domingo, 4 de março de 2012

Biblio... o quê? Respondendo por metáforas


O Bibliotecário de Giuseppe Arcimboldo


A famigerada pergunta "biblio... o quê?", que demonstra a ignorância de muitas pessoas acerca do que é a Biblioteconomia, do que é a profissão de bibliotecário, vai ser respondida agora, momento oportuno, quando estamos nos aproximando de 12 de março, dia do Bibliotecário, dedicado a sua homenagem.




A classe é tão bem estruturada, contando com Conselho, Associação e Sindicato, com legislação que data de 1962 e tantos profissionais à frente de grandes postos de trabalho na esfera pública e privada, que é inconcebível admitirmos essa falta de conhecimento.

   




Pois bem, vamos fazer a leitura para entender seu contexto de trabalho.

Para quem não sabe, bibliotecário é como a água, ocupa o espaço do recipiente, se adaptando e entrando em ação, seja qual for o contexto: centros de informação e documentação, escolas, empresas, hospitais, universidades, etc., sabemos fazer a leitura para desenrolar, resolver, e disponibilizar a informação. Transformamos a informação que não está acessível, em possibilidades de busca e na sua consequente recuperação, portanto, somos uma espécie de ponte, que liga dois pontos, um tipo de canal, que conduz a um lugar...

Somos um grande dicionário poliglota, afinal falamos qualquer língua, porque de alguma forma, traduzimos e entendemos qualquer língua, não aquelas da Linguística, aliás essas também, vira e mexe temos que entendê-las a qualquer custo, inglês, francês, espanhol, em função da diversidade de obras que lidamos no dia a dia, mas, a língua a que me refiro é a forma de falar, de se expressar de cada usuário. Alguns deles, na verdade, não têm definido na cabeça o que estão procurando e daí fazemos todo o processo de interação e comunicação, entendendo o contexto, extraindo essa demanda e transcodificando para as linguagens controladas que adotamos, chegando ao "X" da questão, consolidando, dessa forma, o serviço de referência.

Também somos um grande livro de tombo, que representa o patrimônio da biblioteca, isso porque conhecemos de cor e salteado as obras do nosso acervo, das mais antigas às mais novas, aquelas pela familiaridade e manuseio constante e estas pela efervescência dos dados e informações em tratamento e processamento técnico (tombamento, classificação, catalogação e indexação), título, autor, assuntos, editora, etc. Face a essa habilidade, podemos servir o nosso usuário de leituras e pesquisas apropriadas.

Falando ainda de livro, considero que também somos um grande livro de visitas, pelo conhecimento que temos de cada um de nossos usuários, dias de visita, lugares prediletos de sentar, horários, o que estudam, demandas e até o jeito de se portar no ambiente. 

E, por conhecê-los tão bem, somos uma espécie de especialistas em DNA, sabemos fazer a leitura de suas preferências de leitura e assim elaboramos a disseminação seletiva da informação (DSI)

E, que tal a analogia com uma lista telefônica? Aquelas do passado, impressas e bem  completas, porque sabemos em que estante/prateleira está cada publicação, pois tudo foi previamente endereçado (classificado/catalogado) pelo número de chamada. E, se for um documento eletrônico, também chegamos lá nos metadados, qual um cão farejador, aplicando a busca boolena.

Falando em busca, usando um termo da atualidade, somos um buscador, exatamente como aqueles da web, rastreamos e resgatamos tudo, aliás, com muito mais propriedade do que muitos deles, porque fizemos o trabalho certo de indexação, a leitura precisa dos termos e, quando percebemos alguma falha, vamos lá na nossa base e incluímos uma remissiva e/ou referência, acrescentamos mais palavras-chave, ou, conforme o colóquio atual, tags.

Recebemos também o título de arquiteto, quando se trata de arquitetura da informação,  porque estruturamos e representamos a informação em banco de dados, sistemas ou em design de softwares.

Somos um abecedário, um conjunto dos números naturais em ordem crescente, porque estamos sempre em ordem. Organização é a ordem! Mas, queremos que os usuários mexam e remexam nas obras, o contato com elas é saudável, agrega valor, paradoxal? Não, normal! A tarefa é organizar e indexar para facilitar a busca.

Considero também que somos uma isca, pois sempre estamos criando argumentos para fisgar mais leitores, atuamos como facilitadores e incentivadores da leitura, seja por intermédio de campanhas, banners, anúncios, blogs, e-mails ou projetos específicos.

Também somos uma espécie de post it, que comunica, lembra  e divulga o material recém-chegado na biblioteca, para todos os usuários, atividade essa, tecnicamente denominada de serviço de alerta.

Internacionalmente falando, somos um Muro de Berlim, claro e evidente, que depois da queda, nossas bibliotecas não têm mais paredes, a informação está em qualquer lugar, ou em nenhum lugar, se considerarmos o virtual, a computação em nuvem de agora, o importante é que conseguimos trazê-la e reuni-la, deixando-a acessível e disponível em tempo hábil.

