Pioneirismo na Arquitetura com meu pai

Aconteceu a inauguração da exposição "A Fortaleza dos Modernos: Os Arquitetos Pioneiros 6/6, no Museu de Arte da UFC (MAUC), em 12/12/2024.

A exposição retrata as obras e realizações de 6 arquitetos modernistas pioneiros, dentre eles meu pai, José Armando Farias, que, inclusive, foi membro fundador do IAB/CE e da Escola de Arquitetura da UFC.

E foi meu irmão Armando a proporcionar que o acervo do nosso pai chegasse às mãos da equipe organizadora da exposição, por conta do Memorial Arquiteto José Armando Farias, que ele mantém montado, conforme descreve o arquiteto Ricardo Paiva, no painel abaixo.

A família prestigiou neste primeiro dia, 12/12/2024, comparecendo à inauguração.

Com a composição da linha do tempo acompanhamos seu histórico desde os estudos na Escola de Belas Artes do Recife, os projetos desenvolvidos ao longo das décadas, as participações em eventos e as realizações junto às instituições, até culminar no ambiente organizado especialmente para ele. 

Neste ambiente, carregado de lembranças, memórias e histórias por intermédio dos objetos expostos e instrumentos de trabalho, tais como compasso, régua T, monógrafo e pantógrafo dentre outros; obras de arte; equipamentos; mobiliários, notadamente a sua prancheta de trabalho acompanhada da luminária, percebemos todo o fazer da arquitetura.

O ambiente ganhou movimento com a projeção das obras projetadas pelo pelo pai na parede de fundo. Na imagem, o então DAER, Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem, que está em processo de tombamento.

As obras de arte são um detalhe à parte, meu pai tanto apreciava como entendia muito, era professor de História da Arte dos Cursos de Arquitetura e Biblioteconomia da UFC.

O acervo em livros e revistas, a máquina de datilografar Remington e o pôster na Praça de São Marcos foram expostos em uma mesa cujo tampo é uma porta da casa do meu avó paterno, tudo sob a placa do Memorial.

E a sua prancheta de trabalho de onde muitos projetos nasceram, em exposição, a planta baixa em papel vegetal da residência do empresário Ivens Dias Branco, na Av. Antônio Sales, em Fortaleza

E nós da família ficamos muito felizes por tudo isso, afinal, o nome de José Armando Farias, que já circulava entre os meios acadêmicos e profissionais, hoje fica imortalizado na sociedade e nos anais da UFC / MAUC com essa exposição, que se estenderá até fevereiro/2024.

Foram muitas sexta-feiras na residência da minha mãe, onde está o Memorial, que meu irmão historiador, Armando Farias, recebeu a equipe para inventariar todo o acervo selecionado para a exposição.

Visitei e registrei!

Fica o nosso agradecimento aos Arquitetos Ricardo Paiva e Cristiane Alves e toda a sua equipe pela dedicação e organização da exposição.

PAI: sempre na memória e no coração

A partida foi muito precoce, foram poucos os anos de convivência, mas muito preciosos. Arquitetou bem a educação dos filhos, a condução da família e a construção da casa. Pai que vai ficar sempre na memória e no coração.

Na profissão, como pioneiro, desbravou a Arquitetura. Muitos projetos, muitos ensinamentos.. Atualmente, o interesse pelo seu trabalho cresceu muito, além de ter sido o fundador do IAB-CE Instituto de Arquitetos do Brasil, seção Ceará,  é um dos pioneiros da arquitetura modernista. Está sendo estudado com o seu legado servindo de embasamento para tantos outros arquitetos.

No seu escritório, 1a. sede do IAB-CE

Na UFC, aula de descritiva

Na UFC, aula de descritiva

Tombamento: questão de patrimônio

Estivemos presente eu e meu irmão historiador Armando Farias, no 2° Docomomo Ceará, realizado na UFC - Universidade Federal do Ceará, a convite do Arquiteto Romeu Duarte. 

O evento teve como temática Arquitetura Moderna no Ceará: Patrimônio em Crise, Patrimônio em Estudo, Patrimônio em Processo, em que Romeu Duarte apresentou o DAER no Eixo 3 – Patrimônio em Processo: conservação, tombamento e reuso da arquitetura moderna, "Uma Jóia do modernismo cearense: o Prédio-Sede do DAER."

