sábado, 2 de agosto de 2025

Agosto: história e curiosidades

O termo "agosto" tem origem no latim augustus, que significa "consagrado" ou "venerável".

O mês de agosto, original do latim "Augustus", é em homenagem ao imperador romano César Augusto. Antes dessa mudança, o mês era conhecido como "Sextilis", pois era o sexto mês no calendário romano original de Rômulo. A alteração para "agosto" ocorreu para homenagear o imperador, que governou Roma entre 27 a.C. e 14 d.C.

Da mesma forma que Júlio César atribuiu seu nome ao mês de julho, Augusto o fez em relação ao seu nome.

César Augusto, nascido Caio Otávio, era filho adotivo de Júlio César e foi o primeiro imperador romano, governando do período de 27 a.C. até sua morte em 14 d.C. Ele consolidou o poder após as guerras civis, derrotando Marco Antônio e Cleópatra na Batalha de Ácio, estabelecendo a Pax Romana. Com isso, se tornou princeps, ou primeiro cidadão.

Depois dele, o nome Augusto passou a todos os imperadores romanos. 

Mas, saindo da história e indo agora para as curiosidades, por que agosto é o mês do desgosto, segundo a tradição oral popular?

Temos que "navegar" para o período de transição da Idade Média para a Moderna, daí, entramos de novo na história. Refiro-me, exatamente, às Grandes Navegações. 

Esclarecendo, para quem não conhece, a tradição é herdada dos colonizadores portugueses, do período das Grandes Navegações do Século XVI, pois era no mês de agosto que as caravelas se lançavam ao mar para desbravar o novo. Para o contexto da época, as mulheres dos navegadores nunca casavam em agosto, porque, além de não ser possível a lua-de-mel, corriam o risco de se tornarem viúvas em função do alto risco das navegações.

Segundo o escritor Mário Souto Maior, a frase tradicional consagrada é “casar em agosto traz desgosto”, mas, foi resumida para a conhecida “agosto, mês do desgosto”.

Tradições à parte, o que vale é a nossa vivência, é o intuito de ser feliz em qualquer mês. A melhor leitura é Agosto que dá gosto!

sábado, 26 de julho de 2025

Dançar com livros

imagem em questão, "Loves of BookS, Conceptual Image", do artista SMETEK (em Art.com), retrata uma figura humana formada por livros numa pose peculiar do tango. 

 

O papel fundamental e transformador do conhecimento é representado pelos livros na formação da identidade humana, expresso através da metáfora apaixonada e dinâmica do tango.

A imagem combina poderosamente o simbolismo tradicionalmente estático e pesado dos livros (representando conhecimento, permanência e sabedoria histórica) com o movimento fluido, apaixonado e movimentado do tango.

Os livros, formando o próprio tecido físico do indivíduo, simbolizam que o conhecimento molda e define a identidade humana, o intelecto e a própria existência.

Achei por demais sugestiva essa imagem surrealista com visual cativante e provocador. Chamou tanto a minha atenção, que associei a ela uma reflexão com nuances de vários contextos.

A ideia de "dançar com livros" pode ser entendida como uma forma de explorar o universo da leitura de maneira ativa e criativa, onde a imaginação e as emoções são postas em movimento, assim como na dança.

Viver em meio a livros é tudo de bom. Pegar, ler, se deleitar, sonhar, viajar, se deslumbrar, e por que não, dançar?

Dançar com livros pode ser um momento leve e despreocupado em relação ao aprendizado ou à leitura. Ao invés de uma postura rígida e formal, a pessoa estaria aberta à exploração e à expressão pessoal, "dançando" com o conhecimento de forma mais livre e intuitiva.

Por outro lado, pode-se interpretar como uma forma de interagir ativamente com o conteúdo do livro, não apenas lendo-o passivamente, mas "dançando" com ele, ou seja, explorando diferentes perspectivas, relacionando o conteúdo com outras áreas do conhecimento e aplicando-o de maneira criativa.

E assim como "dançar conforme a música" significa se adaptar às circunstâncias, "dançar com livros" pode indicar a capacidade de adaptar o conhecimento adquirido à realidade, utilizando-o de maneira prática e relevante.

E, levando para um lado mais artístico, "dançar com livros" pode também ser uma performance ou expressão corporal que se inspira ou interage com os livros, utilizando a dança como forma de interpretação ou comentário sobre os textos.

