domingo, 7 de abril de 2013

Memorial Arquiteto José Armando Farias, referência a meu pai

Um historiador é alguém que busca resquícios, estejam onde estiverem, que junta fragmentos, mesmo que dispersos em vários lugares, que dentro da linearidade, desenha contornos, para fazer a leitura de tudo e tentar entender o contexto, contando a história, com o objetivo de preservar a memória e deixar um legado para a posteridade.

Esse alguém tem nome e está no seio da família, Historiador e Pós-graduado em História do Brasil e do Ceará, Armando Farias, meu irmão caçula. 

Além da busca do mobiliário, de objetos do convívio da casa dos familiares, de retratos e recortes, especialmente, fez o resgate dos trabalhos e objetos do nosso pai, Arquiteto José Armando Farias. Em momento oportuno, compôs todo o ambiente, criando o "Memorial Arquiteto José Armando Farias", na própria casa que ele projetou e construiu, na própria sala em que ele mesmo equipou, onde outrora ministrou curso para os professores do Colégio Christus, por ocasião da lei que instituiu o ensino profissionalizante para as escolas.

E eu fiz questão de posar e registrar tudo isso, primeiro com meu irmão Historiador, o idealizador do memorial, memorial carregado de contexto, em que a leitura é só alegria, orgulho e muita saudade... Depois, em cada cantinho desse ambiente, curtindo cada detalhe da vida profissional e pessoal do meu pai, com minha mãe, mulher inspiradora e apoiadora de muitos projetos dele e, por fim, com todos os meus irmãos, marcando a descendência do casal para a posteridade.

Tenho a certeza de que o "garimpar" continua e outras peças ainda serão acrescidas à coleção.









   






domingo, 31 de março de 2013

Os métodos de busca são os mesmos, foram os meios e suportes que mudaram


Assistindo ao filme J. Edgar (2011), dirigido por Clint Eastwood, que retrata a carreira do Diretor Federal do FBI (Federal Bureau of Investigation), J. Edgar Hoover, chamou-me a atenção logo no início do filme, a cena em que o personagem, interpretado por Leonardo DiCaprio percorre os corredores de estantes da Biblioteca do Congresso Americano, para provar a sua recente colega de trabalho, que consegue localizar qualquer obra, dentre as milhares existentes nas estantes, por intermédio de um catálogo de fichas que ele mesmo organizou. 

A demonstração é bem sucedida, depois da leitura da ficha, o personagem entende o contexto, fazendo com que ele localize em poucos segundos a mais de um minuto, a obra solicitada pela jovem (Naomi Watts, no papel de Helen W. Gandy).

Dez prints das principais passagens da cena.


A entrada e o deslumbre com a magnitude
 


A inscrição The Library of Congress


O desafio da busca lançado


A busca no catálogo


A busca nos corredores das estantes


O resultado da busca: a entrega do livro.


A analogia e o sonho


A troca de segredos, o pacto do sigilo e a proposta de trabalho


A devolução do livro


A reposição da ficha no catálogo e a saída


Nas cenas mencionadas acima, a intenção do personagem no filme, usando a analogia com as fichas do catálogo e os livros da biblioteca, é a de evidenciar para a sua futura secretária particular, como poderia formar e fazer funcionar um grande arquivo com as impressões digitais dos habitantes dos Estados Unidos, a fim de facilitar a investigação dos crimes naquele país.


Vamos ao trailler!





Além dessa passagem focada nos registros da Biblioteca do Congresso Americano, o filme também ressalta o contexto dos registros dos arquivos, quando destaca os dossiês dos estrangeiros suspeitos de subversão, dos políticos, das personalidades em evidência no país e das digitais dos gangsters famosos, os quais serviam para a leitura e análise investigativa dos agentes peritos. Importante também é o caráter de sigilosidade que é representado na relação entre os dois personagens, diretor e secretária, e no trato de ambos junto aos documentos do FBI. 

Hoje, os suportes para se registrar a informação e os meios para se conseguir uma busca com eficácia são outros, nada de catálogos e fichários físicos, com fichinhas arquivadas, que ocupam grandes espaços, seguindo uma ordem lógica, quer numérica, quer alfabética, quer cronológica, ou uma combinação entre elas. Os suportes são eletrônicos, digitais, virtuais, e os meios são carregados de tecnologia de ponta, no entanto, os métodos de busca continuam os mesmos. 