Para os pesquisadores em plena atividade de trabalhos acadêmicos, somos a luz no início, no meio e no fim do túnel, porque além de padrão, quando representamos a norma, somos como um anjo da guarda, ao desempenhar o papel de um orientador ad hoc, durante a caminhada do orientando em busca da titulação.

Nas bibliotecas escolares, somos a tia e o tio, porque, sobretudo, somos educadores. Assim como no âmbito do curso de Biblioteconomia, quando atuamos como professores das disciplinas.

Para finalizar e com a permissão da marca, temos a alma de Bombril, com mil e uma utilidades, óbvio que considerado o nosso contexto, tentamos resolver todo tipo de demanda de pesquisa e informação que chega à biblioteca, fazendo a leitura técnica e, mesmo não dispondo dela no momento, corremos em busca de socorro, contando sempre com a ajuda de outro colega de profissão.

Metáforas à parte, creio que já deu para perceber, além dos conhecimentos técnicos e naturais da atividade, os diversos conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA), inerentes ao bibliotecário, utilizados para desempenhar sua função com excelência e qualidade.

Bibliotecário pode atuar em qualquer segmento, porque se há informação em todo lugar, há motivo para ele estar lá.

Encerro por aqui, mas, deixo em aberto o texto para ser completado por qualquer profissional bibliotecário, que tenha mais sugestões e queira ampliar esta lista, quem sabe ela chega realmente às mil e uma metáforas.

Se depois disso tudo ainda não deu para entender o que fazemos, paciência... compareça a uma biblioteca e seja atendido por um de nós, ok? Dai você vai dizer:

-- "Você é bibliotecário e mais o quê...?"






segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore



Obras primas são para ser apreciadas e reapreciadas, afinal, a cada leitura se percebe algo a mais, um novo contexto ainda não explorado, é isso o que acontece quando assistimos ao curta "Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore", uma animação sensível, profunda, mágica, reflexiva e por demais fabulosa.

Dirigido por William Joyce e Oldenburg Brandon e indicado ao Oscar 2012, este curta-metragem francês é realmente uma fábula dos tempos atuais, com todos os recursos tecnológicos de animação. Livros voam, dançam, conduzem e transformam pessoas, para que estas façam também a sua parte, dando-lhes vida, conservando o corpo e a alma de cada um deles, colocando-os nas mãos certas, para que sejam multiplicados e divididos :
  1. Os livros são para serem usados; 
  2. Todo leitor tem seu livro; 
  3. Todo livro tem seu leitor; 
  4. Poupe o tempo do leitor; 
  5. Uma biblioteca é um organismo em crescimento.
Apesar de lúdica, a obra pode (e deve) ser utilizada como recurso didático para aprendizado, em muitas áreas, na sociologia, na literatura, na pedagogia, na psicologia, na filosofia e, como não poderia deixar de ser, na Biblioteconomia, em que podemos perceber as 5 leis de Ranganathan já citadas acima e em outra postagem.

A leitura que faço é a de um mundo que se transforma, que fica colorido com a passagem dos livros voadores (leitura, escrita, informação e conhecimento); de uma ciência e ofício de cuidar dos livros (Biblioteconomia) e da casa dos livros (Biblioteca), que sobrevive e passa de geração em geração e de um personagem incumbido de servir à comunidade (Bibliotecário).









Finalizo afirmando que, se tudo pudesse ser retribuído em livros..., o mundo seria uma grande biblioteca.

Eu votaria nele. Vale a pena assistir!



domingo, 26 de fevereiro de 2012

Paradigmas! Questão de contexto.


Quais os paradigmas da atualidade, da sociedade, da ciência e dos homens?




Eu diria que variam, conforme a leitura e o contexto. E a reflexão dos autores não cabe somente na ciência administrativa.


Assim, por mais criticáveis que algumas teorias administrativas possam nos parecer hoje, na época em que foram criadas, elas certamente pareciam ser o que havia de melhor -- e por isso foram adotadas e praticadas. Elas eram consoantes com a realidade em que forma criadas: seu histórico, seu contexto político-social, seu nível de comunicações. E, graças a elas, o conhecimento administrativo pôde evoluir.(1)



Vemos que no Direito as leis se formaram a partir do surgimento da sociedade e foram sofrendo alterações, conforme sua evolução, conforme os costumes do povo. Portanto, impossível seria aplicar uma lei para o passado, pois este já seguia e pertencia a um contexto.

Da mesma forma ocorre em outras ciências, que avançam a partir de várias hipóteses, experiências e teorias, umas refutando ou confirmando outras e assim caminha o conhecimento da Humanidade, ninguém parte do zero, o a priori existe, precisa fazer a leitura, e é de lá que evoluem as coisas, de onde um parou, o outro dá continuidade ou recomeça.

___________
(1) FERREIRA; A. A.; REIS, A. C. F.; PEREIRA, M. I. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias: evolução e tendências da moderna administração de empresas. São Paulo: Thomson Leraning, 2006. p.13.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Nossa vida medida em hertz


Hoje, dia 22/02, o Google homenageia Heinrich Hertz, no seu 155º aniversário, físico alemão responsável pela descoberta da existência de ondas eletromagnéticas, em 1887, cuja teoria mais tarde fundamentou o desenvolvimento do telégrafo, do rádio e da televisão, ampliando a forma de comunicação e aproximando os povos.

