Como seria um carnaval de livros?
Imagino os livros desfilando em uma prateleira suspensa, ficando de frente para cada lado das arquibancadas e camarotes, fazendo reverências com o abrir e fechar das páginas e o público embaixo a apreciar cada um deles, nas alegorias das capas, nos detalhes dos títulos e por intermédio dos nomes dos autores.
Os livros de romance estariam com estilos de fantasia Romeu e Julieta, a caráter para um baile de máscaras, os de aventura, como Harry Portter, com todos os seus poderes, já os livros épicos, seriam caracterizados como o Rei Arthur de Excalibur, erguendo a espada, os romances policiais, trajados de Sherlock Holmes, exibindo um belo chapéu e cachimbo e os de terror, abrindo a capa e mostrando os dentes afiados do Drácula, e assim seguiriam tantos outros no desfile... Todos encenando e acenando para o público. Um espetáculo à parte!
Muita concentração na hora daqueles de caráter técnico-científico, o conhecimento exige reflexão e assim a plateia toda faria silêncio e respeitaria os teóricos, os quais demonstrariam seus ensaios e experimentos ao vivo.
E muito riso para os de sátira e humor, o público não se contentaria em ficar sério, as gargalhadas viriam à tona na hora da Comédia da vida privada, de desfilar Satiricon e O Analista de Bagé.
Os e-books seriam projetados num grande telão e quem tivesse equipado, poderia recebê-los em seus portáteis.
Cada editor apresentaria sua equipe, que faria a evolução exibindo a performance dos autores, ao som dos diálogos, crônicas, contos, poesias e pontos de vista, os mais caprichados apresentariam, além de tudo isso, as ilustrações, que brilhariam com os focos e canhões de led direcionados, um show de iluminação especial.
No abre alas estariam os autores, na bateria, os prefaciadores, tradutores, ilustradores e organizadores, todos em sintonia e sinergia, dando o melhor de si para atrair os leitores.
O mestre sala conduziria tudo e a porta bandeira indicaria a que veio: romance, suspense, comédia, drama, autoajuda, estudo...
Conforme o contexto de cada espectador, uns seriam mais aplaudidos que os outros, são as preferências de leitura, que se devem respeitar, em função dos estilos literários dos autores, da linguagem, dos personagens e da própria composição do texto. Mas, como há um livro para cada leitor e vice-versa, conforme a Lei de Ranganathan, todos seriam campeões na grande jornada da leitura.
Carnaval de livros é confete e serpentina, é brincadeira de leitura, é deleite com o imaginário, é diversão certa, é viagem encantada, é informação e conhecimento.
Vamos ao carnaval de livros?