Apesar de diferentes na constituição do acervo, arquivos e bibliotecas utilizam a indexação para estruturar a informação e permitir sua recuperação em tempo hábil, sendo ela contextualizada ou tematizada, conforme cada uma das instituições.

Um alimento chamado leitura


Já postei antes "Um remédio chamado leitura" e agora altero o título pegando carona no contexto do belíssimo projeto "Leitura Alimenta", da parceria Livraria Da Vila e Cesta Nobre.


"A sua participação é essencial, seja doando seus livros ou divulgando o projeto para seus amigos. JUNTOS, VAMOS SACIAR A FOME DAS PESSOAS POR LEITURA."




Vamos divulgar e apoiar o projeto!


Leitura alimenta!
Sinta o cheiro e o sabor, não importa a cor,
Mastigue cada pedacinho e engula devagarinho,
Vá sentindo o gosto de cada passagem, de cada viagem.
Faça uma mistura quente, é boa para a mente, 
Mexa bem e chame alguém, não importa quem,
Agora é só comer, beber e dividir o saber.

Leitura alimenta!
Você que se alimentou de leitura,
Com certeza acumulou riqueza,
Não aquela avarenta e cinzenta,
Mas, aquela colorida e florida.
Ajude o projeto, vá em frente e direto!
Busque, navegue e divulgue!

Analu

domingo, 17 de março de 2013

Maquiavel coroando leitura e contexto




Fiz um recorte da Obra "O Príncipe", de Maquiavel, em que, logo no trecho introdutório, o autor exalta a questão da leitura conforme o contexto



Menos desejo que se tenha por presunção o fato de um homem de baixa e ínfima condição discorrer e regular a respeito do governo dos príncipes . Da mesma maneira que aqueles que desenham os contornos dos países postam-se na planície para apreender a natureza dos montes, e para apreender a das planícies sobem aos montes, do mesmo modo que para bem aquilatar a natureza dos povos é preciso ser príncipe, e para aquilatar a dos príncipes é preciso ser povo.


Tão verdadeiro é o pensamento, que para entender a sua teoria, a sua obra, é necessário colocá-lo no contexto da Itália renascentista do século XVI, em que havia lutas constantes em função da divisão da península, representada por particularismos locais. 


Fora desse contexto, a obra, que é uma manual para reinar com êxito, dedicada a Lorenzo  II de Médici, pode não ser compreendida e até deturpada. O desejo de Maquiavel era ver a Itália unificada e poderosa, forte para enfrentar as potências da Europa e, para tanto, haveria de ter um príncipe com qualidades necessárias, às vezes antagônicas, não confortáveis, assumidas conforme o contexto.




E a coroa desse príncipe articulador, preparado para lidar com esse contexto, vem coroar esse espaço de leitura e contexto, reforçando ainda mais a sua razão de ser.



sexta-feira, 8 de março de 2013

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Inferindo sobre a biblioteca escolar pública via biblioteca de IES



Em 2010, já depois do advento da Lei 12.244/2010, tive a oportunidade e a vontade de falar em público na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará sobre a situação das bibliotecas de escolas públicas do nosso Estado, mas não o fiz, porque pensei no momento: 

Nunca atuei em bibliotecas escolares, a minha experiência é com bibliotecas de IES, então, como vou falar a respeito?

Na oportunidade era discutida a questão das bibliotecas sem bibliotecários, o fato de serem chamadas de Centros de Multimeios, um desvio de nomenclatura para driblar a Lei e dispensar a presença do Bibliotecário e a promessa de concursos para suprir essa demanda. 

Esses espaços, geralmente, são geridos por professores com problemas de saúde, casos de ler/dort, questão de afonia, de alergia ou que já estão em fim de carreira. Com todo respeito, podem contribuir com suas experiências, mas, jamais gerir uma biblioteca, porque esta função é do bibliotecário, estabelecida por lei.



Mas, esta postagem não tem esse intuito de discutir essa questão específica (legal) de desvio de função, mas a de apontar a falta que um bibliotecário faz a uma biblioteca, para implementar ações próprias do seu mister. É óbvio que estou falando de um bom profissional.

