses, deu origem ao nome da cidade e está localizada na margem esquerda da foz do riacho Pajeú. Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção é um marco histórico e arquitetônico que desempenhou um papel crucial na formação da cidade. Originalmente, foi construída pelos holandeses em 1649 como Forte Schoonenborch, mas retomada pelos portugueses em 1654 sendo rebatizada com seu nome atual, em homenagem à padroeira da cidade. A fortaleza não apenas serviu como estrutura militar de defesa, mas também como ponto central para o desenvolvimento da região, dando origem ao nome da cidade.


segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Qualquer leitura vale a pena

No Dia do Estudante vale ressaltar que qualquer leitura vale a pena. Principalmente quando os pequenos têm a curiosidade de perguntar, devemos aproveitar a oportunidade e oferecer leitura para satisfazer essa fome de conhecimento.

Até a turma do Snoopy & Charlie Brown apoiam a ideia, na fala deles, livros são um banquete.




domingo, 10 de agosto de 2025

Indexação é o X da questão

A indexação é uma atividade essencial tanto na Biblioteconomia quanto na Arquivologia, ainda que aplicada de formas distintas, conforme os objetivos, de cada ciência, os tipos documentais e os contextos de uso da informação. Mas por que ela é o X da questão? Exatamente porque permite que o interessado na informação chegue a ela de forma precisa e objetiva, sem muitos arrodeios.


Na Biblioteconomia, a indexação está fortemente associada ao tratamento temático de livros, artigos, teses e outros materiais bibliográficos. Seu principal propósito é representar de forma precisa o conteúdo dos documentos, facilitando a recuperação da informação nos catálogos e bases de dados, no menor tempo possível.

O bibliotecário utiliza vocabulários controlados, como tesauros e listas de cabeçalhos de assuntos, e se apoia em normas como a NBR 12676:1992 ou diretrizes da CDU (Classificação Decimal Universal) para garantir consistência e padronização. A indexação, nesse campo, é intelectual, conceitual e busca captar o assunto do documento, permitindo que o usuário encontre informações com base em temas, conceitos e relações semânticas.

Nessa hora o bibliotecário deve atentar para seu público-alvo, com vistas a utilzar termos que sejam familiares a esse público, como por exemplo, não se deve usar termos muitos técnicos caso a população usuária não tenha esse perfil de tecnicidade.

A NBR 12676 - Métodos para análise de documentos - Determinação de seus assuntos e seleção de termos de indexação estabelece as condições para a análise de documentos, a determinação de seus assuntos e a seleção de termos de indexação, sendo direcionada para os estágios iniciais do processo de indexação.
São esses os aspectos da norma.

1. Análise de documentos
O processo de exame e compreensão do conteúdo do documento para identificar seus temas principais.

2. Determinação de assuntos
A identificação dos temas abordados no documento, que serão representados por termos de indexação. 

3. Seleção de termos de indexação
A escolha de termos representativos do conteúdo do documento, que serão utilizados para facilitar a recuperação da informação.

A norma não trata de sistemas de indexação específicos (pré- ou pós-coordenados), mas sim dos procedimentos gerais para análise e seleção de termos de indexação. Ela é aplicável tanto a serviços de indexação independentes quanto a serviços em rede.

Além da NBR 12676, a 6034 - Informação e documentação – Índice – Apresentação, trata da preparação de índices de publicações, muito utilizada para a elaboração de índices remissivos de livros.

Já na Arquivologia, a indexação assume um caráter mais pragmático e funcional, centrado na descrição e recuperação de documentos produzidos no contexto de atividades institucionais. Aqui, os documentos são analisados em relação à sua função administrativa, jurídica ou probatória.

O arquivista trabalha com instrumentos como planos de classificação, taxonomias, descrições arquivísticas e tabelas de temporalidade, e a indexação busca refletir os elementos que identifiquem o documento em sua organicidade, como a atividade que o gerou, a data, o produtor, os processos organizacinais e, principalmente, o contexto de produção. Porque se ele não tiver uma indexação que o vincule  ao seu contexto original (fundo) perde a efervescência de significados e de leituras, induzindo a compreensões vagas e/ou distorcidas.