O hertz, como ficou conhecida a medida que se refere a um ciclo por segundo, está representado pelo doodle abaixo e, antes que essa imagem ilustrativa e comemorativa saia do ar, me senti na obrigação de postar algo neste espaço de leitura e contexto.













Ocorreu-me de fazer a leitura da imagem em movimento e percebê-la como os ciclos de nossas vidas, que dançam ao longo da linha do tempo, coloridos, às vezes mais vivos, outras vezes mais apagados. Vida cheia de altos e baixos, por vezes períodos mais longos, outras vezes mais curtos. Se soubermos fazer a leitura certa de cada um deles, tirando exemplos e aproveitando as lições de cada contexto, para aplicarmos nos próximos ciclos que virão, com certeza estaremos cumprindo os desígnios da vida e mais maduros e preparados ficaremos para enfrentar o desconhecido vindouro, seja um mega-hertz ou um giga-hertz.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Um (dois) retrato(s) e dois contextos arquivísticos

"Após séculos, farsa sobre retrato de mulher de Lincoln é revelada

Segundo especialistas e restauradores, retrato de Mary Todd Lincoln e a comovente história por trás da pintura são falsos

The New York Times | 20/02/2012 07:01


Durante 32 anos, um retrato de Mary Todd Lincoln, ex-primeira-dama dos EUA de 1861 a 1865, esteve pendurado na mansão do governador em Springfield, Illinois, assinada por Francis Bicknell Carpenter, um pintor famoso que viveu na Casa Branca durante seis meses em 1864.



 

A história por trás da imagem era intrigante: Mary Todd Lincoln pediu que Carpenter secretamente pintasse o seu retrato para que ela pudesse fazer uma surpresa para o presidente, Abraham Lincoln (1861-1865), mas ele foi assassinado antes que ela tivesse uma oportunidade de dar seu presente.

Agora, segundo especialistas, aparentemente tanto o retrato quanto a história que está por trás dele são falsos.
 
A tela, que foi comprada pelos descendentes de Abraham Lincoln antes de ser doada à biblioteca histórica do Estado na década de 1970, foi revelada como uma farsa quando foi enviada para um restaurador para que fosse limpa, disse James M. Cornelius, curador da Biblioteca e do Museu Lincoln em Springfield. O museu pretende apresentar as suas conclusões em uma conferência no dia 26 de abril.
 
[...]
 
O retrato restaurado não será devolvido para a mansão do governador, disse Cornelius. A pintura original da mulher desconhecida deve ser pendurada na biblioteca de Lincoln. Ela perdeu a maior parte de seu valor (que estava assegurado valendo US$ 400 mil), disse, mas ainda vem com uma história intrigante. E essa história tem a vantagem de ser verdadeira."

Por Patricia Cohen



Depois de ler a matéria completa é possível tecer alguns comentários acerca dos eventos arquivísticos que permeiam nas entrelinhas.
 
A matéria e todo o seu contexto se revestem de um arsenal de informações e estão carregados de conceitos da Arquivista, do que seria, do que não foi e do que é, e assim constroem e reconstroem o contexto arquivístico dessa obra. De verdadeira, quando habitou por 32 anos a mansão do governador em Springfield, a falsa,  quando descoberta pelo conservador independente, especialista em obras de arte. 

O período em que arrastou com ela uma história acerca de sua concepção é tempo por demais para ser desprezado e não considerados os olhares, as atenções, a notoriedade, os cuidados e tudo mais que girou e se debruçou diante dessa suposta primeira dama.

Até então, considerado como verdadeiro, segundo a Arquivística, o quadro durante esse período manteve sua organicidade, respeitando o princípio da proveniência, ou seja suas ligações, relações e hierarquia com o agente produtor, a primeira Dama Mary Lincoln e, indiretamente, o Presidente Lincoln.

Com o advento da descoberta da fraude e redescoberta da imagem verdadeira, feriu-se o princípio da integridade, pois a obra foi "adulterada", isso se fizermos a leitura da imagem anterior que era pública. Ao mesmo tempo renasce um novo contexto arquivístico, uma nova história, agora, não mais de uma mulher importante, mas, de uma desconhecida. Portanto, neste caso, é retomada a ordem original da peça com suas características.

O quadro perdeu seu valor de mercado, no entanto, continua com uma história intrigante, que ganhará novos fatos, será objeto de novas especulações e terá uma nova leitura, dando novo rumo ao contexto arquivístico.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

No meu jardim VI

Manhã de sol ainda fraco, com preguiça de sair, por volta das 7 horas, depois da aguação das plantas, eis que me deparo com um visitante ilustre no meu jardim. Ilustre, porque não havia sido visto antes, entre todos os visitantes bípedes, que frequentam meu jardim: bem-te-vis, rouxinóis, beija-flores, bicos-de lacre, andorinhas, sanhaçus, rolinhas caldo de feijão, sebites, lavandeiras, siriris, anuns brancos e pardáis.