Afinal, seja qual for o aspecto a ser considerado, dançar com livros é um ótimo incentivo à leitura. Vamos dançar com livros?

domingo, 20 de julho de 2025

Santos Dumont: pai da aviação

Santos Dumont, mais do que criativo foi inovador e ousado. Ele, que navegou pelo ar, é o pai da aviação. 

Hoje é o seu aniversário e nada mais brilhante do que homenageá-lo com essa visita que fiz ao Museu Casa Santos Dumont, que fica em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

A casa é cheia de ideias inovadoras, desde a escada até o chuveiro de água quente no banheiro.






domingo, 13 de julho de 2025

Arquivo em ação: o trabalho não para

Julho chegou. Para muitos, é tempo de descanso, viagem e merecidas férias. As escolas entram em recesso, algumas empresas diminuem o ritmo, e as ruas se enchem de um clima mais leve e descontraído, com menos trânsito, inclusive. No entanto, existe um setor silencioso, que trabalha nos bastidores, na retaguarda, muitas vezes invisível, que não conhece pausa, o arquivo.




Enquanto grande parte dos profissionais recarrega as energias, o arquivo segue firme em sua missão. Ele não tira férias, não fecha as portas nem cruza os braços diante da ausência do movimento externo. Pelo contrário, permanece vigilante, zelando pelas informações que estruturam o passado, sustentam o presente e possibilitam o futuro.

Os documentos ali guardados, organizados, protegidos e descritos, são essenciais para decisões administrativas, comprovações legais, resgates históricos e tantos outros usos que exigem precisão e confiança. O arquivista segue preparado para atender a quem busca respostas. Porque a informação arquivística, diferentemente do calendário escolar e de outros calendários profissionais, não conhece recesso.

Por isso, em meio ao clima de férias, é importante reconhecer o trabalho contínuo dos arquivos. Eles são a memória ativa das instituições, sempre disponíveis, sempre prontos. E mesmo quando o mundo parece em pausa, o arquivo continua, garantindo acesso, autenticidade e preservação.

Julho é tempo de descanso para muitos, mas para o arquivo é mais um mês de compromisso com a verdade documental.

sábado, 5 de julho de 2025

Uso indevido da expressão “Arquivo Morto”

No cotidiano das empresas, instituições e entre gestores leigos é muito comum ouvir a expressão “arquivo morto”, para se referir a documentos que não estão em uso frequente. 

Há nessas organizações até espaços destinados ao arquivo com placas na porta que indicam essa expressão. Também há indústrias que ainda fabricam caixas com a expressão estampada, que são comercializadas no mercado e inseridas nos diversos arquivos, reforçando ainda mais essa ideia errônea.

E com certeza as pessoas que lidam com a documentação dessas empresas não são profissionais  da área, com formação e capacidade específicas para dar a devida atenção e gestão junto aos arquivos.

Apesar de ser ainda muito difundido, esse termo é tecnicamente incorreto e pode induzir a interpretações equivocadas sobre a função e o valor dos arquivos. 

A denominação “arquivo morto” sugere que os documentos armazenados perderam sua importância, como se estivessem inutilizados ou obsoletos, assim como se todas as informações neles contidas de nada mais valessem. No entanto, do ponto de vista arquivístico, os documentos que não são mais utilizados rotineiramente, mas que ainda possuem valor legal, administrativo, fiscal, histórico ou informativo, fazem parte da fase intermediária ou permanente do ciclo de vida documental. Eles devem ser mantidos de forma organizada, acessível e segura, pois podem ser requeridos a qualquer momento por motivo legal, informativo ou para a reconstrução da memória institucional. 

O uso do termo “arquivo morto” revela, além de uma imprecisão técnica, uma visão reducionista e errônea sobre a gestão documental. Essa visão pode levar ao descuido com a guarda e gestão adequadas dos documentos, comprometendo sua recuperação futura e até mesmo sua integridade. 

O correto é referir-se a esses documentos como arquivo intermediário (quando aguardam prazos legais de guarda ou avaliação) ou arquivo permanente (quando são preservados por seu valor histórico ou probatório). Substituir o termo equivocado é um passo importante para valorizar a gestão documental e garantir que as práticas arquivísticas sejam compreendidas e respeitadas. 