Por isso, a preocupação maior não está no conteúdo temático, mas na estrutura e função do documento dentro do fundo arquivístico. Excluindo-o dessa estrutura, não há sentido para o documento, ele fica solto e pode nada representar, perde o vínculo, a relação com o seu contexto. Por isso, 

Enquanto na Biblioteconomia a indexação é mais aberta e voltada ao acesso temático, na Arquivologia ela é estritamente vinculada à proveniência e ao princípio da organicidade. No entanto, ambas as áreas compartilham o objetivo de facilitar o acesso e promover a recuperação da informação, respeitando as particularidades dos acervos que lidam e gerenciam.

Em tempos de transformação digital, a indexação ganha ainda mais relevância, exigindo dos profissionais habilidades técnicas e conhecimento, para que os softwares recebam os metadados necessários para chegar ao X da questão, tanto na Biblioteconomia como na Arquivologia, porque, em ambos, o objetivo é tratar e representar adequadamente os unidades de informação, seja no universo das bibliotecas, seja no universo dos arquivos.

sábado, 2 de agosto de 2025

Agosto: história e curiosidades

O termo "agosto" tem origem no latim augustus, que significa "consagrado" ou "venerável".

O mês de agosto, original do latim "Augustus", é em homenagem ao imperador romano César Augusto. Antes dessa mudança, o mês era conhecido como "Sextilis", pois era o sexto mês no calendário romano original de Rômulo. A alteração para "agosto" ocorreu para homenagear o imperador, que governou Roma entre 27 a.C. e 14 d.C.

Da mesma forma que Júlio César atribuiu seu nome ao mês de julho, Augusto o fez em relação ao seu nome.

César Augusto, nascido Caio Otávio, era filho adotivo de Júlio César e foi o primeiro imperador romano, governando do período de 27 a.C. até sua morte em 14 d.C. Ele consolidou o poder após as guerras civis, derrotando Marco Antônio e Cleópatra na Batalha de Ácio, estabelecendo a Pax Romana. Com isso, se tornou princeps, ou primeiro cidadão.

Depois dele, o nome Augusto passou a todos os imperadores romanos. 

Mas, saindo da história e indo agora para as curiosidades, por que agosto é o mês do desgosto, segundo a tradição oral popular?

Temos que "navegar" para o período de transição da Idade Média para a Moderna, daí, entramos de novo na história. Refiro-me, exatamente, às Grandes Navegações. 

Esclarecendo, para quem não conhece, a tradição é herdada dos colonizadores portugueses, do período das Grandes Navegações do Século XVI, pois era no mês de agosto que as caravelas se lançavam ao mar para desbravar o novo. Para o contexto da época, as mulheres dos navegadores nunca casavam em agosto, porque, além de não ser possível a lua-de-mel, corriam o risco de se tornarem viúvas em função do alto risco das navegações.

Segundo o escritor Mário Souto Maior, a frase tradicional consagrada é “casar em agosto traz desgosto”, mas, foi resumida para a conhecida “agosto, mês do desgosto”.

Tradições à parte, o que vale é a nossa vivência, é o intuito de ser feliz em qualquer mês. A melhor leitura é Agosto que dá gosto!

sábado, 26 de julho de 2025

Dançar com livros

imagem em questão, "Loves of BookS, Conceptual Image", do artista SMETEK (em Art.com), retrata uma figura humana formada por livros numa pose peculiar do tango. 

 

O papel fundamental e transformador do conhecimento é representado pelos livros na formação da identidade humana, expresso através da metáfora apaixonada e dinâmica do tango.

A imagem combina poderosamente o simbolismo tradicionalmente estático e pesado dos livros (representando conhecimento, permanência e sabedoria histórica) com o movimento fluido, apaixonado e movimentado do tango.

Os livros, formando o próprio tecido físico do indivíduo, simbolizam que o conhecimento molda e define a identidade humana, o intelecto e a própria existência.

Achei por demais sugestiva essa imagem surrealista com visual cativante e provocador. Chamou tanto a minha atenção, que associei a ela uma reflexão com nuances de vários contextos.

A ideia de "dançar com livros" pode ser entendida como uma forma de explorar o universo da leitura de maneira ativa e criativa, onde a imaginação e as emoções são postas em movimento, assim como na dança.

Viver em meio a livros é tudo de bom. Pegar, ler, se deleitar, sonhar, viajar, se deslumbrar, e por que não, dançar?

Dançar com livros pode ser um momento leve e despreocupado em relação ao aprendizado ou à leitura. Ao invés de uma postura rígida e formal, a pessoa estaria aberta à exploração e à expressão pessoal, "dançando" com o conhecimento de forma mais livre e intuitiva.

