domingo, 21 de março de 2010

Comemorando o Dia Mundial da Poesia: Vida

O Passado presente no futuro: vida

O presente
É um presente para se viver intensamente,
Pois, de tão presente, já vira passado,
Mas, para alguns,
Presente é estar presente em futuro visado.
Chegando lá, estando presente,
Será que já é passado?
É assim que pensa muita gente, 
Mas, voltando a falar do futuro,
No futuro só resta presente estar,
É o que todos querem,
É o que todos estão a planejar
E, passado esse presente que ainda vai chegar,
O tal futuro...
Não se sabe o que ainda virá,
Por isso, o melhor é viver o presente,
É presente sempre estar
Em todos os momentos que se sente,
Porque de tanto pensar em futuro,
O tempo passa e tempo é ouro,
Não é duradouro,
Daí pode você não estar presente,
Nem no presente que não dura,
Quanto mais no futuro!
Resumindo e fazendo a leitura,
Tudo passa e passado vira,
Mas, se você chegar lá,
Vai ver que o passado
Está presente no futuro,
O presente lá no meio
E de passado e presente
O futuro está cheio,
Então deixe o futuro pra lá,
Para não encher sua paciência,
Assim ele te deixa
Sair do passado,
Passar bem o presente
E presente estar
No futuro que virá.
Futuramente, nesse contexto,
Quando lá chegar
E olhar pra trás,
Num simples piscar
Vai ver o passado que passou,
O presente um pouco presente,
E o futuro que chegou,
Ou melhor,
Vida que viveu e sonhou.
Portanto,
Comece agora do começo,
Bem presente no presente,
Para ter o passado presente,
Sem ter que esquecer
E uma promessa de futuro
Mais presente,
Cheia de presente,
O presente da vida!

AnaLu

ARQUIVÍSTICA: a serviço do Direito e da História



Verba volant, scripta manent (As palavras voam; os escritos ficam). O provérbio latino ressalta a importância dos registros documentais para a posteridade, fazendo contraponto às palavras que se perdem com o tempo. Com o documento têm-se o autor, a maneira ou o meio de exteriorização e o conteúdo, os quais devem se manter autênticos e íntegros, para que sejam fidedignos e cumpram o seu fim.

Não se pretende aqui tirar o valor da palavra, de importância inconteste, principalmente na época em que a sociedade era baseada na história oral, mas, enfocar a necessidade do documento, presente desde os primórdios, mesmo antes da escrita, quando o homem registrava seu cotidiano nas paredes da caverna, para de alguma forma e por algum motivo não deixar esquecer e passar para os seus descendentes. Ali ele ia registrando a caça, as festas, as guerras, a colheita, o seu patrimônio, conforme fosse acontecendo e evoluindo.

Assim como as pinturas rupestres que resistem até hoje nos sítios arqueológicos espalhados pelo mundo, têm-se conhecimento de tantos outros registros documentais que fizeram parte da história mundial como o Código de Hamurabi, o Livro dos Mortos, os escritos das urbes... Todos servindo para estudo da evolução do comportamento sócio, cultural, político e econômico do homem.

Essa viagem ao tempo é oportuna para se verificar como o homem sentia a necessidade de registrar os fatos, utilizando-se de diversos suportes para o registro dos símbolos, da escrita cuneiforme e depois da escrita com alfabeto, os quais foram evoluindo até os dias de hoje, conforme o contexto da época. Têm-se, então, a pedra, as tabuletas, a madeira, os óstracos, o metal, os papiros, os pergaminhos, os palimpsestos, o papel e hoje, o documento eletrônico.

Mas, voltando ao documento, a intenção na esfera arquivística não é a priori a guarda para a posteridade, mas sim a de registrar os fatos sucedidos num determinado contexto causal espaço temporal. O documento nasce para um determinado fim, registrando um fato, uma ação, uma atividade, uma transação, etc., para que depois se faça a leitura e se obtenha a interpretação, conforme sua espécie. Uma declaração, declara algo, um certificado, certifica alguma coisa, um relatório, relata fatos que se sucederam e assim por diante. Recorre-se então, aos arquivos quando se precisa da prova documental, para uso em juízo ou do registro histórico, para estudo da sociedade e, uma vez consolidada a pesquisa, chegasse à pretensão dessa postagem, de mostrar à Arquivística a serviço do Direito e da História.