Portanto, é essencial promover a conscientização sobre a terminologia correta, contribuindo para uma cultura institucional mais responsável e alinhada às boas práticas da Arquivologia. Afinal, documento nenhum está “morto” enquanto puder cumprir uma função, seja legal, administrativa, histórica ou social. 

Sabemos que na falta da informação arquivística na hora desejada sempre leva os gestores das organizações a buscarem corrigir essa lacuna de não ter os arquivos organizados e gerenciados como define a Arquivologia, sejam eles físicos ou digitais. Cabe aos profissionais da área difundir o conceito correto e a esses gestores se anteverem a essa situação caótica contratando arquivistas para solução do problema.


terça-feira, 1 de julho de 2025

Bibliotecas: pontes para o futuro

Desde os tempos mais remotos, as bibliotecas têm desempenhado um papel fundamental na preservação e disseminação do conhecimento. Das antigas tábuas de argila da Biblioteca de Nínive, na Mesopotâmia, aos majestosos volumes manuscritos da Biblioteca de Alexandria, essas instituições surgiram como verdadeiros templos do saber humano, reunindo e protegendo registros preciosos sobre ciência, filosofia, história, religião e cultura.

Ao longo dos séculos, as bibliotecas evoluíram de acervos restritos a elites religiosas e políticas para espaços mais acessíveis, especialmente a partir da invenção da imprensa no século XV, que impulsionou a produção de livros e ampliou o acesso ao conhecimento. Ainda assim, foi somente com o fortalecimento das bibliotecas públicas, sobretudo no século XIX, que se consolidou a ideia da biblioteca como direito social e instrumento de cidadania.

Já há algum tempo, as bibliotecas não são apenas depósitos de livros; elas são centros vivos e vibrantes de informação, cultura, tecnologia, comunidade, aprendizado e inovação. Com a chegada da era digital, as bibliotecas enfrentaram novos desafios, passaram por uma verdadeira transformação sísmica, mas também descobriram novas possibilidades. Adaptaram-se, oferecendo acesso gratuito a computadores, internet de alta velocidade e uma vasta gama de recursos digitais, tais como: acervos digitais, audiolivros, e-books, bibliotecas virtuais, repositórios de dados abertos e ambientes colaborativos de aprendizagem, derrubando barreiras geográficas e sociais. Tudo isso somado às ferramentas de acessibilidade tem ampliado a sua capacidade de atingir públicos antes excluídos.

Portanto, a internet e os recursos tecnológicos não substituíram a biblioteca, transformaram-na. Com isso, desempenham um papel crucial na inclusão digital, capacitando indivíduos que, de outra forma, poderiam ser marginalizados no mundo conectado. Essa democratização da leitura e do conhecimento é, sem dúvida, um dos maiores legados da era digital.

Além disso, as bibliotecas modernas se tornaram guardiãs da curadoria da informação. Em um mundo inundado por um volume sem precedentes de dados e informações, nem sempre confiáveis, a capacidade de discernir fontes críveis e relevantes é mais importante do que nunca. Os bibliotecários atuam como guias, ajudando a navegar nesse mar de informações e a desenvolver o pensamento crítico. Eles promovem a literacia mediática e informacional, essenciais para a cidadania plena na sociedade contemporânea.

Mais do que nunca, as bibliotecas são espaços de democratização da leitura, da educação e do conhecimento, pontes para o futuro. Elas acolhem leitores de todas as idades, conectam pessoas ao mundo da informação e promovem inclusão digital. Em tempos de desinformação e desigualdade de acesso à educação, a presença de bibliotecas ativas, inovadoras e comprometidas com a comunidade é uma necessidade urgente.


Celebrar o Dia Mundial das Bibliotecas é reconhecer seu valor histórico e reafirmar seu papel essencial na construção de sociedades mais justas, informadas e críticas. Que sigamos fortalecendo essas instituições, para que continuem sendo, por séculos, faróis de saber e liberdade.

domingo, 29 de junho de 2025

IA em textos científicos acadêmicos

Trago aqui mais um texto meu publicado na coluna Inside Higher Education, da Pearson, que compartilhei no LinkedIn. Desta vez, sobre o uso da Inteligência artificial em textos científicos acadêmicos.

Convido todos a fazerem a leitura, principalmente aqueles que produzem artigos científicos. A IA é uma ótima ferramenta, mas devemos usá-la com ética e pacimômia.