Por outro lado, pode-se interpretar como uma forma de interagir ativamente com o conteúdo do livro, não apenas lendo-o passivamente, mas "dançando" com ele, ou seja, explorando diferentes perspectivas, relacionando o conteúdo com outras áreas do conhecimento e aplicando-o de maneira criativa.

E assim como "dançar conforme a música" significa se adaptar às circunstâncias, "dançar com livros" pode indicar a capacidade de adaptar o conhecimento adquirido à realidade, utilizando-o de maneira prática e relevante.

E, levando para um lado mais artístico, "dançar com livros" pode também ser uma performance ou expressão corporal que se inspira ou interage com os livros, utilizando a dança como forma de interpretação ou comentário sobre os textos.

Afinal, seja qual for o aspecto a ser considerado, dançar com livros é um ótimo incentivo à leitura. Vamos dançar com livros?

domingo, 20 de julho de 2025

Santos Dumont: pai da aviação

Santos Dumont, mais do que criativo foi inovador e ousado. Ele, que navegou pelo ar, é o pai da aviação. 

Hoje é o seu aniversário e nada mais brilhante do que homenageá-lo com essa visita que fiz ao Museu Casa Santos Dumont, que fica em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

A casa é cheia de ideias inovadoras, desde a escada até o chuveiro de água quente no banheiro.






domingo, 13 de julho de 2025

Arquivo em ação: o trabalho não para

Julho chegou. Para muitos, é tempo de descanso, viagem e merecidas férias. As escolas entram em recesso, algumas empresas diminuem o ritmo, e as ruas se enchem de um clima mais leve e descontraído, com menos trânsito, inclusive. No entanto, existe um setor silencioso, que trabalha nos bastidores, na retaguarda, muitas vezes invisível, que não conhece pausa, o arquivo.




Enquanto grande parte dos profissionais recarrega as energias, o arquivo segue firme em sua missão. Ele não tira férias, não fecha as portas nem cruza os braços diante da ausência do movimento externo. Pelo contrário, permanece vigilante, zelando pelas informações que estruturam o passado, sustentam o presente e possibilitam o futuro.

Os documentos ali guardados, organizados, protegidos e descritos, são essenciais para decisões administrativas, comprovações legais, resgates históricos e tantos outros usos que exigem precisão e confiança. O arquivista segue preparado para atender a quem busca respostas. Porque a informação arquivística, diferentemente do calendário escolar e de outros calendários profissionais, não conhece recesso.

Por isso, em meio ao clima de férias, é importante reconhecer o trabalho contínuo dos arquivos. Eles são a memória ativa das instituições, sempre disponíveis, sempre prontos. E mesmo quando o mundo parece em pausa, o arquivo continua, garantindo acesso, autenticidade e preservação.

Julho é tempo de descanso para muitos, mas para o arquivo é mais um mês de compromisso com a verdade documental.

sábado, 5 de julho de 2025

Uso indevido da expressão “Arquivo Morto”

No cotidiano das empresas, instituições e entre gestores leigos é muito comum ouvir a expressão “arquivo morto”, para se referir a documentos que não estão em uso frequente. 

Há nessas organizações até espaços destinados ao arquivo com placas na porta que indicam essa expressão. Também há indústrias que ainda fabricam caixas com a expressão estampada, que são comercializadas no mercado e inseridas nos diversos arquivos, reforçando ainda mais essa ideia errônea.

E com certeza as pessoas que lidam com a documentação dessas empresas não são profissionais  da área, com formação e capacidade específicas para dar a devida atenção e gestão junto aos arquivos.

Apesar de ser ainda muito difundido, esse termo é tecnicamente incorreto e pode induzir a interpretações equivocadas sobre a função e o valor dos arquivos. 

A denominação “arquivo morto” sugere que os documentos armazenados perderam sua importância, como se estivessem inutilizados ou obsoletos, assim como se todas as informações neles contidas de nada mais valessem. No entanto, do ponto de vista arquivístico, os documentos que não são mais utilizados rotineiramente, mas que ainda possuem valor legal, administrativo, fiscal, histórico ou informativo, fazem parte da fase intermediária ou permanente do ciclo de vida documental. Eles devem ser mantidos de forma organizada, acessível e segura, pois podem ser requeridos a qualquer momento por motivo legal, informativo ou para a reconstrução da memória institucional. 