 

O prédio do antigo DAER, Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem, projetado pelo meu pai, arquiteto José Armando Farias, tem propositura de tombamento estadual junto à Secult - CE, encabeçada pelo arquiteto Romeu Duarte, em 12 de julho de 2019.

Desde 2014, as obras de meu pai vêm sendo discutidos, como se vê na fala do arquiteto Ricardo Paiva em artigo de sua autoria, "Caminhos da arquitetura moderna em Fortaleza: a contribuição do arquiteto José Armando Farias", destacada abaixo:

Entende-se que a contribuição do arquiteto e professor José Armando Farias, ainda pouco conhecida, é um importante legado a ser documentado, permitindo inferir sobre as possibilidades de preservação desse patrimônio moderno e reversão de seu quadro de desvalorização simbólica e física da degradação.

Fonte: Acervo Memorial José Armando Farias

Arquiteto imortalizado no Campus da UFC

Certo domingo, indo em direção ao Campus da UFC, no Pici, ouvi o Google Maps anunciando o trajeto: "Siga por um quilômetro na Rua Prof. Armando Farias". É o Arquiteto José Amando Farias, meu pai, imortalizado no Campus da Universidade Federal do Ceará-UFC, onde lecionou por muitos anos nos cursos de Arquitetura e Engenharia. Ouvir essa narrativa trouxe-me imensa satisfação, orgulho e aquela saudade.

Tamanha foi sua contribuição para a fundação do Curso de Arquitetura e importante foi sua influência na Arquitetura do Ceará, tanto, que hoje seu trabalho, seus projetos são objetos de estudo de vários arquitetos.

E hoje, Dia do Arquiteto, nada mais justo e oportuno fazer esse resgate e homenagem. 

 

IAB-CE homenageia mais uma vez meu pai

Foi no sábado 16/12 que o IAB-CE comemorou o Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista, ainda sob o clima dos seus 60 anos, com uma feijoada no bosque do Passeio Público, valendo também pela confraternização de fim de ano.

Na ocasião, homenageou seus fundadores, dentre eles, meu pai, Arquiteto José Armando Farias, que recebeu Certificado de Honra ao Mérito pelos serviços prestados ao Instituto.

Além do certificado, a fala do Arquiteto Liberal de Castro, enriquecida de memória e história, comentando em que contexto aconteceu a fundação do Instituto, deu um ar saudosista ao evento.

Para completar, descontraindo ainda mais a comemoração, um poster com a imagem caricaturada do meu pai foi presenteado à família, obra do Arquiteto Damião Lopes.

Meu irmão mais novo, Historiador Armando Farias, acompanhado da minha sobrinha Arquiteta Ana Maria, representou meu pai e agradeceu a homenagem com discurso breve e pontual, convidando os arquitetos presentes e demais interessados, a visitarem o Memorial Arquiteto José Armando Farias.

E eu afirmo: Quem sabe faz história e deixa legado para a posteridade.

Mais fotos da comemoração

Arquitetos Ana Maria Farias e Liberal de Castro, contemporâneo do meu pai, e Historiador Armando Farias

Arquitetos Liberal de Castro, contemporâneo do meu pai, e Delberg Ponce de Leon, ex-aluno de meu pai, e Historiador Armando Farias 

Historiador Armando Farias e Arquiteto Custódio dos Santos Neto, presidente do IAB-CE

Meu Pai, arquiteto da família em todos os sentidos

A meu pai com carinho, 

Porque em sua curta existência, no compasso do seu caminhar,
arquitetou uma família linda, 
planejou um lar harmonioso,
usou todas as perspectivas do amor,
atentou para cada ângulo da vida,
viveu a arte da profissão,
traçou sua caminhada de forma íntegra,
desenhou seus sonhos de família, 

edificou exemplos para mim e meus irmãos, 

solidificou sua presença em nossos corações,
construiu todo esse patrimônio para sua descendência.

Visão de futuro

A avenida Aguanambi, finalmente, está em obras, recebendo o devido trato, para atender a uma demanda, identificada há mais de 35 anos.