O limite da inteligência artificial em textos científicos acadêmicos: uma reflexão necessária





sábado, 28 de junho de 2025

Excelência no atendimento

Foi ontem, na Mrh Arquivos, a palestra sobre Atendimento, ministrada pelo Prof. Maurício Werner, da Fundação Getúlio Vargas, capitaneada pelo Grupo Mrh. Na verdade, uma conversa informal, recheada de dicas que funcionam, além de muitas dinâmicas contextualizadas com a temática, em que todos participaram com muito estusiasmo.

Bastou um slides, para o professor dar o recado e envolver todos com o foco na servidão, porque atendimento é servir, que, antes de tudo, é um propósito de vida.

Além do aspecto referente à vida pessoal, onde a servidão é fundamental para nos sentirmos felizes, ela também deve ser levada para o nosso trabalho, afinal, passamos grande parte do nosso tempo na organização.

Atendimento é servidão conosco, com o próximo e com o cliente. E quando damos algo mais, é superação de expectativas, é encantamento do cliente. Esse cliente é tanto o interno, o colega de trabalho, como o externo, para quem vendemos produtos e serviços.

Vamos encantar! 

domingo, 22 de junho de 2025

Mania de bibliotecária

Você que é bibliotecária, já deve ter ouvido a afirmação "é mania de bibliotecária". Eu sempre escuto ela dita pelos meus familiares e amigos. Mas, afinal, que mania é essa?

Quem convive com uma bibliotecária ou quem é uma sabe que a mania de organização ultrapassa as estantes da biblioteca ou de qualquer outro centro de informação, invadindo a vida pessoal. Isso não é apenas um hábito, é quase um instinto adquirido durante a formação profissional. Afinal, não é por acaso que os cursos de Biblioteconomia dedicam disciplinas inteiras à classificação, catalogação, ordenamento, conservação e gestão da informação. E, uma vez absorvidos, esses conceitos, eles não ficam restritos às tarefas profissionais, eles se incorporam e seguem a bibliotecária até nas atividades de casa. 

Além das prateleiras de livros da casa, é comum ver outras prateleiras organizadas como as de potes de temperos, mantimentos ou remédios, sejam por categoria, por modelos, cores ou tipos. O mesmo cuidado também é dedicado às roupas nas gavetas do guarda-roupas e, sobretudo, às pastas de contas domésticas, que são milimetricamente organizadas. Em relação aos sapatos e aos utensílios de cozinha e alimentos, a organização segue por tipo e frequência de uso. Já os arquivos de computador são nomeados com rigor, digno de banco de dados, cada um na pasta temática/cronológica, hierarquicamente ligados por uma taxonomia.


Mas não se trata de obsessão, é um modo de pensar. Para a bibliotecária, cada coisa em seu lugar facilita o dia a dia, poupa tempo e dá sentido ao espaço. Organizar não é apenas arrumar, é permitir o acesso rápido e lógico, garantir a preservação do que importa e tornar a informação utilizável e acessível, seja ela qual for e em tempo hábil. 

Como organizar faz parte da gestão do dia a dia, há bibliotecárias que ampliam a atuação desbravando novos horizontes e trabalham como personal organizer, a exemplo de Linéia Diógenes, com a Mila Personal Organizer. Linéia ajuda pessoas a organizar espaços, rotinas e vidas de forma mais funcional e eficiente, analisando e identificando as necessidades do cliente, para criar soluções personalizadas.

Essa mania, que muitos veem com estranheza, é, na verdade, uma forma sutil de cuidado com o mundo. Uma bibliotecária sabe que ordem não é rigidez, mas funcionalidade. E que a vida, tal como uma boa biblioteca, precisa ser acessível, compreensível e, acima de tudo, bem cuidada.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Arquivos importam! E muito...

Chegou mais um Dia Internacional dos Arquivos. Oportunidade para ressaltar a importância deles, dos mais históricos e tradicionais aos mais modernos e tecnológicos, dos pessoais e privados aos institucionais e públicos.

Vamos elencar a seguir, tudo que está por trás dos arquivos e o que eles podem entregar de resultado. Isso, caso estejam organizados e sendo geridos conforme os princípios e teorias da Arquivologia e ações promissoras de gestão.  