O uso do termo “arquivo morto” revela, além de uma imprecisão técnica, uma visão reducionista e errônea sobre a gestão documental. Essa visão pode levar ao descuido com a guarda e gestão adequadas dos documentos, comprometendo sua recuperação futura e até mesmo sua integridade. 

O correto é referir-se a esses documentos como arquivo intermediário (quando aguardam prazos legais de guarda ou avaliação) ou arquivo permanente (quando são preservados por seu valor histórico ou probatório). Substituir o termo equivocado é um passo importante para valorizar a gestão documental e garantir que as práticas arquivísticas sejam compreendidas e respeitadas. 

Portanto, é essencial promover a conscientização sobre a terminologia correta, contribuindo para uma cultura institucional mais responsável e alinhada às boas práticas da Arquivologia. Afinal, documento nenhum está “morto” enquanto puder cumprir uma função, seja legal, administrativa, histórica ou social. 

Sabemos que na falta da informação arquivística na hora desejada sempre leva os gestores das organizações a buscarem corrigir essa lacuna de não ter os arquivos organizados e gerenciados como define a Arquivologia, sejam eles físicos ou digitais. Cabe aos profissionais da área difundir o conceito correto e a esses gestores se anteverem a essa situação caótica contratando arquivistas para solução do problema.


terça-feira, 1 de julho de 2025

Bibliotecas: pontes para o futuro

Desde os tempos mais remotos, as bibliotecas têm desempenhado um papel fundamental na preservação e disseminação do conhecimento. Das antigas tábuas de argila da Biblioteca de Nínive, na Mesopotâmia, aos majestosos volumes manuscritos da Biblioteca de Alexandria, essas instituições surgiram como verdadeiros templos do saber humano, reunindo e protegendo registros preciosos sobre ciência, filosofia, história, religião e cultura.

Ao longo dos séculos, as bibliotecas evoluíram de acervos restritos a elites religiosas e políticas para espaços mais acessíveis, especialmente a partir da invenção da imprensa no século XV, que impulsionou a produção de livros e ampliou o acesso ao conhecimento. Ainda assim, foi somente com o fortalecimento das bibliotecas públicas, sobretudo no século XIX, que se consolidou a ideia da biblioteca como direito social e instrumento de cidadania.

Já há algum tempo, as bibliotecas não são apenas depósitos de livros; elas são centros vivos e vibrantes de informação, cultura, tecnologia, comunidade, aprendizado e inovação. Com a chegada da era digital, as bibliotecas enfrentaram novos desafios, passaram por uma verdadeira transformação sísmica, mas também descobriram novas possibilidades. Adaptaram-se, oferecendo acesso gratuito a computadores, internet de alta velocidade e uma vasta gama de recursos digitais, tais como: acervos digitais, audiolivros, e-books, bibliotecas virtuais, repositórios de dados abertos e ambientes colaborativos de aprendizagem, derrubando barreiras geográficas e sociais. Tudo isso somado às ferramentas de acessibilidade tem ampliado a sua capacidade de atingir públicos antes excluídos.

Portanto, a internet e os recursos tecnológicos não substituíram a biblioteca, transformaram-na. Com isso, desempenham um papel crucial na inclusão digital, capacitando indivíduos que, de outra forma, poderiam ser marginalizados no mundo conectado. Essa democratização da leitura e do conhecimento é, sem dúvida, um dos maiores legados da era digital.

Além disso, as bibliotecas modernas se tornaram guardiãs da curadoria da informação. Em um mundo inundado por um volume sem precedentes de dados e informações, nem sempre confiáveis, a capacidade de discernir fontes críveis e relevantes é mais importante do que nunca. Os bibliotecários atuam como guias, ajudando a navegar nesse mar de informações e a desenvolver o pensamento crítico. Eles promovem a literacia mediática e informacional, essenciais para a cidadania plena na sociedade contemporânea.

Mais do que nunca, as bibliotecas são espaços de democratização da leitura, da educação e do conhecimento, pontes para o futuro. Elas acolhem leitores de todas as idades, conectam pessoas ao mundo da informação e promovem inclusão digital. Em tempos de desinformação e desigualdade de acesso à educação, a presença de bibliotecas ativas, inovadoras e comprometidas com a comunidade é uma necessidade urgente.