Fiz rapidamente a sua leitura, cor predominante marrom, esbelto, gosta de ciscar, e, em função de pequenos e agéis movimentos, deixa aparecer nuances de cor amarelo rosado por debaixo das asas. Sabido, aproveitou-se daquele contexto de areia e folhagem molhadas para, com elegância, passear pelo chão, em pequenos saltos, ciscando daqui e dali, buscando algum petisco, depois subindo de galho em galho, até chegar no alto do jasmim manga e exibir toda sua performance em cor, forma e silhueta. 

Foram vários minutos, o suficiente para o registro de sua presença no meu jardim. Meio manso, talvez ainda um indivíduo jovem, tranquilo e silencioso, aproximou-se, voou um pouco baixo e ainda permaneceu por ali cerca de uma hora, quando resolveu partir.

Na manhã seguinte esperei, mas, ele não retornou. Fiquei pensando... será que foi capturado? Será que seguiu seu caminho?

Não sabia quem era, parecia um sabiá.
Será?
Quem sabe... um dia ele saiba voltar e venha me visitar.








domingo, 29 de janeiro de 2012

Uma escola à frente dos tempos


Ficha técnica

Nome: Escolinha O Cogumelo
Ano de criação: 1971
Diretora: Pedagoga Maria da Conceição Farias
Linha educacional: Arte-educação, Educação criadora
Ano de encerramento das atividades: 1994




Em 1971, nasce em Fortaleza, precisamente no Bairro de Fátima, a Escolinha O Cogumelo. Uma escola prá lá de diferente, uma escola à frente dos tempos. Atuava com as classes de Maternalzinho, Maternal I, Maternal II, Jardim I e Jardim II, formando crianças para ingressarem na alfabetização. Nessa época,  o Maternal era objeto apenas das escolinhas menores, os colégios maiores não ofertavam vaga nesse sentido, somente depois, já nos fins dos anos 80, descobririam esse nicho de mercado, contribuindo para recheá-lo, as creches, que recebiam crianças de idade menor ainda.

Mas, voltando para O Cogumelo, uma das escolinhas de Fortaleza pioneiras nesse ramo, destacava-se pela forma diferente de tratar e ensinar as crianças, sempre utilizando a arte como recurso lúdico, para atingir o fim didático e pedagógico. Poesia, música, parlendas, desenhos, dança, expressão corporal, dramatização, recreação, teatro de fantoches, recorte e colagem,  contação de história, tudo era instrumento de aprendizado para a vida e também para se chegar ao conhecimento formal, aquele que era exigido para a classe posterior, a Alfabetização.

Os brinquedos utilizados eram todos diferentes, nada de coisa pronta, fechada, tudo tinha que ter a participação e a criatividade da criança. Parquinho? Tinha sim, mas, todo projetado artesanalmente e artisticamente (a arquitetura e a pedagogia se uniam em corpo e alma), visando explorar a coordenação viso-motora -- ladeiras e degraus, para subir e descer; pontes, para passar e se equilibrar; pneus coloridos (aqui cabe ressaltar o pioneirismo absoluto), para fazer caminho de obstáculos; anéis de cacimba, para servir de casinha e abrigo; areia, muita areia de praia, para brincar e se sujar. Tampinhas, frascos vazios, pazinhas, baldes, muitos utensílios para brincar na areia. E as mães perguntavam: Tem parquinho? E eram mostrados esses brinquedos e elas se admiravam pela excentricidade. Algumas não entendiam e pelo menos um brinquedo tradicional deveria existir para "iludir" e não sair do esquema.

Os alunos, tão pequeninos! Alguns com questões para serem tratadas, que logo eram identificadas pela proximidade e atendimento individualizado dispensado a cada um. Nenhum era evidenciado ao ponto de colocar a criança na berlinda, em situação constrangedora, e sim compartilhado de forma anônima, como lições para a vida. Uma criança não sabia se defender, outra não conseguia se alimentar sozinha, uma se apavorava ao sujar a roupa ou as mãos, tinha uma com medo de ir ao banheiro, outra ainda que não sabia conviver em grupo... e tantas outras situações, que eram contornadas, corrigidas e superadas em sua totalidade, sempre em grupo, com a simples contação de uma história, com a elaboração de uma poesia específica ou por intermédio da expressividade em desenhos.

Desenhos livres que utilizavam vários tipos de lápis, tintas, papéis e suportes, que depois de prontos, eram narrados pelos alunos, uma forma de exercitar a leitura, a escrita, a expressividade e a comunicação oral . Para reuni-los, colecioná-los, nada de capa de trabalho pronta, pré-desenhada, só para colorir, as capas eram por demais trabalhadas, cada criança fazia a sua composição, conforme o motivo do contexto.