Aumento da eficiência e produtividade

  • Redução do tempo gasto na busca por documentos.
  • Facilita o acesso rápido à informação correta.
  • Evita a duplicação de tarefas por falta de dados acessíveis.
Com os arquivos organizados e acessíveis conseguimos cumprir as entregas dentro do prazo e com qualidade utilizando as informações arquivísticas.

Melhoria na segurança da informação
  • Proteção contra perdas, extravios e acessos indevidos.
  • Definição clara de níveis de acesso.
  • Garantia da integridade e autenticidade dos documentos. 
Com os arquivos organizados e protegidos garantimos o sigilo a segurança e o cumprimento à LGPD.

Conformidade legal e regulatória
  • Cumprimento de prazos legais de guarda.
  • Facilidade para auditorias e fiscalizações.
  • Evita sanções, multas e problemas jurídicos.
Com os arquivos organizados e em dia podemos cumprir qualquer exigência dos órgãos fiscalizadores e regulatórios e ainda atender a qualquer demanda legal.

Redução de custos
  • Menor necessidade de espaço físico ou digital com a eliminação de documentos desnecessários.
  • Otimização de recursos humanos e materiais.
  • Prevenção de retrabalho.
Com os arquivos organizados e racionalizados conseguimos reduzir os custos, fazendo mais com menos, que é fundamental para a manutenção no mercado atual.

Preservação da memória institucional
  • Conservação de documentos históricos e estratégicos.
  • Valorização do patrimônio informacional.
  • Apoio à tomada de decisões com base em dados consolidados.
Com os arquivos organizados e mantidos íntegros conseguimos preservar a memória da instituição, deixando um legado para as futuras gestões e para a sociedade.

Sustentabilidade 
  • Diminuição do uso de papel e materiais físicos.
  • Incentivo à digitalização e ao descarte consciente.
  • Redução do impacto ambiental da produção documental.
Com os arquivos organizados e digitalizados e aderindo ao nato digital, conseguimos melhorar e agilizar as rotinas internas, além de  trabalhar em prol do planeta.

Por tudo isso e muito mais...
Arquivos importam! E muito...

sábado, 7 de junho de 2025

Mimos da Biblioteca de Hesburgh

Recebi da colega e amiga, Ana Marques, Professora da Faculdade CDL, muitos mimos da Biblioteca da Universidade de Notre Dame, uma instutuicao católica, fundada em 1842, em Notre Dame, no Estado de Indiana, nos Estados Unidos. Ana Marques, em visita a seu filho que faz doutorado na ND, coletou cada um deles e, de forma muito delicada e atenciosa, na entrega, me contou detalhes que me fizeram viajar em pensamentos.

Uma biblioteca com tantos serviços diferenciados, que pensa em atender plenamente a sua comunidade e é democraticamente acessível, realmente existe, a Biblioteca de Hesburgh. Ela é o Edifício principal do sistema de bibliotecas da ND. Uma estrutura gigantesca para abrigar todos que buscam conhecimento.

Há espaços de estudo de toda sorte em todos os andares, mesas individuais e salões de leitura, estações de trabalho com notebooks e máquinas copiadoras, tudo isso à disposição dos leitores.

Saber que há um bibliotecário especializado para cada um dos assuntos que a Biblioteca oferece é um diferencial, é algo extremamente focado nos interesses individuais e coletivos. Isso ocorre porque a Biblioteconomia é pós-graduação nos demais países, é vista e tratada como um caminho mais profissionalizante, preparando os alunos para trabalhos de pesquisa e para cargos mais especializados em bibliotecas e instituições de informação.

Fiquei curiosa, não conhecia a Biblioteca e apesar de muitas informações que recebi dela nessa entrega falada, ricamente ilustrada e cheia de vivências, fui atrás para conhecer mais a respeito.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Ganhos da gestão documental



A gestão documental traz diversos ganhos para as empresas, dentre eles podemos citar: aumento da eficiência operacional, redução de custos, melhor segurança, maior conformidade, acesso remoto com possibilidade de colaboração e ainda pode promover a inovação. Com certeza, nos dias atuais, não dá para dispensar tudo isso.



quarta-feira, 28 de maio de 2025

A preservação da memória

A XV Bienal Internacional do Livro do Ceará, que aconteceu de 04 a 13 de abril de 2025, trouxe a temática “Das fogueiras ao fogo das palavras: mulheres, resistência e literatura”, dando enfoque à resistência das mulheres junto às atrocidades praticadas nos séculos passados, tais como aquelas que as levaram à fogueira, para serem queimadas vivas. Mas, paradoxalmente, ressalta a superação em vários segmentos da sociedade, ressaltando o protagonismo feminino na criação e difusão da literatura.

