sábado, 13 de setembro de 2025

A Riqueza das ruas

"As ruas são como arquivos, verdadeiras bibliotecas da história que pesquiso, escrevi e pela qual sou apaixonado. [...]"

Essa frase me chamou a atenção e foi a razão para eu adquirir o livro. É que trabalho com arquivo e biblioteca e essa visão do autor, fazendo essa analogia, caiu como uma luva para valorizar essas duas instituições.

Passei a conhecer o autor a partir de então, e sendo ele historiador, com certeza é pesquisador assíduo em arquivos e bibliotecas, aí vai minha admiração.

Em O Corpo encantado das ruas, de Luiz Antonio Simas, Editora Civilização Brasileira, vemos diversos sujeitos vivendo, atuando, preenchendo, colorindo e até modificando esses espaços.  

É o retrato das ruas do Rio de Janeiro na sua efervescência, cheias de vida, porque os atores ali estão e o convite para usarmos mais as ruas, não só como passagem, mas para ocuparmos esses espaços cheios de costumes e cultura, protegidos pelos entidades que já existiram, os ancestrais.

E, como o próprio autor coloca na frase que destaco acima, as ruas podem ser, na verdade são, verdadeiros arquivos, bibliotecas vivas, pois cada personagem é elemento que as compõem são itens informacionais. Daí eu acrescento à fala do autor que também são como museus, museus a céu aberto. Isto porque nas ruas estão também peças imóveis, pessoas que habitam sempre os mesmos pontoos e ficam vendo o movimento, vendo o tempo passar, mas sempre muito bem contextualizadas no cenário.

Comprei, chegou e já comecei a ler.




segunda-feira, 8 de setembro de 2025

As bibliotecas e a alfabetização

O que as bibliotecas podem fazer pela alfabetização de crianças e adultos? Eu respondo, muito. Mas, como? Eu respondo a seguir.

A alfabetização não se resume a decodificar letras e palavras. Trata-se de se apropriar da linguagem para se expressar, entender o mundo e participar ativamente da sociedade. Nesse sentido, a biblioteca pode tarde nas duas frentes, tanto junto às crianças, que estão em idade regular, como junto aos adultos, que por algum motivo forte não se alfabetizaram.

Para Crianças


Para as crianças, a biblioteca é um lugar de descoberta e encantamento, onde o aprendizado acontece de forma lúdica. Nela podemos proporcionar para esse público:
  • contato com o livro e a leitura: a biblioteca oferece um vasto acervo de livros infantis, com diferentes gêneros e formatos. Esse contato precoce com a narrativa e a ilustração estimula a curiosidade e o desejo de ler, facilitando a alfabetização. 
  • atividades diferenciadas: a biblioteca pode ser um espaco para atividades mais recreativas como a hora do conto, brincar com jogos educativos, dramatização, desenho e colagem, por exemplo, propiciam o ato de ler e escrever, pois desmistificar como algo prazeroso, não uma obrigação.
  • apoio a atividades pedagógicas: a biblioteca pode atuar em parceria com as escolas, oferecendo espaço para atividades de leitura e escrita. Oficinas de criação de histórias, jogos de palavras e rodas de conversa sobre os livros ajudam a fortalecer o vocabulário e a compreensão textual. 
  • espaço de pesquisa e conhecimento: ao se familiarizar com a biblioteca, a criança aprende a buscar informações, a escolher livros de seu interesse e a desenvolver a autonomia. Isso fortalece as habilidades necessárias para o estudo e a pesquisa, essenciais para o aprendizado contínuo.

Para Adultos


A alfabetização de adultos muitas vezes enfrenta desafios como a falta de tempo e a vergonha de não saber ler. A biblioteca, com sua atmosfera de respeito e acolhimento, pode ser um refúgio e um incentivo.
  • ambiente de acolhimento e apoio: a biblioteca é um espaço neutro e seguro, onde o adulto pode estudar sem julgamento. Ter acesso a materiais de alfabetização, como cartilhas e livros de fácil leitura, de forma gratuita e discreta, é crucial.
  • programas e oficinas específicas: a biblioteca pode oferecer aulas de alfabetização em parceria com outras instituições, ou até mesmo contar com voluntários. Oficinas de escrita criativa, clubes de leitura e rodas de conversa com temas de interesse do público adulto incentivam a prática da leitura e da escrita de forma significativa. 
  • acesso a outros recursos: além dos livros, a biblioteca pode disponibilizar acesso a computadores e à internet, permitindo que o adulto explore o mundo digital e continue seu processo de aprendizado. Aprender a ler e escrever não é apenas um fim em si mesmo, mas um meio para acessar outras oportunidades, como cursos online e informação.

A biblioteca, nesse contexto, se torna um agente de transformação social. Ela não só ensina a ler e a escrever, mas também promove a inclusão, a cidadania e o senso de pertencimento, mostrando que a educação é um direito para todos, em todas as idades e tudo começa com a alfabetização.

sábado, 6 de setembro de 2025

Escultura inspiradora

Achei por demais inspiradora e muito elegante essa escultura, que me deparei em uma loja de Ouro Preto. Queria ter comprado, mas a bagagem já tinha excesso, além do que não é uma peça leve, é de ferro fundido.

Escultura inspiradora que representa muito. Representa o ato de ler, ou melhor, traduz a liberdade e o conhecimento. Quem sabe eu consiga adquiri-la por esse mundo da Internet (achei várias versões), por enquanto, só namorando.

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Biblioteca, por Luis Fernando Verissimo

Pincei essa frase atribuída a Luis Fernando Verissimo das manchetes atuais, veiculadas em várias mídias de comunicação, em evidência agora por conta do contexto do seu falecimento. O fato fez com que ela chegasse até mim, não conhecia.

“A biblioteca é o lugar onde começamos a nos conhecer.”


Parece um tanto óbvia, mas não custa analisar de forma mais aprofundada. A frase sugere algumas interpretações que trago agora para reflexão.

A primeira é a questão do autoconhecimento: ao ler, você é exposto a diferentes ideias, culturas, histórias e opiniões apresentadas pelos autores. Isso pode fazer você questionar suas próprias crenças, descobrir novos interesses e entender melhor quem você é, o que gosta e o que valoriza. A leitura, nesse sentido, é uma jornada para dentro de si mesmo, por isso o autoconhecimento.

A segunda, é a conexão com o conhecimento humano: a biblioteca reúne o conhecimento, a sabedoria e as experiências de milhares de pessoas ao longo da história. Ao se aprofundar nessa leituras, você se conecta com a mente de outras pessoas, expande seus horizontes e, assim, se entende como parte de algo maior.

A terceira questão, que pode não ser a última (espero que alguém pense em outras), é a descoberta pessoal: a frase também pode ser uma metáfora para a busca por identidade e propósito. A biblioteca é um ponto de partida para explorar o mundo, e ao fazer isso, você acaba encontrando a si mesmo no processo.

Na verdade, as três questões estão intrisicamente interligadas, uma completa a outra. Resumindo, podemos dizer que a frase amplia a ideia de que a biblioteca é "apenas" um lugar de aprendizado intelectual, para um espaço onde a leitura nos permite iniciar uma jornada profunda de autoconhecimento e descoberta pessoal. Eu mesma já fiz essa jornada, passando por essas três questões e pude constatar isso.