segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Biblioteca da vida

Eventos relacionados à perda de entes queridos sempre nos levam a refletir acerca da vida. A nossa missão, a nossa trajetória para desempenhar bem essa missão, as pessoas que fazem parte de todo esse caminhar, as relações e os compromissos que assumimos com elas e tantas outras reflexões que terminam por nos fazerem alguém melhor.

Em um desses momentos, fiquei pensando com os meus “botões” o quão é similar a vida vivida por alguém, como um livro lido por outrem.

Afora os bens materiais, quem parte deixa sempre um legado, seja ele sentimental e/ou espiritual, que pode ser contado, narrado e lembrado por aquelas pessoas que fizeram parte desse convívio. É a vida vivida. A pessoa já não existe fisicamente entre nós, mas deixou algo construído, seja o que for, e, de certa forma, ocupa um espaço, mesmo que fora das dimensões que conhecemos.

E que me dizem de um livro lido? 

Um livro lido por alguém é bagagem recebida, é legado deixado para quem conviveu com esse leitor e participou das discussões a respeito. As informações, as histórias vão se propagando e se perpetuando pelo meio, trazendo novas interpretações, novos olhares. O livro depois de lido, mesmo não estando nas mãos do seu leitor, continua presente, não ininterruptamente, mas ocasionalmente, por força de alguma frase que se soltou e escorregou e veio à tona, interferindo de alguma forma no pensar e no agir das pessoas.

Depois desse momento de reflexão e expressão, podemos entender que a vida é o livro escrito por cada um de nós para a posteridade, que se juntará a tantos outros, formando uma imensa biblioteca, a biblioteca da vida.


Publicado originalmente no Mural Interativo do Bibliotecário

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Livro de rua

No domingo, na Avenida Filomeno Gomes, quase esquina com a Rua Carneiro da Cunha, me deparei com o Livro de Rua, exposto no muro lateral do Colégio Estadual Liceu do Ceará, expressão de arte e cultura a céu aberto, para quem quiser apreciar, refletir e se encantar. Foi o que ocorreu comigo naquela manhã ensolarada, quando buscava uma coisa e encontrei outra, ao estacionar o carro em frente à obra.

Nada como o acaso para enfeitar a vida e enchê-la de surpresa... E que surpresa!

Um livro aberto nas páginas 95/96, convidando o leitor transeunte para entrar e viajar nas imagens e nas palavras, criar e recriar, fazer a leitura, conforme o seu contexto.




Não conhecia ainda esse movimento artístico cultural, mas, a ideia foi suficiente para que eu corresse atrás e buscasse informações a respeito.

Em meio ao descaso urbano, enfeitado com galhos de paineira, natural do asfalto, o Livro de Rua salta aos olhos, dada a criatividade e a essência da proposta.

Os autores da obra Livro de Rua: uma cartografia poética da Cidade Iracema são Sivirino de Cajú e Éden Loro, que ganharam o IV Prêmio Leonilson de Artes Visuais na Cidade de Fortaleza, em 2011.


 Livro de rua




Nas palavras reveladoras de Flávio Paiva, do Jornal O POVO, em outubro de 2015, percebe-se a sensibilidade da obra, que vem resistindo ao tempo em si e às intempéries. 

"Exposto à chuva, ao sol, aos ventos, ao pó de asfalto e às balas perdidas, o livro de rua transmite crença no sentimento poético e no infinito ressoante e ressonante da palavra, em que pese o rigor empedernido dos tijolos na missão protetora dos muros. Conectadas por impulsos da ardência criativa, as páginas da obra celebram em bases de rebocos efêmeros o espelho da boa fortuna clandestina dos artistas."
(Flávio Paiva, Jornal O POVO)

O veículo é uma oportunidade excelente para ampliar a cultura da comunidade dos bairros e bem que podia ser um projeto fixo da prefeitura, com várias vertentes da literatura.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Em outro contexto

Mais uma estrela subiu ao céu,
Rosa, brilhante, elegante!
Recepção em nuvem e véu,
Glória, paz, avante!
Nova leitura, vida que segue em outro contexto.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Cair na folia da leitura

Na sua origem, o ‪#‎carnaval‬ é a festa da extravagância, em que não há privações, com grande concentração de brincadeiras e de festas. Que tal levar esse conceito para o universo da ‪#‎leitura‬

Cair na ‪#‎foliadaleitura‬ é passar o carnaval desfrutando de excelentes leituras ao nosso bel prazer, sem compromisso de iniciar e ter que terminar, desse ou daquele gênero, de ler autores clássicos ou renomados, acessando livros tradicionais ou virtuais. 

Essa é a folia da leitura, com direito a mudar de uma para outra, a sonhar e se transportar para outra realidade, de viver vários personagens, de parar ou de ir adiante, de dançar conforme a música, tal como ocorre no carnaval. 


A folia da leitura é ler por lazer, ler o que dá prazer, ler por ler.

Portanto, a nossa sugestão para quem não tem viagem ou programação definida nesse carnaval, é a folia da leitura. Quem entrar nessa situação verá que nada será em vão, qualquer que seja a informação.

Nesse carnaval, que tal cair na folia da leitura?

Depois, queremos saber como foi a sua folia, quantas foram as suas leituras, o que leu e o que deixou de ler, o que gostou e o que não gostou.

Mas, carnaval é igual a vendaval, passa rápido, e ‪#‎aleituranãopodeparar‬!

Depois desse carnaval, que tal continuar na folia da leitura? E se brincou o carnaval, que tal iniciar a folia da leitura?

‪#‎otextoénosso‬

Publicado originalmente no Mural Interativo do Bibliotecário