A fogueira como elemento benéfico

Tirando, agora, a fogueira desse contexto maléfico e trazendo-a para a socialização que acontecia ao seu redor nos tempos remotos, em que só havia o recurso da oralidade para transmitir as ideias, o conhecimento e a sabedoria de um povo, a percebemos como um elemento benéfico, de ligação e união da comunidade. 

A oralidade

A oralidade foi a primeira forma de transmissão do conhecimento. Antes do surgimento da escrita, a oralidade era o principal meio de comunicação nas sociedades, onde havia a tradição dos contadores de histórias, que falavam sobre seus ancestrais, lendas, conhecimentos das divindades, costumes e tradições, permitindo a preservação da cultura, deixando um rico legado de saberes para as gerações futuras.

A escrita 

Mas, o homem do passado inventou a escrita. A história da escrita foi marcada por diversas transformações ao longo do tempo. Primeiro, os símbolos utilizados na escrita cuneiforme, criada pelos sumérios na Mesopotâmia por volta de 3500 a.C. Trezentos anos mais adiante, são elaborados os hieróglifos no Egito e depois, tantas outras formas que mudaram radicalmente o curso da história humana. Com a escrita estabelecida, o homem passou a fazer registros documentais que chegaram até os nossos dias.

Os governos e as urbes

Na Antigüidade havia a preocupação dos governos e autoridades em conservar certos documentos que registravam censos, registros de conquistas de terras, propriedades e patrimônios, textos literários, administrativos e jurídicos. Havia os arquivos das urbes, que eram compostos pelos escritos dos sacerdotes, nos quais “a história da cidade dizia ao cidadão tudo aquilo em que devia acreditar, e tudo quanto lhe era próprio adorar. [...] A urbe era o lugar de reunião, o domicílio e, sobretudo, o santuário da cidade antiga”. (COULANGES, 2000, p. 145).


As invenções 

Depois da invenção da escrita, veio a invenção da imprensa com Gutenberg, que permitiu a produção em massa de livros, ampliando, exponencialmente, seu uso e aplicação, espalhando-se rapidamente por toda a Europa e mais tarde pelo mundo. 

Nos tempos atuais, com a internet, os escritos e informações foram universalizados e disponibilizados a um simples clique, podemos ficar a par de tudo que acontece a qualquer hora de qualquer lugar. 

Agora, mais recentemente, a inteligência artificial, chegou para revolucionar o conhecimento e o aprendizado, temos uma aliada poderosíssima, que responde e interage sobre qualquer assunto, dentro ainda da sua limitação e da necessidade de acurácia.

A oralidade presente ainda hoje

Apesar de todo esse avanço, hoje, ainda há quem pratique a oralidade na sua concepção mais antiga, passando histórias e lendas de geração em geração, principalmente nas comunidades originárias e nas famílias com as pessoas mais velhas.

Saindo da oralidade dos tempos remotos temos também preservados nos museus, arquivos e bibliotecas os registros documentais do passado registrados em pedras, papiros, pergaminhos e papéis de trapo.

Todos esses registros, quando preservados, servem para entendermos como era a sociedade no passado e garantem que as gerações vindouras possam entender como se deu a evolução do pensamento humano.

Outros usos da oralidade

Além dessa comunicação e interação social, fundamentais para o convívio, utilizamos a oralidade em apresentações, debates, entrevistas e ainda de forma mais aplicada com fins específicos, tais como: storytelling, biblioterapia e contação de histórias.

A chama do conhecimento

O importante é manter viva a memória e a chama do conhecimento, seja pela oralidade, pelos documentos ou pelos livros.

domingo, 18 de maio de 2025

Onde o tempo fez moradia: celebração ao Dia Internacional dos Museus

Mais do que prédios cheios de relíquias e antiguidades, eles são os guardiões de memórias, espaços vivos que preservam as múltiplas vozes da humanidade. É onde o tempo fez moradia.


Como bibliotecária, que também lida com a preservação da informação e da memória, reconheço nos museus nossos aliados na tarefa de manter viva a história, não como algo do passado, mas como uma referência contínua para o presente e o futuro.