E falando em leitura, também existia uma biblioteca, dotada de livros apropriados para cada classe, Maternalzinho, Maternal I, Maternal II, Jardim I e Jardim II, todos os alunos já eram incentivados nessa atividade, inclusive em relação à concentração, ao comportamento, ao respeito aos livros e ao ambiente. É claro, que todos eles ainda não sabiam ler por palavras, entendendo e acessando os  códigos silábicos e alfabéticos, o nosso léxico, mas, já liam as gravuras, entendiam a sequência da história e criavam também suas próprias histórias, a partir da interpretação particular que faziam, da leitura pelo olhar de cada um. E tudo isso gerava uma discussão sadia, em que uns falavam com os outros trocando ideias e pontos de vista, pois cada um criava o seu contexto.


O negrinho do pastoreio querendo pegar uma fruta.
Mário Victor - 5 anos (20/08/1987)


O circo e o palhaço. O elefante fugiu e o palhaço trouxe de volta
Mário Victor - 6 anos (24/05/1988)


O índio
Mariana - 3 anos (17/05/1989)


A menina saiu da casa e deixou a porta aberta, ai o cachorro entrou para comer o bolo e o biscoito da menina.
Mariana - 4 anos (06/11/1990)


Ecologia, amor e cuidado com a natureza, temas que só viriam a ser falados pelas autoridades governamentais já nos fins dos anos 80 e no colóquio diário da sociedade, somente no decorrer dos anos 90, eram praticados com naturalidade na Escolinha O Cogumelo. Ficar em silêncio e ouvir o barulho dos pássaros, abraçar uma árvore e sentir a sua fortaleza, usufruir de sua sombra e de seus frutos, colhidos na mão e depois saboreados, sentir o cheiro das folhas, flores e frutos. Plantar e regar um projeto de árvore, sim, era dessa forma que se passavam os ensinamentos, pois ela só se tornaria adulta ao ponto de oferecer tudo aquilo se fosse regada e cuidada.

Civismo e amor à pátria, com o respeito incondicional à bandeira do Brasil, ao Hino Nacional, às raízes brasileiras, era matéria diária no contexto das manhãs. O 7 de Setembro era comemorado com o desfile interno, todos com a farda impecável, com algum distintivo alusivo à pátria e conduzindo a bandeirinha do Brasil.


7 de Setembro 1988


As  atividades diárias ressaltavam o folclore, as lendas, os costumes, as brincadeiras de outrora, do tipo: passa o anel, três, três passarás, chicote queimado, tá pronto seu lobo? Muita recreação, muita liberdade e toda hora era hora de ensinar, brincando e aprendendo -- azul, amarelo, vermelho, verde; a, e, i, o, u; pequeno, grande; maior e menor; alto e baixo, 1, 2 e 3..., cada criança, no seu ritmo, assimilando o que podia.

As datas marcadas pelo calendário eram todas muito bem comemoradas na Escola, a começar pelo carnaval e a páscoa seguidas pelas demais ao longo do ano, com ênfase para as duas festas semestrais, o São João,  que fechava o quarteirão da Rua Manoel Padilha, a cada ano mais famoso, e a festa de confraternização de final de ano, com a formatura dos doutores do A - E - I - O - U. Também se faziam passeios, uma espécie de lazer orientado, sempre em alusão a algum ensinamento ou comemoração.


Interior do ônibus de passeio
outubro/1988


Brincar de gente grande era um momento especial, cada um representava alguém.
- Eu sou o pai!
O outro gritava:
- Hoje eu sou o filho!
Precisavam de carteiras, gravatas, cintos, relógios para assumirem tal papel.
E as meninas queriam ser a mãe, a professora, a filha e trajavam-se e adornavam-se  usando bolsas, pulseiras, brincos e tudo isso era solicitado na tal lista especial de material, que às vezes não era entendida pelas mães, pois os outros colégios competiam entre si com o tamanho e diversidade da lista.

Questões de gênero eram representadas sem que isso fosse fortemente evidenciado, era apenas contextualizado e assim as crianças entendiam seus diferentes papéis sociais e os comportamentos relacionados aos homens e mulheres. A própria farda, idealizada para proteger o corpinho das crianças, já trazia essa ideia, quando se diferenciava na cor azul para os meninos e na vermelha para as meninas, sem que houvesse o tal machismo, pois as meninas tudo podiam em relação aos meninos e estes respeitavam a ideia depois de recebidas as orientações.
- Tia, mulher pode dirigir caminhão?
- Pode sim, ela tem mão, tem pé e tem cabeça para pensar.
- E jogar futebol?
- Também pode, ela sabe correr e chutar. 





Na sexta-feira, a farda era diferente, era dia de educação física e, apesar de uniforme, havia aquele detalhe diferente que individualizava cada um, o cogumelo estampado na camiseta, este podia ser à vontade, ao gosto do aluno. A brincadeira para aquecer o corpo era cantada ao som de "cabeça, ombro, joelho e pé".

Igualdade social e de raça, as lições eram passadas sutilmente, de forma bem leve, por intermédio de poesia, de música.