A prova documental, é aquela que se fundamenta em um documento, seja ele público ou particular. É um dos cinco meios de se provar algo em juízo, conforme o Código de Processo Civil, seja pelo autor ou pelo réu da ação. A prova documental diz respeito tanto ao Direito, que trata de regular a conduta de nossa sociedade através das leis, como à História, que a explica, através dos fatos corridos. Portanto, ambas contam com a reconstrução do passado, para servir de prova junto aos seus julgamentos e interpretações.

A sociedade brasileira assistirá em breve a um grande julgamento e, com certeza, muitos documentos estarão arrolados ao processo e, posteriormente, as falas de testemunhas  comporão novos documentos, todos advindos do desenrolar das sessões, os quais, com certeza serão arquivados e ficarão também a serviço da História. E a Arquivística estará no meio disso tudo, viabilizando o resgate e o acesso ao documento!

terça-feira, 16 de março de 2010

Gigantes enfileirados




Você conhece essa fachada? É montagem ou é real?
Realíssima, trata-se da Biblioteca Pública de Kansas City, Estados Unidos.

A obra de arte fica no parque de estacionamento da Biblioteca. As lombadas dos livros enfileirados, com aproximadamente 7,5 metros de altura, dão a idéia de uma grande prateleira e embelezam e caracterizam o prédio. Os 22 títulos ali representados foram escolhidos em concurso junto à comunidade, para posterior seleção pela Biblioteca. Dentre eles, visualizamos os clássicos: Romeu e Julieta, Faranheid 451, Cath 22, O Senhor dos Anéis. A Biblioteca apresenta no seu portal o lema "Knowledge for all" e é conhecida como a maior em serviços, oferecendo aulas, visitas agendadas, café, entrega de documentos, aluguel de espaços, andar exclusivo para história local (Missouri Collection), teatro, cinema, biblioteca infantil, dentre outros.

Tive acesso a essa imagem pela primeira vez por intermédio da amiga Bibliotecária Sandra Cabral, ex-presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia-CRB 3, atual conselheira do Conselho Federal e, recentemente, em palestra realizada durante o encontro realizado na Unifor,  na passagem do Dia do Bibliotecário, razão pela qual fui incentivada a fazer essa postagem.

Fazendo a leitura dessa ideia extremamente criativa ocorreu-me de compará-la às estátuas enfileiradas da Ilha de Páscoa (Moais), mesmo com todo o mistério que ainda permeia sobre elas, tanto em função de representar o coletivo, a cultura do povo Rapa Nui, como também o individual, a sabedoria existente em cada Moai. Daí vários livros reunidos têm como contexto a Biblioteca, no entanto, cada um em particular é um mundo à parte a ser explorado.

domingo, 14 de março de 2010

12 de março: Dia do Bibliotecário


No último dia 12, comemorou-se em todo o Brasil o Dia do Bibliotecário, data do aniversário de Bastos Tigre, primeiro bibliotecário por concurso no Brasil, que execerceu a profissão por 40 anos.

Interessante foi a homenagem que eu e mais duas colegas de trabalho, ambas bibliotecárias, recebemos na MRH Arquivos, de inciativa da própria equipe que orientamos tecnicamente. Na oportunidade foi feita a leitura de um texto acerca da profissão, disponível na rede, cujo questionamento se dá desde a opção pela profissão até a sua essência, fazendo-me, naquele contexto, transportar à função diária, a qual executo quase automaticamente, sem me dar conta da sua complexidade. Fazer a interface do usuário com o seu desejo, na medida certa, ouvindo e interpretando as suas necessidades, para transcodificar em indexadores e assim efetuar a busca, resgatando em tempo hábil a informação preterida. É a leitura que se faz da demanda do leitor, no contexto que ele mesmo descreve, às vezes de forma não muito óbvia, mas que tem que ser clarificada.
Ao final a "Oração do Bibliotecário", de autoria da Bibliotecária Maria Aparecida Sell, foi lida, esclarecendo, porventura, alguma dúvida ainda presente com relação ao que faz o Bibliotecário e plantando em muitos daqueles iniciantes profissionais a semente que um dia poderá germinar.