Os museus nos convidam a refletir, a sentir e a compreender o que há em cada peça. Carregadas de fragmentos de vidas, de culturas, de lutas e conquistas, essas peças merecem ser preservadas e compartilhadas, para que sirvam de pontes entre gerações, lembrando-nos de onde viemos. Dessa forma, podemos entender melhor o mundo.

Assim como as bibliotecas e os arquivos, os museus são territórios de resistência contra o esquecimento. Eles nos ajudam a compreender a diversidade humana, a valorizar o patrimônio cultural e a estimular a educação, a pesquisa e a cidadania.

Atualmente, os museus têm se reinventado com o uso da tecnologia para oferecer experiências imersivas, interativas e tridimensionais. Com a adoção de recursos como realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR) e projeções em 3D, os visitantes podem explorar exposições de forma muito mais envolvente do que no modelo tradicional. 


Por exemplo, é possível "entrar" em ambientes históricos recriados digitalmente, observar objetos em 360 graus e até manipulá-los virtualmente por meio de telas sensíveis ao toque ou aplicativos. Algumas instituições também permitem que o visitante use óculos de realidade aumentada para ver camadas ocultas de pinturas, reconstruções de artefatos quebrados ou simulações de como era a vida em outras épocas. 

Além disso, essas experiências interativas despertam o interesse de públicos variados, especialmente os mais jovens, tornando o aprendizado mais dinâmico e acessível. Isso transforma o museu em um espaço não apenas de contemplação, mas de vivência e participação ativa na construção do conhecimento.

Por toda essa tradição aliada à dinamicidade da atualidade, deixo meu reconhecimento e admiração a todos os profissionais da museologia que, com dedicação e sensibilidade, mantêm acesas as luzes da memória, fortalecendo a cultura e o conhecimento.

Eu, que já visitei vários deles, inclusive desde criança, sob o incentivo de meu pai, admiro cada vez mais essa instituição e seus profissionais.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

"O seguro morreu de velho"

O dito popular, “O seguro morreu de velho” significa que pessoas precavidas morrem de velhice e não de acidentes ou de outras causas que antecipem sua morte. Ou ainda, quando uma pessoa está segura sobre uma situação e fica despreocupada, correndo o risco de ser enganada, de errar, de esquecer ou perder algo. Esses podem ser os principais argumentos de venda dos corretores de seguros.

Hoje (14/05) é o Dia Continental do Seguro. A data é comemorada nos continentes americanos e na Espanha, para ressaltar a importância econômica e social deste serviço, conscientizando a população sobre o benefício do seguro, fundamental para garantir a proteção das pessoas, das famílias e dos bens patrimoniais.

E você, já proferiu esse ditado em alguma ocasião em seu trabalho, se referindo às atividades que devem ser executadas, para melhor fluir e garantir a eficácia?

E na biblioteca, seria cabível termos alguma preocupação nesse sentido? Podemos listar algumas situações, que acreditamos serem comuns no dia a dia do bibliotecário:
  • verificar a consistência e firmeza das estantes;
  • verificar a validade dos extintores de incêndio;
  • não deixar que entrem no recinto portanto alimento;
  • não esquecer equipamentos ligados ao final do expediente;
  • ter cuidado para não manusear copo com água junto aos equipamentos e livros;
  • fazer backup dos arquivos;
  • registrar de imediato os livros novos, recém-chegados da livraria;
  • estar em dia com assinaturas de periódicos, de e-books e de bases de dados;
  • certificar-se, antecipadamente, sobre o acervo nas visitas do MEC;
  • ter a certeza que as palavras-chaves te darão o retorno necessário;
  • emprestar livros somente mediante assinatura.
Vamos ficar de olho! “O seguro morreu de velho”!




segunda-feira, 12 de maio de 2025

Profissão que educa

 

A mãe de Leão XIV, Mildred Agnes Martinez, tinha a educação como um pilar fundamental. Ela se formou em Biblioteconomia aos 34 anos, na Universidade DePaul (1947) e seguiu os estudos dois anos depois com um mestrado focado na área educacional, um caminho acadêmico incomum para mulheres naquela época

Ela atuou em bibliotecas escolares importantes da cidade, como Von Steuben e Mendel Catholic High School.