Celebrar o Dia Mundial das Bibliotecas é reconhecer seu valor histórico e reafirmar seu papel essencial na construção de sociedades mais justas, informadas e críticas. Que sigamos fortalecendo essas instituições, para que continuem sendo, por séculos, faróis de saber e liberdade.

domingo, 29 de junho de 2025

IA em textos científicos acadêmicos

Trago aqui mais um texto meu publicado na coluna Inside Higher Education, da Pearson, que compartilhei no LinkedIn. Desta vez, sobre o uso da Inteligência artificial em textos científicos acadêmicos.

Convido todos a fazerem a leitura, principalmente aqueles que produzem artigos científicos. A IA é uma ótima ferramenta, mas devemos usá-la com ética e pacimômia.

O limite da inteligência artificial em textos científicos acadêmicos: uma reflexão necessária





sábado, 28 de junho de 2025

Excelência no atendimento

Foi ontem, na Mrh Arquivos, a palestra sobre Atendimento, ministrada pelo Prof. Maurício Werner, da Fundação Getúlio Vargas, capitaneada pelo Grupo Mrh. Na verdade, uma conversa informal, recheada de dicas que funcionam, além de muitas dinâmicas contextualizadas com a temática, em que todos participaram com muito estusiasmo.

Bastou um slides, para o professor dar o recado e envolver todos com o foco na servidão, porque atendimento é servir, que, antes de tudo, é um propósito de vida.

Além do aspecto referente à vida pessoal, onde a servidão é fundamental para nos sentirmos felizes, ela também deve ser levada para o nosso trabalho, afinal, passamos grande parte do nosso tempo na organização.

Atendimento é servidão conosco, com o próximo e com o cliente. E quando damos algo mais, é superação de expectativas, é encantamento do cliente. Esse cliente é tanto o interno, o colega de trabalho, como o externo, para quem vendemos produtos e serviços.

Vamos encantar! 

domingo, 22 de junho de 2025

Mania de bibliotecária

Você que é bibliotecária, já deve ter ouvido a afirmação "é mania de bibliotecária". Eu sempre escuto ela dita pelos meus familiares e amigos. Mas, afinal, que mania é essa?

Quem convive com uma bibliotecária ou quem é uma sabe que a mania de organização ultrapassa as estantes da biblioteca ou de qualquer outro centro de informação, invadindo a vida pessoal. Isso não é apenas um hábito, é quase um instinto adquirido durante a formação profissional. Afinal, não é por acaso que os cursos de Biblioteconomia dedicam disciplinas inteiras à classificação, catalogação, ordenamento, conservação e gestão da informação. E, uma vez absorvidos, esses conceitos, eles não ficam restritos às tarefas profissionais, eles se incorporam e seguem a bibliotecária até nas atividades de casa. 

Além das prateleiras de livros da casa, é comum ver outras prateleiras organizadas como as de potes de temperos, mantimentos ou remédios, sejam por categoria, por modelos, cores ou tipos. O mesmo cuidado também é dedicado às roupas nas gavetas do guarda-roupas e, sobretudo, às pastas de contas domésticas, que são milimetricamente organizadas. Em relação aos sapatos e aos utensílios de cozinha e alimentos, a organização segue por tipo e frequência de uso. Já os arquivos de computador são nomeados com rigor, digno de banco de dados, cada um na pasta temática/cronológica, hierarquicamente ligados por uma taxonomia.


Mas não se trata de obsessão, é um modo de pensar. Para a bibliotecária, cada coisa em seu lugar facilita o dia a dia, poupa tempo e dá sentido ao espaço. Organizar não é apenas arrumar, é permitir o acesso rápido e lógico, garantir a preservação do que importa e tornar a informação utilizável e acessível, seja ela qual for e em tempo hábil. 

Como organizar faz parte da gestão do dia a dia, há bibliotecárias que ampliam a atuação desbravando novos horizontes e trabalham como personal organizer, a exemplo de Linéia Diógenes, com a Mila Personal Organizer. Linéia ajuda pessoas a organizar espaços, rotinas e vidas de forma mais funcional e eficiente, analisando e identificando as necessidades do cliente, para criar soluções personalizadas.

Essa mania, que muitos veem com estranheza, é, na verdade, uma forma sutil de cuidado com o mundo. Uma bibliotecária sabe que ordem não é rigidez, mas funcionalidade. E que a vida, tal como uma boa biblioteca, precisa ser acessível, compreensível e, acima de tudo, bem cuidada.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Arquivos importam! E muito...

