Muita emoção na entrevista veiculada no Jornal Opção, edição 2003, de 24 a 30 de novembro de 2013, com Dita Kraus, a bibliotecária de Auschwitz.
No campo de extermínio mais letal do regime nazista de Hitler, Dita Kraus, de 14 anos, era a bibliotecária de oito livros que Freddy Hirsch reuniu para cerca de 500 crianças. Nascida na Tchecoslováquia, ela tem 84 anos e mora em Israel. Lamenta o horror do Holocausto e não se sente culpada por estar viva.
Herbert Moraes
De Tel Aviv, Israel
De Tel Aviv, Israel
No relato observa-se, além de todo o caráter de determinação e superação que se reveste a situação, a passagem de momentos ricos em inteligência, sensatez e até criatividade, impossíveis (a priori), para qualquer um em ambiente tão pernicioso.
"As crianças não liam os livros. Eu me lembro de um Atlas. As crianças olhavam as figuras, os mapas aleatoriamente. Mas eram usados de forma lúdica, até mesmo para jogos de palavras. Jogo do ABC."
"Chamávamos de livros andantes."
"Eram as melhores histórias, porque se misturavam com a imaginação das crianças que estavam ali."
"Eu ficava sentada com alguns livros ao meu lado. Os adultos vinham, olhavam os livros e os retiravam. Eu tinha de lembrar para quem o livro tinha sido entregue, já que não podia anotar. Era proibido escrever."
Se em contexto tão danoso era possível exercer tais atividades, ao ponto de oferecer entretenimento e até conhecimento para as crianças, por que, contando com a liberdade em todos os sentidos, de pensamento, de ação, de expressão, de leitura, não se cria algo interessante que possa de fato mexer com a comunidade carente de informação e cidadania?
A Bibliotecária de Auschwitz é também o livro de Antonio G. Iturbe, baseado na história verídica de Dita Kraus.
Essa postagem foi incentiva por Renate Landshoff, que postou a matéria na rede social e me levou à leitura.
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