Nos idos dos anos 70, depois da pavimentação da avenida, o Arquiteto José Armando Farias, meu pai, já nos dizia que a avenida deveria ter um viaduto para interligar a BR 116.

Naquela época, inexistia esse tipo de estrutura na Capital, que só passou a usufruir depois que foi erguido o viaduto da própria BR sobre a avenida Borges de Melo.

Eu, ainda muito jovem, não conseguia visualizar essa ligação e fazer a leitura daquela proposta, até porque o trecho era dotado de uma mata fechada, com um riacho no meio.

O trecho reúne 4 grandes pontos de trânsito, os quais dão acesso ao Norte, Sul, Leste e Oeste.


Duas intervenções na Avenida foram realizadas desde aquela década até os dias de hoje, um viaduto sobre a Avenida 13 de Maio e uma rotatória.

Mesmo com a construção da rotatória, recentemente, o problema do fluxo de carros não foi resolvido, a solução não foi a melhor, para o contexto de trânsito intenso da atualidade.

Viva ao novo viaduto! Que depois de quase uma geração, vai passar a servir ao tráfego de carros e pedestres, melhorando a mobilidade dos cidadãos da Cidade.

Mais uma peça para o Memorial Arquiteto José Armando Farias

Recebi das mãos da amiga, Sandra Cabral um exemplar do livro “Crea Ceará – uma construção de 80 anos – 1936-2016”. O próprio título já diz tudo, trata-se da história do Crea Ceará ao longo dos 80 anos de sua existência. E como minha amiga além de bibliotecária é parte integrante e conhecedora dessa história, figura como co-autora na capa da obra.

O feito de publicar um livro não é fácil para a maioria das pessoas, mas, minha amiga Sandra já conseguiu, se fosse só isso já estava de bom tamanho, mas, ela tem uma coleção de glórias, todas merecidas e reconhecidas publicamente.

Seu carinho e lembrança com a minha pessoa não tem tamanho. Sandra foi logo anunciando: 

"O Livro do CREA-CE sobre os 80 anos fala em seu pai [...] seu exemplar já está garantido". 

A obra é mais uma peça para o Memorial Arquiteto José Armando Farias, pois nela traz o nome de meu pai, relacionado a sua atuação junto ao Crea Ceará. 

23 de abril, saudades mil!

A vida foi efêmera, a partida foi prematura e a saudade ainda dura. Mas, a vida foi vivida e o legado foi deixado, estava tudo arquitetado! Agora a vida é sublime, em uma nova dimensão, presente na oração.

Neste 23 de abril, de um jeito sutil, faço a leitura desse contexto em homenagem a meu pai, de quem tenho saudades mil!

Memorial Arquiteto José Armando Farias, referência a meu pai

Um historiador é alguém que busca resquícios, estejam onde estiverem, que junta fragmentos, mesmo que dispersos em vários lugares, que dentro da linearidade, desenha contornos, para fazer a leitura de tudo e tentar entender o contexto, contando a história, com o objetivo de preservar a memória e deixar um legado para a posteridade.

Esse alguém tem nome e está no seio da família, Historiador e Pós-graduado em História do Brasil e do Ceará, Armando Farias, meu irmão caçula. 

Além da busca do mobiliário, de objetos do convívio da casa dos familiares, de retratos e recortes, especialmente, fez o resgate dos trabalhos e objetos do nosso pai, Arquiteto José Armando Farias. Em momento oportuno, compôs todo o ambiente, criando o "Memorial Arquiteto José Armando Farias", na própria casa que ele projetou e construiu, na própria sala em que ele mesmo equipou, onde outrora ministrou curso para os professores do Colégio Christus, por ocasião da lei que instituiu o ensino profissionalizante para as escolas.

E eu fiz questão de posar e registrar tudo isso, primeiro com meu irmão Historiador, o idealizador do memorial, memorial carregado de contexto, em que a leitura é só alegria, orgulho e muita saudade... Depois, em cada cantinho desse ambiente, curtindo cada detalhe da vida profissional e pessoal do meu pai, com minha mãe, mulher inspiradora e apoiadora de muitos projetos dele e, por fim, com todos os meus irmãos, marcando a descendência do casal para a posteridade.

Tenho a certeza de que o "garimpar" continua e outras peças ainda serão acrescidas à coleção.