Tive ainda a satisfação de ser parabenizada pela Coordenação, por colegas de trabalho e por usuários da Biblioteca da Faculdade CDL.

A atividade não é moderna, remonta à Antiguidade, o nome também não mais traduz toda a sua amplitude e complexidade, pois quebraram-se os muros das bibliotecas, o profissional de hoje atua em novas frentes de trabalho, haja vista o próprio Google, que mantém na retaguarda um batalhão de bibliotecários indexando termos às URL's. O livro não é mais o único suporte da informação, ela agora é volátil, navega, é interativa e por isso necessita de organização e indexação.
Sou bibliotecária com muito orgulho, participei dessa trancisão e estou pronta para ver o que será! Saúdo a toda a classe.

Foto da foto:
Eu dedilhando fichas catalográficas datilografadas na Biblioteca do extinto Banco do Estado do Ceará-BEC, em 1986. A foto foi emoldurada em porta-retrato decorativo, que não hesitei em comprar em função do seu cenário típico de uma biblioteca.

sábado, 6 de março de 2010

Digna homenagem a José Armando Farias


Na quinta-feira, 04 de março, eu e minha família assistimos à cerimônia de posse da nova diretoria do Instituto dos Arquitetos do Brasil-Departamento Ceará, na Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza-CDL. Fomos convidados em função da homenagem aos ex-presidentes, dentre eles, ou melhor, o primeiro deles, meu pai, Arquiteto José Armando Farias, quem, juntamente com outros arquitetos pioneiros do Ceará, idealizou e criou o IAB-CE, no ano de 1957, estando à frente por mais uma gestão na década de sessenta.
Autor de diversos projetos, dentre eles o prédio do DAER, na rua Assunção, o Edifício General Tibúrcio, no Centro, a 2ª sede do Clube dos Diários, na Beira-mar, dentre outros.

Vi a foto e o nome de meu pai projetada no telão e ouvi as palavras dos oradores, dando ênfase ao feito histórico de meu pai e eu, fazendo a leitura de tudo isso, saudosamente, me transportei a felizes momentos que passei em sua breve companhia, momentos que jamais sairão da minha memória.

Muito cedo foi ter com o Pai, quem sabe os céus o requisitaram para um projeto de recriação e revitalização de espaço, dentro de uma arquitetura visionária e arrojada... Na certa, pois isso ele fazia com muita propriedade e era incisivo na questão da coerência, da harmonia, da integração do projeto, chegando ao ponto de rejeitar trabalhos em função das discrepâncias conjunturais exigidas às vezes pelos seus proprietários.

A família, os arquitetos e colegas de trabalho, os alunos da UFC e a sociedade como um todo privaram-se da sua companhia e do seu profissionalismo, no entanto, temos a certeza que existiu um motivo de força maior que transcende a nossa compreensão e a nossa existência.

Justa homenagem a quem também contribuiu não só para a implantação e disseminação da profissão no Estado do Ceará, mas também para a instituição do Curso de Arquitetura na Universidade Federal do Ceará-UFC. Parabéns a ele que criou esse contexto e o deixou para as gerações vindouras de arquitetos!

Fico grata ao IAB-CE pela homenagem que dedicou ao meu pai, culminando com a entrega de placa comemorativa, cujo recebimento se fez pela minha sobrinha e afilhada Arquiteta Ana Maria de Almeida Farias, graduada pela Unifor, iniciante na profissão, a quem desejo todo o sucesso.