"Eu vi um pássaro preto, que voava assim, assim...
Eu vi um pássaro branco, que voava assim, assim..."
Parte integrante da poesia da Maria da Conceição Farias



Inclusão social, naqueles anos, não era assim chamada, até porque não se evidenciava como nos dias atuais, mas na Escolinha O Cogumelo sim, pois recebia naturalmente, sem que isso fosse exigido por lei, pela sociedade. Os alunos especiais em todos os sentidos eram todos integrados ao grupo, que sabia respeitá-los e os via como seres humanos iguais, com necessidades iguais, de brincar, de aprender, de correr, de comer...

Falando em comer, a hora da merenda era uma festa. Cada um saboreava o que sua mãe havia incluído na merendeira e se alguém não gostasse, era dado um incentivo, todos se envolviam naturalmente com aquele problema, que daqui a pouco já virava solução. Também havia os biscoitos mágicos da Escola (biscoitos comuns), que eram oferecidos em momentos especiais e todos adoravam incondicionalmente, e as mães queriam saber onde comprar tais biscoitos maravilhosos de tão comentados em casa pelas crianças.

Via-se o crescimento de todos eles em todos os sentidos, amadureciam, superavam limitações, aprendiam os conhecimentos repassados, tiravam suas conclusões e davam conta das lições necessárias para cumprir o currículo.  Quanta alegria, quando chegava o dia da festa do a - e - i - o -  u! Era a formatura da Escola, os alunos tinham que seguir o rumo da vida, a Escolinha O Cogumelo já dera sua contribuição.

Diploma do A-E-I-O-U
dezembro/1988


 


Contribuição também religiosa, mas, de forma ecumênica, como veio depois determinar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, mais uma questão à frente dos tempos.
  

Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)

Todos os que se formavam e deixavam a Escola eram submetidos aos testes seletivos dos outros colégios e sempre obtinham êxito e até a admiração, pois sempre era perguntado: Qual era a escola que ele(a) estudou?

E hoje,  mais alegria ao ver um ex-aluno bater à porta da casa que abrigou por mais de 20 anos a Escolinha O Cogumelo! Ou, que satisfação ao encontrar no shopping aquela criança já crescida, um jovem bem formado, e ouvir gritar o nome da tia tão querida:
- Tia Concita!
Que nos últimos anos já era chamada de Vó Concita, minha querida e admirada mãe, exemplo ímpar de educadora.

Pois é... eu que acompanhei e participei de tudo isso, que vi os frutos, que vi o resultado, me orgulho dessa obra, principalmente porque vejo tanta coisa acontecendo, sendo praticada somente de uns tempos para cá e eu fico a pensar... minha mãe já fazia tudo isso muito antes e com muita propriedade. Daí também me emociono ao ver um deles chamando e perguntando:
- Tia Ana! Lembra de mim?
Naquele contexto, eu nos meus 13 a 18 anos, se fizermos nova leitura, estava mais para colegas deles do que para tia, acho que também por isso a receita deu certo.

Bons tempos aqueles...



domingo, 22 de janeiro de 2012

Busca incessante


O homem está sempre buscando algo de novo, de intrigante e curioso, que mexa no status quo e ponha em xeque o que já está estabelecido. Foi assim que tudo transcorreu ao longo da história da Humanidade, o conhecimento e as ciências foram se desenvolvendo a partir da confirmação e/ou rejeição das hipóteses lançadas.

Se temos 2 olhos, fala-se do poder do terceiro olho,
Se foram 3 reis magos, tenta-se inserir no contexto a presença do quarto,
Se temos 5 sentidos, buscam-se justificativas para o sexto sentido,
Se provocamos 2 guerras, insiste-se na deflagração da terceira,
Se temos 3 dimensões, propõe-se o tempo como a quarta dimensão,
Se vivemos 1 vida, admite-se em outro contexto a existência de uma segunda vida, 
Se temos 4 elementos na natureza cogita-se a existência do quinto elemento,
Se vivemos em 1 planeta, viaja-se para achar vida em um segundo planeta.

Superstição, filosofia, ciência, paranóia ou religião?

Questão de leitura e contexto.

Do jardim para um canto na sala




Acapanto,
Que mimo!
Um encanto!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Fundamentando leitura e contexto

Resolvi ir em busca da fundamentação teórica para o meu Blog Leitura e Contexto (se é que ela existe), pois, passados dois anos de sua existência, me deu vontade de saber porque elegi esse nome, de onde tirei essa ideia e porque procuro respeitá-la até hoje, tanto aqui neste espaço cibernético, como na vida.
 
 
Pois bem...

Primeiro fiz a leitura do meu próprio contexto de trabalho e depois fui buscando outras ciências.

Na ciência Arquivística deve-se fazer a leitura dos documentos para descrevê-los e indexá-los, respeitando-se os seus princípios: proveniência, organicidade, unicidade, indivisiilidade e cumulatividade. Todos eles respeitam o contexto em que os documentos foram gerados ou que mantêm relação e, para tal procedimento, há de se fazer a leitura para interpretá-los. Os fatos são registrados em documentos que pertencem a um uma determinada instituição, que, por sua vez mantém relação orgânica interna e externa, sendo cada fato/documento, único no seu contexto, mas coberto de interrelações, formando conjuntos documentais, razão pela qual não se pode desmembrá-los, extraí-los do referido contexto, pois seria impossível sua leitura, sua compreensão, tudo isso ocorrendo em uma determinada ordem e acumulando para a posteridade.




