Lembro-me da primeira aula de Classificação do Curso de Biblioteconomia, quando a Professora Aracy introduziu a disciplina, com o discurso de que classificamos tudo a toda hora, desde a tarefa mais simples à mais complexa.
Na época, ainda muito jovem, inexperiente, fiquei pensando na extensão daquela verdade, mas, imediatamente, associei a fatos e situações da minha infância.
Um deles, o jogo de paciência que brincava quando criança, distribuindo as cartas do baralho no tapete da sala, aos poucos as cartas do mesmo naipe iam se agrupando e formando, na sequência, os conjuntos dos símbolos, Copas, Ouro, Espada e Paus.
Outra passagem interessante da infância que recordei, envolvendo a classificação, foi a condição de organização que eu mesma aplicava às gavetas do guarda-roupa, mantendo-as sempre arrumadas, mesmo quando chegava uma nova peça da lavagem, shorts de um lado, blusas de outro, pijamas ao centro, e assim por diante...
Depois, durante o desenrolar da disciplina, sistemas e métodos foram sendo apresentados, estudados e desvendados, quando conclui a necessidade dessa disciplina tanto na vida cotidiana pessoal, no trabalho, como em qualquer situação, confirmando aquela máxima do início do semestre da faculdade.
De férias em julho, em visita à Curitiba, especificamente ao Mercado Municipal, percebi a organização das mercadorias, sementes, raízes e especiarias, classificadas por tipos e categorias.
A vida é mais organizada quando se classifica.