Chegou mais um Dia Internacional dos Arquivos. Oportunidade para ressaltar a importância deles, dos mais históricos e tradicionais aos mais modernos e tecnológicos, dos pessoais e privados aos institucionais e públicos.

Vamos elencar a seguir, tudo que está por trás dos arquivos e o que eles podem entregar de resultado. Isso, caso estejam organizados e sendo geridos conforme os princípios e teorias da Arquivologia e ações promissoras de gestão.  

Aumento da eficiência e produtividade

  • Redução do tempo gasto na busca por documentos.
  • Facilita o acesso rápido à informação correta.
  • Evita a duplicação de tarefas por falta de dados acessíveis.
Com os arquivos organizados e acessíveis conseguimos cumprir as entregas dentro do prazo e com qualidade utilizando as informações arquivísticas.

Melhoria na segurança da informação
  • Proteção contra perdas, extravios e acessos indevidos.
  • Definição clara de níveis de acesso.
  • Garantia da integridade e autenticidade dos documentos. 
Com os arquivos organizados e protegidos garantimos o sigilo a segurança e o cumprimento à LGPD.

Conformidade legal e regulatória
  • Cumprimento de prazos legais de guarda.
  • Facilidade para auditorias e fiscalizações.
  • Evita sanções, multas e problemas jurídicos.
Com os arquivos organizados e em dia podemos cumprir qualquer exigência dos órgãos fiscalizadores e regulatórios e ainda atender a qualquer demanda legal.

Redução de custos
  • Menor necessidade de espaço físico ou digital com a eliminação de documentos desnecessários.
  • Otimização de recursos humanos e materiais.
  • Prevenção de retrabalho.
Com os arquivos organizados e racionalizados conseguimos reduzir os custos, fazendo mais com menos, que é fundamental para a manutenção no mercado atual.

Preservação da memória institucional
  • Conservação de documentos históricos e estratégicos.
  • Valorização do patrimônio informacional.
  • Apoio à tomada de decisões com base em dados consolidados.
Com os arquivos organizados e mantidos íntegros conseguimos preservar a memória da instituição, deixando um legado para as futuras gestões e para a sociedade.

Sustentabilidade 
  • Diminuição do uso de papel e materiais físicos.
  • Incentivo à digitalização e ao descarte consciente.
  • Redução do impacto ambiental da produção documental.
Com os arquivos organizados e digitalizados e aderindo ao nato digital, conseguimos melhorar e agilizar as rotinas internas, além de  trabalhar em prol do planeta.

Por tudo isso e muito mais...
Arquivos importam! E muito...

sábado, 7 de junho de 2025

Mimos da Biblioteca de Hesburgh

Recebi da colega e amiga, Ana Marques, Professora da Faculdade CDL, muitos mimos da Biblioteca da Universidade de Notre Dame, uma instutuicao católica, fundada em 1842, em Notre Dame, no Estado de Indiana, nos Estados Unidos. Ana Marques, em visita a seu filho que faz doutorado na ND, coletou cada um deles e, de forma muito delicada e atenciosa, na entrega, me contou detalhes que me fizeram viajar em pensamentos.

Uma biblioteca com tantos serviços diferenciados, que pensa em atender plenamente a sua comunidade e é democraticamente acessível, realmente existe, a Biblioteca de Hesburgh. Ela é o Edifício principal do sistema de bibliotecas da ND. Uma estrutura gigantesca para abrigar todos que buscam conhecimento.

Há espaços de estudo de toda sorte em todos os andares, mesas individuais e salões de leitura, estações de trabalho com notebooks e máquinas copiadoras, tudo isso à disposição dos leitores.

Saber que há um bibliotecário especializado para cada um dos assuntos que a Biblioteca oferece é um diferencial, é algo extremamente focado nos interesses individuais e coletivos. Isso ocorre porque a Biblioteconomia é pós-graduação nos demais países, é vista e tratada como um caminho mais profissionalizante, preparando os alunos para trabalhos de pesquisa e para cargos mais especializados em bibliotecas e instituições de informação.

Fiquei curiosa, não conhecia a Biblioteca e apesar de muitas informações que recebi dela nessa entrega falada, ricamente ilustrada e cheia de vivências, fui atrás para conhecer mais a respeito.