Dentro da semelhança de radical, recorri à Arqueologia e constatei que nesta ciência é necessário primeiro a leitura e o entendimento do contexto para se compreender uma coleção arqueológica, que, uma vez extraída do sítio original, a peça perde a relação e todo o arsenal de informações inerentes àquela situação até então sustentada. Portanto, semelhante também é a contextualização necessária.



Agora pulei do chão para o espaço e fui me deparar na Física, com a Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, daí conclui, que se tudo é relativo, tudo é contextual. A ideia que o movimento não influenciava o tempo nem o comprimento linear dos objetos foi derrubada. Os movimentos do universo não são absolutos e sim relativos, pois dependem de um referencial, depende da leitura, do ponto que serve de referência. Se não fosse a relatividade todas as medidas registradas nos aparelhos GPS estariam erradas, por isso são calculadas considerando esse contexto.



Na Mecânica, busquei o antecessor de Einstein na tal Teoria da Relatividade e resgatei  a lei "A toda ação há sempre oposta uma reação igual", de Isaac Newton, ou seja, a minha reação vai depender da provocação, do contexto e para tanto, antes já teria feito a leitura deste.





Mas, para expressar a teoria, o cientista precisa da língua, da Linguística e é agora neste segmento que extraio mais uma fundamentação para a "minha teoria de leitura e contexto", às palavras são atribuídos novos sentidos conforme a conotação sintaxe. Ao tempo em que um cientista recebe nota máxima pela sua teoria, não nota que ela está sendo copiada, aí está o contexto, precisa antes fazer a leitura, é substantivo ou verbo?




Mas, ele também usa a Matemática para desenvolver os cálculos e testar sua hipótese. Verificamos que nas exatas, nem tudo é exato, afinal, matematicamente falando, para um número absoluto, temos vários números relativos, depende da casa decimal que ele ocupa, depende da leitura, depende do contexto.




Pulando de uma ciência exata para uma social, adentramos na teoria comportamental da Sociologia, especificamente, na premissa de Karl Marx, em que "o homem é um produto do meio", portanto, vai se constituindo a partir de suas relações sociais, do contexto onde vive e interage, mudando de comportamento, fazendo suas escolhas, fazendo história e, para tanto, faz sempre a leitura, reagindo de acordo. 




Foram 7 as abordagens, por enquanto, me dei por satisfeita, mas quem sabe encontro mais argumentos ou contra-argumentos, vai depender da leitura, do contexto.

Os estudiosos da Filosofia, da Linguística e das ciências citadas que me corrijam se falei algo incorreto.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Mídias sociais e o incentivo à leitura

A Biblioteca Pública de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos, cria anúncios inspirados nas mídias sociais com o objetivo e desafio de incentivar a leitura.

A campanha lúdica publicitária brinca com os logos do Facebook, Twitter e YouTube, trazendo pequenas mensagens que se encaixam bem no contexto das imagens e vão direto ao assunto. Podemos dizer de certa forma que, dentro do marketing, foram usadas duas técnicas: o benchmarking e o merchandising.

A leitura que se faz é de uma espécie de mensagem subliminar, cujo contexto tem efeito positivo, pois associa a  força visual das marcas, já sedimentadas e benquistas na sociedade e no ciberespaço, a um pequeno texto de cunho social, educativo e motivacional, tudo pensado de forma intencional para propor o bem às pessoas, por intermédio da leitura.

De trás para frente:

Você poderia estar lendo, coloque sua face em um livro e tenha milhões de caracteres (palavras, textos) a sua disposição.



 
Fonte: http://www.bluebus.com.br/show/1/107987/biblioteca_p_blica_cria_an_ncios_inspirados_nas_m_dias_sociais_quer_que_vc_leia_mais

domingo, 8 de janeiro de 2012

No meu jardim V

Iniciei o ano contemplando as flores no meu jardim. Dentro desse contexto, a leitura é de simplicidade e beleza, pura natureza!
A última é do jardim de minha mãe, de onde "roubei" essa foto e de quem herdei esse amor por flores.


Hibisco


Mussaenda



Batata-azul

 

Jasmim-manga


Hibisco


Bougainville


Agapanto



Mine lacre


Boa noite


Jasmim trepadeira da Índia

sábado, 7 de janeiro de 2012

Dia do leitor

Ser leitor é mergulhar nas realidades propostas pelos autores. Realidades muitas vezes não reais, contextuais e imaginárias, em que se pode viver uma história, ter um sentimento, viajar para um lugar ou simplesmente ler o que está acontecendo no mundo, não importa.

Ler para ser, ler para saber, ler para crer, ler para crescer, ler para desenvolver, ler para conceber, ler para escrever!