Na época, não me deparei com a lógica da coisa, quem chega a uma instituição de ensino superior (IES), com certeza já passou pelos outros níveis. Portanto, hoje, refletindo a respeito, penso que a minha fala poderia ter sido oportuna, uma vez que tenho a percepção de como os alunos provenientes de escolas públicas chegam às bibliotecas de IES, na maioria dos casos,  inexperientes, sem vivência de leitor, sem saberem se portar, sem entenderem o funcionamento, por mais genérico que seja. E quando não são inexperientes (menos mal), totalmente alheios. Falta acervo, falta profissional, falta recursos, falta qualidade! Em função disso, poderia ter inferido a respeito e não estaria faltando com a verdade.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Incentivo à leitura pode ser indireto


Como bibliotecários, na nossa árdua missão educadora de conquistar mais leitores, de cativar pessoas para a aproximação com a leitura, encontramos várias resistências, talvez justificáveis. São tantas as desculpas, que encontramos por aí, a própria cultura de não leitura que ainda prevalece no país, o preço do livro, a forma nada pedagógica de oferecer a leitura nas escolas, a coisa tratada como obrigação, os apelos informativos mais fáceis das mídias sociais, enfim, são tantas as desculpas. 

Mas, como agentes mediadores, precisamos ter a expertise de saber driblar tudo isso, é necessário pensar um meio de exercer essa habilidade de forma natural, sem forçar, mostrando o outro lado da moeda. Uma simples ação pode mudar um status quo de anos. 

A sugestão é que seja colocado em prática o incentivo indireto, assim como quem não quer nada, por exemplo, comentando algo interessante de um texto, provando a curiosidade de uma informação que saiu no jornal, fazendo um paralelo entre a ficção e a vida, falando de alguma personalidade leitora ou simplesmente mostrando opções. Ande sempre acompanhada de um livro, comente sobre uma leitura no facebook, com a migração da  leitura para outros suportes e ambientes, tudo é válido!

Podemos criar outros argumentos de incentivo e utilizá-los conforme o contexto e isso não precisa acontecer necessariamente em uma biblioteca, nela seria imperdoável não fazê-lo.

Não há retorno para quem entra na vida de leitor, uma vez leitor, sempre leitor. Portanto é uma conquista duradoura. Podemos depois mostrar nossos troféus, digo, nossos leitores conquistados e ter orgulho disso, é para se gabar mesmo, a sociedade agradece.

Bibliotecário, quantos leitores você já conquistou nesse início de ano? Elabore uma meta conforme o seu contexto e tente chegar nela, uma vez estando lá, tente ultrapassá-la, crie uma meta mais audaciosa, dessa forma estaremos exercendo o nosso papel profissional, o de educador e, sobretudo, o de cidadão.

Faça a leitura da sua trajetória de incentivador e mãos à obra! Abra as portas para a leitura e um raio de luz iluminará a vida do leitor. Entregue leitura!



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Carnaval de livros



Como seria um carnaval de livros?

Imagino os livros desfilando em uma prateleira suspensa, ficando de frente para cada lado das arquibancadas e camarotes, fazendo reverências com o abrir e fechar das páginas e o público embaixo a apreciar cada um deles, nas alegorias das capas, nos detalhes dos títulos e por intermédio dos nomes dos autores. 

Os livros de romance estariam com estilos de fantasia Romeu e Julieta, a caráter para um baile de máscaras, os de aventura, como Harry Portter, com todos os seus poderes, já os livros épicos, seriam caracterizados como o Rei Arthur de Excalibur, erguendo a espada, os romances policiais, trajados de Sherlock Holmes, exibindo um belo chapéu e cachimbo e os de terror, abrindo a capa e mostrando os dentes afiados do Drácula, e assim seguiriam tantos outros no desfile... Todos encenando e acenando para o público. Um espetáculo à parte!



Muita concentração na hora daqueles de caráter técnico-científico, o conhecimento exige reflexão e assim a plateia toda faria silêncio e respeitaria os teóricos, os quais demonstrariam seus ensaios e experimentos ao vivo.

E muito riso para os de sátira e humor, o público não se contentaria em ficar sério, as gargalhadas viriam à tona na hora da Comédia da vida privada, de desfilar Satiricon e O Analista de Bagé.

Os e-books seriam projetados num grande telão e quem tivesse equipado, poderia recebê-los em seus portáteis.

Cada editor apresentaria sua equipe, que faria a evolução exibindo a performance dos autores, ao som dos diálogos, crônicas, contos, poesias e pontos de vista, os mais caprichados apresentariam, além de tudo isso, as ilustrações, que brilhariam com os focos e canhões de led direcionados, um show de iluminação especial.

No abre alas estariam os autores, na bateria, os prefaciadores, tradutores, ilustradores e organizadores, todos em sintonia e sinergia, dando o melhor de si para atrair os leitores.

