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domingo, 1 de dezembro de 2013

A Bibliotecária de Auschwitz


Muita emoção na entrevista veiculada no Jornal Opção, edição 2003, de 24 a 30 de novembro de 2013, com Dita Kraus, a bibliotecária de Auschwitz.



No campo de extermínio mais letal do regime nazista de Hitler, Dita Kraus, de 14 anos, era a bibliotecária de oito livros que Freddy Hirsch reuniu para cerca de 500 crianças. Nascida na Tchecoslováquia, ela tem 84 anos e mora em Israel. Lamenta o horror do Holocausto e não se sente culpada por estar viva.


Herbert Moraes
De Tel Aviv, Israe
l

No relato observa-se, além de todo o caráter de determinação e superação que se reveste a situação, a passagem de momentos ricos em inteligência, sensatez e até criatividade, impossíveis (a priori), para qualquer um em ambiente tão pernicioso.

"As crianças não liam os livros. Eu me lembro de um Atlas. As crianças olhavam as figuras, os mapas aleatoriamente. Mas eram usados de forma lúdica, até mesmo para jogos de palavras. Jogo do ABC."

"Chamávamos de livros andantes."

"Eram as melhores histórias, porque se misturavam com a imaginação das crianças que estavam ali."

"Eu ficava sentada com alguns livros ao meu lado. Os adultos vinham, olhavam os livros e os retiravam. Eu tinha de lembrar para quem o livro tinha sido entregue, já que não podia anotar. Era proibido escrever."

Se em contexto tão danoso era possível exercer tais atividades, ao ponto de oferecer entretenimento e até conhecimento para as crianças, por que, contando com a liberdade em todos os sentidos, de pensamento, de ação, de expressão, de leitura, não se cria algo interessante que possa de fato mexer com a comunidade carente de informação e cidadania?

A Bibliotecária de Auschwitz é também o livro de Antonio G. Iturbe, baseado na história verídica de Dita Kraus.



Essa postagem foi incentiva por Renate Landshoff, que postou a matéria na rede social e me levou à leitura.

sábado, 30 de novembro de 2013

Administração do tempo, coisa do século XVII ou de hoje?

Conta e tempo é obra prima do trocadilho, poesia escrita no século XVII por Frei Antonio das Chagas (António Fonseca Soares), mostra o efêmero, o inexorável e o aspecto volátil do tempo. Embora sejam texto e leitura do passado, o contexto é atualíssimo, quando olhamos para trás e nos damos conta de uma vida vivida e ainda muito por fazer. 

E você, já deu conta do seu tempo? 
Ou o seu tempo já tomou conta de você?


Afora o caráter de cumprimento do dever junto ao Pai e mediante o próximo enquanto ser vivente na esfera terrena, o poema dá um realce para a questão da administração do tempo. E, sobre essa temática, há especialistas como Mario Persona e Christian Barbosa, que abordam o tempo não só no trabalho, mas, também na vida pessoal. 

Administrar o tempo não é coisa fácil, se no século XVII já se tinha essa preocupação, imaginem nos dias atuais, com tantos apelos, interferências e demandas. 





Conta e tempo

Deus pede estrita conta do meu tempo
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta.
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta;
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...


Frei Antônio das Chagas, Séc. XVII


Postagem incentivada pela amiga Marta Aragão, de quem recebi a poesia por e-mail.