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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Caminhos do filosofar

Aproveitando o repouso do feriadão para diversificar a leitura. Desta vez, tentando a Filosofia em Caminhos do filosofar, com Maria do Carmo Tavares de Miranda, a Filósofa de Paris, como a chamava Gilberto Freyre.


Tentando entender o paradoxo do tempo, o tal chrónos, e sua dialética a partir dos gráficos contidos entre as páginas 40 e 41, e das citações dos gigantes da Filosofia: Heráclito, Platão e Aristóteles, que a autora faz referência na sua obra.



'O tempo é uma criança que brinca, movendo as pedras do jogo para lá e para cá; reino de criança.' (Heráclito)
'O de repente do instante é o ponto de partida de dois movimentos inversos. Porque não é da imobilidade ainda imóvel que surge o movimento, nem do movido ainda movido que parte a transição.' (Platão)
'Tempo é o número do movimento segundo o anterior e o posterior.' (Aristóteles) 

Sei não, mas já andei antes "filosofando" aqui em Leitura e contexto, sobre esse tal chrónos: O passado presente no futuro: vida

domingo, 14 de setembro de 2014

Descartes: modernidade, contemporaneidade e posteridade



Reler sempre é bom, em novo contexto, há sempre uma nova leitura, mas, Descartes, é sempre Descartes!

Ele que é o patrocinador da dúvida, mas, a dúvida de Descartes, não é a dúvida de um cético, é a dúvida de quem pretende chegar o mais próximo possível da verdade, nem que seja por pouco tempo, porque sempre haverá algo ou alguém que a refute e gere novos conceitos, novos conhecimentos. Portanto, quanto maior for essa dúvida, mais certeza se terá do conhecimento obtido pela busca durante a investigação.

E para iniciar essa investigação, nada melhor do que o Método, constituído de fases, tão básicas, que as utilizamos, imperceptivelmente, todos os dias na solução de problemas, na busca da verdade, fazem realmente parte do nosso cotidiano - a verificação, a análise, a síntese e ordenação e a enumeração - e as Regras para a Direção do Espírito, das quais destaco a Regra IV:

"O método é necessário para a procura da verdade." (DESCARTES, 2005, p. 80)

Não podemos ter pressa na busca da resposta, sob pena de irmos ao encontro do que não é verdadeiro, devemos, portanto, fragmentar o problema em partes, partindo da mais simples para a mais complexa, enumerando-as e revisando-as ao final.




Sua relevância para a história da filosofia e para a própria ciência é fundamental, porque, a partir da "dúvida metódica" ele conseguiu diferenciar o científico do não científico. 

Tudo que veio depois dele, concordando, reagindo contrariamente ou completando, foi positivo no sentido da evolução do conhecimento e da ciência, com ele o racionalismo, o bom uso da razão, que ainda é usado hoje, conforme o contexto, e, a partir dele, a corrente oposta, o empirismo, de Locke, que usa os sentidos, que dá mais importância às ciências experimentais, mais adiante, o creticismo, de Kant, que encontra o ponto comum entre os dois, os sentidos modelados pela razão, e tantas outras correntes que vieram depois.

DESCARTES, René. Discurso do métodos: regras para a direção do espírito: texto integral. São paulo: Martin Claret, 2005. (Coleção a Obra-prima de Cada Autor)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Fundamentando leitura e contexto

Resolvi ir em busca da fundamentação teórica para o meu Blog Leitura e Contexto (se é que ela existe), pois, passados dois anos de sua existência, me deu vontade de saber porque elegi esse nome, de onde tirei essa ideia e porque procuro respeitá-la até hoje, tanto aqui neste espaço cibernético, como na vida.
 
 
Pois bem...

Primeiro fiz a leitura do meu próprio contexto de trabalho e depois fui buscando outras ciências.

Na ciência Arquivística deve-se fazer a leitura dos documentos para descrevê-los e indexá-los, respeitando-se os seus princípios: proveniência, organicidade, unicidade, indivisiilidade e cumulatividade. Todos eles respeitam o contexto em que os documentos foram gerados ou que mantêm relação e, para tal procedimento, há de se fazer a leitura para interpretá-los. Os fatos são registrados em documentos que pertencem a um uma determinada instituição, que, por sua vez mantém relação orgânica interna e externa, sendo cada fato/documento, único no seu contexto, mas coberto de interrelações, formando conjuntos documentais, razão pela qual não se pode desmembrá-los, extraí-los do referido contexto, pois seria impossível sua leitura, sua compreensão, tudo isso ocorrendo em uma determinada ordem e acumulando para a posteridade.




Dentro da semelhança de radical, recorri à Arqueologia e constatei que nesta ciência é necessário primeiro a leitura e o entendimento do contexto para se compreender uma coleção arqueológica, que, uma vez extraída do sítio original, a peça perde a relação e todo o arsenal de informações inerentes àquela situação até então sustentada. Portanto, semelhante também é a contextualização necessária.



Agora pulei do chão para o espaço e fui me deparar na Física, com a Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, daí conclui, que se tudo é relativo, tudo é contextual. A ideia que o movimento não influenciava o tempo nem o comprimento linear dos objetos foi derrubada. Os movimentos do universo não são absolutos e sim relativos, pois dependem de um referencial, depende da leitura, do ponto que serve de referência. Se não fosse a relatividade todas as medidas registradas nos aparelhos GPS estariam erradas, por isso são calculadas considerando esse contexto.



Na Mecânica, busquei o antecessor de Einstein na tal Teoria da Relatividade e resgatei  a lei "A toda ação há sempre oposta uma reação igual", de Isaac Newton, ou seja, a minha reação vai depender da provocação, do contexto e para tanto, antes já teria feito a leitura deste.





Mas, para expressar a teoria, o cientista precisa da língua, da Linguística e é agora neste segmento que extraio mais uma fundamentação para a "minha teoria de leitura e contexto", às palavras são atribuídos novos sentidos conforme a conotação sintaxe. Ao tempo em que um cientista recebe nota máxima pela sua teoria, não nota que ela está sendo copiada, aí está o contexto, precisa antes fazer a leitura, é substantivo ou verbo?




Mas, ele também usa a Matemática para desenvolver os cálculos e testar sua hipótese. Verificamos que nas exatas, nem tudo é exato, afinal, matematicamente falando, para um número absoluto, temos vários números relativos, depende da casa decimal que ele ocupa, depende da leitura, depende do contexto.




Pulando de uma ciência exata para uma social, adentramos na teoria comportamental da Sociologia, especificamente, na premissa de Karl Marx, em que "o homem é um produto do meio", portanto, vai se constituindo a partir de suas relações sociais, do contexto onde vive e interage, mudando de comportamento, fazendo suas escolhas, fazendo história e, para tanto, faz sempre a leitura, reagindo de acordo. 




Foram 7 as abordagens, por enquanto, me dei por satisfeita, mas quem sabe encontro mais argumentos ou contra-argumentos, vai depender da leitura, do contexto.

Os estudiosos da Filosofia, da Linguística e das ciências citadas que me corrijam se falei algo incorreto.