O mestre sala conduziria tudo e a porta bandeira indicaria a que veio: romance, suspense, comédia, drama, autoajuda, estudo...

Conforme o contexto de cada espectador, uns seriam mais aplaudidos que os outros, são as preferências de leitura, que se devem respeitar, em função dos estilos literários dos autores, da linguagem, dos personagens e da própria composição do texto. Mas, como há um livro para cada leitor e vice-versa, conforme a Lei de Ranganathan, todos seriam campeões na grande jornada da leitura.

Carnaval de livros é confete e serpentina, é brincadeira de leitura, é deleite com o imaginário, é diversão certa, é viagem encantada, é informação e conhecimento.

Vamos ao carnaval de livros?

sábado, 26 de janeiro de 2013

Leitura: livre arbítrio



Muitas opções, para que dentre elas possam se fazer escolhas, conforme o gosto e o contexto de cada um.




Haverá uma leitura que chame a atenção, quer seja pelo conteúdo, pelo autor, pela indicação, pela badalação, pelo texto em si, pelas imagens... ou pela simples curiosidade.




Daí outras escolhas virão, pois uma coisa leva a outra, ou melhor, uma leitura leva a outra leitura, ou melhor ainda, uma coisa leva a mesma coisa - leitura leva a leitura, daí não se sai mais desse círculo virtuoso, entra-se em um túnel sem fim, porque sempre haverá a vontade de conhecer mais, é comum da mente humana e, se isso começa cedo, melhor ainda.





O túnel é uma escalada, subindo sempre degraus em busca do novo, do desconhecido, fazendo descobertas e associações, passeia-se, naturalmente, por várias leituras, ciências e matérias e, por pensamentos contrapostos se pode refletir mais a respeito e chegar a uma conclusão, mesmo que passageira, pois nova descoberta haverá de vir.





É só subir mais degraus da leitura, de todas as formas, eles sempre levam a algum lugar melhor, mais claro...




Ou mais fantasioso, misterioso...




Não importa! E aí se enxerga além do limite que se tinha.




Depois disso é só viajar na leitura, seja pedalando...



Navegando...




Voando...



Atravessando...



Escalando...




Abrace a leitura!



Cubra-se de leitura!



E viva a leitura!



sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Digna homenagem: arte educação


Encontro de Aposentados da ADUFEPE faz homenagem a docentes da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE




Aposentados das Universidades Federais do Nordeste recebem homenagem pela participação honrosa na história da UFPE. Com certeza todos atuaram muito bem, cada um em seu contexto.

Dentre os 28 homenageados, destaco a minha Tia Anna Maria Lucena de Oliveira Cavalcanti, pelo seu desempenho e dedicação profissional. Fazendo a leitura da sua trajetória, traduz-se em exemplo para as gerações. 



                                                    

A minha admiração.

Conheça os outros docentes homenageados.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A Leitura em arte ou a arte da leitura?



Viver o cotidiano. Fazer coisas comuns. Ler, é coisa comum, deveria fazer parte do cotidiano de todos, mas, ler é também uma arte.


As imagens são pinturas a óleo da Monja Isabel Guerra, pintora, que de dois a três anos deixa a clausura do Monastério de Santa Lúcia Zaragoza, para expor suas telas em Madri. Sua vocação é nata, autodidata tem um belíssimo estilo hiperrealista e valoriza o efeito da luz, nas obras cujos temas, em sua maioria, são do contexto diário de mulheres camponesas.

A Pintora nos presenteia com instantes de leitura retratados pela arte e eu os evidencio aqui neste espaço de leitura e contexto, ainda em alusão ao Dia do Leitor.



Conheça outras obras de Isabel Guerra.

sábado, 12 de janeiro de 2013

A Alma do arquivo: quebrando paradigmas


Já parou para pensar como é a alma do arquivo?

A primeira impressão é a que fica, mas, agora pode ser a hora de rever conceitos e quebrar paradigmas. 





Definida?
Socialmente sim, mas assume outros valores, administrativo, fiscal, legal e histórico, conforme a leitura e o contexto.

Empoeirada?
Nem tanto, apenas superficialmente, pois, na sua essência há limpeza a cada leitura.

Adormecida?
Eu diria, em espreita, em stand by, pronta para acordar com o mínimo de quebra de silêncio.

Cinzenta?
Melhor seria preta e branca, elucidando mistérios e segredos, o que é e o que não é.