Leituras e mais leituras, contextos e mais contextos.

Neste Dia do Leitor, Leitura e Contexto deseja a todos os leitores, assíduos ou dispersos,  compulsivos ou seletos, experientes ou iniciantes, que mais e mais leituras façam parte de suas vidas e, dessa forma, possam enriquecê-las com todo o encanto da linguagem e riqueza de conhecimentos, presentes em um bom texto.

Autor, narrador e leitor formam a tríade da leitura, dentro de qualquer contexto, mas, sem dúvida, o leitor justifica os anteriores.


Imagem extraída de pps elaborado por Heloisa Guimarães/Rio de Janeiro


Minha leitura de fim de semana

sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo!

Desejo a todos que navegam nessa imensa rede mundial, um Feliz Ano Novo, repleto de saúde e paz, afinal precisamos de ambas para viver bem e realizar o que queremos na vida.

Com as bençãos do Senhor, Feliz 2012!!!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Missão e Visão: também precisamos delas

Para a ciência administrativa é salutar que as organizações definam sua missão e sua visão, ambas são imprescindíveis, a primeira, para estabelecer um caminho a seguir, que dá direção e significado a sua existência (presente), a segunda, para alcançar um sonho, que representa de forma objetiva, o que a organização quer realizar nos próximos anos (futuro).

Enquanto a missão está alinhada para o ambiente externo, diretamente ligada à definição do negócio da empresa (o que), aos clientes que ela atende (para quem) e à forma para satisfazê-los (como), a visão é voltada para o ambiente interno, constituída de modo que contagie e incentive todos os que fazem a empresa a chegar nesse ponto, nesse futuro próximo. Portanto, é aspirar algo, mas de forma inspirada, para que seja possível sua concretização.

As empresas passam o ano executando o que foi antecipadamente planejado e fazendo os ajustes necessários para moldar as ações em função do contexto e das contingências. E quando o ambiente externo já não mais aceita o que foi planejado, é hora de ser mais radical e objetivo, fazendo nova leitura e traçando novo planejamento, se reposicionando, definindo novas marcas, produtos e serviços.

Da mesma forma ocorre no ambiente interno, que muitas vezes exige uma reestruturação organizacional, alteração e criação de cargos e funções, redefinição de processos, recolocação e contratação de pessoas.

Para a vida pessoal e profissional de cada um, há também de ser importante essa definição, todos temos um propósito na vida, não estamos aqui por acaso, temos uma missão, traçamos nosso caminho e podemos planejar nosso futuro, definindo aonde queremos chegar, desta forma estaremos direcionando nossos esforços para um ponto. É óbvio que isso não ocorre de forma tão fria e calculada como se dá nas organizações, mas contêm pequenos vestígios dessas características, principalmente nas pessoas mais financistas.

Quando nos situamos em nossa família, tratamos de conduzi-la de forma orientada, olhando para os seus componentes e para os que nos cercam em amizade e proximidade. Apesar de cada membro ter um objetivo específico, o objetivo geral é que todos vençam na vida e, para tanto, todos devem se ajudar mutuamente, sem a necessidade de concorrência como ocorre nas empresas, às vezes até de forma desleal e arbitrária. Ao escolher uma profissão, tratamos de nos aperfeiçoar nela, fazendo estágios e cursos, lendo e discutindo a respeito, dando o melhor de si.

Mas, se todos esses esforços não surtirem resultado, é hora de redefinir, de refazer o nosso planejamento pessoal e assim retomar a vida, pois de nada adianta lamentar, ninguém vai esperar por nós, pois o mundo continua a girar e não podemos ficar parados, principalmente nos dias de competitividade, de consumismo de globalização.

E para o Ano Novo, que tal ficar atento para a leitura e o contexto, olhando para a sua missão e conferindo sua visão?



Missão é compromisso,
Visão é desejo.
Missão é fazer isso,
Visão é cortejo.

Quando cumpro minha missão,
É hora de festejo,
Mais fácil chego à visão
E nada à frente vejo.

AnaLu

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Balanço de 2011


2011 está balançando para terminar.
Eu aqui na rede a me balançar
E a pensar no que passei...
Vou prá outra rede
E faço a leitura do que registrei:
O balanço foi positivo ou negativo?
Se balanço o ano para cá, vejo positivo,
Se balanço o ano para lá, vejo negativo,
Estou balançando entre aquele e este,
Se paro de balançar,
Surge um pequeno balancete.
Fiquei confusa, balançada,
Depende do contexto.
Voltei para a primeira rede,
Tornei a pensar no tal balanço,
Se foi positivo ou negativo,
Mas agora já não importa mais,
O ano está acabando,
De qualquer forma,
Mais azul do que vermelho.
Mesmo se balançar muito, nada vai mudar,
Tudo já está escrito no tal balanço,
Não vou mais me preocupar.
Agora vou comemorar,
Pegar uma terceira rede,
A rede de pescar
E fisgar para sempre,
O que me faz balançar,
Para entrar 2012
Com um novo balancear.

AnaLu