Mas, o legado que encanta foi seu trabalho junto à Biblioteca da Sta. Mary, que fundou juntamente com seu marido em um porão de um antigo prédio escolar, utilizando estantes improvisadas e livros doados.

Uma bibliotecária de fé preocupada com a educação, sua iniciativa promoveu a leitura e o conhecimento junto à comunidade onde atuava.

Seu filho Prevost, hoje Papa Leão XIV, seguiu os passos da mãe e também se dedicou aos livros. Ainda nos Estados Unidos, o religioso se formou em Matemática na Universidade Villanova, na Pensilvânia, e estudou Filosofia.

Foi bom conhecer a história de uma família tão sublime. É a conformação de que a biblioteca e o bibliotecário além de serem socialmente responsáveis, interagem profundamente com a educação das pessoas.

domingo, 11 de maio de 2025

sábado, 10 de maio de 2025

Mais uma capacitação

Atenta, a equipe Mrh Arquivos participou no dia 07/05/2025 de mais um treinamento sobre tipos de documentos, que ministrei. Desta vez, conheceram um pouco mais sobre o conjunto documental "Processo licitatório", muito presente nos arquivos das empresas, tanto da esfera pública, que são responsáveis pela organização e publicação do certame, como da esfera privada, que se submetem ao edital para oferecer seus serviços ou produtos.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Dia do silêncio: PSIU!

Silêncio: ausência total ou relativa de sons audíveis. Para quem teve a graça de nascer com o sentido da audição, será possível ter o silêncio total? Impossível, sempre haverá um ruído, um chiado, um rangido, qualquer que seja o som, sons externos de toda sorte, sons internos, aqueles da nossa respiração ou das batidas do nosso coração.

Hoje é o Dia Mundial do Silêncio. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar as pessoas sobre os danos causados pela poluição sonora.

Existe até normativo (NBR 10.151/2000 da ABNT) que regulamenta a perturbação do sossego, incluindo a poluição sonora, com limites de decibéis diferentes, variando conforme horário, tipo de área (residenciais, comerciais, industriais) e fonte do ruído.

Ele que já foi tão exigido nas bibliotecas, chegando a ser o elemento principal do estereótipo bibliotecário, com ilustrações tão características, que marcaram por décadas e décadas a nossa figura, foi se perdendo pelos anos. Talvez pela evolução e dinâmica da biblioteca, pela explosão de informações, pela nova forma de comunicação entre as pessoas, pelo novo fazer bibliotecário.

Se por um lado precisamos ouvir mais, para compreender e atender melhor, por outro lado, o usuário precisa falar mais, para manifestar suas ideias, para apurar o senso crítico, para ser melhor compreendido.

E para onde foi o silêncio, o psiu?


Hoje, nas bibliotecas, já se convive com a sua ausência, é óbvio que dentro dos limites permissíveis e de acordo com os ambientes x atividades, considerando-se o bom senso estabelecido. Uma discussão entre grupos de estudo é mais do que sadia, um comentário entre uma leitura e outra, uma indagação para solucionar uma dúvida, uma troca de ideias. Tudo é permissível.

Mas ele ainda é elemento necessário para a concentração, para o estudo, para a leitura. Há aqueles que só conseguem executar essas atividades no silêncio. E há também momentos em que precisamos estar com o nosso silêncio, para ouvirmos os nossos pensamentos, para sentir a vida, para compreender situações e, quem sabe, ter novas ideias.

A nossa proposta de hoje é a seguinte: fazer barulho por um instante de silêncio, reivindique esse momento, um momento só seu, de paz interior, em homenagem ao Dia do Silêncio.

sábado, 26 de abril de 2025

Mimo do Museu da Língua Portuguesa

Recebi essa belezura da colega de trabalho e amiga Camila Freitas, futura bibliotecária. 

Quem disse que em tempos de blocos de notas tecnológicos não usamos mais um bloquinho físico fofo como esse, ainda mais chancelado pelo Museu da Língua Portuguesa?

Uso sim, aliás, já estou usando e amando.



"Valorizar a diversidade da língua portuguesa, celebrá-la como elemento fundamental e fundador da cultura e aproximá-la dos falantes do idioma em todo o mundo. Foi com esses objetivos que nasceu o Museu da Língua Portuguesa; os mesmos objetivos com os quais ele renasce, em 2021, após sua reconstrução no edifício da Estação da Luz." 

Fonte: Wikipedia