Desumana?
De forma alguma, haja humanidade nela! É um baú de pessoas e de ações por elas vivenciadas e que estão sempre disponíveis.

Inflexível?
Põe flexibilidade nisso! Tem muito bom senso e vive o contexto.

Esquecida?
Jamais, é um poço de memórias e ajuda a lembrar o que está esquecido.

Envelhecida?
Melhor qualificá-la como madura, experiente.

Desorientada?
Apenas para os leigos, para quem conhece o mister da questão, a alma do arquivo jamais levará esse predicativo, existe orientação para tudo.

Independente?
Não tem como sê-la, há cumplicidade em tudo, inter-relacionamento e interdependência. Sempre estará vinculada a alguma coisa, questões de princípios.

Perdida?
Não é bem assim, dá alguns passeios, mas, volta às origens sempre.

Exigente?
Um pouco, gosta de manter a ordem original e não insiste em dividir o indivisível, também por questões de princípios.

Morta?
Ao contrário, sempre viva, paradoxal? Não, fenomenal!

Indecifrável?
Não, é só fazer a leitura, conforme o contexto.

Por que o brasileiro está lendo tão pouco?


A 3ª edição da pesquisa Retratos da leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, efetuada em 2011 junto à população brasileira, comprovou que o brasileiro está lendo menos. Comparando os resultados com os de 2007, o número de leitores caiu de 55% para 50% e apenas o Nordeste registrou percentual estável, justificado pelo número de pessoas em idade escolar na atualidade. Para as demais regiões, houve decréscimo no índice de leitura. 

Esses estudos permitem o direcionamento de políticas públicas e ações do terceiro setor e da iniciativa privada para democratizar o acesso ao livro e incentivar a leitura no País. A tarefa não é fácil, quando o lazer preferido de 85% da população é ver televisão. Mas, dirigentes, administradores, educadores, editores e escritores poderão fazer bom uso dessa investigação para melhorar o status quo

Mas por que o brasileiro está lendo tão pouco? Continuam as premissas em relação à escolaridade, à classe social e ao ambiente familiar. Quanto maior a escolaridade, quanto mais bem posicionada é a classe social e quanto mais propício é o ambiente maior é a inclinação para a leitura. Portanto, se já sabemos disso, a ordem é quebrar estes paradigmas. Eles não têm conotação inclusiva. A saída é democratizar de todas as formas, ampliando o universo de possibilidades para formação de leitores. 

Se em casa não há o exemplo de pais leitores que incentivam a leitura, se as famílias não têm recursos para comprar livros, como democratizá-la permitindo que chegue ao alcance de todo cidadão? É aí que entram em cena ações de fomento à leitura, como os programas agentes de leitura, leitura na praça, bibliotecas móveis, troca de livros, etc. 

Dirigentes devem ter a visão estratégica para criar programas factíveis, compatíveis com cada contexto, que sejam continuados e incorporados à rotina social. Administradores devem gerenciá-los para serem implementados e acompanhados com eficácia, gerando resultados. Educadores, pais, professores, bibliotecários, agentes sociais e voluntários devem executá-los, como mediadores da leitura, com a preocupação de encantar o leitor, não fazendo da leitura uma obrigação, mas um prazer. 

É um equívoco insistir na leitura padrão, com interpretação fechada, sem pertencer ao contexto das crianças e dos jovens. Isto distancia o leitor levando ao “livrocídio” de que fala Gabriel Perissé. Editores e escritores devem lançar obras considerando o leitor como sujeito, afinal este justifica a existência daqueles. 

Sete de janeiro é o Dia do Leitor. É tempo de compartilhar leituras e fazer de cada brasileiro um leitor em potencial! Leitura amplia o vocabulário, melhora a comunicação e o senso crítico e faz entender melhor o mundo. 


Ana Luiza Chaves 
analuiza_562@yahoo.com.br 
Bibliotecária da Faculdade CDL e da MRH Gestão de Arquivos e Informações

Publicado originalmente em:
http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2013/01/12/noticiasjornalopiniao,2986959/por-que-o-brasileiro-esta-lendo-tao-pouco.shtml

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Dia Mundial da Paz



Neste Dia Mundial da Paz de 2013, desejo paz e alegria para todos, abrindo minhas postagens de 2013, as quais comporão o Ano IV de Leitura e Contexto.



 

"A lei do trabalho é a lei da vida. E condição necessária para atingir a alegria e a paz, e devemos viver com alegria e em paz." (Mahatma Gandhi)